Orvalho
Capítulo 6 - Orvalho
A casa de Harry estava cheia de bolas e enfeites, vassouras voavam sobre a cabeça dos convidados e para seu orgulho o laranja prevalecia. James, o aniversariante, era torcedor Chuddley Cannos como ele. Viu James correr com os primos e os amiguinhos pela casa enquanto sua irmã desesperada tentava conte-los para que não acabassem com a festa. Conseguindo se esquivar da Gina enfurecida, Harry chegou ao seu lado com dois copos de suco de laranja. Gina, por influência de Hermione, havia proibido bebidas alcoolicas na festa.
- Cadê a Lilá? Perguntou Harry enquanto tentava não se engasgar ao ver Neville sendo vítima de mais umas brincadeiras das crianças.
- Ela foi trabalhar, parece que é mais umas daquelas promoções relâmpagos na loja. Explicou a Harry.
- Você conversou com a Hermione essa semana? Sabia perfeitamente que ele queria saber os detalhes da conversa que teve com (ex)- amiga no ministério.
- Merlin! Você não vai desistir mesmo não é?
'' Chegou ao quartel de aurores um pouco antes do almoço. Quem sabe Harry não pudesse almoçar com ela? Identificou-se na portaria e conseguiu permissão para entrar. Ali não era muito diferente do Ministério, vários pergaminhos voavam sobre sua cabeça. Adentrou na seção operacional, na qual Harry era chefe. Pediu informação e foi orientada em direção a um biombo, mais ao fundo da enorme sala.
- Você deve entregar isso ao Smith, não queremos problemas com o pessoal da inteligência né? Já basta os que temos aqui. Ouviu a voz do amigo e assistiu sua expressão suavizar ao vê-la.
- Mione! Que surpresa boa! Ele levantou da mesa atolada de papéis para abraça-la.
- Estava aqui perto e pensei se nós não poderiamos almoçar juntos. Notou com a expessão do amigo mudou repentinamente.
- Sabe o que é Mione, eu tinha combinado de almoçar com o Rony hoje. Mas é claro que você vai conosco não é? Ok, aquilo não era exatamente o que esperava, mas não seria tão difícil almoçar com Rony? Ainda mais que Harry estaria presente se as coisas ficassem estranhas.
- Ahh, tudo bem. Harry sorriu radiante, olhou para o relógio e só agora apreceu lembrar do colega ali do lado.
-Desculpa Kyle, está é minha amiga Hermione Granger. Só agora notou o homem encostado na parede. Era da mesma altura que Harry, tinha os cabelos negros e olhos castanhos, ele parecia ser mais velho que ele. Se encontrassem os dois juntos na rua, pensaria que eram irmãos tamanha a semelhança.
O homem rapidamente se aproximou dela, e antes que pudesse lhe estender a mão. Ele beijou um dos lados do seu rosto. Não pôde deixar de notar como o perfume dele era gostoso. Quer dizer, não só o perfume dele. Sentiu que corava .
- É um prazer conhecê-la. Ele abriu um sorriso e pôde perceber como era brilhante. - Devo dizer que você é muito mais bonita do que nas fotos.
- Ah... muito obrigada Kyle. Retribuiu o sorriso, ele olhou fixamente para a sua bolsa onde repousava seu jaleco do St. Mungos.
- Me assegurarei de na próxima missão sofrer uma pequena lesão. Ela riu diante do comentário lisonjeiro.
- Não precisa Kyle, tem o aniversário do James no sábado. Oh Merlin! Era impressão sua ou ele estava flertando com ela? E Harry parecia mais que animado com a perspectiva?
Quando chegou no fim do corredor sentiu o perfume dela. Ficou parado um biombo antes do de Harry , passou a mão pelo cabelo e ajeitou a camisa.
''- Ah... muito obrigada Kyle.
- Me assegurarei de na próxima missão sofrer uma pequena lesão. ''
Então Harry, o traidor, não havia perdido tempo em apresentar Hermione ao novo amiguinho dele?! O pegajoso do Kyle. Podia imaginar como ela estava adorando ser cortejada por aquele engomadinho, o tipo dela. Educado, rato de biblioteca e tirado a sabe-tudo.
- Creio estar atrasado para a reuniãozinha. Notou como Hermione desviou os olhos dos dele.
- Não, a Mione acabou de chegar e estava apresentando ela ao Kyle. Harry explicou.
