Capitulo II.



Capitulo II.
Defying death!


Primeiro dia!


 




Este seria um dia chuvoso, eu podia sentir no ar. Assim que acordei e me levantei, respirei fundo eu senti aquele cheirinho de quem vem chuva por aí. Não precisava dos meus dons para saber do fato, eu podia facilmente sentir isso. A noite havia sido conturbada, eu sonhara com Remus. E no sonho eu descobria alguma forma de salva-lo, eu precisava descobrir como.


Fui tomar um chá na cozinha do loft que divido com mamãe, ela já estava de pé. As louças se lavavam sozinhas, os pratos limpos se secavam instantaneamente e voavam para o armário e se organizavam, a faca cortava quadrados cuidadosamente e a chaleira já estava no fogo fervendo a água. Enquanto tudo acontecia mamãe lia seu livro de banca sentada num banco de três pernas diante ao balcão que separava a cozinha da sala e comandava toda a agitação da cozinha com acenos de mão. Ela era o regente da orquestra.


- Bom dia, mãe. Dormiu bem?


- Nada bem querida, sonhei com você a noite toda. Coisas horríveis, que você desviava de caminhões vermelhos, que corria da chuva, andava em carrosséis. Muito estranho...


Ela abaixou o livro, marcou com o dedo e olhou pra mim preocupada. Seu cabelo branco estava bagunçado, seus olhos estavam diferentes, azuis, mas não como o dia e sim como a noite, estava pálida e tinha olheiras profundas.


- Você deve ter ficado impressionada com o caminhão de ontem, deve ter sido isso!


- Não, não é isso Dorcas. Eu sinto que alguma coisa vai acontecer com você e não é nada bom, de imediato você achará que está fazendo a coisa certa, mas no final de tudo não vai ser tão certo assim. Você vai sofrer e vai brincar com entidades mais poderosas que você e sabe como isso é perigoso, você não deve desafiá-las, muito menos afrontá-las querendo que façam a sua vontade.


- Eu não vou fazer nada disso.


Peguei a chaleira e tirei-a do fogo, olhei para a chama e ela se apagou. Despejei a água numa xícara bem grande que já tinha surgido sobre a mesa, assim que o liquido foi despejado totalmente soprei-o. A água se tornou chá de camomila e a temperatura se igualou com a que eu queria.


- Pensa bem, você ficou impressionada com aquele médico. Você teve um impriting, querida. E isso não é brincadeira, eu senti que você estava diferente quando voltou da sala dele. Um acordo mágico como esse não é brincadeira, você sentirá isso pelo resto de sua vida, é inevitável.


Chacoalhei a cabeça insistentemente, disse não, falei que não era possível. Mamãe sorriu e voltou para o seu livro. Deixou-me pensando. Não podia ter acontecido algo desse feitio, não com alguém que está condenado a morrer em quatro dias. Depois de sua morte eu sofreria por todo o resto de minha vida, sem conseguir ser feliz, sem conseguir me apaixonar.


Impriting é quando alguém encontra o seu verdadeiro amor. O destino sabe de tudo, é uma das entidades mais poderosas que existem. Cada pessoa foi feita para uma pessoa, por algum motivo, ou simplesmente por bel prazer do destino. Quando se encontra com a pessoa sente-se apaixonada no mesmo instante. Eu sentira algo diferente por Remus, mas definitivamente não era amor, estava mais próxima de misericórdia, pena. Se eu tivesse tido um impriting eu saberia, não saberia? Não faz sentido!


Subi as escadas e voltei para meu quarto. Ele era amplo, ligado a um banheirinho charmoso e equipado com tudo o que eu precisava. Meu quarto tinha as paredes rosa claro (isso pode não ser muito legal pra alguém com 25 anos, mas e daí?), uma cama de casal no meio de tudo, um espelho maior que eu, meu guarda-roupa, minha estante de livro e perto da janela um tapete onde eu podia meditar.


A xícara se esvaziou mais rápido do que eu esperava, olhei para ela decepcionada. Rodei-a na mão e ela sumiu. Voltei-me para o espelho e fiquei me admirando, pensando se eu era suficiente para Remus. Estava com um pijama curto amarelo quase creme, deixava as minhas pernas a mostra, e o decote era bem generoso também.


Analisei-me, no fim decidi que eu não era muito feia. Eu tinha os cabelos negros que batiam no ombro, hora eram lisos, hora anelados e também hora eram cacheados nas pontas. Meus olhos eram azuis bem profundos, e minha parte favorita no corpo todo. A boca era bem vermelha e muito bem delineada, os dentes brancos e todos nos seus devidos lugares. Eu era branca, talvez mais do que o normal e minha bochecha era bem rosadinha. Não tinha seios muito grandes os achavam na medida exata. Minha cintura era fininha e meu quadril não muito largo, tinha um bumbum mais arrebitado do que achava.


