Insanidade



Capítulo 10


 Insanidade


Em uma coisa eu sabia estar completamente certa: eu havia enlouquecido. Não tinha como discutir. Com certeza, minha cabeça se chocara com algo sem eu notar. Afinal, nada, absolutamente nada, poderia justificar o que eu havia feito àquela tarde que me forçara refugiar-me em meu quarto, sem coragem de encarar qualquer pessoa.


Eu havia sido beijada. E retribuíra.


Fechei os olhos mais uma vez, angustiada, tentando entender por qual motivo insano eu não empurrara Sirius Black para longe de mim.


Quando ele agarrou-me pelos ombros e encostou seus lábios nos meus, arregalei meus olhos, pega de surpresa. Na verdade eu tentei empurrá-lo, porém o infeliz havia me abraçado e colocado sua mão em minha nuca, impedindo qualquer afastamento. E quando percebi que ele não apenas pressionara seus lábios nos meus, mas realmente me beijava – do jeito que a situação permitia, obviamente –, senti que algo em mim começava a quebrar minha resistência.


Meu empurrão tornou-se débil, meus olhos se fecharam e peguei-me a desfrutar de seu beijo. De seus lábios macios e quentes. De suas mãos pressionando minha cintura e nuca. E então retribuí. Minhas mãos ainda se encontravam em punho em seu peito, como se quisessem reagir racionalmente, esmurrar aquele arrogante que ousara me beijar mais uma vez. No entanto meus lábios não agiam com razão; beijavam Sirius Black de volta, mesmo que lentamente, como seu eu estivesse beijando um garoto pela primeira vez.


Então, tudo aconteceu rápido demais.


No momento em que ouvi Sirius Black sussurrar meu nome contra minha boca, minha razão voltou. Contudo, Paul também se aproximara para averiguar minha demora, e tão logo eu abria os olhos e olhava Black horrorizada pelo que eu havia feito, meu namorado também falou meu nome de maneira irritada, quase um grito.


Empurrei Black rapidamente e fui até Paul, que me olhava com raiva. Sem sequer me dar ouvidos, ele virou as costas e foi embora. Eu fui atrás dele, porém não o alcancei. E agora, em meu quarto, acho que foi até melhor Paul e eu não conversarmos. Eu não saberia o que dizer. Como eu poderia explicar que beijara Sirius Black? Mesmo que ele tivesse me agarrado primeiramente, eu retribuíra o beijo.


Joguei minha cabeça para trás, sentindo-a bater dolorosamente contra a parede. Abri os olhos e encarei o dossel da minha cama. Suspirei e fechei meus olhos, mas logo eu me via beijando Sirius Black, como um dèjá vu, o que me fez cair com um gemido por sobre meu travesseiro. Decidi dormir, mas até mesmo a respiração de minhas colegas de quarto me incomodava, e quando alcancei o sono, fui atormentada durante a noite por pesadelos com o que acontecera.


No dia seguinte, eu tinha certeza que Paul estaria me esperando no salão comunal, a fim de conversarmos, e não errei. Ele havia sentado em uma poltrona que o deixava de frente para o corredor que levava ao dormitório feminino. Respirei fundo, tentando colocar minha cabeça em ordem a fim de me desculpar, porém sem dizer exatamente a palavra “desculpas”. Afinal, eu não fizera nada errado. Eu havia sido agarrada e... Ah, droga! Eu estava mesmo maluca!


— Oi — falei, dando um meio sorriso, sem graça.


— O que foi aquilo, Ariadne?


— Nada — dei de ombros.


— Não me pareceu “nada”. Você estava beijando Sirius Black.


Olhei em volta, preocupada que alguém pudesse ter ouvido. Pelo visto, todos estavam preocupados com outros assuntos, o que me deixou mais aliviada.


— Ele me agarrou.


Paul riu, sarcástico.


— Você não parecia estar tentando se livrar dele.


— Paul, você sabe que eu não suporto aquele imbecil!


— E você demonstrou isso muito bem.


— OK, o que você quer que eu diga? — aborreci-me.


— Você sabe o que. Eu não vou ficar te perguntando feito um idiota. Só quero que me responda.


— Você sabe como eu não suporto o Black, mas ele é mais forte do que eu! Eu tentei me soltar, porém só consegui quando você já estava lá! — A resposta de Paul foi apenas um erguer de sobrancelhas cínico. Aquilo me irritou. — Eu não vou discutir isso.