- Olá Weasley! Aquele debochado …
- Olá Thomson. Você chamou o chamou para almoçar conosco? Perguntou a Harry. Ouviu ao longe o bufo de impaciência de Hermione, sabia como ela deveria estar indignada diante da sua falta de educação com o novo amiguinho.
- É mesmo Kyle, por que você não almoça conosco? Fechou os punhos ao lado corpo ao ouvir o convite de Hermione.
- Eu adoraria ficar um pouco mais em sua companhia, mas tenho muito trabalho ainda. Só vou almoçar mais tarde. Não pôde evitar sorrir.
- Er... Ronald você pode esperar lá no jardim com Hermione, eu ainda vou demorar um poquinho.
- Tudo bem. Se recusou a ver Hermione se despedindo Kyle. Ele foi a frente tendo ela logo atrás. De repente sentiu os dedos finos segurarem seu pulso.
- Ronald... eu acho que precisamos conversar. Acenou positivamente, realmente precisavam conversar , haviam crescido. Não era mais como em Hogwarts onde eram mestres em fingir que nada tinha acontecido.
Ele a orientou em direção ao jardim, sentaram de frente para a fonte num banco de pedra. Ela mecheu as mãos inquetas, sob o colo. Provavelmente estava procurando palavras para iniciar aquela conversa.
- Me perdoe. Ela lhe olhou confusa tentou abrir a boca para falar alguma coisa mas voltou a fecha-la. - Eu não sei o que aconteceu... só parecia como antes.
- Tudo bem Rony, a culpa não é só sua. Você não teria feito nada se eu não tivesse assentido. Me desculpe pela discurssão da Lilá.
- Oh, desculpe por aquilo também. Foi muito constrangedor para todos. Esperou que ela falasse alguma coisa. - Hermione, eu quero que você seja feliz. Eu sou casado e tenho tentado ser feliz, formar uma família.
- Rony, um momento...eu não espero absolutamente nada de você. Apenas amizade. Eu não quero que fique a impressão de que eu tenho interesse no fim do seu casamento. Longe de mim. Achou engraçado, parecia uma conversa ensaida. De conveniência, de tudo o que seria certo dizer, não o que se queria dizer.
- Então, amigos? Ela sorriu e insperadamente o abraçou. Sentiu o cheiro tão característico dela o aconchego que só sentia nos braços dela. Sabendo do perigo, se afastaram.
- E aí vamos? Harry havia chegado, seria bom os três juntos. Relembrando os tempos em que as coisas eram mais simples.
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- Então, onde ela está? Harry passou a mão nos cabelos e pareceu um pouco desconsertado.
- Ela está perto da caixa de presentes. Conversando com alguns amigos. Balançou a cabeça desconfiado. E seguiu para o outro canto da sala onde todos se preparavam para bater os parabéns de James.
Achou Hermione do outro lado da sala, ela gargalhava e os cabelos balançavam enquanto tentava controlar a respiração. Reconheu a pessoa que conversava com ela com tanta... intimidade. Kyle. Ele tinha uma das mãos segurando levemente o braço dela e cochichava alguma coisa ouvido dela, a fazendo rir mais. Claro que o engomadinho do Kyle não perderia tempo. Ela virou o rosto em sua direção e deu tchau. Ele fez questão de fingir que não tinha visto.
Depois de baterem os parabéns e tirar fotos, voltou a ficar encostado do outro lado da sala se enchendo de suco de laranja e observando Kyle e Hermione perto da mesa dos doces se divertindo.
- Cuidado, Rony! O Kyle pode cair duro depois desse fuzilamento.
- Ra ra rá tinha me esquecido como você é engraçada Gina. Você deveria é avisar sua amiga para ela parar de... flertar na festa de criança. Só ele estava vendo aquele absurdo?
-Me poupe né Rony! Cadê a sua mulher? Gina perguntou e ele leu nas entrelinhas o real significado daquela pergunta.
Mais tarde, quando as crianças já pareciam cansadas de correr e finalmente os adultos podiam relaxar um pouco,estava sentado no sofá conversando com Harry e Simas. Mas sua atenção foi tirada ao ver Hermione e Kyle caminharem em direção aos fundos da casa de Harry depois de passarem a festa toda grudados. Saiu em disparada atrás deles.
- Eu não acredito! Vocês não podem procurar outro lugar para darem uns amassos sem ser em uma festa de criança? ! Podia sentir suas orelhas pegarem fogo e o corpo tremer de cíumes.