Talvez eu fosse suficiente.


Recorri até minha bolsa que estava jogado sobre a cama, dentro achei meu celular. Abri-o e deixei que meus dedos me guiassem, fechei os olhos e apertei os botões que achava que devia. Começou a chamar e fiquei esperando que atendesse.


- Alô?


- Alô, quem está falando?


- Remus Lupin, certo? – Perguntei sem jeito. A voz confirmou. – Quem está falando é Dorcas Meadowes, sua paciente de ontem, se lembra? Eu posso ir até seu consultório hoje, eu preciso muito falar com você!


- Aconteceu alguma coisa? Está sentindo dores de cabeça, tonturas?


- Não, não é nada disso. É você que está precisando de ajuda!


Ele riu. Sua risada era grave, agradável e me fez ficar vermelha (eu não sabia por que). Sorri para mim mesma, pois enquanto falava tinha me virado de novo para o espelho.


- Minha cabeça já melhorou, cheguei em casa e tomei um analgésico e passou rapidinho.


- Não seu bobo. Você não precisa de ajuda médica, você precisa de ajuda espiritual. Você precisa viver e deixar que a morte trabalhe um pouco, você não vai poder salvar todo mundo. Você será só meu e eu não aceito um não como resposta!


Ele começou a gaguejar e antes que pudesse reclamar, dizer que não podia, eu desliguei o telefone. Eu o ajudaria com ele querendo ou não. Seus últimos dias seriam especiais!


 


Coloquei uma blusinha azul clara de botões, um shortinho preto curto por cima de uma meia-calça preta que cobria todas as minhas pernas e me esquentaria nesse dia chuvoso. Saindo de casa fiz um guarda-chuva surgir, pois já começava a pingar, com o cheiro que estava e conhecendo as nuvens melhor do que ninguém eu sabia que em quinze minutos estaria caindo o céu. A chuva não duraria a tarde toda, porém seria intensa.


Assim que consegui um táxi mandei-o ir em direção ao hospital. Como eu tinha previsto estava chovendo bem forte quando chegamos ao hospital. Paguei o taxista e entrei no lugar correndo, estava cheio de gente. Mesmo assim eu não me importava, tinham mais médicos de plantão, além do quê nenhuma daquelas pessoas me pareceu que morreria em cinco dias. Remus iria.


Entrei na sua sala, ele devia estar entre um paciente e outro, pois estava sentado em sua mesa analisando alguns exames. Surpreendeu-se a me ver sentada diante dele com um sorriso maroto e um olhar sonhador. Mesmo no segundo dia que o via eu ainda me pegava pensando em como ele era bonito.


- Bom dia Doutor.


Abri meu sorriso ainda mais. Ele não resistiu e sorriu meio sem jeito.


- Espero que já esteja pronto para sair comigo!


Ele riu de um jeito sarcástico, frio e sem vida. Aquilo me deu um arrepio e me fez amarrar a cara. Ele era muito sério e eu não gostava daquilo, nadinha!


- Dorcas eu não posso sair agora, não com essa quantidade de pacientes ali fora. Hoje eu tenho um tanto de consultas marcadas...


Bati uma palma. O som foi forte, ríspido e o fez se calar. Um pouco de pó saiu das minhas mãos, um pó que brilhava com a luz e deixou Remus interessado. Eu estava cansada dele me falando sobre suas coisas sérias, chatas e sem graça.


- Pronto, todas suas consultas para hoje e pros próximos cinco dias foram remarcadas para, hum... Nunca mais! – Na verdade, elas haviam sido desmarcadas, eu remarcaria pra quê se ele iria morrer?


- Como assim?


- Simples, foram todas marcadas para uma próxima vida. Você precisa de uma folga e contando com hoje, nos próximos quatro dias você será só meu.


Eu era simplória, não daria chances para ele recusar. Poxa, eu estava fazendo um favor a Remus e ele tentaria desmarcar? Não mesmo!


Levantei-me e comecei a andar em círculos. Pessoas cinza, como ele, sempre queriam uma explicação pra tudo um motivo de tudo acontecer. Por que não podiam simplesmente deixar que elas acontecessem, é tão mais simples, como mágica. Eu não podia dizer a ele que o motivo dele ter um folguinha pelos próximos quatro dias era por que morreria logo em seguida, não podia, ele provavelmente me chamaria de maluca e mandaria para o lugar onde pessoas cinza colocam os loucos. Como se chama mesmo?


