Capítulo 5



QUERIDO TIO VASILE


 


Te escrevo do meu "apartamento" sobre a garagem velha dos


Packwood, onde estou hospedado, como se fosse algum tipo de automóvel que eles não querem ou uma bagagem esquecida, e sem dúvida estou respirando fuligem do exaustor de um veículo, dia e noite.


Apesar de estar aqui há apenas algumas semanas, como sinto falta do esplendor áspero do Carpatianos, do jeito que os lobos uivam à noite. Apesar quando se está num lugar onde não há nenhum perigo ou mistério, pode-se entender como os lugares obscuros da terra podem fazer falta tão profundamente.


Aqui a única preocupação é com as estradas que são pequenas demais para as vans sobrecarregadas de feno (e tem gente que diz que a Romênia é atrasada!) ou se vai passar um "programa bom" à noite na televisão. (Os Packwoods foram suficientemente bons para me ceder uma TV no meu exílio aqui no quintal.)


Mas é claro que eu me dou conta de que não estou aqui por diversão, por artes ou arquitetura. (Será que eu poderei ser feliz novamente no nosso castelo Gótico depois de caminhar entre as paredes da escola Woodrow Wilson, uma poesia ambulante sobre o linóleo?) E também não devo me focar na culinária. (Sério, Vasile - Vegetarianos?) Ou com as cintilantes conversas dos meus colegas estudantes. (A palavra tipo perdeu completamente o gosto).


Mas eu estou divagando.


A garota, Vasile. A garota. Imagine o choque de encontrar minha futura esposa - minha princesa - afundada até os joelhos em resquícios animais, latindo para mim do outro lado do celeiro, e depois tentando espetar meu pé com um utensílio de fazenda, como se não tivesse uma mão estável. Eu não vou comentar o fato de que o excremento de cavalo parecia permanentemente incrustado nas botas masculinas que ela usava; provavelmente até mencionar isso seria falta de educação.


De qualquer forma. Ela é rude. Ela não coopera. Ela não tem nenhuma apreciação por sua cultura - e certamente por seu dever, seu destino, e a rara oportunidade que lhe está sendo oferecida pelo simples fato do seu nascimento.


Ao todo, Jessica Packwood não é uma vampira. Viver na América parece ter limpado nossa futura princesa de qualquer traço do sangue real que deve ter corrido em suas veias quando ela nasceu. Ela passou por uma terrível diálise cultural, por assim dizer.


Abençoada com o cabelo castanho e cacheado que faz as mulheres Romenas tão distintas, ela o puxa e alisa completamente, numa vã tentativa de parecer uma adolescente Americana comum. Mas, por que ser outra pessoa?


E seu senso para moda... Quantas manifestações de jeans podem existir? E quanto às camisetas com estampas de cavalo e "trocadilhos" relacionados com aritmética?...


Machucaria usar um vestido de vez em quando?


Ou sorrir?


Vasile, estou me dando conta de que estou preso por honra a alguma forma de relacionamento com essa jovem mulher, mas realmente, ela pode liderar nossas legiões? E quanto a nós dois dividindo algum tipo de intimidade física... Bem, qualquer detalhe que você puder me oferecer em se tratando das minhas responsabilidades nesse aspecto, seria muito apreciado.


Você sabe que eu estou sempre disposto a "trazer mais um para o time" - uma expressão nova que eu aprendi aqui; ou foi parecido com isso - mas honestamente, isso tudo me parece meio impossível. Talvez seja mais sábio cancelar a coisa toda e rezar pelo melhor. Temos realmente certeza de que haveria uma guerra entre nossos clãs se o contrato não fosse respeitado? Se estivermos falando apenas de pequenos prejuízos, perdas mínimas, eu digo que devemos pensar nesse pacto de casamento. Mas, é claro, sua opinião deve prevalecer.


Enquanto isso, eu devo continuar meus esforços infrutíferos para educar e noivar essa fêmea Americana impossível, e nessa ordem. Mas por favor, Vasile - considere minhas preocupações.


 


Seu sobrinho, preso pelo dever,


Harry Potter


 


P.S - fui recrutado para fazer parte do time de basquete. O treinador acha que eu posso fazer sucesso!


 


__-__-__


 


"Não posso fazer isso", Mandy reclamou, rabiscando mais uma resposta errada.