- Você está falando com a gente? Hermione perguntou com o dedo em riste. Ela tinha os olhos brilhantes e mais bonitos devido a maquiagem. O pescoço e orelha enfeitados com joias prateadas. Ele ainda se lembrava, ela adorava prata. Um vestido azul solto dava um ar de leveza. Sempre linda.
- Tem outro casal que pareça estar prestes a se atracar a qualquer momento? Ferino, viu como Hermione pareceu chocada seu rosto corou.
- Ei, você está louco Weasley? Que maneira é essa de falar com a Mione? Bebeu foi? Claro o engomadinho não poderia deixar de intrometer.
- Não, não deixa pra lá Kyle. O Ronald deve ter bebido alguma coisa com suco de laranja. Ela segurou a mão do outro e seguiu em direção ao jardim. Antes de a porta se fechar viu o olhar gelado em sua direção.
Chegou a colocar a mão na maceneta mas não chegou abrir a porta. Gina tinha uma mão contra a porta e uma expressão a La Sra. Weasley que o assustou.
- Não se atreva Ronald Weasley. Ela sibilou chegando mais perto dele.
- Eu não acredito que você vai deixar Gina! Na festa do seu filho!
- Você é um idiota mesmo não é?! Eles foram comprar bebidas para nós, imbecil. Você acha o quê?! Que ela te pertence? Pois é, tenho uma novidade para você; a Mione é livre entendeu? Ela não tem nenhum anel na esquerda, ao contrário de você!
Ela saiu batendo o pé e lhe deixando com cara de idiota. Bebeu mais um gole de suco de laranja e voltou a sentar entre Simas e Harry emburrado. Mais uma vez ele havia sido obtuso com ela, e mais uma vez teria que se desculpar.
Entrou no quarto de hospedes dessa vez sabendo que ela estava lá. Roupas voavam do guarda-roupa em direção a cama onde Hermione arrumava a mala. Ela levantou os olhos em sua direção, viu a fúria estampada no olhar.
- Você perdeu alguma coisa aqui? Ela levantou da cama e jogou a blusa que estava dobrando com força sobre a cama.
- Você vai embora? Não conteu a angústia na voz.
- Meus pais já voltaram de viagem, estou indo para casa.
Chegou a abrir a boca, mais ela nem lhe deu tempo de responder. - Qual é o seu problema comigo? Será que você nunca muda?! Você já é um homem. Argh! Todo aquele papo de '' pai de família'' '' vamos tentar ser amigos'' '' Quero que você encontre alguém que te faça feliz'' . Mas você continua terrivelmente possessivo. Vamos esclarecer as coisas aqui: você é casado, eu sou solteira, você não tem qualquer direito sobre mim. Entendeu? Logo eu posso dar uns '' amassos '' em quem eu quiser!
- Então você deve ter mudado muito, eu não lembro de você ser tão... fácil.
Ele cuspiu as palavras na cara dela. Mesmo com seu reflexo de goleiro não pôde evitar o tapa que ardeu em seu rosto. Tudo ferveu dentro dele. Ódio, ressentimento, amor e … desejo. Ela pareceu reconhecer alguma coisa em seu olhar, pois recuou alguns passos até esbarrar contra a cômoda. Sentiu-se poderoso. Ela estava com medo. Talvez em outro momento ficasse magoado, mas ele próprio estava com medo dos sentimentos que explodiram dentro dele.
Notou a forma sutil como ela esticou o braço tentando alcançar a varinha sob a cômoda. Adiantando-se arrancou a varinha da mão dela e jogou em outro canto do quarto. Puxou o braço dela e o corpo macio esbarrou contra o dele. Sentiu como se uma bomba relógio tivesse sido programada para explodir naquele momento.
Segurou sua nuca com força e a beijou. As mãos lhe bateram e o empurraram antes de de senti-las apertando seus cabelos. Aquele querer que o fazia escravo de seus instintos expulsou todo o seu bom senso. Posicionou as mãos na cintura dela e a ergueu, entendendo sua intenção enrolou as pernas em seu quadril. A forma urgente como ela o beijava e se apertava contra ele fizeram desaparecer o resquício de prudência. Puxou a varinha do bolso da calça, trancou a porta do quarto e rezou para que tivesse acertado o abafiatto enquanto caminhava com ela grudada em seu corpo pelo quarto.
