Gemialidades Weasley
Capítulo 2
Gemialidades Weasley
- Porque tão cedo? – Luan apareceu na cozinha apenas com a calça do pijama. Bocejou varias vezes antes de abrir a geladeira e pegar um pouco de suco.
- Porque quanto mais cedo, melhor. – Luan se espreguiçou e sentou ao meu lado.
- O senhor Potter irá ao beco diagonal também? – Peguei uma torrada e comecei a passar geléia.
- Você sabe que o seu pai anda ocupado com o Ministério. - Ela pegou a jarra de suco da geladeira e colocou na mesa. – Vou acordar a Lily e não demorem daqui a pouco vamos sair.
- Eu vou me trocar antes que a vontade de cair na minha cama e dormir volte. – Luan se levantou e saiu da cozinha.
Dei a última mordida na minha torrada e me servi de suco. Tomei em dois goles e subi para me trocar.
**
- Vamos Luan já estamos atrasados. – Mamãe gritou pela décima vez. O que deu nele? Ele não demora tanto assim para se trocar.
- Vai ver ele voltou a dormir. – Sorri.
- Já estou aqui. – Ele desceu lentamente a escada e parou em nossa frente. – Não consigo arrumar meu cabelo. – Gargalhei. Ele nunca se preocupou com isso, por que se preocupar agora?
- Esta melhor? – Eu sorri enquanto passava minha mão no cabelo e bagunçava mais do que já estava.
Ele olhou no espelho que havia perto da porta.
- Agora esta melhor. – Ele sorriu irônico.
- Chega de conversa. Vamos. – Peguei a Lily no colo e abri a porta. – Seu cabelo está lindo. – Mamãe dizia enquanto andávamos.
- Claro! Você é a minha mãe sempre vai achar que estou bonito.
- Luan seu cabelo esta ótimo e ponto final. – Encerrei o assunto.
Não falamos mais nada até chegar ao final da rua onde viramos à direita. Havia um muro no final do pequeno beco que estávamos. Mamãe pegou a varinha e passou em alguns pontos do muro.
As pedras do muro começaram a se mexer. Elas se mexiam rápido e em um piscar de olhos lá estava o Beco Diagonal. Passamos pelo muro que em seguida se fechou atrás de nós.
- Aonde vamos primeiro? – Entreguei a Lily para ela.
- Gemialidades Weasley. – Luan sorriu pegando em meu ombro.
- Nada disso. Vamos primeiro na Floreios e Borrões. – Ela apontou para a livraria. Estávamos na metade do caminho quando ela puxou assunto. Bem, ela poderia puxar qualquer tipo de assunto comigo, mas tinha que ser justo esse? – Como esta o seu coração filha?
- O que? – Eu sorri para uma garotinha fofa que passou por nós.
- Não tem nem um garoto que você goste?
- Não. – Eu olhava para frente tentando achar alguém conhecido e acabar com esse assunto antes que ele se estenda.
- Na verdade. – Luan começou a falar. – Tem sim. – Idiota. Você me paga.
- Verdade? – A conversa não poderia estar pior. Se eu estivesse com a minha varinha lançava um Avada que ele jamais esqueceria.
- Na verdade ela esta namorando. – Luan sorriu ao ver minha expressão brava.
- Cala a boca Luan. – Gritei enquanto nos aproximávamos da Floreios.
- Melissa. – Ela voltou seu olhar para Luan. – Qual é o nome dele? – Porque Merlin! Por quê?
- O nome dele é Robert. – Finjam que não estou aqui. – Robert alguma coisa. – Ele fez uma careta e piscou. Depois as mulheres que são fofoqueiras. - Eles começaram a namorar na metade do quinto ano. – Ele já estava passando dos limites.
- Há tanto tempo assim? – Luan concordou.
- Tem como vocês pararem de falar como se eu não estivesse aqui? – Parei de andar esperando a resposta de alguém.
- Tudo bem. – Revirei meus olhos. – Só me responde uma pergunta.
- Qual? – Já estava cansando desse assunto.
- Por que não me contou? – Luan levou Lily para ver as corujas e antes sorriu. Agora ele sorri, mas o que é dele esta guardado.
