One of those girls

"Aqui vai a verdade sobre a verdade: ela machuca,então a gente mente!"

Forcei-me a sorrir e o melhor que eu consegui foi uma careta sem forma, afinal o que aquele garoto dos infernos estava fazendo ali? Sirius me olhou com desdém.

- Não, Pitt, o nome dela é Lily.

Ele falou como se estivesse explicando a uma criança de cincos anos como um mais um é dois, mas no caso de Peter é que uma professora mentirosa ensinou tudo errado, no caso eu.

- Claro que não Six, eu me lembro da Dorcas no parque.

Sirius me olhou com aquele mesmo olhar que Marlene dava para mim "sua mentirosa", estou começando a odiar esse olhar. Não pude aguentar e tive um ataque de risos.

- Lils!

James veio até mim como se eu estivesse tendo uma crise de asma. É eu tenho asma, mas só quando estou mal mesmo. James lançou um olhar significativo a Sirius que respondeu muito prematuramente.

- Lily e sua pequena tendência a reformular os fatos.

Afinal, por que ele tinha que falar do meu pequeno probleminha? Parei de rir e só tentei respirar enquanto Peter me olhava com uma expressão "coitada, é louca", uma explicação simples e lógica.

- Às vezes eu me pergunto se ela é bipolar ou algo assim.

Falou James enquanto me dava um copo de água. Bem, a afirmação de James pode até ser verdadeira e se for eu aviso: Preciso urgentemente de um médico.

- Por que você não me contou que seu nome era Lily?

Peter perguntou e eu simplesmente tive que me acostumar com a ideia de que mentir em uma hora dessas é um grave sintoma da minha nova doença, ou é mais fácil dizer que eu que a criei!

- Bem, você podia ser um maníaco! E se você me arrastasse para um beco escuro, me matasse e roubasse meu cheiro?

Certo, agora parece que não é mais minha vez de rir e sim dos três garotos
a minha frente.

- Lily, isso é um filme!

Falou James rindo da minha cara.

- Você não é desse planeta Evans!

Berrou Sirius agora me chamando de Evans, o pior é que ele só me chama de Evans para zoar a minha cara!

- Eu tenho cara de maníaco?

Falou Peter depois de todos estarem mais calmos e eu suspirei.

- Você foi simpático, o que me leva a pensar que você não é uma boa pessoa.

Por que todos insistem em me olhar assim?! Eu juro solenemente que tomei meus remédios hoje.

- Na realidade isso não tem lógica.

Desde quando eu sou lógica? Levantei-me cansada da algazarra.

- Então, quem é você afinal?

Peter me perguntou, eu realmente não gosto de falar de mim mesma, mas fazer o que? Se alguém for me apresentar só vai ter na ficha a palavra louca, e isso não é bem uma qualidade.

- Lily Evans, ruiva, solteira, estudante de arquitetura e moradora do mesmo apartamento que James Potter e Sirius Black. Satisfeito?

Peter assentiu e Black veio até mim com um sorriso estranho.

- Vou te levar a um lugar, Lily.

Levantei a sobrancelha. Sinceramente eu desconfio dos planos de Sirius, e se envolverem drogas, contrabando e álcool?

- Black, nós não somos um casal de namorados.

Ele sorriu da minha tentativa de piada, pois no caso tinha ironia no meio, na verdade eu não sei se foi ironia ou sarcasmo, para mim é tudo a mesma coisa.

- Sem discussão, você vai no meu carro e Peter vai no do James.

Levantei a sobrancelha novamente, não que eu seja uma pessoa prática, porque eu sei que não sou, mas para que ficar gastando gasolina se dá perfeitamente quatro pessoas em um só carro? Peter não era tão gordo assim.

- Posso me trocar pelo menos? Ou eu vou ser obrigada a ir a um lugar com uma roupa completamente amassada? Minhas coisas não vêem um ferro de passar há dias!

Ele assentiu e fui para meu quarto colocar uma calça capri e uma blusinha baby look rosa, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e coloquei duas botas sem salto pretas. Voltei para o quarto de Sirius onde os três meninos bebiam à vontade. Povo alcoólatra.

- Que lugar é esse? Uma seita secreta onde vocês acreditam que rei Arthur ressuscitará dos mortos?

Eu perguntei enquanto entrávamos em uma casa branca com aspecto de nova.

- O que você anda lendo, Lily?

Na verdade isso nem eu mesma sabia, e claro, minha mente já estava muito frustrada para poder responder, porque agora eu era conhecida publicamente como "mentirosa".

- A Lenda do Rei Arthur.