"Esses problemas não estão tão difíceis", eu disse, feliz porque esse era o último ano que eu teria que ensinar Matemática a Mandy. Cálculo estava acabando com ela, e nós estávamos mexendo com os nervos uma da outra. O fato do meu quarto estar enlouquecidamente quente provavelmente não ajudava. Não importava o quanto eu implorasse, Papai se recusava a instalar um ar condicionado, dizendo que ele desperdiçava energia. Eu peguei o livro de textos e comecei a ler. "Dois homens estão viajando de trem, e eles deixam a estação -"


"Ninguém usa trem hoje em dia", Mandy atrapalhou. "Por que nós sempre precisamos falar de trens? Por que não aviões?"


Eu tirei os olhos do livro. "É impossível te ensinar."


Mindy fechou o caderno. "Falando de ensinar, e quanto a Harry na aula hoje? A Sra. Wilhelm quase desmaiou quando ele levantou e deu aquela palestra sobre Hamlet." Ela pausou. "Ele deixou aquilo quase interessante, em se tratando de uma peça sobre a Dinamarca."


"Voltando ao problema..."


"Onde está Harry, afinal?" Mandy abandonou completamente os cálculos, subindo na minha cama para olhar para fora pela janela aberta. Ela pôs as cortinas de lado. "Harry", ela cantarolou. "Saia pra brincar... Mandy quer te ver..."


"Por favor, não chame ele", eu pedi, falando sério.


"Só uma olhadinha naqueles olhos verdes sexys..." Mandy se inclinou para fora da janela. "Hey, tem alguém vindo."


"Quem é?" Eu perguntei, sem me importar de verdade. Provavelmente era um dos estudantes de yoga do Papai, que estava chegando cedo para a aula. Eu ouvi o som de pneus nas pedras, depois o motor desligou.


Minha melhor amiga virou de volta, deixando a cortina cair. "Jake. É a caminhonete preta do Jake. Ele parou ao lado do celeiro dos cavalos."


Jake?


Eu tentei não soar muito empolgada. "Oh, é só a nossa entrega de feno. Nós compramos da fazenda do Jake. Ele vai descarregar e vai embora em alguns minutos.


"Oh." Mandy processou isso, então virou novamente, botou a cabeça pra fora da janela, e berrou. "Hey, Jake! Nós estamos descendo!"


Não, ela não acabou de fazer isso. "Mindy, eu estou usando uma camiseta rasgada. Eu não estou maquiada!"


"Você está linda." Ela passou por cima dos meus protestos, puxando meu braço.


"Além do mais, eu disse a ele que íamos descer."


Relutantemente eu deixei que ela me arrastasse escada abaixo, e para fora. "Eu vou te matar."


Mindy me ignorou. "Ele está sem camisa", ela sussurrou, me puxando pelo quintal e em direção à caminhonete de Jake. Ele estava de costas, jogando os fardos no chão. "Olha pra aqueles músculos!"


Eu apertei o braço dela. "Mindy, cala a boca!"


"Ow!" Ela se libertou, fazendo uma careta pra mim.


"O que vocês estão fazendo?" Jake sorriu, parando o trabalho. Ele puxou uma bandana vermelha do bolso dos seus jeans velhos e limpou o suor da testa. O bíceps dele subiu e os seis gominhos em seu abdômen flexionaram, brilhando de suor à luz do pôr do sol.


"Nós estamos estudando cálculo", eu disse, mudando o braço de posição para esconder o buraco na minha camiseta. O buraco estava posicionado bem em cima do meu estômago, que ainda estava cheio com um pedaço de torta de verão.


"Quer entrar para tomar alguma coisa quando acabar?" Mandy ofereceu como se a casa fosse dela.


"Sim, claro", Jake concordou com um sorriso. "Só me deixe acabar de descarregar antes que o sol se ponha."


Mandy puxou o meu pulso, sinalizando que devíamos esperar lá dentro. "Vamos trocar sua camiseta", ela murmurou na minha orelha.


"Vejo você em uns minutos", eu disse a Jake, dando uma última olhadinha em seu tanquinho. Nada mal.


Mas enquanto eu virava para voltar para casa, eu vi o estudante Romeno de intercâmbio encostado no lado da garagem, com os braços cruzados no peito.


Talvez fosse um truque da luz difusa, que estava diminuindo, que jogou sombras angulares em seu rosto, mas ele não parecia satisfeito.


 


__-__-__


 


"Amanhã você estará por si próprio, não importa o que mamãe disse sobre te ajudar a se ajustar," Eu avisei a Harry, que estava atrás de mim na fila do almoço, dispensando toda a comida. "Você conhece o sistema até agora."