- Eu não queria esconder de você, é só que... Ainda não tinha achado o momento certo para contar. – Respondi e entrei na Floreios e Borrões antes que ela fizesse mais perguntas.
**
Depois de levar a Lily para ver as corujas fui direto para Gemialidades Weasley. Entrei na loja e com muita dificuldade achei Jorge que ajudava uma garotinha com alguns mini-pufes.
- O que o pequeno Potter deseja em minha humilde loja? – Ele me abraçou enquanto dava as costas a garotinha.
- Por incrível que pareça desta vez nada. – Sorrimos enquanto Lily esticava os bracinhos para que Jorge que a pegou no colo.
- Luan? – Uma voz suave chamou minha atenção. Olhei para onde Jorge estava há poucos minutos.
- Fernanda? – Levantei minhas sobrancelhas.
Em questão de segundos ela correu e pulou enlaçando seus braços no meu pescoço. Eu a abracei pela cintura e comecei a gira - lá no ar. Ela sussurrava em meu ouvido “estava com saudades”. Depois pegou meu rosto com as duas mãos e começou a depositar vários beijos em meus lábios. Que saudades daquele beijo.
- Foram as piores férias. – Ela sussurrava em meio aos beijos.
- HÃN-HÃN! – Paramos de nos beijar e olhamos para o lado. Rony estava com a mão na boca e olhava para nós. – Precisam se agarrar desse jeito?
- Desculpe senhor Weasley. – Soltei Fernanda que estava mais vermelha que os cabelos de seu pai. Estiquei minha mão e ele apertou.
- Ora Rony, nossos filhos não são mais crianças. – Mamãe apareceu ao meu lado e Fernanda abraçava Melissa.
- Eu sei Mione só que... Ela é tão... Pequena... – Ele olhou para Fernanda que fez uma careta. - E você pequenina como esta? – Jorge entregou a Lily para Rony. Ela abria os bracinhos para mamãe pega-lá.
- Filha fica um pouco com o tio Rony. – Ela começou a fazer uma carinha de choro.
- Acho que seu pai perdeu a prática amiga. – Melissa sussurrou.
- Também acho. – Não pude deixar de rir.
- Hermione porque ela não para de chorar? – Rony tentava acalma – lá. – Vamos Lily eu não sou tão feio assim.
- Você perdeu a prática querido? – Tia Luna apareceu gargalhando. – Hermione quanto tempo. – As duas se abraçaram.
– Rony não faça isso com Lily ela vai... – Antes que a mamãe pudesse terminar Lily vomitou todo o café da manhã. – Vomitar.
Mamãe pegou a Lily que ria por ter vomitado e Tia Luna puxou Rony.
- Vamos Rony, devo ter alguma roupa limpa por aqui. Hermione venha limpar a Lily também... – E os quatro sumiram pela multidão.
- Então... Vamos sair daqui? A loja esta muita cheia e mal conseguimos nos mexer. – Melissa deu uma ótima idéia. E assim eu posso matar a saudades de minha namorada.
- Vamos. – Fernanda pegou em minha mão e saímos, com um pouco de dificuldade, da loja.
**
Estávamos a um bom tempo andando pelo beco diagonal. Eu já estava ficando entediada.
- ... Mas a França é legal? – Luan perguntou para Fernanda.
- Definitivamente sim. – Ela sorriu e um brilho apareceu em seu olhar.
- Você... er... Conheceu alguém? – Luan estava gaguejando. O pior de tudo de estarmos em três e um sempre fica de fora. E quem sempre fica de fora depois que eles começaram a namorar?
- Lógico que conheci. – Fernanda olhou pelo canto do olho para mim e sem que Luan percebesse, ela piscou. – Conheci meninos lindos. Realmente os franceses são os mais lindos. – Não pude segurar minha risada.
- A sim claro, os mais lindos. Você foi passear ou arranjar um novo namorado? – Ciúme. Ele literalmente esta com ciúme. Fernanda ficou em sua frente e passou seus braços no pescoço dele. E eu apenas olhando a cena dos dois.
