capítulo um




Capítulo um


Divas? Tem certeza?




- Não, não e não. Droga. Pare esse ensaio. Quero fumar. – tirei aquele tanto de pano de cima de mim para a sessão da VOGUE, peguei meu cigarro e fui para varanda.


Esses fotógrafos às vezes não batem muito bem da cabeça. Olha lá se a VOGUE vai-lá-querer-foto-de-pano? Ok, devíamos despedi-los.



Dei mais uma tragada no cigarro.


A porta da varanda bateu atrás de mim, dei uma leve virada para trás sem interesse e depois voltei ao meu foco: Cigarro. Que realmente era mais interessante que o Adam, o meu empresário.

- Posso saber o que aconteceu lá dentro? – ele reclamou. Podia jurar que ia sair fumaça pelos seus ouvidos, mas eu realmente não queria criar rugas no meu rosto escultural por causa disso.


- Adam, agora não. – resmunguei, dando outra tragada – Só acho que os fotógrafos estão muito viajados, aquilo não é foto de capa da Vogue.


- Se você continuar assim, você não vai aparecer nem na última página da VOGUE. Os diretores quiseram isso Lílian e te convidaram para fazer a capa dessa edição, você devia estar agradecendo de joelhos. – blábláblá. Como se eu precisasse agradecer de joelhos. Francamente, eu já passei dessa fase de agradecer qualquer coisa, eles me agradecem.


- Então ligue para os diretores e fala que não está bom. – ele empurrou seu cabelo com a mão. Estava ficando mais nervoso. Infelizmente eu conheço a cara do Adam de não-discuta-comigo-pois-estou-certo. Conheço, e não aceito.


- Uma modelo não palpita no que ela faz, ela só faz. Você foi contratada para tirar foto, e não mudar o projeto! Qual nível de grandeza você se perdeu Lílian Evans? Desde que começou a desfilar internacionalmente você ficou chata, a fama lhe subiu a cabeça. Sua arrogância pode destruir seu emprego e não é a primeira vez que te aviso isso.


Ele me encarou. Oi? Arrogante? Quem é arrogante aqui?



- Por favor – ele me segurou pelos ombros. – Por favor, faça esse trabalho, não dê palpites, faça igual qualquer modelo que aceita posar para VOGUE. Por favor.

Revirei os olhos.


- Ok Adam, eu vou fazer o ensaio do jeito que você quiser. Mas depois manda a Anita cancelar tudo que eu tenho depois dessa sessão fotográfica que eu vou ficar em casa com o Gabe.

- Tanto faz. Me dá esse cigarro e vai logo – ele disse, tomando o cigarro da minha mão e me empurrando para fora da varanda.


Depois que eu abri a porta, a maquiadora já correu para retocar alguma coisa no meu rosto e eu podia ver que Adam estava fumando meu cigarro.


Filho da mãe, ele vai me pagar outro.




 


Deitei a cabeça na almofada da banheira. Delicioso. Nada como um banho depois de uma estressante sessão de fotos com gente sem noção.

Soprei as espumas. Será que Adam estava certo quando disse que sou arrogante?


Não. Claro que não.

Suspirei. Já devia ter dado umas duas horas que eu estava no banho e Gabe ainda não chegou. Mandei preparar um jantar para ele, mas já deve ter esfriado.

Saí do banheiro. Depois de meia hora arrumando eu já estava completamente montada. Ainda esperando Gabe. Droga, eu cancelei minha agenda para ficar com ele e ele nem apareceu no horário que combinamos.

Estou considerando chamar o vizinho para pegar o lugar dele de ‘namorado’ que devia estar aqui junto comigo.

RIIING. RIIING.

Droga, algum dos meus telefones estava tocando. O pior é que eu nunca sei qual é, eu não sei nem ATENDER esses telefones! Porque eu tenho três telefones?

RIIING. RIIING.

Revirei a gaveta, a bolsa, as roupas nada. E o maldito continua tocando. O único motivo de eu realmente estar procurando esse maldito pedaço de tecnologia avançada portátil era porque o Gabe poderia estar ligando morrendo de arrependimento por me fazer esperar.

Achei um celular, apertei e coloquei na orelha.

Não era esse.

RIIIING. RIIING.

Que toque insuportável. Eu nunca tenho tempo paciência para mudar isso. Eu sempre mudo de celular de mês em mês, algum fã sempre descobre a droga do número e espalha para todo mundo e ele toca o dia inteiro.

RIIIING. RIIIING.

Achei. Agora era esse, se não fosse eu não ia nem procurar o outro. Apertei o botão verde e coloquei na orelha.

- Alô?

- Lílian? Aqui é o Adam.- vou matá-lo. Vou matá-lo. Por que desse desespero me ligando? ARG. Devo mencionar que a cada dia ele fica mais chato?

Melhor não.

- O que foi Adam? – resmunguei, levantando e passando a mão pelo vestido tentando inutilmente desamarrotá-lo. – Por sua culpa amassei meu vestido.