Usou uma mão para puxar a coberta da cama, a mala caiu no chão com um baque seco e ao longe ouviu alguma coisa se quebrar. Mas não importava, não com Hermione beijando seu pescoço como só ela sabia. Jogou-a na cama, e o que viu nos olhos dela só fez com que tivesse mais vontade de ficar mais próximo dela. Passou a camisa pela cabeça bagunçando ainda mais seu cabelo enquanto a assistia abrir os braços para recebe-lo.
Agora podia definitivamente dizer que amava a saudade, simplismente por que ela estava para terminar. Queria sentir a eletrecidade de suas peles juntas, por isso tirou o que ela vestia. Sorriu, mesmo depois de tanto tempo ela corou ao tê-lo ali a admirando. Era sempre assim diante dela sempre se sentiria um adolescente inexperiente.
Como tinha sentido falta daquele encaixe só deles. Da confusão de pernas, braços e bocas. De ouvir o discurso totalmente incoerente de Hermione, de sua ordens urgentes. Sentiu o corpo dela tremular sob o seu, as unhas rasgarem suas costas ouviu suas exclamações... nada havia mudado.
Descansou a cabeça entre cabelos cacheados, ouvindo a respiração forte dela e tentando controlar a sua. Tudo ali era ela. De repente sentiu algo mudar, o corpo dela que até então repousava relaxado sob o dele tornou-se tenso, as mãos que acariciavam seus cabelos desceram até seus ombros tentando afasta-lo. Assustado ergueu a cabeça, sentiu um pontada dolorosa no peito ao ver como os olhos dela estavam cheios d'agua.
- Hermione, o que... ela mais uma vez empurrou seus ombros para que se movesse. Se deitou ao lado dela, tentando entender o que tinha acontecido. Ela levantou e lhe deu as costas, seu corpo todo tremia e seus soluços fizeram com que sua angústia aumentasse.
- Você não entende não é Rony? Ela disse catando sua roupa e a vestindo. Ele também levantou e tentava para-la.
- Por merlin Mione o que aconteceu? Ela lhe empurrou e puxou violentamente o braço pelo qual a mantinha segura. Ele odiava vê-la chorar, seus olhos brilhantes e cheios de vida se tornavam opacos. Sentiu aquele aperto no coração, ela lhe olhou de um modo tão desolado, ela parecia tão ferida...
- O que aconteceu? O que aconteceu?! Vamos lá, você é casado e nos acabamos de dormir juntos. Só isso Ronald. Mas é sempre tudo sobre você, o que quer o que precisa. Você nunca pensa nas consequências.
- Ei, ei eu não forçei você a nada Hermione. Não fale como se a culpa fosse minha! Ok ele queria dizer aquilo mas não com aquelas palavras. E sabia, com Hermione tinha que ser cuidadoso. Pegou sua roupa e também a vestiu.
- Saia daqui Ronald.
- Mione, eu... Ela apenas caminhou até a porta e a abriu. - Somente sai daqui Ronald, por favor.
Olhou da porta para ela e concluiu que talvez a melhor coisa a se fazer naquele instante fosse ir embora, depois conversariam. Saiu derrotado pela porta, sem saber como uma pessoa poderia conhecer o céu e o inferno em tão pouco tempo.
Você pode ter esquecido
mas minha memória é eterna
Eu sou aquele arrepio
sem vento e sem frio
subindo em sua perna
O grito comprimido num pote
O cheiro cheiroso
que te esquenta o cangote
Eu sou o inferno e a paz
O passado que vai à frente
e o presente correndo atrás
Aquele que te segue enquanto anda
tragando o aroma de mel e lavanda
Eu sou a sua libido viva
A gota saliva que escapole do beijo
escorre na louça e ilumina o que vejo
E mais do que justo segue sua trilha
atravessa seu busto e tranborda à virilha
Assim como essa gota
sou eu agora
Passeio em seu corpo
pouso em sua mão
e vou embora
Pietro Leal- Memórias de um arrepio. Banda Pirigulino Babibalake
N/a: Mais uma vez desculpem pelo atraso, mas não tive condições de postar o cap ontem. Esta é só a preparação para o proximo cap, que já começei a escrever. O que acharam?
Comentem!! É o meu combustível para escrever.
E aos novos leitores as boas vindas! Beijos.
Comentários (1)
aai mione larga mao de ser besta, um ruivo desses ai deixa a lilá ser chifruda mesmo!
2011-04-30