A Casa Destruída



 


 


C A P Í T U L O   D O I S


A CASA DESTRUÍDA


 


Malfoy surgiu em casa com uma enorme fumaça cinza o cobrindo. Em seus braços, ele tinha Lúcio Malfoy, que estava inconsciente.


            Embora o local estivesse com um clima de morte, Draco não chorava — Lúcio teria sido atingido pelo Avada Kedavra de Voldemort, então deveria estar morto — nem aparentava estar triste.


            Ele colocou seu pai no sofá e ficou ajoelhado ao seu lado, apertando a sua mão.


            — Sei que ainda está aí, pai — disse ele, apertando ainda mais forte a mão do Malfoy — Ele não ia te matar, não alguém que foi fiel a ele por tanto tempo. Pai, fala comigo. Eu sei que você está vivo, ele usou uma maldição falsa.


            De repente, ouviu-se passos que vinham da escada. Quando Malfoy pra lá olhou, viu a sua mulher, Astoria Malfoy, descendo a escada e trazendo em seus braços uma criança, uma menina, que aparentava ter mais ou menos um ano.


            Os seus cabelos eram caracolados como os da sua mãe, e louros e lisos que lembravam muito os de seus pais. Os cabelos vinham aos ombros.


            Ele se levantou e foi até ela, dando-lhe um beijo na boca depois dando um leve beijo na testa da pequena filha que teria tido com a mulher.


            — Ast, meu amor — disse ele, quase chorando, tocando a mão da sua esposa levemente — Eu preciso dizer. Ele, que nos atormentou, voltou. Voldemort voltou.


            — Eu já sabia... Seu fantasma nos ameaçou, Draco, assustou a Lisah, você se lembra! — ela exclamou, acariciando a cabeça da menina.


            — Sim, mas desta vez é muito diferente, meu amor. — ele disse, olhando tristemente nos olhos de sua esposa — Agora não há mais fantasmas. Agora, ele está...


            Fez-se um silêncio na casa que durou dez segundos. O coração de Draco acelerava.


            — Termine, Draco! TERMINE!


            Draco Malfoy tinha sua voz travada de medo. Ele estava desesperado, não sabia o que fazer. Ele só pensava em salvar a vida de sua esposa e da sua filha, que ele tanto amava. Então, tivera uma idéia.


            — Agora... Ele queria pegar meu pai e eu o salvei, mas acredito que estejam vindo pra cá. — disse ele, sua voz trêmula preocupou a mulher.


            Ela engoliu em seco.


            — Estejam? — ela perguntava, desesperada — Como assim estejam?


            — Voldemort, Tia Bela, Pansy e mais dois que eu não conhecia — disse ele — Acho que se chamam Josh e Camilla.


            Astoria colocou Lisah no chão e se atirou até Draco, chapando-lhe um beijo apaixonado e desesperador.


            — Nós tivemos ela muito cedo, aos dezoito anos — disse ele — Mas valeu a pena. Salve-se, leve-a pra um lugar seguro e pegue aquele livro de magia antiga do meu escritório, por favor.


            — Sim.


            Astoria pegou Lisah, que sussurrava “mama”. Ela a levou pra cima, correndo desesperadamente, na fração de tempo em que Malfoy correu pra socorrer seu pai.


            A mulher que estava no primeiro andar correu com Lisah pro seu quarto, arrombando a porta, sem querer tempo pra abri-la. Quando entrou, viu as portas pro banheiro e pro escritório.


            — Alohomora! — exclamou ela, sem querer procurar a chave. A porta se abriu e ela entrou desesperada.


            Ali dentro haviam várias estantes e uma parede mal-pintada com aspecto de velha, bem velha. Era uma noite escura, e ela teve que usar um Lumus bem forte que iluminasse o escritório o suficiente. Depois, ainda usando a varinha, ela sussurrou gravemente:


            — Accio Livro de Magia Antigo!


            De repente, a primeira estante começou a se mexer. Dela estava vindo um livro com capa bem velha e grosso, com aspecto de velho, como tudo naquela sala.


            — Ah, meu Deus, me ajude!


            Ela abriu ao livro, e procurou por uma magia defensiva o suficiente.


            Procurava, procurava, até que achou o mais poderoso feitiço, mas era preciso bastante habilidade pra conjurá-lo. Astoria leu em voz alta:


 


Protego Excepcional


 


Para os que querem proteger sua casa de tudo e de todos, esse é o feitiço.


O Protego Excepcional exige muita concentração, mas muita mesmo. Todos os que o usam devem ter consciência de que usarão da própria energia pra defender o local que querem proteger.


Vamos as regras:


à Antes de tudo, veja se a varinha está em bom estado, ou você poderá morrer ao usar o feitiço, pois usará toda a sua energia se a varinha estiver com problemas.


