Capítulo 7
"Bem vinda", Harry disse, abrindo a porta do seu apartamento. Ele saiu da frente para me deixar entrar. "Você é minha primeira convidada."
"Mas que droga."
Harry fechou a porta atrás de nós. "Bem, essa é uma reação agradável. Muito feminina."
Eu resfoleguei. "O que você fez aqui?" Enquanto meus olhos se ajustavam à luz fraca, eu percebi mais e mais detalhes no quarto. "Wow." O apartamento, que era decorado com móveis vagamente "country", haviam se transformado no estilo que eu achava pertencer a um castelo Romeno. Uma coberta de veludo vermelho cobria a cama, um tapete persa usado e de bom gosto estava no topo do carpete bege, e as paredes foram pintadas com um azul-acinzentado escuro. Cor de pedra antiga. Minha observação parou repentinamente no display que foi montado na parede, que parecia ser um mostruário de armas antigas. Coisas pontudas. Coisas que espetavam. "Urn... o que aconteceu com a coleção de bonecas indígenas folclóricas do mundo inteiro da minha mãe?"
"Ganharam uma pátria nova."
Pelo olhar convencido e agradado no rosto de Harry, eu tive a sensação de que o exílio das bonecas era permanente.
"Mamãe e papai vão te matar quando virem isso."
"Impossível." Ele riu. "Além do mais, é tudo superficial. Facilmente reversível. No entanto, por que alguém preferiria algodão a isso..." Ele gesticulou para o quarto. "E você, Jessica? Você gosta do que eu fiz?"
"É... interessante", eu desviei. "Mas quando você teve tempo para fazer isso?
Sem que ninguém visse?"
"Pode-se dizer que eu sou uma pessoa noturna."
Enquanto minha surpresa desaparecia, minha raiva com Harry ressurgia.
"Falando de atividades tarde da noite, eu não gostei do livro", eu avisei a ele. "Ou do jeito que você o entregou."
Harry ergueu os ombros. "Talvez com o tempo você ache útil."
"Claro. Eu vou deixar na minha prateleira, bem ao lado do Guia dos Idiotas Para Se Tornar Uma Criatura Mítica."
Harry riu mesmo. "Muito engraçado. Eu não sabia que você fazia piadas."
"Eu sou uma pessoa engraçada", eu me defendi. "E, aliás - eu não ronco."
"Você ronca sim. E murmura também."
Meu sangue congelou. O sonho... "O quê? O que você ouviu?"
"Nada muito compreensível. Mas deve ter sido um sonho bastante agradável. Você parecia extasiada."
"Não fique rondando meu quarto", eu ordenei. "Eu estou falando sério."
"Como você quiser, é claro." Harry baixou o volume de um som velho, que girava um disco de vinil e tocava uma música desconhecida, aguda e chorosa, como gatos brigando. Ou um caixão com dobradiças enferrujadas, abrindo e fechando sem parar num mausoléu deserto. "Você gosta de música Croata?" Ele perguntou, vendo meu interesse. "Ela me faz lembrar de casa."
"Eu prefiro música normal."
"Ah, sim, sua MTV, com aqueles pulos e aquela barulheira. Como uma injeção de hormônios adolescentes que é ministrada via televisão. Eu não sou contra."
Ele gesticulou para uma cadeira, que definitivamente não pertencia aos meus pais. Eles não compravam couro. "Sente, por favor. Me diga porque você programou essa reunião."
Eu afundei na cadeira, e ela quase me engoliu. Ela era macia como manteiga.
"Harry, você precisa parar de ficar me seguindo. E você precisa voltar pra casa."
"Você é direta. Eu gosto disso em você Hermi - Jessica."
"Eu estou decidida." Eu continuei. "O 'casamento' está oficialmente cancelado. Eu não me importo com o que os pergaminhos digam. Eu não me importo com o que a gente velha do Velho País -"
"Os Anciões."
"Os Anciões querem. Isso não vai acontecer. Eu estou te dizendo agora para não perder mais tempo. Tenho certeza que você quer voltar para seu castelo de verdade..."
