# dos.
A aula de Geografia estava quase acabando. Como a prova já havia passado, o professor apenas corrigiu algumas atividades e passou mais algumas coisas que faltavam do capitulo. Marlene não abriu o caderno. Estava tão distraída que mal prestava atenção na conversa com seus amigos. Folheava a sua agenda, olhando velhas anotações, dando risada de algumas bobagens que algum dos seus amigos ou ela mesma havia escrito ali. Antes que ela pudesse imaginar, o sinal bateu. A garota nem viu o professor de Geografia sair e já estava na frente da sala o professor de Biologia. Na hora a garota mudou sua posição na cadeira, sentou-se reta na cadeira.
A prova final de Biologia seria no dia seguinte e aquela aula seria uma espécie de revisão. Os alunos perguntavam e o professor respondia. Nada seria dito, da parte do professor, se não fosse mediante uma dúvida. Marlene tinha estudado para a prova, porem tinha uma seria dificuldade na matéria e não compreendia vários pontos do que deveria ser estudado. As perguntas começavam a ser feitas e o desespero da garota aumentava. Alguns termos que eram utilizados pelo professor durante sua explicação, Marlene não lembrava a função e ficava cada vez mais nervosa. Esfregava as mãos, se remexia na cadeira. Não conseguia ficar parada.
-Você ta legal? – Emmeline perguntou em um sussurro.
-To – respondeu com a voz fraca e um aceno de cabeça.
É claro que ela não estava bem e era claro que Emmeline sabia disso. A garota era uma de suas melhores amigas e conhecia seu jeito como poucos. A loira estava próxima de Marlene e percebia o quanto a amiga ficava nervosa para as provas.
Depois de duas aulas de Biologia, várias perguntas foram feitas e até Marlene havia arriscado algumas. Tinha medo de perguntar alguma coisa que era obvia de mais, fácil de mais ou até mesmo não tinha nada a ver com a matéria. O sinal bateu novamente. As aulas do dia haviam acabado, porém a garota tinha combinado de ficar estudando na biblioteca com Lily.
Lene chegou à biblioteca e percebeu que estava vazia. Grande parte dos alunos ia embora da escola um minuto após o sinal tocar. Sentou em uma das várias cadeiras que haviam ali e começou a abrir o caderno e o livro de Biologia. Enquanto esperava a amiga, ficou contemplando a vista e mais uma vez naquele dia se deixou levar pelo impertinente e irresistível par de olhos azuis que não saiam de seus pensamentos.
-Lene! Desculpa a demora – Lily entrava apressada na biblioteca.
-Tudo bem, não tem problema não. – a voz saiu mais fraca do que Lene imaginara.
Lily sentou-se do seu lado e começou a abrir seus livros, como Lene tinha feito a pouco. A garota de cabelos ruivos e lindos olhos verdes, era uma de suas grandes amiga e uma das melhores alunas da sala. Não havia ninguém melhor para pedir ajuda para estudar um dia antes da prova.
-Ta tudo bem, Lene? –Lily já estava desconfiada.
A desculpa já estava na ponta da língua: “Ta sim, são as provas que me deixam um pouco nervosa.” Mas Lene queria conversar com alguém, desabafar.
-Lembra que eu te disse que ira uma amiga da minha mãe com o filho dela, passar uns tempos lá em casa?
A ruiva apenas fez um gesto afirmativo com a cabeça.
-Eles chegaram ontem.
-E você não gostou deles? – arriscou Lily.
-Não, não é isso. A Sra. Black foi muito simpática comigo, é uma pessoa agradável, mas já o filho dela ...
-É daqueles caras que se acham, mimados, pensam que são os melhores, não?
-Amiga, acho melhor você parar de arriscar palpites hoje, você não ta acertando nada. – Lene deu um leve sorriso.
-Ok então, já que meus chutes não dão em nada, conte-me tudo.
-Ele é simpático também, vai pra faculdade ano que vem, mas é que ele ... – Lene parou de falar e apenas ficou lembrando da noite anterior, quando tinha conhecido Sirius.
-Ele o que, criatura ? – Lily começava a ficar nervosa.
-Ele mexeu comigo, sabe? Não sei o que aconteceu, mas ele... Ele não é igual esses meninos que estudam com a gente, que são bobos e infantis.
-E você percebeu tudo isso ontem? Quando ele chegou na sua casa?