- Dorcas eu não posso sair hoje.


- Você pode, já disse todas as suas consultas de hoje foram remarcadas. Seus pacientes dali de foram estão longe de morrer, a mais velha ali vai morrer só daqui três anos, sete meses, dez dias e duas horas. Então por que não se dar uma folga? A vida é curta, você tem que aproveitar!


- Eu sou...


- Calado!


Eu havia sido ríspida, e odiava ter que ser.  Minha nossa eu ainda perderia a paciência com Remus varias vezes. Ele tinha uma falha de caráter, não deixar as coisas acontecerem e não acreditar, é claro!


- Minha nossa, já percebeu como você é chato? Como tem medo de viver? Você se esconde da vida. Estuda o tempo todo, trabalha o tempo todo, é frio o tempo todo, sorri falsamente, nunca de verdade. Você é desprezível. Pensa que a vida é como um interruptor de luz, que pode ser acesa ou apagada. Pois não é! Sua vida está toda empoeirada escondida dentro da sua estupidez!


Ele me olhou boquiaberto.


- Agora levante!


Ele se levantou de um pulo derrubando a cadeira. Fiz um gesto com a mão e ela se ergueu. Ele vestiu um casaco, pois estava chovendo e me olhou meio bobo. Assim que ele parou diante de mim eu tirei do bolso pequeno e conhecido instrumento. Era parecido com um isqueiro, só que de longe tinha as mesmas funções. Peguei a mão dele e ignorei o ruído que me dizia: 4 dias. Olhei nos seus olhos castanhos e sorri.


- Preparado? – Perguntei.


- Pra quê, ver você acender um isqueiro?


Revirei os olhos. Ele chegava a ser engraçadinho com seu bloqueio.


Apertei o botão que fazia a engenhoca funcionar. Fomos sugados rapidamente por ela. Dentro dali tudo era confuso. Rodopiávamos rapidamente e Remus gritava muito. O vento zunia passando por nós. Vi todas as paisagens passando rapidamente e puxando-o com força nos puxei para um campo bonito de flores de vários tipos, o céu azul.


Assim que pousamos ali tudo aos poucos parou de rodopiar. O instrumento parou de funcionar. Alguns segundos depois Remus soltou minha mão, virou para o lado e vomitou. Sorri para ele de forma acolhedora, na minha primeira vez eu também vomitara.


- Onde estamos? – Ele perguntou assim que terminara, parara de se apoiar nos joelhos. Sua voz estava fraca.


- Num dos campos de flores na Holanda.


Ele arregalou os olhos e começou a rir de forma insana. De certo seu bloqueio já devia estar agindo sobre ele.


Comecei a andar envolta das flores amarelas, logo cheguei às hortênsias brancas e depois as tulipas vermelhas, ali Remus me alcançou.


- Pra que você me trouxe aqui? – Sua voz tinha voltado ao normal.


Virei pra ele e disse simplória:


- Pra você ver.


- Ver o quê?


- A magia – minha voz estava excitada. – Não tem forma melhor de se ver a mágica que não pelas flores. Elas são a prova viva de tudo o que é mágico na natureza. Como elas conseguem ser tão bonitas? Como obtém energia pelo Sol? Tudo nelas é mágico, é belo, fascinante!


- Fotossíntese.


- Francamente...


Ele me decepcionava, tinha o dom de não querer enxergar. Ele queria continuar cego e seguir piamente sua crença na ciência.


Pensei num banquinho branco de madeira, daqueles que se encontram em praças simpáticas do sul da Itália. Logo várias tulipas vermelhas começaram a se aprumar e então a se ajuntar abrindo um pequeno buraco entre elas, ali cresceu uma grama verde e bela, macia se pisada e então o banco surgiu. Assim que se tornou sólido sentei e olhei para Remus convidando-o.


Ele sentou-se ao meu lado impressionado, os olhos arregalados.


- Como isso aconteceu?


- Magia, Remus, magia!


Ele riu sarcástica e friamente.


- Você é meio estranha, você acredita mesmo em magia? Magia não existe, você devia saber disso!


Uma flor próxima de nós, uma que eu havia considerado especialmente bela. Foi murchando, ficando cinza e logo foi se decompondo em pó e levada pelo vento. Remus olhou surpreso para ela, sem entender o que acontecera.


- Cada vez que alguém diz que não acredita na magia uma flor morre. Por que elas se tornam dispensáveis, já que mais alguém põe em duvida sua existência, a magia que existe dentro delas. É muito triste Remus, você não acha?