Harry balançou a cabeça. "Não. Nós devemos aprender a coexistir, Jessica. Eu não tenho escolha nesse assunto - e você também não. Então eu sugiro que você aprenda a 'trabalhar' comigo aqui, usando uma expressão popular."
"Não."
Harry sorriu um pouco. "Você tem vontade própria." O sorriso sumiu. "Agora não é hora de usá-la." Ele começou a andar pra lá e pra cá, como tinha feito na sala da Sra. Wilhelm. "Não honrar o pacto... isso não apenas pode resultar numa crise política, como também desonraria a memória dos nossos pais. Eles queriam isso, com interesse na paz."
Eu olhei para Harry com surpresa. "O que aconteceu com seus pais?"
"Eles foram destruídos numa purgação, como os seus. O que você achava?"
"Desculpa. Eu... Eu não sabia."
Harry sentou na cama, se inclinando para frente, entrelaçando os dedos. "Mas diferente de você, Jessica, eu fui criado entre nossa própria raça, com modelos apropriados."
"Os chamados Anciões?" Eu adivinhei.
"Sim. Eu fui mandado para viver com os meus tios. E se você os conhecesse - como deveria - você não teria esse risinho no rosto." Ele juntou as palmas, claramente esmagando alguma frustração repentina. "Eles são espantosos."
Eu fiz uma careta. "E viver com os Anciões espantosos foi bom?"
"Foi a coisa apropriada", Harry disse. "Eu aprendi a ter disciplina. Honra." Ele esfregou a mandíbula. "À força, quando eles consideravam que era necessário."
Minha raiva com ele estava esquecida. "Você está dizendo que seus tios batiam em você?"
"É claro que eles batiam em mim", Harry disse, atestando um fato.
"Repetidamente. Eles estavam fazendo de mim um guerreiro. Formando um líder. Reis não se formam com doces e abraços e beijos no joelho da mamãe. Reis carregam cicatrizes. Ninguém enxuga suas lágrimas quando você senta num trono. É melhor não ser criado esperando por isso."
"Isso... isso é simplesmente errado", eu me opus, pensando nos meus pais, que não conseguiam nem matar os cupins que estavam gradualmente comendo o celeiro, quanto mais bater numa criança. "Como eles puderam te machucar?"
Harry fez um gesto dispensando a simpatia. "Eu não falei da disciplina estrita dos Anciões para gerar pena. Eu era uma criança teimosa. Cheia de vontades. Difícil de controlar. Meus tios precisavam me formar para a liderança. E fizeram isso." Ele olhou diretamente para mim. "Eu aprendi a aceitar meu destino."
Eu gemi. Estávamos de volta à estaca zero. "Harry, não vai rolar. O culto, ou o que quer que tenha sido, ou seja... Não é pra mim. Eu não vou me juntar."
Harry ficou de pé e começou a andar novamente, passando os dedos longos pelos cabelos pretos brilhosos. "Você não está ouvindo."
"Você não está ouvindo", eu disparei de volta.
Harry esfregou os olhos. "Maldição, você é enlouquecedora. Eu disse aos Anciões há muito tempo atrás que era uma loucura te criar fora da nossa cultura. Que você nunca seria uma noiva à altura. Uma princesa à altura. Mas todo mundo, dos dois clãs, insistiram que você era valiosa demais para que arriscassem sua vida te mantendo na Romênia - "
"Eu não sou princesa!"
"Sim, você é", Harry insistiu. "Você é uma mulher que não tem preço. Realeza. Se você fosse criada apropriadamente, já estaria completamente consciente disso. Pronta para governar." Ele enfiou um dedo no próprio peito. "Pronta para governar ao meu lado. Mas acontece que você continua sendo uma garota mal educada." Ele quase cuspiu a palavra. "Eu fui unido pela eternidade a uma criança!"
Um pequeno calafrio desceu pela minha espinha. "Você realmente é maluco."
Ele foi até as prateleiras de livros, levantando a mão para o alto. "Você é impossível."