Saí do salão comunal rapidamente. No entanto, antes que eu chegasse ao salão principal, Paul me alcançou, parando à minha frente.


— Eu só quero entender — ele falou antes que eu fizesse qualquer coisa — por que raios ele te agarrou!


— Porque ele é um idiota! — falei obviamente. Respirei fundo, me acalmando. — Eu não sei por que ele fez isso, Paul. E na verdade, nem quero saber.


— Certo. Ahm... Vamos tomar café? Acho que já estamos atrasados.


— Vamos.


Paul segurou minha mão e fomos juntos para o salão principal.


Eu sabia que isso era o certo a fazer: segurar a mão de Paul, namorá-lo, tentar gostar dele como era devido. Contudo, essa situação estava se tornando cada vez mais difícil. E ele notou que meus olhos buscaram por Sirius Black assim que entramos no salão principal. Vê-lo feliz, rindo com os amigos, me irritou. Com certeza ele tinha contado o que havia acontecido, e talvez até aumentado alguma coisa. Minha vontade era ir até lá e lançar-lhe uma azaração.


— Eu já volto.


Olhei para Paul, enquanto sentava no banco, afastar-se de mim.


— Aonde ele vai? — Louise, que estava ao meu lado, perguntou.


— Não faço ideia. Ah, não — completei em um gemido. Paul estava se aproximando da mesa da Gryffindor. — Eu vou lá.


A passos rápidos, cheguei até Paul e Black – que se levantara.


— ...e se isso se repetir, Black, eu não serei tão educado quanto agora — Paul concluiu irritado o que quer que estivesse falando.


— Desde que Ariadne não queira, não vai se repetir — Black retorquiu, sorrindo.


— E como ela vai se defender, se você a agarra como um trasgo?


Mostrando surpresa, porém ainda sorrindo, Black olhou para mim.


— Quer dizer que eu te agarrei como um trasgo, Ariadne?


— Você me agarrou, Black, sabe disso — falei entre os dentes e o mais baixo que pude; não queria espalhar aos quatro ventos que havia sido beijada por Sirius Black.


Ele cruzou os braços e continuou me encarando, sorrindo.


— Verdade. Agora estou me lembrando. Eu te agarrei. O que quer que eu faça? Peça desculpas?


— Obviamente — falou Paul.


Black olhou para Paul por alguns e depois me encarou.


— Peço desculpas, Ariadne, por ter te beijado quando você não quis.


Paul pareceu satisfeito e logo me puxava dali. Entretanto, eu havia entendido muito bem as palavras de Black, sua insinuação velada sobre eu ter correspondido ao beijo.


 


~*~*~*~*~


 


— Em quê você está pensando?


— O quê? — virei-me para Louise.


— Você está preocupada com algo ou...


A hesitação de minha amiga foi o bastante para eu sentir minhas bochechas esquentarem-se. Louise sentou-se ao meu lado na cama e perguntou:


— Estou preocupada com você. Faz dias que está aérea o tempo todo. Aconteceu alguma coisa?


— Não, o que poderia ter acontecido? — Levantei-me e fui até o espelho, verificando meu cabelo desnecessariamente.


— Me diz você, Ari. Vai me dizer que está pensando em Paul?


— Isso. Eu não queria falar nada antes, pois você me conhece, Louise. Mas acho que estou me apaixonando pelo Paul.


Louise me encarou com as sobrancelhas erguidas. Minha amiga não me conhecia muito bem, e eu sabia mentir-lhe perfeitamente quando queria. No entanto, qualquer um poderia ter percebido o leve desespero que ocupou minha voz.


— Eu te conheço, Ari. Você gosta do Paul, mas não sente paixão por ele. Na verdade, já que tocou no assunto, eu acho que vocês deveriam terminar.


— Pois eu não acho. Estou muito feliz com o Paul, obrigada.


— Percebo pelo animado tom da sua voz.


— Louise, por favor. Você sabe que eu não gosto quando os outros cuidam da minha vida.


— Pois eu acho que, como seu sua amiga e gosto de você, estou na obrigação de cuidar da sua vida quando você não sabe o que fazer.


— E quem disse que eu não sei o que fazer?!