à Depois de verificar a varinha, preste atenção em si mesmo(a). Precisa estar fitado em seu objetivo mais do que tudo.


à Procure elevar a varinha na hora de usar o feitiço, pra proteger o local por inteiro.


à Procure ver se não há ninguém nas entradas pra que este não tenha o corpo cortado quando o feitiço se concretizar.


à Saiba que esse feitiço dura por vinte minutos, e você terá que renová-lo a cada quinze minutos, porém, a cada renovação, perderá mais energia.


à Somente quem usou o feitiço primeiro, pode renová-lo.


                                         BOA SORTE!”


            Desesperada, ela prestou bastante atenção. Sabia que devia ter ido dar o livro pra Draco, mas ela preferiu deixar ele cuidando do sogro e cuidar daquilo ela mesma, embora nem soubesse pra que Draco queria o livro.


            Ela olhou sua varinha, que lhe parecia meio torta. Decidiu não usá-la quando lembrou que havia uma gaveta ali que tinha uma varinha bem conservada. Ela jogou a sua fora e abriu a gaveta, puxando de lá de dentro uma varinha novinha em folha, nunca usada. Não tinha como estar em mau estado. Concentrou-se bastante no que ia fazer, já que era preciso. Pensou que fazia aquilo pelo bem, fazia isso por amor a Draco e a Lisah. Em seguida, ergueu a varinha. Ela tremia de medo, e pouco a pouco procurava fazer seu amor e sua concentração vencerem o medo. Ela pensou que Draco nem estivesse na porta. Ele não ia sair. Agora, muito concentrada e temendo um fim trágio, ela exclamou em alto e bom som:


            — Protego Excepcional!


            De repente, ela se sentiu mais fraca, e Lisah estava sentada numa mesinha ao lado. Com concentração, fizera um escudo que cobriu a casa quase que toda, com exceção dos fundos. Se sentia meio tonta, mas conseguia ficar de pé. Assim, quando notou que o escudo já estava bom, ela abaixou a varinha e a colocou em suas vestes, guardando-a.


            A mulher pegou Lisah e o livro em seus braços e saiu correndo porta afora. Com os braços tremendo, quase derrubava a filha. Correndo desesperada, passou pelas portas e pelos corredores, quando chegou sob a escada, viu Malfoy desesperado no sofá ao lado de seu pai.


            — Por que não trouxe o livro de imediato, Astoria? — ele perguntou, bastante estressado.


            — Eu queria criar uma proteção sobre a casa pra nos proteger, Draco! — ela gritou, descendo as escadas.


Astoria jogou o livro pra Draco, que o agarrou com força. Ao abri-lo, procurou no índice uma parte do livro que falasse sobre maldições falsas, então achou.


Logo ele viu que o antídoto pra maldição falsa não passava de um feitiço, que ele foi usar pra ajudar seu pai, quando bateram firmemente na porta.


— Draco... Se tentarem entrar, morrerão. — Astoria disse — Confie em mim, abra a porta. — e embora estivesse aparentando confiança, tinha medo.


Draco lutou contra a vontade de abriu, mas o fez. Usando a varinha, lançou um feitiço contra a porta que a abriu de imediato.


Quando a porta se abriu, todos naquela casa se assustaram bastante. Quem era?


Narcisa Black Malfoy, a Ciça.


Ela ia adentrando, mas pra impedir a morte da própria mãe, Draco foi ágil em usar um feitiço contra ela.


Imobilus!


Narcisa, que ia adentrando a casa, ficou a um centímetro da entrada, paralisada, como se tivesse congelado no pólo norte.


— Mãe, tenha calma — disse Draco, desviando seu olhar pra a esposa — Já que foi você quem conjurou o escudo, você deve poder atravessá-lo.


— Quer que eu morra?


Draco se irritou profundamente.


— A CULPA DELA ESTAR LÁ FORA É SUA, ASTORIA! VÁ PEGÁ-LA IMEDIATAMENTE!


Astoria pôs-se a chorar, enquanto Narcisa levemente movimentou a pupila do olho. Astoria saltou a escada, colocou Lisah nos braços do pai e desafiadoramente deu um salto, atravessando a porta sem um arranhão.


Quando passou, saiu tropicando na frente de casa. De longe, ela viu os vultos dos comensais chegando. Desesperada, ela agarrou Narcisa pelas costas e se concentrou bastante no que ia fazer.


— O que está fazendo? — perguntou Narcisa.


— Tentando salvar sua vida — respondeu Astoria.


— Mas é que... — dizia Narcisa, interrompida.