Eu saí da minha cadeira. "O que você está fazendo? O que você está pegando?"
"Um livro. O item que eu queria te mostrar." Harry puxou um volume enorme, brilhante, com capa de couro, na estante mais alta, e o atirou no colchão, onde ele se afundou no cobertor fofo. Ele apontou. Sente aqui. Por favor."
"Vou ficar de pé, obrigada."
Harry arqueou as sobrancelhas, zombando e sentou, dando um tapinha no lugar ao lado dele. "Você está com medo de mim? Com medo de vampiros?"
"Não." Eu me juntei a ele na cama. Ele chegou ainda mais perto, até que nossas pernas estavam quase se tocando, e abriu o livro em nossos colos. Dessa vez, eu reconheci a escrita Romênia nas páginas, e as linhas de uma árvore genealógica.
"Sua família?"
"Todas as famílias de vampiros. As nobres, pelo menos."
As folhas faziam ruído enquanto ele as passava, e ele abriu duas. "Esses somos nós. Estamos conectados." Ele bateu com o dedo na junção das duas linhas. "Harry Potter e Hermione Granger."
De novo não. "Eu já vi isso antes, lembra? Eu li os pergaminhos velhos e fedorentos."
Ele se virou um pouquinho para encontrar meus olhos. "E você vai vê-los de novo. E de novo. Até que pare de dizer coisas tolas como 'pergaminhos velhos e fedorentos' e compreenda quem você é."
Pra variar, eu não atirei uma resposta rápida. Algo na expressão dele me impediu.
Depois de um longo silêncio, Harry voltou sua atenção para o livro. Eu me dei conta de que precisava respirar, depois de ter parado por alguns segundos.
Droga. Parecia que haviam gatinhos se remexendo no meu estômago novamente.
Eu ignorei a genealogia por um instante e observei Harry de perfil. Uma mecha do seu cabelo preto lhe caia no topo da testa, e um músculo estava contraído em sua mandíbula. Uma pequena cicatriz corria a linha da mandíbula no lugar que ele tinha tocado o rosto.
Honra. Disciplina. Força. O que esses Anciões fizeram com ele?
Eu estava acostumada a homens como meu pai e os outros pais que eu conhecia.
Caras legais. Caras que usavam chinelo de dedo e jogavam futebol com seus filhos e usavam gravatas engraçadas no Natal. Harry era tão diferente desses homens, quanto sua coleção de armas era diferente da coleção de bonecas da mamãe. Ele era inegavelmente charmoso quando queria ser, suas maneiras eram sutis, mas havia uma dureza sob a superfície.
"Esses são seus pais", Harry continuou com a voz muito baixa. Eu retornei minha atenção para a genealogia enquanto ele corria o dedos sobre os nomes
Mihaela e Ladislau, que ficavam em cima do meu.
Minha mãe de nascimento. E meu pai biológico. A data de suas mortes estava marcada lá também.
Eu segurei um gemido de frustração e raiva. Por que precisamos ficar voltando para os meus pais biológicos? Esse devia ser um ano feliz pra mim. Um ano de liberdade. Mas Harry chegou, e com ele veio meu passado. Ele não apenas me arrastou para uma história sem sentido sobre vampiros e casamentos, mas ficava tentando me atirar meu passado real também. Ele queria passar um laço ao redor do meu pescoço e me arrastar pra um cemitério. A presença de Harry era um lembrete constante de quem eu devia ser na Romênia. Um lembrete não apenas de vampiros, mas de fantasmas. Os fantasmas de Mihaela e Ladislau Granger.
Na verdade, eles eram estranhos... Eu não ficaria de luto por eles... E mesmo assim eu me senti triste.
Seu próprio pesar deixou a voz de Harry mais suave. Ele traçou as palavras James e Lílian. "E esses são meus pais."
Eu queria dizer alguma coisa. Dizer a coisa certa. "Harry..."