— OK, você não me contou, mas eu sei que você e Sirius Black se beijaram. E está na cara que você só pensa nesse beijo.


— O q... — engasguei. — Do que você está falando?


— Você acha que depois de Paul ir pedir satisfações ao Black, ninguém ficaria sabendo de nada? Foi em pleno café da manhã, Ari, por favor. — Louise rolou os olhos. — E me magoa você não ter me dito nada.


— Certo, e daí? O imbecil me agarrou. Tentei empurrá-lo, mas não consegui.


— E agora está toda aérea, pensando naquele beijo.


— Eu não estou pensando em nada, Louise — retruquei, mais agressiva do que era normal.


— Ari, qual é? Eu te conheço há anos! E você nunca, nunca, ficou aérea desse jeito. É óbvio que você gostou do que aconteceu.


— Escute aqui, Louise: se você quiser continuar minha amiga, acho bom não ficar falando disso pra mim. O Black me agarrou. Ele foi um imbecil e se aproveitou por ser mais forte do que eu. Eu não queria aquele beijo. Eu não gostei daquele beijo. E eu não penso naquele beijo.


Peguei minha varinha em cima da cama e fui até a porta do quarto. Antes de fechá-la atrás de mim, olhei novamente para Louise, que ainda estava estupefata pela minha reação.


— E eu quero que Sirius Black vá para o inferno!


Quando passei pelo salão comunal, só notei que Paul me chamava quando estava prestes a sair.


— Posso saber quem está prestes a morrer?


— Que eu saiba, ninguém — respondi com azedume.


— OK, vou deixar você ir fazer sua ronda — Paul disse devagar e defensivamente. — Só tire essa ruguinha entre os olhos, sim?


Ele se abaixou para me dar um beijo. Sem perceber, desviei o rosto minimamente.


— Que foi? Não posso te beijar, agora?


— Desculpe, Paul, eu não estou com cabeça e...


— Por que você não se desviou quando o Black te agarrou?


Meu queixo caiu.


— Como assim? Ele me pegou de surpresa, Paul, eu te disse!


— Você também não esperava que eu te beijasse agora.


— Claro que esperava, você é meu namorado, esqueceu!


— Não, Ariadne, assim como você não esqueceu o que aconteceu naquela biblioteca.


— Ah, pelo amor de Deus! Você também não — irritei-me. — Não me venha com isso de novo!


Intencionei sair dali, fazer a minha ronda como monitora, mas Paul segurou-me pelo braço.


— De novo sim. — Ele estava firme. — Faz duas semanas que você tem estado distraída demais, pensando demais. E tenho certeza que as provas finais não têm nada a ver com isso.


— É mesmo? — falei com ironia. — E o que você acha que pode ser?


— Você sabe o que eu acho, pois não é burra.


— Não, Paul, eu não sou burra — falei entre os dentes. — E quer fazer o favor de me soltar, por favor?


Ele me soltou, contudo não me deixou sair dali.


— Eu realmente quis evitar isso, Ariadne, mas não dá mais. Você tem estado muito distraída depois que o Black te beijou. Tem se afastado de mim, se esquiva de meus abraços e dos meus beijos. Não faz questão alguma de ficarmos sozinhos. Quantas vezes nos beijamos, hoje?


— E você acha que eu conto...?


— Uma vez, Ariadne. Quando nos vimos, de manhã. E foi um beijo no rosto.


— Isso não quer dizer nada, Paul.


— Quer dizer tudo. Eu gosto de você, mas gosto mais de mim. E não quero que minha namorada fique pensando em um cara que ela diz que não suporta, ou fica olhando quando ele passa. Pois eu não sou burro ou cego, Ariadne, caso você ache isso. Portanto, ou você fica comigo, ou com suas fantasias.


— Você está terminando comigo? — perguntei estupefata.


— Não, estou te dando duas opções.


— E eu vou te falar apenas uma coisa, e que você já entenda como resposta — falei irritada. — Eu não gosto que as pessoas me pressionem.


Empurrei o braço de Paul, que estava em meu caminho, e comecei a andar, pisando duro. Antes de virar o corredor, ainda o ouvi gritar, irritado:


— Então que você seja feliz com suas fantasias, Lakerdos.