- O que você está fazendo meu bem? Você tem uma entrevista amanhã, dez da manhã com a VOGUE. Você vai falar sobre o perfume da Carolina Herrera, que te patrocina, lembra? Além das maquiagens da Mary Kay. Você sabe como essa marca é exigente, você tem que falar tudo. – droga, tinha esquecido. Na verdade eu não sabia nada sobre CH ou Mary sei lá o quê.

- Er, já tenho bolado o que vou falar Adam, pode ficar tranqüilo. – menti. Vou ter que ligar para Marlene para ver se ela sabe alguma coisa disso.

- Ótimo, amanhã as oito estou aí embaixo. Beijos minha linda, ensaie.

Alguém bateu na porta e eu fui atender enquanto digitava um dos números da Marlene no telefone. Abri e me deparei com Gabe esperando, com um sorriso torto em um buquê de lírios na mão.

Ai, como ele sabia me agradar!

- Alô? Alô? Que foi Lílian?

- Ah, depois eu ligo Lene. – abri a porta para Gabe. – Eu ia te perguntar alguma coisa sobre a Mary blábláblá, temos uma entrevista amanhã e temos que falar sobre ela. Lembra?

- Ah, vou ver se eu descubro alguma coisa e se tenho tempo.

- Ok,beijos, mais tarde eu ligo. Vou ficar meio... ocupada, agora. – disse sorrindo para mim mesma e desligando.

- Desculpe a demora meu bem, foi por uma boa causa. – Gabe disse, aparecendo na sala e me entregando um embrulho pequeno, uma jóia, provavelmente.

Suspirei, esse homem não existe!


 




 





Desliguei o celular depois de uma conversa rápida com a Lily e o joguei o celular pra minha empresária, Mary, que não parava de falar coisas sem nexo pra eu fazer enquanto passasse pelo tapete vermelho pra entrar na boate, da qual era a estréia hoje e eu, como sempre, era a convidada especial pra isso.


Claro que eu era, afinal tenho certeza de que a modelo do momento sou eu. Claro que sou.


Abri a porta da limusine quando esta parou, mas fui impedida por Mary, que insistiu em me deixar mais alguns segundos lá dentro. Tirei as mãos dela da minha e sorri.


- Não é por que eu te pago que você precisa necessariamente mandar em mim – murmurei a encarando, enquanto pegava minha pequena bolsa e abria a porta – Ninguém manda em Marlene McKinnon, ela faz o que bem entender.


E dito isso abri a porta e sai, recebendo aqueles milhares de flashes que saiam das câmeras dos paparazzi. Eu sei, todos os odeiam, eu também, mas fazer o que quando eles me amam.


Todos me amam, isso está mais do que claro.


Joguei os cabelos pra trás e depois de mais algumas poses fui arrastada para dentro da boate. A música estava alta, e pelo que eu pude escutar era Lady Gaga. Nada melhor do que isso pra começar a noite. Afastei meu braço de Mary e passei por entre as pessoas na pista de dança, indo até o barzinho aonde peguei um generoso copo de uísque.


Algumas pessoas me pararam, falaram de coisas estúpidas e eu apenas assentia a cabeça e dava algumas risadinhas, fingindo de que eu sabia sobre o assunto que estava sendo tratado.


- Marlene – me chamou Mary quando sentei no banco confortável de uma mesa vazia e ela se sentou ao meu lado.


- O que foi Mary? Estou fazendo alguma coisa errada? Eu nem respirei direito desde que cheguei aqui – retruquei, mesmo sem ela ter falado nada. Estava cheia dessa mulher e se ouvisse mais uma palavra estúpida da boca dela eu a demitiria, na certa.


- Ainda não fez nada – Mary me olhou, séria – Porém, estava dando uma olhada na lista de convidados e então o nome de Lauren Conrad apareceu como nos confirmados e alias, ela já está aqui.


- Como é que é? – gritei, engolindo minha bebida rapidamente – Não acredito, não acredito! Será que eles não sabem que eu não suporto essa garota? Quero ela fora daqui agora, sem mais nem menos, Mary.


- Já fui providenciar isso, mas você sabe como essas pessoas são. Quanto mais famosos e barracos, melhor pra eles – resmungou Mary, me fazendo bufar. Não tava nem ai pra isso, só queria aquela vadia da Conrad longe de mim – Mas relaxe, se ela ficar vou providenciar pra que fique longe de você e de, bem, de Scott.


Deixei meu copo cair em cima da mesa e encarei Mary.


Ela só podia estar brincando comigo. Como assim Scott, meu namorado quase noivo, estava na mesma festa que eu quando ele deveria estar num futebol idiota com os amigos?


Ta na cara, ele deve ter sabido que a Conrad vinha pra cá e também veio.


História simples. Ele ficou com ela no começo do nosso namoro, eu perdoei, mas sempre que ela se intromete em alguma coisa que eu estou, sai porrada e muitas vezes quase paramos na delegacia. Ela que não entende que Scott tem dona e não vai largar de mim pra ficar com ela. Claro que não. Ou será que, ele, bem, ele ainda sente algo por ela?


- Já volto – murmurei quando alguns produtores de revista chegaram pra falar com a gente, mas eu não estava no clima. Não hoje.