- Você ainda acredita nessa história?


Meu coração começou a bater rápido demais, forte demais. Estava ensandecido, com raiva de Remus. E ao mesmo tempo com pena dele. O céu rapidamente escureceu e um raio iluminou-o seguido de um trovão estrondoso. Remus olhou para o céu preocupado.


- Vai chover!


- É claro que vai, com você me deixando com raiva assim vai chover onde quer que a gente vá!


- O que eu fiz?


- Você fechou seus olhos!


- Mas eles estão abertos...


- Não assim! Você fechou os olhos, Remus, pro encanto, pra imaginação. Você não quer enxergar, não quer se deixar tocar por ela. Quando você se sentir livre de preocupações, da ciência que tanto o incapacita você será capaz de ver assim como eu, fazer coisas que eu faço!


- Eu não entendo.


Algumas gotas começaram a cair em nossas cabeças, ombros e braços. Eram grandes e carregadas de sentimento. Minha raiva, a tristeza pelas flores que morriam mais distantes de nós, por Remus ter que morrer e por ele ser tão cego.


- Você consegue ouvir, Remus? Você consegue sentir?


Fechei meus olhos e me concentrei em ouvir e sentir.


- O quê?


- O que as flores dizem, escute seu sussurro ao vento, é só quando venta que elas podem falar. Escute!


Abri os olhos e vi que ele tinha fechado e sorria ouvindo os sons que o vento fazia nas flores, ou suas vozes.


- Lembre-se de quando era pequeno, deixe a imaginação te levar, a deixe fluir pelo seu corpo e você escutará! O que elas estão dizendo Remus? Você está ouvindo?


Ele começou a rir gostosamente, como uma criança faz ao ver algo engraçado. Bateu palmas alegre, encantado. Eu o acompanhei, rindo por fora e por dentro, meu coração aos pulos de alegria. Ele finalmente estava ouvindo.


- O que elas estão te dizendo?


- Elas estão dizendo pra eu acreditar, Dorcas. Elas dizem claramente; Acredite!


- E o que você vai fazer?


- Não sei, o que eu vou fazer?


Abrimos os olhos e ele me perguntou interessado.


- O que você vai fazer?


- Acreditar?


- Isso mesmo!


Fechei meus olhos novamente ouvindo o que elas me diziam. Aquilo me deixava contente, pois elas sussurravam delicadamente para mim: salve-o. Meu coração pulava aos solavancos sem conseguir acreditar. Flores eram ótimas conselheiras, sabiam tudo o que se passava conosco e sempre diziam as coisas mais sábias.


Senti as gotas frias e cada vez mais freqüentes pousarem no meu corpo. A chuva começava a ficar mais forte, agora que começara não pararia por eu estar feliz com Remus. Ela desceria, aliviaria o meu peito das minhas mágoas. Em alguns minutos nossos corpos ficaram embarcados, mas o frio proporcionado pelas gotas era só momentâneo, assim que escorriam por nossos corpos elas não nos deixavam com frio mais. Era só para nos fazer ficar sensibilizados.


- O que você sente Remus?


- As gotas da chuva.


- Mas e, além disso, o que você sente?


- Sei lá, é meio como se eu tivesse com raiva, entristecido. Eu não sei por que, mas cada gota que pinga em mim me faz sentir isso por um segundo e para, só até a próxima gota cair em mim e repetir o processo.


Sorri satisfeita, ele estava entendendo.


Levantei-me e fui até uma poça que se formara na grama diante de nós. Pulei sobre ela espirrando água nas flores ao lado. Chutei água nele rindo, feito criança. E me lembrei, de fato, dos tempos em que brincava na chuva, sem preocupações, sem problemas.


Remus se levantou rindo e sorrindo, começou a pular na poça, a chutar água em mim. Sorri pra ele. Dei um tapinha no seu ombro e sai correndo pelas flores. Elas abriam passagem para mim e logo em seguida fechavam o caminho. Parei quando cheguei às rosas brancas.


Cada gota que pingava nelas as fazia ficar acinzentadas. Elas estavam manchadas, o cinza tampava sua beleza. Então eu entendi tudo. As rosas brancas eram a pureza de espírito, a calma, a paz. Com os meus sentimentos ruins, minhas frustrações eu perturbei a ordem natural e as manchei. Elas antes eram puras e com os meus sentimentos se tornaram sujas.


- O que aconteceu com essas rosas?


- A chuva as manchou. Eu causei isso a elas. Pois com minhas decepções eu manchei a pureza e a tranqüilidade delas. Isso é terrível!