Por mais que eu soubesse que meu namoro com Paul nunca daria certo, que eu não conseguiria gostar dele como devia, terminar com ele não me agradou. Porém, enquanto caminhava pelos corredores de Hogwarts, sem realmente querer encontrar qualquer aluno fora da cama, o desagrado deu lugar ao alívio. Eu sabia que assim seria melhor, Paul poderia encontrar outra garota, alguém que gostasse dele de verdade.


Suspirei, sentindo-me tranquila. E foi por eu ter fechado meus olhos enquanto suspirava que, ao virar o corredor, não vi que tinha uma pessoa parada, me esperando. O choque com um corpo me fez abrir os olhos, e quando vi quem estava à minha frente quase gritei de frustração.


— Ah, não! Você de novo, não!


— Por que tão tensa, Ariadne?


— Por quê? Você me pergunta por que estou tensa, Black? Oras, vá para o inferno!


— Eu vou todo verão. — Ele sorriu, andando de costas para ficar de frente para mim.


— Você é um imbecil, sabia?


— Algumas pessoas já me disseram isso, mas não sei de onde tiram tal possibilidade.


— De você. Você age como um imbecil, portanto é um imbecil. E saia da minha frente!


— Por quê? Atrapalho você andar?


— Atrapalha a minha visão e me causa náuseas.


— Você não parecia sentir náuseas na biblioteca.


Eu estaquei, e o sorriso triunfante que havia naquele rosto me acendeu uma imensa vontade de estapeá-lo.


— Por sua culpa, Black — falei, enfiando meu dedo em seu peito dolorosamente —, Paul terminou nosso namoro.


— Minha culpa? E isso doeu, sabia? — ele apontou o próprio peito. Não dei a mínima para isso.


— Sim, sua culpa. Fica agarrando namorada alheia a bel prazer, como se tivesse tal direito!


— Na primeira vez que te beijei, você não era namorada dele.


— Que seja! Não faz diferença! O que interessa é que você me agarrou, e acabou com meu namoro por causa disso!


— Não venha colocar em mim a culpa do seu relacionamento falido.


Olhei-o estupefata.


— Relacionamento falido? Que raios você sabe de meu namoro, Black? Nada!


— O que eu sei é que, se você gostasse do seu namoradinho, não teria retribuído meu beijo.


Abri a boca para responder-lhe à altura, porém não encontrei nenhuma palavra. E ficar sem resposta era pior do que ser afrontada.


— Eu não retribuí — falei entre os dentes, sabendo que soava infantilmente.


— Certo, e eu acredito em Papai Noel.


Olhei-o com toda a raiva que sentia naquele momento e fiquei feliz ao ver seu sorriso vacilar. Por mais que eu dissesse com toda convicção a Louise e Paul que aquele beijo não fizera nada comigo, minha mente se recusava a apagar o que ocorrera naquela biblioteca.


— O que você está fazendo fora de seu salão comunal a essa hora, Black? Está a fim de uma detenção?


— Pode ser...


— Você é maluco.


— Eu não sou maluco. Mas posso dizer que estou.


— Dá no mesmo. Venha comigo.


— E posso saber aonde vamos?


— Até a Profa. McGonagall. Você não pode estar fora da cama a essa hora.


Mudar de assunto poderia ser uma tática interessante para minha mente: trata-lo como um qualquer.


— Mas eu tenho um propósito.


— Eu não ligo para seus propósitos.


— Pois deveria.


— Não, pois não me interessa.


— Muito pelo contrário. Te interessa inteiramente, Ariadne. Além disso, você sabe que tem uma grande chance de você inspecionar minha detenção, caso o Filch ou qualquer um esteja ocupado?


Parei de andar e suspirei, encarando-o em seguida.


— Eu não estou a fim de passar tempo algum com você, Black, então desembucha.


— Tem medo de ficar sozinha comigo?


— Na verdade, estou prestes a sair correndo e gritando por socorro.


Ele riu.


— Sabia que eu acho seu sarcasmo divertido? Na verdade, você me lembra a mim mesmo, quando eu estou em casa. Sou tão angelical que minha mãe me idolatra.


— Eu não ligo para seus problemas familiares, Black, ou se você tem tanta imaginação a ponto de achar que somos parecidos.


— Já suas ironias, eu acho um pouco desagradáveis.


Rolei os olhos, aborrecida, e virei as costas para ele e me afastei. Em poucos segundos, Black estava à minha frente.


— Aonde você vai?