"Veja essa data", ele continuou, sem olhar para mim. "Embaixo dos nossos nomes. Ela marca a data da nossa cerimônia de noivado. Nossos pais escreveram essa data. Pelo menos, um deles escreveu." A sombra de um sorriso saudoso brincou nos lábios dele.
"Esse foi um grande dia para os Potter e os Granger. Nossos dois clãs em guerra, em paz. Preparados para se unir. Tanto poder em um lugar só. Quantas vezes eu ouvi essa história?"
"Mas isso é o que ela é... uma história."
"É um édito." Harry fechou o livro com força. "Nós dois devemos ficar juntos. Não importa como nos sentimos um sobre o outro. Não importa o quanto você me despreze."
"Eu não te desprezo..."
"Não?" As sobrancelhas dele arquearam, e sua boca fez um sorriso torto. "Você podia ter me enganado."
Eu virei a mesa. "Você fala muito em obrigação e dever, e cavalheirismo, mas eu também não tenho a sensação de que você gosta muito de mim. Você não pode me dizer que você quer casar comigo. Você acabou de me chamar de criança!"
Harry levou um tempo escolhendo suas palavras. "Você é um quebra cabeças para mim, Jessica", ele disse finalmente. "Um mistério. Mas eu estou aberto para a possibilidade de explorar aquilo que não compreendo."
A luz fraca brilhou nos seus olhos pretos, e nós estávamos tão próximos que eu consegui ver a sombra fraca dos cílios na bochecha dele. A maioria dos caras que eu conhecia ainda parecia mais garotos que homens. Será que Jake se barbeava?
Mas Harry... Ele havia cruzado essa linha. E eu estava sentada numa cama com ele. Sozinha. Num quarto escurecido. Falando em "explorar" meus chamados "mistérios." Eu me afastei.
"O que aconteceria, afinal, se nós não casássemos?" Eu perguntei, tentando mudar o assunto. Botando uma distância entre nós novamente. "Quão ruim pode ser?”
Harry se afastou também, se reclinando para trás na cama, inclinado nos cotovelos. "É possível que aconteça uma guerra de grandes escalas, sua família contra a minha, cerca de cinco milhões de vampiros tentando chegar ao poder, formando coalizões, líderes chegando ao topo e caindo, destruição e derramamento de sangue em grande quantidade. E quando os vampiros entram em guerra... Bem, como o velho ditado diz, 'um exército reside em seu estômago'."
Eu não conhecia aquele ditado, então - contra meu próprio julgamento – eu perguntei "E isso significa...?"
"Exércitos precisam comer", Harry esclareceu. "Então as ruas vão se encher de sangue humano também. Vai ser um caos. Perdas incontáveis de vidas." Harry pausou, encolhendo os ombros. "Ou talvez não aconteça nada. Vampiros são pessoas muito caprichosas. É uma das nossas melhores - e piores - qualidades. Mas realmente, provavelmente é melhor não arriscar."
"Por que os Potter e os Granger supostamente se odeiam tanto?"
Harry ergueu os ombros. "Por que todas as nações e culturas e religiões poderosas entram em conflito? Por controle territorial. Pelo simples desejo de dominar. Tudo sempre esteve entre os nossos clãs - até que o pacto foi feito com uma tentadora promessa de paz através da unificação, como iguais. Se nós falharmos completamente nesse trato - você e eu - o sangue está em nossas mãos."
Imagens de ruas manchadas de sangue - por minha culpa - ficaram passando no meu cérebro como a cena de um filme sendo reprisada sem parar, então eu fiquei de pé, balançando a cabeça. "Essa é a história mais estúpida que eu já ouvi."
"Mesmo?" Agora Harry estava impossível de compreender, e isso era mais temível que a raiva dele. Ele ficou de pé também. "Como eu posso te fazer acreditar nessa 'história'?"
"Você não pode." Eu me afastei um pouco. "Porque vampiros não existem."
"Eu existo. Você existe."
"Eu não sou vampira", eu insisti. "Essa genealogia não diz nada."
Raiva brilhou nos olhos de Harry. "A genealogia diz tudo. É a única posse que eu valorizo."
