Tensão
A Organização XXI controla Valor e eu me tornei um de seus aliados! Nergal é um deles! E desde que eu fui consagrado General, não vi Dan. Será que ele está vivo? E como eu farei para fugir desse Império?
Fiquei mais desperto do que nunca assim que soube que a Organização e o Império eram a mesma coisa. Me sentia paranóico, por que aqueles que eu pensava serem meus aliados eram, na verdade, meus maiores inimigos! Com quem eu poderia contar agora? Nergal? Não acho que ele abandonaria tudo por minha causa. Gale? Hah, prefiro morrer a contar com alguém como ele. Dan? É possível, se ele estivesse vivo... Eu tinha meu objetivo. Tinha de descer até o subsolo. Para as prisões de Palkai, com o objetivo de libertar Dan e depois... bem, eu decidiria depois, não é? Coloquei a capa e saí do aposento. Vários guardas no caminho me perguntaram se eu não queria descansar, mas eu disse que precisava fazer algo antes. Quando cheguei até a cela, pude ver que Dan falava sozinho:
Dan: Aquele garoto... só me usou para se tornar General! Se algum dia eu escapar daqui, eu vou-
Charles: Fará o quê? Irá me matar?
Dan: Charles! Sorte a sua que essas grades estão entre nós!
Charles: Não por muito tempo, Dan.
Eu era esperto. Tinha sorrateiramente pegado as chaves de um guarda que falara comigo. Tirei-as do meu bolso e abri a cela de Dan.
Dan: Por que está fazendo isso?
Charles: São meus inimigos. A Corporação XXI.
Dan: Eu não... entendo.
Charles: Não importa. Agora você está livre.
Eu abri a cela calmamente. Só depois que o fiz percebi o erro. Ela ativou uma série de alarmes que fez com que um dos outros Generais descesse, junto com vários soldados.
Torcia para que fosse Gale porque eu adoraria chutar o traseiro daquele imbecil esnobe. Mas para melhor e para pior, o General que desceu era Nergal.
Nergal: Charles! O que é que está acontecendo aqui?
Era melhor que fosse Nergal, porque talvez ele me desse tempo de explicar o que estava acontecendo. Mas era muito pior que fosse Nergal, porque eu era incapaz de enfrentá-lo. Ele fez tanto por mim que eu não poderia, de maneira alguma desafiá-lo ou ferí-lo.
Charles: Nergal. Palavras são inúteis? Nós realmente temos que lidar com isso usando força bruta?
Ouvi uma porta atrás de mim se abrindo e agora as pessoas que eu temia apareciam ali. Gale e Anna. Agora as chances de sair dali ileso tinham sido jogadas pela privada.
Gale: Claro! Eu esperava pelo momento em que você escorregaria, garoto! Que bom que ele chegou antes do que eu esperava!
Anna: Sempre desconfiei desse garoto. Acho que eu estava certa no fim das contas...
Gale: Mate-o, Nergal! Prove que é um de nós!
Nergal: ...Não.
Anna: Está nos traindo também?
Nergal: Não faria isso. Mas encontrei esse papel na minha armadura há quase meia hora atrás.
Ele tirou um papel do bolso. Charles viu que o papel era idêntico ao que ele encontrara quando tentou revelar o segredo de sua capa.
Nergal: Vi a carta que você recebeu, Charles. Assim que terminei de ler, percebi a mensagem. Eu usei um feitiço para revelar os segredos da minha armadura e achei isso. Organização XXI.
Anna: Tá, somos agentes da Organização XXI! E daí?
Nergal: Vocês mataram meu pai. Por causa de vocês, minha família caiu para as trevas mais obscuras!
Gale: É, eu me lembro disso. Me lembro também de seqüestrar um garoto... Erriol, não era?
Nergal: Então foi você, Gale!
Gale: Ah, vejo que não é o suficiente. Acho que vou ter de acabar com o serviço.
Gale jogou uma bola de fogo em mim, mas eu fiz minha bengala escorregar para passar por baixo dela. Eu consegui, mas Anna logo abriu seus cantis para jogar água em mim. Felizmente, Nergal se colocou entre nós e jogou uma bola de ar que explodiu ao acertar a água. Anna imediatamente fez a água que tinha se espalhado se transformar em lascas de gelo.
Charles: Hora de acabar com minha farsa, não?
Abri meus cantis e congelei uma quantidade boa de água, usando-a para me defender das lascas que Anna lançava enquanto Nergal desviava as bolas de fogo que Gale tentava lançar em mim. Dan tinha nocauteado um dos guardas e usava a lança dele para impedir que os outros se aproximassem.
Dan: Charles, pense em alguma coisa! Não vou segurá-los para sempre!
Nesse instante, Anna assumiu controle sob o meu escudo de água e o usou para me atacar. Eu desviei um segundo mais tarde do que devia e ela congelou minha mão esquerda. Tive que rapidamente usar isso para bater em Gale, que ficou desnorteado por um instante, mas no outro já tinha recomeçado a jogar bolas em chamas a torto e a direito no instante seguinte. Nergal mal conseguia impedir que ele nos acertasse. Sua armadura alva tinha duas manchas negras de queimado. Uma musiquinha tocou.
Charles: Oh, é o meu!
Nergal: Mas isso é...
Anna: Do que é que você...
Gale: Pirou, moleque?
Todo mundo parou, extremamente confuso com a situação.
Charles: Alô... Oh, claro!
Eu peguei Nergal e puxei a gola de Dan. Disse apenas:
Charles: Me abracem.
Dan: O quê?
Gale: Um último abraço antes da morte?
Charles: É? Ora, claro. ...Sim, estamos abraçados. Ah, belo movimento, querida!
Senti que a terra abaixo de mim se mexia. Sintonizei minha mente com o movimento e a intensifiquei, fazendo com que a terra cedesse e nós três caíssemos, em direção ao subsolo...
Gale: Não vão escapar tão fácil!
Ele lançou algo... Não era uma bola de fogo, mas algo ainda mais quente, que me acertou em cheio... Aí eu perdi a consciência e o único pensamento que tive foi:
Charles “Por que assim... um fim tão inglório... para Charles...”
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