Astoria concentrou-se em passar pela proteção com a sogra, principalmente depois de ver os comensais de aproximando da casa. Terrivelmente abalada, ela pulou pra dentro da casa e cambalearam sala abaixo, onde estavam agora são e salvas, devido ao poder de Astoria, já que fora ela quem criou o escudo.


Draco ficou feliz em ver a mãe, que não estava entendendo nada. Quando viu seu marido estirado e inconsciente no sofá, ficou desesperadamente maluca.


— Lúcio! — ela exclamou, ajoelhando-se diante do marido — Meu amor, fale comigo! — e segurou a mão dele — Sua mão está gelada! — ela soltou a mão e desviou seu olhar para Draco — O que aconteceu, Draco? Seu pai está...?


Draco abaixou a cabeça.


— Ele foi atingido pelos comensais da morte... — dizia Draco, mas isso confundia ainda mais Narcisa.


Comensais da Morte? — perguntou desesperada — Quais Comensais da Morte? Todos foram destruídos, Draco!


— Voldemort voltou, por minha causa — disse Draco — Era pelo bem da minha família recém criada! Mas isso nem interessa, estamos sendo atacados por ele.


— E o que houve com seu pai?


— Tudo indica que atacado por uma maldição falsa.


— Eu resolvo isso!


Narcisa correu até Lúcio, sacou a sua varinha e fez uma operação mágica. Movimentando a varinha sob o corpo do marido, o iluminou. Lúcio estava recuperando a sua respiração, seu fôlego, seus batimentos cardíacos, etc.


— Lúcio!


Ela o beijou gravemente. De repente, pôde-se ouvir um som que vinha das paredes.


Vocês tem dez minutos, já que não podemos atravessar essa barreira nem com o melhor feitiço do mundo!”.


— O que ele quer? — perguntou Narcisa.


— O meu pa-pa-ai.


— Não podemos deixá-lo entrar!


Narcisa usou a varinha e enviou uma mensagem de resposta para Voldemort.


Sei o que quer, mas não vai conseguir. Nunca irei permitir que toque o meu marido”.


— Narcisa! — exclamou Lúcio.


— Temos que nos preparar para a batalha. — disse Draco — Isso me lembra a batalha de Hogwarts.


Draco lembrou-se de uma coisa e correu pros quartos do fundo, e achou lá dois elfos domésticos que dormiam num sono violento.


— Acordem! Precisamos de vocês nunca batalha!


Os elfos sentaram-se atordoados, coçando os olhos e pondo os seus pés no chão.


— Phin e Clô, os dois, precisamos mesmo de vocês — ele disse — Estamos sendo atacados, e elfos tem poderes surpreen-dentes. Usaremos vocês. Eles querem nos matar, então matem se for necessário.


Os dois elfos se levantaram e correram com Malfoy em direção a sala.


— Elfos lutando? — perguntou Narcisa.


— Isso não pode, Draco! — exclamou Astoria.


— QUEREM MORRER, FALEM!


Todos ficaram calados.


— Vamos preparar o exército — dizia ele, fitando os presentes na sala. — Eu vou cuidar do Voldemort; Mamãe, peço a você que cuide da Tia Bela..


— MINHA IRMÃ BELATRIZ? ONDE ELA ESTÁ? ELA TAMBÉM VOLTOU? EU PRECISO VÊ-LA, PRECISO TOCÁ-LA, PRECISO FAZER PERGUNTAS...


Aquilo fazia parecer que Narcisa era muito ingênua. Ainda nem se tocara do que acontecia, e isso irritou profundamente Draco.


— Mamãe, ela quer usar nosso pai, quer torná-lo comensal! — exclamou Draco — A não ser que queira sair, se juntar a eles e lutar contra nós!


Narcisa ficou sem palavras, enquanto Draco resolveu mudar a escalação.


— Então Ast, quero que duele com Belatriz. — ele olhou pra mãe — A senhora, que se recusaria a combater sua irmã, então lute com a McMiccklan, uma loirinha nova nos comensais. Mate-a se necessário.


Narcisa concordou com a cabeça, enquanto ele olhou para o pai sem saber se o escalaria pra luta.


— Eu vou lutar. — disse Lúcio, certo.


— Papai... — dizia Draco.


— Não vai lutar não — disse Narcisa — Ainda se recupera da falsa maldição...


— EU VOU LUTAR, NARCISA!


Ninguém podia com ele. Tinha decidido. Tinham agora três minutos, e queriam que fosse interminável todo esse tempo. Malfoy agora começou a criar expectativas e confiança nele mesmo de que iriam conseguir vencer aquela guerra e se salvarem dos comensais.


— Papai, então o senhor deve lutar com Josh McMiccklan, um loirinho, irmão gêmeo da que mamãe enfrentará — disse ele. — Espero que vença, boa sorte.