"Oh, sim", disse ele, empurrando a bandeja, com um dedo como se fosse tóxico. “Pessoas alinham-se como gado em uma ladeira, eles lhe apresentam comida, e os forçam a consumi-lo encurvados , ombro a ombro, em mesas longas".


"Apenas pegue alguma coisa", eu gemia, levando um sanduíche para mim.


"Esses sloppy joes* não são ruins.” *(N/A: A Sloopy Joes é uma prato americano de carne moída,cebola,molho de tomate,ou ketchup adoçado e outros temperos, servido em um pão de hambúrguer.)


Harry pegou minha mão e seus dedos no meu pulso eram fortes. E tão frios.


"Jessica... Isso é carne? Mas seus pais não te proibiram..."


"O que mamãe e papai não sabem sobre a escola não vai prejudicá-los", eu avisei, sacudindo a mão e empurrando minha bandeja. Esfreguei meu pulso, o aquecendo. "Portanto, não diga nada."


"Como insubordinada e sediciosa é você." Harry sorriu, a apreciação em sua voz. "Eu aprovo totalmente."


"Realmente, eu não me importo com a sua aprovação." "Claro que não." Harry pulou o sloppy joes, mas pegou algumas batatas fritas francesas. "Cartofi pai*. * (N/A: São batatas fritas da Romênia) Pelo menos nós temos estas na Romênia".


"Aliás, onde você conseguiu a bebida?" Eu perguntei, apontando para a bandeja, um enorme copo de plástico onde tinha um logotipo Julius estampado em alaranjado. "Você não tem permissão para sair do campus, você sabe."


"Ahh, os terrores da detenção." Harry suspirou, erguendo o copo para beber através do gordo canudinho. Líquido vermelho, coagulado ascendente. Ele engoliu com satisfação. "Não é suficiente para me deter dos prazeres de um


'Strawberry Julius*.*(N/A: O nome da bebida apelidada por ele) Temo que eu sou viciado ".


"Você deve jogar isso fora", eu disse, pegando o copo. "Sério, se você for pego..."


Harry pegou a bebida antes que eu pudesse tocá-la. "Acho que não. E espero que você não derrame isso."


Olhei para o seu rosto, não sei o que ele quis dizer. Seus olhos verdes eram maldosos.


"Vamos lá", eu disse, pegando uma gelatina de limão. "Nós estamos segurando a fila. Vamos pagar se você não quiser mais nada."


Levamos nossas bandejas para a caixa registradora, e eu escavei os meus bolsos,


Harry puxou sua carteira e a abriu.


"Meu – duvidoso - agrado".


"De jeito nenhum." Eu encontrei alguns dólares embolados no meu bolso, mas Harry foi mais rápido. Ele entregou à senhora da cantina uma nota de vinte dólares.


"Fique com o troco". Ele sorriu, guardando sua carteira e levantando as nossas bandejas.


"Mas," ela começou a protestar.


"Ele ainda não é acostumado a usar o nosso dinheiro”, eu expliquei, voltando-me para Harry. "Nosso custo do almoço é de apenas seis dólares."


Harry franziu a testa. "Jessica, você não acha que eu estou familiarizado com as avaliações de moedas do mundo principalmente o dólar americano, que é a moeda universal? Eu moro na Romênia, não numa caixa selada."


A senhora da cantina ainda estava segurando o troco, olhando em dúvida. "Eu vou dar a ele mais tarde", eu disse, aceitando o dinheiro.


"Olhe, a Melinda", observou Harry, carregando nossas bandejas, “acenando para nós um pouco histericamente. ... Ela é bastante efervescente, não é?"


"Eu suponho que você está comendo com a gente." Suspirei depois que ele deslizou através do labirinto de mesas, dirigindo-se a Mindy. Alguns dos outros estudantes olhavam para cima, ou se afastavam, quando o adolescente alto em sua camisa branca, calças pretas e botas polidas passava. Harry parecia incomodado pela atenção. Eu tinha a sensação que ele sentiu que merecia menos.


"Ei, Jess." Mindy sorriu quando chegamos à mesa. Ela corou. "Oi, Harry."


"Melinda, tão bom ver você", disse Harry, deslizando nossas bandejas sobre a mesa. "Você está deslumbrante hoje."