-Lily, eu senti isso – Lene começou a mexer na cabelo, como fazia quando estava nervosa – Ele é diferente, e eu não consigo mais me sentir em paz, tranqüila. To com uma inquietação aqui dentro, entende?
-Parece que alguém finalmente mexeu com seu coração, McKinnon.
-Ai Lils – Marlene apoiou a testa na mesa, se debruçando sobre ela – To tão cansada. São as provas finais,e também saber que depois dessas férias começa o terceiro ano, ai vai ser pressão o ano inteiro por causa do vestibular. E também tem o meu pai que estava viajando. –Lene começava a sentir as lágrimas querendo caírem – Eu to tão esgotada, e ai apareceu um cara que me deixa mais atordoada ainda, e essa inquietação que não passa.
-Hey Lene – Lily segurava a mão da amiga – Calma. Eu to aqui pra te ajudar, esqueceu? Vamos estudar juntas para a prova de Biologia, que você vai se sair bem. Você é boa aluna, sim. Só que ficava muita nervosa antes das provas, você precisa se acalmar um pouco. Quanto ao ano que vem, não adianta sofrer por antecipação. Mas nos duas vamos arrasar no terceiro ano, você vai ver, não vai haver vestibular que seja páreo para nos. Lene, eu entendo a falta que seu pai te faz, sei que isso não é fácil, mas você tem tantos amigos que te querem tão bem. Sei que não é a mesma coisa, mas quando se sentir sozinha, você tem muita gente para quem ligar.
Lene encarava a ruiva e deixava as primeiras lágrimas caírem.
-Quanto ao rapaz intrigante, você tem duas escolhas: ou você foge dele e deixa por isso mesmo ou você vai fundo nessa história, e aceita as conseqüências.
-Credo Lils, falando assim parece que minha vida vai acabar por causa dele.
-Claro que não, mas do jeito que ele mexeu com você...
-Já deu né? – Lene limpava o rosto com as mãos – Chega desse assunto e vamos estudar Biologia.
-A senhora é quem manda.
As duas ficaram estudando quase duas horas na biblioteca da escola.
-Ai Lils, já chega. Acho que já consegui tirar todas minhas duvidas. Pode ir pra casa amiga.
-Certeza que não querer estudar mais um pouco?
-Certeza. Vou pra minha casa agora, preciso comer alguma coisa. Descanso um pouco e volto a estudar.
-Lene, você já ta sabendo a matéria...
-Mas nunca é demais estudar né?
-É sim. É demais sim. Nada de ficar noite a dentro estudando, como eu sei que você pretendia fazer na prova de Física, se não fosse a Emmeline chegar na sua e fazer você parar e ir dormir.
-Caramba, as fofocas voam aqui hien?
-Você não viu nada amiga. – Lily olhou para o celular que estava em suas mãos.- Tenho que ir, minha mãe já esta la fora. Quer uma carona?
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-Não precisa, minha mãe ta vindo me buscar.
-Ok, então ate amanha . Tchau Lene.
-Tchau Lils.
Lene começou a guardar suas coisas, jogando livros e cadernos dentro da mochila. Sua mãe já devia estar esperando.
Saiu da escola e foi andando lentamente para o local onde costumava se encontrar com sua mãe. O sedã preto estava lá, como sempre. Nada estaria estranho se não fosse por um jovem alto, de jeans e camisa branca, encostado no carro.
-Sirius? – havia um misto de surpresa, alegria e apreensão em sua voz.
-Oi Lene – os olhos azuis se encontraram com os olhos castanhos de Marlene, a deixando sem jeito ar, mais uma vez. –Sua mãe saiu com a minha para ver uma casa para nos ficarmos, então ela me pediu para vir te buscar, algum problema?
“Todos” pensou Lene
-Não, claro que não. – disse com um sorriso sem graça.
Lene tinha sido surpreendida pelo rapaz, realmente não esperava que ele pudesse busca-la na escola. Ficou paralisada.
Sirius foi até a porta do passageiro, e abriu-a para que Lene pudesse entrar no carro.
Quando se de conta que ficara parada na calçada como uma boba, Lene se apressou a entrar no carro, vendo que Sirius abria a porta para ela.
-Então, onde quer ir almoçar? – disse Sirius enquanto ligava o carro
Era um pedido bobo, mas era o que a garota mais queria no momento.