Os elfos domésticos se agarraram as calças de Malfoy para lhe perguntarem.


— E nós? — perguntou Phin.


— Quem enfrentaremos? — continuou Rosa.


Malfoy olhou com fúria para os dois elfos domésticos ao se lembrar do nome que diria.


— Pansy Parkinson. — e apertou a mão — Essa vocês devem matar.


Os elfos concordaram.


1 Minuto.


O tempo se esgotava. Draco agora ia se concentrar somente numa coisa: Lisah.


— Astoria, procure no livro uma magia defensiva pra Lisah — ele gritava — Temos cinquenta segundos!


 


O tempo passava, e Astoria enfim conseguiu. Ela já tinha criado a proteção ao redor da filha, que chorava.


— Sinto muito, meu amor. — dizia Astoria, quase chorando — Não posso fazer nada.


 


5 segundos.


4 segundos.


3 segundos.


2 segundos.


1 segundo.


Ouviram-se estrondos. Os comensais atiraram uma maldição sobre a casa, mas esta estava no último centésimo de proteção. Quando Voldemort levantou a varinha pra destruir a casa, fora atacado por um feitiço de Draco, que saíra corajosamente de sua casa.


— Eu jamais devia ter confiado em você  — disse Draco — Crucio!


Voldemort desviou na vassoura, voou até Draco, o agarrou pelas roubas e subiu com ele. Depois disso, jogou-o nas plantas do jardim.


— HEEEI! — exclamou Astoria — Eu vou refazer a proteção da casa.


— Vá duelar e os impeça de destruir — disse Narcisa — Essa proteção retira sua energia, e você já usou-a. Se usar de novo, poderá desmaiar. Eles não vão sair daqui enquanto não conseguirem tocar o Lúcio. O jeito será lutarmos, Ast, preste atenção! — e partiu pra fora de casa ao terminar essas palavras.


Lá fora, duelos já haviam começado. Lúcio estava duelando com Josh, ele jogando feitiços pra desarmar — não queria mais matar nem ir a Azkaban — e estava recebendo maldições. Por mais que tentasse, não desarmava Josh, então apelou.


Crucio — após ter a maldição lançada desviada, em seguida bem rápido, lançou outro — Estupefaça — e após ter esse desviado de novo, lançou agora o mais poderoso — Sectussempra!


De repente, Josh perdeu a orelha. Nesse meio tempo em que Draco se recuperava e era novamente atingido por Voldemort, nesse meio tempo em que os elfos conseguiram desarmar Pany, nesse mesmo momento em que Narcisa e Astoria estavam vencendo, foi quando Voldemort passou e pegou Lúcio em seus braços, jogando-o pra Pansy, agora voando e fugindo do duelo.


— LÚCIO! — gritou Narcisa.


— Agora, só matando-o!


Voldemort desapareceu no ar com Lúcio em seus braços. Camilla correu pra socorrrer o irmão, e com feitiços curativos o ajudou o irmão a se curar do Sectussempra.


Em seguida, Pansy e Belatriz foram concluir a missão: As duas rodearam a casa de Draco, e Astoria correu pra pegar Lisah. Ao entrar e querer tocar a menina, lembrou-se de que não poderia. Porém, o tempo da proteção se esgotava. Faltavam, pela conta dela, alguns segundos.


Desesperada, ela tentava pegar Lisah de qualquer jeito. Então, Bela e Pansy miraram na casa, destruindo-a.


A casa explodiu por inteiro, e Malfoy temeu que a esposa estivesse lá. Correu em direção a casa, porém, outra explosão o impedira de entrar, lançando-o pra trás.


Nessa explosão, Astoria voou de dentro de casa, caindo no jardim. Ouviam os risos maléficos de Belatriz, enquanto elas fugiam. Por último ficaram Josh e Camilla. Malfoy queria matá-los, mas numa fração de segundo eles desapareceram.


— Lisah! — gritou Astoria. — Minha filha, Lisah! Ajudem, ela vai morrer! LISAH!


Porém, ainda podiam ouvi-la chorar, mas a proteção acabaria em menos de dez segundos e a menina morreria nos destroços. Era impossível salvá-la.


— LIIIISAAAAH!


Draco a abraçou firmemente, mas ela queria a filha. Ao ser solta, correu pra casa, na intenção de salvar a filha. Draco correu atrás para impedir que ela morresse.


— Astoria, você vai morrer — disse Draco — É impossível agora conseguirmos salvá-la, a proteção já se desfez. Ela já deve estar... — e abaixou bastante o tom de voz — morta.


Astoria se jogou ao chão e pôs-se a chorar. Draco a abraçou e ambos choraram juntos.

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