– Quantas vezes eu terei que dizer que só tenho olhos para você? – Ele olhou para o céu fingindo pensar. Será que eu também sou tão melosa quando estou com o Robert? – Não seja bobo. – Ela bateu no braço dele.
- O amor é lindo, não? – Os dois olharam para mim sorrindo. – Agora chega que já esta ficando meloso.
- Se o seu namorado não esta aqui a culpa não é nossa.
- Luan não fala assim com ela. – Fernanda se aproximou e me abraçou como se eu precisasse de carinho. Aquela situação já estava ficando engraçada.
Enquanto riamos um menino bem longe de nós começou a acenar para mim. Parei de rir tentando ver quem era aquele menino.
- O que aconteceu? – Fernanda parou de rir olhando para mim.
- Ela sempre faz isso. Essas caretas estranhas. – Dei um tapa no braço dele. – Essa doeu.
- Seu amiguinho estava acenando e eu estava tentando adivinhar quem era.
- Amiguinho? – Ele perguntou enquanto passava a mão no lugar em que eu havia batido.
- LUAN! – Um menino de cabelos e olhos castanhos se aproximou de nós.
- DAVID! – Luan gritou. Eles se abraçaram e Fernanda olhou para mim.
- Já chega. – Ela entrou no meio dos dois. – Sou uma namorada muito ciumenta e não aceito traição.
- Pois é meu amigo. Você tem uma namorada muito ciumenta. – David deu de ombros.
- Então, você vai passar essa última semana com a gente? – Luan passou a mão pela cintura de Fernanda e David passou seu braço pelo meu ombro começando a caminhar.
- Quando eu pedi para a minha mãe a primeira coisa que ela fez foi me ajudar a fazer as malas. – Ele abaixou a cabeça fazendo uma cara triste. Foi tão... Fofo?
- É meu amigo sua mãe não vê à hora de se livrar de você. – David fez uma cara de espanto.
Todos riram e os dois começaram uma conversa sobre quadribol. Puxei Fernanda sem que Luan percebesse. Queria conversar com ela, aquilo já estava me deixando nervosa.
- O que foi? – Ela sussurrou enquanto nos afastávamos mais dos garotos.
- Preciso te falar uma coisa. – Paramos e comecei a sussurrar. – É sobre o Robert. – Ela assentiu. – Mandei várias cartas para ele essas férias... E ele não me respondeu nem uma.
- Ele viajou? – Eu neguei.
- Ele não viajou. – Suspirei. – O que eu faço amiga? – Coloquei as mãos em meu rosto.
- Talvez tenha acontecido alguma coisa e ele não pode responder as suas cartas, talvez ele tenha viajado e não avisou, mas fique tranqüila. – Ela me abraçou. Eu sorri. Nada como um abraço sincero.
- MENINAS. – Nos afastamos do abraço enquanto dois garotos se aproximavam de nós. – Estávamos procurando vocês. – Luan parou ao lado de Fernanda. – Já estamos indo. – Ele olhou para Fernanda e a beijou.
- Vocês ficaram tão pouco. – Fernanda voltou a beijar Luan.
- Você também quer? – David olhou para mim. Eu revirei meus olhos e passei por ele o empurrando para trás. – Vai me dizer que não quer? – Olhei para trás e ele estava me seguindo.
- Não. – Sorri enquanto ele pegava em minha cintura. – Para David eu to namorando.
- Eu sei. Eu não sou ciumento. – O empurrei e caminhei até mamãe que estava na frente da loja.
- Vamos então. – Nos despedimos de todos e estávamos indo embora quando percebi que Luan não estava com a gente. Olhei para todos os lugares e foi então que o vi beijando Fernanda. Só eles mesmos para ficarem se agarrando assim.
**
O dia passou tranquilamente. David passaria a ultima semana de férias em casa o que deixou Luan bem animado. Bom, na verdade o que deixou Luan realmente animado foi rever Fernanda, acho que é por isso que ele esta sentado no chão da sala observando as chamas na lareira sem prestar a mínima atenção no que David falava.
- Como estou? – Papai apareceu na sala.