— Procurar gnomos.


— Deixe isso para depois — ele retorquiu, colocando o braço na parede para barrar minha passagem. Olhei para sua mão na parede e depois o encarei, erguendo as sobrancelhas. Algo em seu olhar fez meu aborrecimento dar lugar ao receio.


— O que você tanto quer me falar? — Dei dois passos para trás, afastando-me seguramente.


— Não é bem falar, sabe? — Ele deu de ombros. — Eu estive pensando, nessas duas semanas.


— Ah, então você pensa? Achei que só usasse sua cabeça para idiotices.


— Idiotices também precisam ser planejadas, logo, precisam de cérebro. Mas vamos nos ater ao que interessa, sim? Então... Eu estive pensando e cheguei a uma conclusão interessante.


— E por que uma conclusão sua seria de meu interesse?


— Porque te envolve. Na verdade, envolve a sua reação quando eu te beijo.


— Valha-me, Deus! Você tem problema, não tem?


— Não muitos.


— Eu não tenho vontade de saber qual foi sua conclusão, Black, e nem por que você chegou a pensar que isso me interessaria. Por que você não cuida da sua vida e deixa a minha em paz?


Virei as costas para ele novamente. E embora quisesse muito que ele ficasse ali, parado, minha prece não foi atendida. Logo ele estava andando ao meu lado.


— Espere um pouco, só me deixe mostrar minha conclusão.


— Não, obrigada — falei, continuando a andar.


— Você é muito teimosa, sabia?


— Não sou teimosa, Black. A questão é que há coisas que me irritam. E uma dessas coisas é você.


— Eu não acho que te irrite tanto assim.


— Então você é realmente um retardado.


Ele riu, meneando a cabeça. Por fim, disse:


— Você é muito teimosa, Ariadne.


Sua mão encostada à parede bloqueou-me novamente. Porém, antes que eu protestasse, o Black já me envolvia em seus braços e me beijava. Tentei me soltar, mas, como eu já tinha percebido antes – pois eu estava usando como minha desculpa preferida –, ele era mais forte do que eu. Automaticamente, pensei em uma maneira que o incapacitaria durante bons minutos, e que, com certeza, talvez nem sequer o permitisse ter filhos futuramente. No entanto, em vez de dar a ele uma bela e dolorosa joelhada, pisei-lhe no pé com toda força que tinha. E que, modéstia à parte, não era pouca.


Seus braços perderam a força e consegui me soltar. Mas, ao contrário de sair dali – o que uma pessoa normal faria –, continuei olhando-o.


— Você é maluca, garota? Aposto que quebrou meus dedos! — ele quase gritou. Apoiou-se à parede e levou as mãos ao pé esquerdo, que eu havia pisado.


— Madame Pomfrey os conserta — falei simplesmente.


— Você é realmente teimosa.


— E você é realmente um imbecil, Black. Nunca mais se aproxime de mim, entendeu? Nunca mais!


— E se eu não lhe obedecer?


— Você vai se arrepender.


— Pior do que quebrar os dedos não pode ser.


— Experimenta — falei entre os dentes.


— Hoje, não. — Ele me olhou. — Não sou do tipo masoquista, sabe?


— E eu não sou do tipo que faz ameaças vazias.


Finalmente consegui sair daquele corredor e deixar o Black para trás.


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N.A.: Queridos, a demora das postagens se deve a eu ter, agora, dois empregos. Sim, enquanto descanso uma enxada, pego um podão. (nossa, que analogia infeliz..rsrs). Enfim: no meu horário de almoço, eu dou aulas em uma escola, o que me pede planejamento semanal. Por isso, meu tempo para escreve está um pouco curto.


Esse lado me deixa triste, porém, agora estou começando a ajeitar meus horários.


Por isso, posto esse capítulo e, uma vez que o próximo já está estruturado, não demorará a ser escrito e postado.


Espero que tenham gostado deste!


Beijos e mais beijos!


Lívia.

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Comentários (1)

  • Luh Broekhart

    *-* Eu amo a Ariadne. E o Sirius também, é claro... rsrs Ahh sem problemas, deve mesmo ser cansativo ter dois empregos. Eu estou me enrolando toda para escrever e nem tenho esse problema. ;P Enfim, tomara que consiga postar logo e que seus horários de ajeitem... Beijos ;***

    2011-03-30
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