"Ah, Obrigada. Deve ser a minha blusa nova. É uma Abercrombie*, estava em promoção." * (N/A: É uma marca de roupa) Ela apontou para a calça preta ajustada de Harry. "E por falar em roupas, essas calças de rock. Todos em Roma se vestem como você? Ou só os garotos da realeza?


"Romênia", eu corrigi. "Não em Roma."


"Ah, é tudo europeu". Mindy me deu um aceno, ainda olhando para Harry de uma forma que só poderia ser descrita como extasiada. "De qualquer forma, as calças são super legais".


Harry sorriu. "Vou contar ao meu alfaiate que seu trabalho é 'arrasador' e 'super legal'. Tenho certeza que ele ficará satisfeito ao saber que ele poderá competir com a Abercrombie. "


Ele se moveu para puxar uma cadeira para mim, mas foi a minha vez de agarrar a mão dele. "Eu puxo."


"Como você quiser", disse ele, recuando.


"Oh, eu queria morar na Romênia". Mindy suspirou, apoiando o queixo em suas mãos gordinhas. "Seus modos são tão..."


"Impecáveis". Harry forneceu a palavra para ela.


"Oh, ótimo", eu murmurei, olhando para minha bandeja. "Eu esqueci de uma colher."


"Eu já volto," Harry se ofereceu, levantando-se.


"Não, eu pego", eu insisti, levantando-se, também.


Harry foi para trás da minha cadeira, apertou meus ombros com suas mãos poderosas, e gentilmente, mas firmemente me guiou de volta para meu assento.


Ele se inclinou sobre mim, falando baixinho, ainda segurando meu braço. Seu hálito fresco em minha orelha, e eu tenho esse sentimento, cócegas traidoras em minha barriga novamente.


"Jessica. Pelo amor de Deus", disse ele. "Permita-me fazer pelo menos uma cortesia comum para você. ‘O movimento de libertação das mulheres" lhe ensina, que o cavalheirismo não implica as mulheres a serem impotentes. Pelo contrário, o cavalheirismo é uma admissão da superioridade das mulheres. Um reconhecimento do seu poder sobre nós. Esta é a única forma de servidão nas práticas dos Potter e faço isso com prazer para você. Você, por sua vez, é obrigada a aceitar graciosamente. "


Harry liberou meus ombros e saiu antes que eu pudesse responder.


"Eu não tenho idéia do que isso significava, mas isso foi, a coisa mais sexy que alguém já disse." Mindy seguiu Harry com os olhos. "Como você tem tanta sorte? Por que os meus pais nunca pegam estudantes de intercâmbio?


"Eu gostaria que ele fosse o seu problema", eu disse. Ah, eu queria. Se Mindy soubesse o quanto maluco Harry Potter era. O que ele dizia ser. "Por que ele tem que agir assim? Eu só quero que ele me deixe em paz."


Mindy espetou um canudo em sua embalagem de Toddynho. "Eu não te entendo, Jess. Quando tínhamos cinco anos, tudo o nós fazíamos era nos vestir como princesas. Agora, o Príncipe Encantado da vida real quer dar tudo na sua mão, e você reclama!"


"Ah, Min... Só não o incentive ok?"


"Você está tão obcecada por Jake Zinn pra enxergar a realidade, o deus da realeza européia está dando em cima de você, Jess. Você está perdendo o seu tempo com um cara que toma leite de vaca por diversão".


"A família de Jake não tem sequer vaca", eu protestei. “E eu pensei que você gostava de Jake. Você só ficava babando pelos seus músculos!"


"Oh, hey, Harry," Mindy piou, dando-me um pontapé por debaixo da mesa.


"Você voltou rápido".


"Eu não queria que a gelatina ficasse pior do que já é", disse Harry atrás de mim, inclinando-se sobre meu ombro novamente, arrumando meus talhares na bandeja. Garfo a esquerda do meu Sloppy Joe. Faca e colher à direita.


"Este é o jeito americano, também, sim?"


"Então o que você fazia na Romênia, além de ir, pra escola de etiqueta que é a melhor do mundo?" Mindy perguntou quando Harry se sentou.


Ele se recostou na cadeira dobrável de metal e esticou suas pernas longas para fora no corredor, colocando de lado suas batatas fritas francesas. "Bem, minha educação é bastante rigorosa, embora eu seja particularmente um professor. Gosto de viajar para Bucareste e Viena, quando não estou em greve de fome. Caçar é popular em Cárpatos. E equitação."


"Ei, você e Jess têm algo em comum!" Mindy chorou.