- Não foi você, a culpa não é sua culpa.


E quando meu coração começou a bater mais forte, a chuva começou a cair mais pesada e a manchar ainda mais as rosas. Não tinha tempo de explicar, depois que elas ficassem completamente cinzas, dificilmente voltariam ao normal. Assim como Remus.


Ergui os olhos e olhei para as gotas que caiam. Tentei limpar todo o meu peito de qualquer sentimento, pois se eu pensasse nos meus sentimentos por Remus as rosas ficariam vermelhas, eu tinha que estar com o espírito limpo de qualquer sentimento. Abri as mãos e no instante seguinte as gotas pararam de cair e as que haviam caído se espalharam pelo ar.


Remus olhou tudo aquilo boquiaberto.


- Como você fez isso?


- Quem disse que a chuva tem que cair Remus? Quem disse que tem que ser assim? A chuva pode ser como nós quisermos, ela não é algo que siga regras. A água faz o que deseja, só aceita ordens, como de parar de cair e flutuar, quando julga necessário. Ela percebeu que estava manchando as flores com seus sentimentos e viu que tinha que parar, com o meu pedido ela se convenceu.


Ele riu, não acreditando.


- Eu não consigo entender por que você não acredita Remus. Você está vendo, a água parou, saiu das Flores para não manchá-las. Mas mesmo assim você teima em não querer acreditar. É tão difícil assim pra você?


- Tudo isso aqui é impossível!


- Impossível por quê? Tudo está acontecendo de verdade Remus, basta você acreditar. Lembra do que as flores disseram pra você? Acredite nelas, acredite em tudo o que você está vendo!


- Eu não consigo!


- POR QUÊ?


- Eu não sei Dorcas. Só não da pra acreditar, é tudo tão inexplicável.


Olhei pra ele tristemente.


- Remus a beleza das flores vem justamente do inexplicável. Você não precisa de uma explicação cientifica para ver como elas são bonitas, os humanos que são burros e precisam de tudo explicado passo a passo para que possam “ver”. Isso é tão injusto com ela. Basta só acreditar...


- Essa chuva é impossível de parar no ar.


Remus tocou em uma gota, a empurrou cuidadosamente. Ela atravessou alguns centímetros no ar bruxuleante e bateu em outra se unindo a ela.


- Não é impossível, aconteceu, você está vendo. Só que é algo sem explicação cientifica. É bonito, Remus, por simplesmente estar acontecendo. Você não precisa de uma explicação para vê-la, ou senti-la. É igual ao amor, ele é bonito por ser inexplicável. Quando acontece a única coisa que se tem a fazer é senti-lo, nada mais que isso. Por isso que digo, não precisa entender para se sentir. Não precisa...


Remus já havia se fechado para a magia. Olhou-me sério, entristecido. E me disse friamente.


- Só me leva pra casa Dorcas, não me importo com onde estamos e nem o que essa maquininha sua faz. Só quero ir pra casa... Eu nem devia ter vindo.


- Tudo bem Remus, eu te levo pra casa.


Meu coração batia entristecido. O Sol surgiu pelas nuvens e fez numa questão de segundos a água sumir. Antes de irmos embora, peguei duas rosas, as únicas manchadas que sobraram. Elas me pareciam belas mesmo assim e me serviriam de lembrança daquele dia, para que eu sempre lembrasse até que ponto uma pessoa podia ficar cega e parar de querer acreditar.


Remus estava cego, mutilado brutalmente. Seria difícil fazê-lo se curar, mas eu não desistiria. Ele me deu a mão e eu apertei o dispositivo para que nos levasse de volta a Los Angeles.



n/b: Remus babaca ‘-‘ UASHAUHSUAHS, sério, babaca, babaca, BABACA! Enfim, tirando esse pequeno detalhe, eu adorei o capítulo artie *-* ficou fenomenal, mesmo que eu não goste de flores, eca q. Quero o próximo URGENTE!
Beijos, Vanessa :*


N/A: Hey gente! Vim postar, hoje eu postei em todas as minhas fics e até coloquei uma capa nova nessa daqui, ééé... Uma capa minha, eu sei que ela é feia e que a da gih é bem mais bonita, porém eu queria por uma minha. HAHUAHUHUA. O capitulo ficou maior do que eu imaginava e vou entender se vocês ficarem entediados no meio dele. Ah, essa fic vai ser bem diferente do que eu costumo fazer, por que estou deixando minha imaginação livre pra voar e_e. E eu realmente espero que gostem! Beijos.

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