- Esta um charme. – Sorri enquanto caminhava até ele. Ajudei-o a colocar a gravata borboleta.
- Acho que esta bom. – Ele se olhou no espelho retangular perto da porta. – Hermione esta atrasada. – Ele comentou olhando para o relógio.
- Já estou aqui Harry. – Olhei para a escada onde mamãe mexia em sua pequena bolsinha.
- Você esta linda mamãe. – Ela sorriu.
- Eu levo um casaco? – Neguei. – Mas e se estiver frio quando voltarmos?
- Com o calor que esta fazendo? – Ela sorriu.
- Então vamos? – Papai pegou na mão de mamãe e a beijou. – Você esta realmente linda. – Ela corou quando ele foi beijá-la.
- Harry não na frente das crianças. – Ele sorriu. Eu a olhei, brava. – Se vocês tiverem fome tem comida na geladeira. – Ela beijou minha testa e abraçou Lily que se aproximava com os bracinhos esticados. – Cuidem da Lily e coloquem-na na cama daqui uma hora. – Eu assenti. Luan ainda estava com os pensamentos em Fernanda, porque ele nem percebeu quando mamãe manda um beijo para ele.
- Vamos Hermione eles não são crianças, sabem se cuidar. – Ela suspirou e juntos caminharam até a calçada.
- Cuidem-se. – Ela disse arrumando o longo vestido branco que deixava suas costas a amostra. Sua sandália prata e seu cabelo preso em um coque mal feito a deixava mais linda.
Ela mandou outro beijo antes de aparatarem. Fechei a porta e caminhei até a poltrona perto da lareira. Por longas horas ficamos sentados na sala, sem dizer nada, nem uma palavra, escutando apenas os barulhos das chamas na lareira.
- Vou leva - lá para a cama. – Luan levantou do chão com Lily que dormia em seu colo e subiu as escadas. Olhei para David que dormia no sofá e fechei meu livro deixando-o na poltrona.
- David. – Sussurrei. – David acorda. – Ele se mexeu no sofá. – Você não quer ir para a cama? – Ele sussurrou um “não” e virou para o outro lado. – Eu já tentei, mas o amigo é seu. – Disse para Luan que descia as escadas.
- David. – Ele mexeu no amigo que despertou rapidinho. Também com o cutucão quem não acordaria? – Vamos para o quarto. – Luan gargalhou quando David levantou meio sonolento.
- Quer que a mamãe leve um leite quentinho para o bebê? – Perguntei enquanto David se espreguiçava.
- Adoraria. – Ele sorriu maroto. Peguei a almofada do sofá e lancei nele. – Vou esperar o leitinho mamãe. – Ele piscou e Luan bateu no braço dele. – Isso dói.
- Era para doer mesmo. Chega desse papo... – Nossa “interessante” conversa foi interrompida pelos passos apresados de Lily que apareceu na sala chorando. – O que foi? – Luan abaixou enquanto ela pulava no colo dele e o abraçava forte fechando os olhinhos. – O que foi? – Ele perguntou ficando nervoso com os soluços dela de tanto chorar.
- Um... Homem... De preto... Queria... Me pegar. – Ela passou as pequenas mãozinhas no rosto limpando as lágrimas.
- Ninguém quer te pegar Lily. – Antes de começar a chorar novamente ela disse um “quer sim”. – Você quer que eu vá olhar o seu quarto?
- NÃO. – Ela gritou. – Ele... Ainda... Esta... Lá. – Minhas mãos começaram a suar. Será mesmo que tinha alguém dentro de casa? Como ele entrou? Nossos pais estão no teatro e nós estamos sozinhos em casa sem poder fazer magia. Lily sempre teve uma imaginação fértil, mas aparecer chorando e dizendo que viu um homem de preto é porque ela viu um homem de preto.
- Luan. – Sussurrei. – Acho que a Lily esta falando a verdade. – Quando terminei a frase barulhos de coisas caindo no chão vinham do andar de cima. Nós três nos olhamos assustados. Tinha realmente alguém em nossa casa.
Comentários (1)
TENSO!! Ansiosa pelo próximo capítulo, mas só vou poder ler amanhã... :P
2011-08-13