-Podemos ir tomar sorvete? – Sirius a encarava com uma expressão divertida – Sabe, em vez de almoçar.
-Sua mãe não iria gostar se eu te levasse para tomar sorvete, ao invés de ir almoçar, mas – apressou-se em dizer quando percebeu que a garota iria protestar – como eu não sou ela, qual sorveteria você quer ir?
-Te explico o caminho – Lene sorriu para Sirius.
* * *
-Lene, calma! – Sirius se assustou com a velocidade que a garota devorava o sorvete – O sorvete não vai fugir.
-Eu sei – a garota começava sentir as faces queimarem – É que tava precisando muito tomar isso, só sorvete me deixa um pouco mais calma.
-E porque você não estaria calma?
-Provas – suspirou desanimada
-Entendo – deu uma fraca risada – Para ser sincero não entendo, porque ficar tão nervosa por causa de uma prova? Não estudava desesperadamente e ia muito bem nas provas, tirando química, lógico.
-Esse era o comentário que eu mais desejava ouvir, agora me sinto bem melhor – Lene deu um sorriso debochado.
-Lene – Sirius colocava uma mecha de cabelo de Lene atrás da orelha da garota, fazendo-a sentir um arrepio percorrer a espinha – Você é muito mais do que imagina, só não tem confiança em você mesma.
-Você me conheceu ontem a noite, não tem como saber nada a meu respeito – a voz da garota saiu fria.
-Claro que tem. Sei que você muda de humor muito rápido, se preocupa tanto com as provas que chega a ser um exagero e que você não confia em você mesma- com um leve sorriso Sirius repetiu a frase que tinha dito segundos antes.
-Andou conversando com a minha mãe, foi?
-Vamos dizer que sim, ela me contou algumas coisas sobre você. Estava pensando que você era uma daquelas nerds que estudam o dia inteiro, quando vi os livros ontem em cima da sua mesa. Mas sua mãe me disse que você só pira na época das provas.
Lene deu uma risada fraca. Sua mãe havia passado informações a Black, então.
-Mas pra saber algumas coisas, eu não preciso perguntar a ninguém, é só olhar pra você.
-Como seu eu fosse um livro aberto. Eu não sou tão fácil de entender, quanto você pensa. Não é com um simples olhar que você vai conseguir tudo que quer saber de mim.
-Ok, ok. – Sirius levantou as mãos em sinal de paz – Não quis te ofender Lene, mas e que você se vê de uma maneira diferente de como é realmente.
-Eu me vejo como meus amigos me vêem, como todo mundo me vê.
-Então acho que eu deveria me corrigir: eu te vejo de uma maneira diferente dos outros.
-Me vê de uma maneira errada.
-Te vejo de uma maneira diferente.
Um clima pesado pairou no ar. Lene concentrou todas as sua atenções em seu sorvete, não queria encarar aqueles olhos azuis que agora a encaravam de uma forma tão dura. Nenhuma palavra mais foi dita, Sirius pagar o sorvete e Lene dirigiu-se para o carro.
Quando já estavam no carro, Lene tomou coragem e decidiu falar.
-Olha, me desculpe ok? Não quis falar nada que te magoasse. Você ta sendo legal comigo e eu te fui fria com você.
Sirius continuava em silêncio, como se quisesse que Lene continuasse a falar.
-Eu to tão esgotada, ta cansada, que nem penso mais direito e você começa a falar essas coisas. Descontei tudo em você. Me perdoe.
-Quando eu morava aqui, tinha um lugar que eu gostava de ir para colocar as idéias em ordem. Vou te levar lá.
Não era uma frase como “Gostaria de ir lá?” ou “Qualquer dia levo você lá”, era uma afirmação, daquelas que não havia meios de se contrariada.
-Sirius eu tenho prova amanha, tenho que estudar...
-Só meia hora, eu prometo.
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Desculpem pela demora do capitulo, mas fiquei sem internet por uns dias. Agora que voltou as aulas vou fica meio sem tempo porque é meu ultimo ano, mas de qualquer jeito vou atualizar aqui. Eu espero que vocês estejam gostando da fic e obrigada aos comentarios.
E por favor comentem, falem se a fic ta ficando chata, cansativa, etc. Se quiser elogiar, eu tambem aceito. Beijos =D
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