Eu me afastei mais alguns passos. Ele parecia mais alto que nunca. "Eu preciso ir agora", eu disse a ele.
Mas a cada passo, Harry avançava para mim, lentamente, e eu me descobri parando, presa àqueles olhos verdes, hipnotizada. O calafrio desceu pela minha espinha com mais força, me prendendo no chão como um choque elétrico.
"Eu não acredito em vampiros", eu sussurrei, mas com menos convicção.
"Você vai acreditar."
"Não. Não é racional."
Agora Harry estava a centímetros de mim, e ele se inclinou, para ver melhor olho no olho. Então ele mostrou os dentes. Só que eles não eram mais apenas dentes. Eram presas. Duas presas, para ser precisa. Duas presas afiadas, sedutoras e cintilantes. Elas eram as coisas mais horríveis, perfeitas e inacreditáveis que eu já tinha visto.
Eu queria gritar. Gritar tão alto quanto fosse humanamente possível. Eu talvez sentir Harry apertar meus ombros, me trazendo mais pra perto dele, sentir a autoridade nas mãos dele, o toque dos lábios dele, aqueles dentes na minha garganta... Oh, Deus... O que havia de errado comigo? Ele era um maldito vampiro. De verdade. Não. Aquilo era um truque de mágica. Uma ilusão.
Eu fechei meus olhos, esfregando-os, me xingando por ter caído naquela farsa e ainda assim, meio esperando pela sensação dos caninos afiados como navalhas espetando minha jugular. "Por favor... não!"
Houve um momento de silêncio que se esticou eternamente. Um momento no qual eu realmente acreditei que ele pudesse me machucar. Então, de repente, Harry me agarrou pelos braços e me puxou mais pra perto, me chocando contra o peito dele, exatamente como tinha feito no meu sonho. Firmemente, mas gentilmente.
"Hermione", ele murmurou, e sua voz estava suave de novo. Ele alisou meus cachos com a mão, e eu permiti que ele me acalmasse, aliviada demais para me opor. "Me desculpe... foi cruel te assustar", ele disse. "Eu não devia ter feito isso, desse jeito. Por favor, me perdoe."
Tentadoramente, eu passei os braços ao redor da cintura de Harry, sem sequer saber por que fiz isso, e ele me apertou ainda mais, descansando o queixo no topo da minha cabeça. A mão dele cobria toda a parte mais baixa das minhas costas, e ele me alisava suavemente. Nós ficamos assim mais ou menos um minuto inteiro.
Eu podia sentir o coração dele batendo na minha bochecha. Muito suavemente.
Muito lentamente. Quase imperceptivelmente. O meu estava disparado, e eu sabia que ele podia sentir isso também.
Finalmente, eu me afastei e ele me deixou ir.
"Nunca mais faça esse truque estúpido de novo", eu disse, surpresa por descobrir que minha voz estava trêmula. "Nunca. Isso não é engraçado."
Aquela música Croata maluca tocava no som, tímida e penetrante. Harry pegou meu braço, e eu odiei que uma parte de mim gostou de sentir o toque dele novamente. Odiei que tenha sido difícil me afastar. Ele é lunático, Jess
"Por favor, Jessica. Sente." Harry fez um gesto para a cama. "Você está um pouco pálida."
Sente... E depois o que vai acontecer?
"Eu... Eu preciso ir", eu disse.
Harry não tentou me parar, e eu o deixei ali, de pé no meio do quarto escuro. Eu tropecei nos degraus, e quando cheguei ao nosso quintal, eu corri, sem parar até que tranquei a porta do meu próprio quarto, sem fôlego, corada e incrivelmente confusa. Porque o que eu senti não foi apenas medo. Foi algo parecido com as sensações que eu tive no meu sonho com Harry. Nojo se transformava em medo que se transformava em desejo...Alquimia. Insanidade.
De repente estava tudo misturado no meu cérebro. E era tão, tão forte.
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N/A: Tá ai, obrigada a quem comentou! *-*
Quem não comentou, comente. xD
Bye ♥
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