Pelo menos era o que eu tinha lido da última vez e no caso essa seita que eu falei é a ordem do urso onde na verdade as pessoas tentam banir a escuridão para a nova encarnação de rei Arthur triunfar. E claro, eu acredito nisso, só não participo porque não sei como entrar.

- Eu logo pensei.

Falou Sirius bem humorado, o que me deixava desconfiada, também não confio em pessoas felizes. Entramos na casa que na verdade mais parecia um clube, muitas pessoas tomavam banho na piscina e outras ficavam se agarrando publicamente. Oh, eu até cheguei a pensar coisas indecentes.

- Gostou?

Sirius me perguntou fazendo James rir, claro que James pensaria que eu dissesse "odiei" e saísse pela porta, mas ele estava enganado.

- Então você me força a sair de casa para vir a esse antro de perdição?

Eu falei com a sobrancelha levantada e James riu novamente.

- Como se você fosse um anjo.

Imitei uma criança e dei a língua para ele. Claro eu podia dizer alguns palavrões e tudo mais.

- Bom, divirta-se Lily, porque eu vou me divertir.

Falou Sirius e foi andando até uma garota na beira da piscina, cruzei a sala e fui até o barzinho pegar qualquer bebida que me fizesse cair no sofá e só acordar no outro dia, mas acho que a bebida me fez um efeito pior: ódio, puro ódio.

Oh, diabos, não! Licença, o que? Quem é AQUELA que eu vi pela piscina se esfregando em James, afinal o que ela pensa que está fazendo? Ele é meu! Cheguei mais perto da piscina até escutar a garota falando para ele:

- Você parece bem.

"Bem, com você se esfregando em mim? Cai fora!", essa era a resposta que eu esperava que ele desse, mas a única coisa que ele fez foi dar um sorriso de lado. Aproximei-me deles com o melhor sorriso que pude, a vadia olhou para mim com um sorrisinho de deboche.

- Oh, ei, você está com ele?

Ela me pergunta como se nada tivesse acontecido. "Você sabia que sim, sua vadia suja". James não respondeu nada, saí dali e fui até onde Sirius conversava alegremente com uns caras.

- Quem é aquela garota com James?

Tentei fazer meu tom mais desinteressado possível, mas como Sirius parece, mas não é idiota sacou a verdade.

- Não sabia que você era ciumenta, Lils.

Ergui uma sobrancelha, além de ele estar rindo incentivava seus amigos a rirem também. E de mim!

- Eu não estou com ciúmes do James.

Falei palavra por palavra e apesar disso ainda acho que Sirius não entendeu muito bem, eu estava errada no fato dele só parecer idiota. Ele realmente é.

- Eu não disse que estava só disse que eu não sabia.

Bufei indignada e retraí minha raiva de dar língua para ele. Será que eu preciso de minha mãe dizendo para mim "Lily não aja como uma criancinha"? Esqueci, minha mãe que estava mais para uma criancinha.

- Vá se danar, Sirius.

Cruzei o bar e voltei para onde James e aquela vadia conversavam.

- Posso conversar com você?

Talvez possamos sair da era das feras selvagem e tentar ser civilizadas, só talvez porque meus instintos selvagens imploravam para se revelar.

- Claro.

A garota saiu de perto de James, o que me deixou um tanto aliviada, e veio até mim.

- Talvez possamos só conversar sobre isto, não precisamos partir para a violência, eu não sou do tipo ciumenta, mas tire suas mãos da coxa dele.

Falei isso rapidamente e a garota levantou a sobrancelha tentando não rir.

- Quer saber de uma coisa? Ele me disse que não está com você, se toca garota você é só uma idiota apaixonada pelo gatão ali. Você acha que ele iria preferir você a mim?! Há!

Em vez de engolir em seco e sair correndo como a garotinha que sou, minha boca abriu formando um "Oh" sem som e meus instintos que a pouco estavam retraídos se revelaram: Joguei a garota na piscina de roupa e tudo.

- Espero que saiba nadar!

Há, há, eu sempre ganho. Mas enquanto eu ria me virei e vi três amigas altas dela. Cara, eu estava encrencada! Por que em todo capítulo eu só termino me dando mal? Mais que autora mais maníaca, assim até parece que eu sou uma masoquista. Tá certo Lily, pare de culpar Deus e todas as autoras do mundo, se controle!

Pelo visto eu só tenho três saídas agora: dar uma de Jack Chan e lutar; entregar-me à morte ou sair correndo. Mas claro, eu sempre escolho o mais fácil. Saí correndo até dar de cara com a porta de madeira do bar.

BAM!

Lá se vai meu domingo...

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