Comecei a passar no meio das pessoas, por vezes até esbarrando em umas.


Não estava nem ai.


Peguei uma taça de champanhe, indo em direção ao banheiro feminino quando senti uma mão segurar meu braço. Me virei e era Scott, com aquela cara de fofo que ele fazia quando queria pedir desculpas. Mas não cai nessa.


Não dessa vez, não agora.


Tirei as mãos dele do meu braço e continuei a andar.


- Não faz isso comigo, Lene – ele sussurrava em meu ouvido enquanto passava pelas pessoas junto comigo – Sei que tem motivos pra estar brava comigo, mas foi ela que me chamou.


- E você veio, como se fosse o cachorrinho dela – resmunguei baixinho, mas ele me ouviu.


- Só queria resolver a situação com ela e dizer que de agora em diante eu quero ficar com você e mais ninguém – sorri involuntariamente com as palavras dele – Não faça essa cara, você sabe que tudo isso é verdade, sempre soube.


Dei de ombros quando cheguei na porta do banheiro feminino, o encarando.


- Que seja, do mesmo jeito não quero te ver hoje mais.


Entrei, fechando a porta na cara dele. Por sorte estava vazio, o que facilitava as coisas pra mim.


Coloquei minha taça de champanhe em cima da pia e abri minha bolsa. Havia um saquinho com dois comprimidos, antidepressivos era o nome que eu detestava usar. Coloquei dois na boca e tomei um bom gole de champanhe depois. A fama acaba com a minha vida, em parte, por que em outra parte as coisas melhoram demais depois que você começa a fotografar pra revistas internacionais ou fazer desfiles de pessoas importantes no ramo da moda.


As vezes só queria saber quem é que tirou a garota ingênua de mim e colocou essa vadia maluca no lugar.


Ouvi passos de pessoas entrando e coloquei o saquinho de volta na bolsa, fingindo estar arrumando meus cabelos pretos que estavam soltos, mais lindos do que nunca. Olhei na direção da porta e vi Scott encostado na parede, me observando.


Ele era um cachorro, não sei como pude acabar me apaixonando por ele.


- Vou me arrepender a noite toda por isso – murmurei trancando a porta e me aproximando dele – Você não me merece.


- Eu sei, eu sou um garoto mal – ele piscou, me fazendo rir antes de me beijar.


Uh, esse homem não existe!


 




 


Tablóide Gossip – Nova York, 14 de novembro de 2009. (?)


EEEEEXTRA! EXTRAAAAAAA! NOITE DAS DIVAS!


Marlene McKinnon se envolve em mais uma briga!


Nossa diva da moda, Marlene McKinnon se envolveu em mais uma briga esta noite depois de ver 'umazinha' dando em cima do seu suposto namorado. Depois da briga as autoridades afirmaram que ela estava bêbada e dopada, provavelmente por causa de alguns remédios de dor de cabeça que ela afirmou ter tomado. Julga-se também que a tal umazinha poderia ter sido Lauren Conrad, uma ex do namorado dela. Nem Marlene e nem o namorado quiseram comentar sobre o caso.


 


Lily Evans não será mais a capa da Vogue.


A nossa outra diva da moda, Lily Evans, acabou sendo descartada pela Vogue como capa depois que resolveu dar um chilique e abandonar a sessão de fotos alegando que ‘precisava fumar’. O empresário Adam disse que tudo não passou de um mal entendido e que a história não é bem assim. “Lily não estava passando muito bem e precisou fazer aquilo, foi apenas isso”, disse Adam o empresário na modelo. Porém não é isso que a Vogue alega, mas não deu mais informações sobre o caso. E muito menos Lily foi encontrada para comentá-lo.


 




 


N/B: MELDELS MENINAS! Que isso, sério! Muito bom esse capítulo, nossa, adorei vocês retratando o “outro lado” da fama. Achei a Lily uma arrogantes dos infernos e a Marlene, coitada, dopadinha. Mas tudo bem, deixa eu terminar logo essa N/B, que aliás eu nem sei o que escrever. Sério, eu só tenho a dizer que vocês duas escrevem muito bem e eu tenho invejinha de vocês. Me dêem o talento de vocês D: Amo as duas, bgs. Gih Meadowes :*


N/chel: CARA, a lily não é arrogante, coitada. Ela só é um pouco[?] egocêntrica. Anyway, eu também adorei este capítulo e só parece que está bom porque a vanessa escreveu metade dele -prontofalei. Anyway, espero que tenham gostado porque eu adorei escrever. Gih, você tem talento, para com isso. Comentem galera,


Beijocas,Chel Prongs


N/Vanessa: CARA, a Marlene não é dopadinha. Ela só tem um probleminha básico com remédios, só isso, ok? Ahããm, claro chel, claro -q Enfim, eu gostei do primeiro capítulo acho que ficou super foda, eu adoro o Scott, por mais que ele seja um cachorro e é isso (?). Gih, você tem talento, para com isso +1 Quero ver todo mundo comentando, OUVIRAM? Certo então.


Beijos, Vanessa.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.