Eu atirei-lhe um olhar de advertência.


"Bem, você tem!"


Harry arqueou as sobrancelhas para mim, intrigado. "Sério, Jessica? Eu pensei que sua atividade eqüina se limitava na lama da cocheira", ele provocou. "Eu não tinha idéia que você se familiariza com a visão de cima de um cavalo também. Você tem mantido isso em segredo."


"Porque eu não quero que rondem em torno do celeiro, assustando o meu cavalo", eu disse, dando uma mordida no meu proibido Sloppy Joe.


"Jess está pulando do 4-H nessa temporada", Mindy acrescentou.


Harry sorriu aprovando. "Você sabe, eu sou bastante conhecido como cavaleiro na minha cidade de Sighisoara. Talvez eu possa ajudar com o seu assento"


"Não!" Eu chorei, mais alto do que eu pretendia. Eu abaixei a minha voz. "Eu não preciso de ajuda, ok?"


"Você tem certeza? Fui o capitão da equipe de Pólo Amador Nacional Romeno, ao ar livre e as regras da arena."


"Oh", eu gemi,colocando uma grande colher de gelatina de limão em minha boca.


"Melhor pegar leve com a gelatina, Packrat*," alguém falou.* (N/A: É um


roedor)  Oh, não. . . Dei uma olhada para ver o gorducho Frank Dormand  ao lado de Faith Crosse e seu namorado atleta, Ethan Strausser, andando pela nossa mesa, rindo.


"Você é quem fala, Dormand", o aconselhei. "Pelo menos não tenho gordura na cabeça."


Mas eles já tinham ido, rindo juntos. "Ingratos".


Harry sentou reto, descrença em sua voz. "Ele só sacaneia você,


Jessica?"


Ele começou a se levantar de seu assento, e eu segurei o seu braço. "Harry, deixa pra lá. Como sempre faço."


Harry fez uma pausa, meio que se levantando e olhou para mim, incrédulo. "Eu tenho que deixar... Que... que... aquilo zombe de você?"


Segurei firme a sua mão, sentindo seus músculos tensos. "É só Frank Dormand sendo um idiota, como sempre, eu disse. "Não comece uma briga por causa disso.''


Por um momento, Harry pareceu esquecer Frank, graças a Deus, ele se abaixou ,olhando para meu rosto, claramente confuso. "Jessica... eu não entendo. Você, de todas as pessoas, aceita a gozação..."


"Pare com isso, Harry." Eu avisei, silenciosamente implorando, o bloqueio sobre seus olhos verdes. Por favor, não mencione vampiros, ou noivados, ou qualquer coisa sobre mim, de todas as pessoas, eu sendo uma princesa. Não com Mindy aqui. "Eu sei como lidar com isso."


Harry cedeu com clara relutância. "Como você quiser. Mas vou tolerar apenas essa vez. Tal comportamento de imbecilidade com você, Jessica, não vai ficar sem resposta novamente."


Ele se recostou novamente na cadeira, cruzando os braços, vendo a porta pela qual Frank, Faith e Ethan partiram observando atentamente, como se quisesse que eles voltassem e o testassem. Como se ele estivesse tramando estratégias, vivendo a briga em sua imaginação. Seu olhar era tão frio e assustador que, mesmo Mindy se aquietou ,pela primeira vez em sua vida.


Terminamos o almoço em silêncio. Harry não comeu nada, apenas tomou o seu Strawberry Julius e então, distraidamente, enquanto observava a porta. Ao sairmos da lanchonete, ele jogou o copo na lata de lixo, que bateu contra a parede oca.


"Espero que ele chute a bunda de Frank algum dia", Mindy sussurrou, despejando sua bandeja. "Seria, como, se não tivesse competição. Harry parecia que estava pronto para matar por você."


A maneira que a Mindy disse, suas palavras soaram quase que românticas. Mas eu também já tinha visto o olhar nos olhos de Harry, e sentia sua raiva mal contida em seus músculos tensos sob a minha mão.


Não, a perspectiva de Harry Potter cumprindo qualquer vingança em meu nome não parece nada romântico. Pelo contrário, ele só me encheu de um sentimento de desconforto que beirava o pavor. Na verdade, quanto mais eu pensava nisso, Ethan, Frank, Faith, Harry e eu, parecia uma combinação que só poderia levar ao desastre.

*****************

N/A: tah ae, comentários atraem capítulo =D

Bye ♥

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.