Capítulo seis.



Capítulo seis.


 


- Qual é o seu problema?


 


- Não tenho nenhum problema agora Majestade... – Disse Remus sarcástico. Finalmente olhou para a expressão de seu rei e percebeu que ele não compartilhava do seu bom humor. – Fiz algo errado, Vossa Majestade?


 


-Você matou um príncipe e quase matou a todos nós ao tentar matar o segundo!


 


Remus agora estava confuso. Rei Horace tinha uma aparência de desgosto que muito lembrou Marlene na última vez que a viu tentando argumentar com o pai.


 


- Ora, Majestade! Não me pareceu um reino assim tão forte... Não levamos nem...


 


-NÃO SEJA INSOLENTE LUPIN!


 


Remus baixou a cabeça. Não sabia o que tinha feito de errado mas o rei parecia muito furioso, talvez até decepcionado.


 


- Desculpe-me Vossa Majestade, não era a minha intenção parecer-lhe insolente.


 


- Garoto, olha só o que problema em que nos enfiastes! Agora com certeza o rei Henry virá com força total contra nós.


 


- Estás me dizendo que não enfrentamos todo seu exército?


 


- Não enfrentamos nem metade! E o rei parece que fugiu com a sua Corte. Com certeza neste exato momento estão arquitetando um plano para a retomada de Darkmountain.


 


- Então não vamos deixá-los executar este plano. Voltemos para Bouillonnante enquanto é tempo...


 


-Sim, sim... Façamos isso. Traga o Black consigo.


 


O rei disse enquanto se afastava do agora sombrio corredor de Darkmountain. Remus continuou parado encarando os dois corpos à sua frente.


 


- Qual dos dois senhor?


 


O rei Horace virou pra trás, parecendo não acreditar no que estava ouvindo.


 


- O VIVO, IDIOTA!


 


(...)


 


Os corredores tornavam-se cada vez mais estreitos à medida que o caminho era percorrido. Dorcas tentava a todo custo acompanhar os passos apressados de sua criada, mas a falta de calçados e a escuridão do lugar não favorecia em nada a sua corrida.


 


- Para onde estamos indo?


 


Falou num tom mais alto do que o necessário deixando transparecer todo o seu nervosismo.


 


-Para um lugar seguro condessa.


 


A criada continuou a abrir caminho entre os empoeirados corredores do subsolo do Darkmountain. Dorcas se perguntava como aquela moça não se perdia através daqueles labirintos. Era uma questão de prática e com certeza aqueles olhos cansados já deveriam ter feito este caminho várias vezes.


 


Depois de alguns minutos caminhando pelo chão úmido daquele que devia ser o corredor que levava aos calabouços, Dorcas sentiu Alice diminuir o passo, a olhou surpresa e essa simplesmente parou e segurou em seus ombros  nervosamente.


 


- Senhora, preciso voltar! - Os olhos de Alice estavam marejados, o que assustou ainda mais a condessa.- Meu filho... Meu marido, eles...


 


- Eu entendo, vá! Mas antes, por favor preciso que faça algo por mim.


 


- Senhora, eu...


 


- Preciso que ache o Príncipe Sirius, preciso saber se ele está bem!


 


Alice não podia negar esse pedido à condessa. Não àquela que a ensinou a ler e sempre foi tão amável e paciente com o seu filho. Além do mais estava prestando um serviço não só a ela, como também à Coroa. A segurança do príncipe era de extrema importância.


 


- Certo. Irei procurá-lo, mas tenho certeza que terás notícias dele antes de mim...- A moça já ia saindo quando foi puxada para um abraço. Dorcas estava assustada e não sabia se voltaria a ver novamente a sua mais fiel criada e por que não dizer? Sua amiga. – Voltarei logo com notícias. Siga esse corredor e quando estiver fora do castelo siga o curso do rio. Deves alcançar a comitiva real em alguns minutos.


 


Alice agora correu, não tinha tempo a perder. Precisava voltar pra casa, saber se Neville estava bem. Frank, seu marido, havia com certeza saído pra lutar e o menino de dois anos devia estar sozinho. Ao pensar nisso Alice quase tropeçou na, agora encardida, barra de seu vestido.


 


O castelo nunca pareceu tão grande, mas para sua sorte estava igualmente vazio. Seguiu correndo e quase esqueceu-se de procurar o príncipe pois já se encaminhva para a ala sul onde ficava a saída para sua casa.


 


Alice iria dar meia volta se não tivesse visto algo que a chocou no final do corredor onde se encontrava. Um corpo jazia abandonado. Sentiu um frio na espinha. Estava com medo de reconhecer aquela pessoa como um dos seus. Se aproximou lentamente, como se temesse que a qualquer momento o homem fosse levantar.


 


Qual não foi a sua surpresa ao reconhecer no rosto sem vida, aquele que se tornaria o seu monarca. Não pôde conter um grito de horror. Não era possível! Como o príncipe Régulos podia estar ali, abandonado como um qualquer?


 


Alice se aproximou do corpo para ter certeza de que este estava realmente morto. Ao tentar analizar o quadro aterrador viu algo que a deixou ainda mais inquieta.


 


A espada do príncipe Sirius estava ao lado da do príncipe Régulos. Alice reconheceu a arma assim que a viu.


 


A espada com incrustações de granadas da cor vermelho-sangue foi escolhida para o príncipe por seu futuro sogro, Marquês Meadowes, dois meses antes de falecer. O Marquês disse que havia algo na granada daquela tonalidade que o fazia enxergar a alma rebelde do genro.


 


Aquele sem dúvida não era um bom sinal. A arma estava manchada de sangue e separada do seu dono. Alice levantou-se o mais rápido que pôde e foi em direção aos aposentos do príncipe levando a espada consigo.


 


A cada passo que a aproximava do quarto do príncipe sabia que as chances de encontrá-lo ali diminuíam, mas tinha que fazê-lo. Havia prometido a condessa e agora que Régulos estava morto, o príncipe tinha que ser encontrado o mais rápido possível.


 


Entrou no quarto sem nenhuma cerimônia, tinha certeza que não o encontraria lá. Ela estava certa. O quarto encontrava-se na mais absoluta escuridão e o silêncio era quebrado apenas pelo crepitar das chamas na lareira. Respirou fundo. Ao menos não havia sinal de luta ali. Olhou rapidamente o quarto sem saber ao certo o que fazer, quando a viu na cama.


 


Uma carta entreaberta que parecia não ter muita importância. Alice a encarou, algo lhe disse para dar uma olhada nela. Com mais medo do que curiosiade a pegou e leu as primeiras palavras.


 


Querida Dorcas


 


Aquilo lhe era suficiente. A carta  estava endereçada à condessa e nas mãos dela seria entregue. Com a espada do príncipe Sirius em uma mão e a carta endereçada à sua senhora na outra, Alice correu em direção à manhã, que pela primeira vez naquele reino, não traria o alento em seus récem-nascidos raios de Sol.


 [N/A: Remus é um menino muito mal! Gostei de escrever um pouco sobre a Alice... E sobre a Dorcas tb, ela ainda vai surpreender bastante... Por enquanto é isso, bjuxxx e comente!]

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