Capítulo 1
A primeira vez que o vi, uma pesada névoa cinzenta cobriu o milharal, a cauda da névoa se arrastava entre as canas. Era um melancólico começo de manhã logo depois do Dia do Trabalho, e eu estava esperando pelo ônibus da escola, pensando apenas nos meus próprios afazeres, de pé no fim da alameda que ligava a fazenda da minha família pela rodovia principal.
Eu estava pensando em como muitas vezes eu provavelmente espero pelo ônibus no curso desses doze anos, matando tempo como alguma matemática faria, fazendo cálculos na minha cabeça, quando eu o notei.
E de repente nesse familiar trecho de enegrecido o vi horrivelmente solitário.
Ele estava de pé sobre uma maciça falha da árvore através da rodovia na minha frente, seus braços estavam cruzados no seu peito. A parte baixa da árvore, nós de galhos estavam retorcidos embaixo dele, ele estava quase escondido nos galhos e folhas e nas sombras. Mas era obvio que ele era alto e estava vestindo um longo casaco escuro quase como uma capa.
Meu peito se apertou, e eu engoli em seco. Quem estaria de pé sobre uma árvore no começo do dia, no meio do nada, vestindo uma capa preta?
Ele deve ter percebido que eu o notei, porque ele se deslocou um pouco, como se tivesse decidido sair de lá. Ou talvez atravessar a rodovia.
Isso nunca teria me atingido tanto a vulnerabilidade.
Isso nunca tinha parecido vulnerável para mim eu tinha tido todas essas manhãs esperando sozinha, mas a realidade me atingiu duramente.
Eu olhei para baixo na rodovia, com o coração batendo forte. Onde está o estúpido ônibus? E por que meu pai tinha que ser uma grande droga no trânsito, de qualquer forma? Por que eu não podia ter meu próprio carro, como praticamente todos os outros formandos? Mas não, eu tinha que “dividir o automóvel” para salvar o meio ambiente. Quando eu fosse capturada pelo cara ameaçador sob a árvore, papai provavelmente insistir que meu rosto apareça somente nas caixas de leite recicláveis...
Esse precioso segundo decisivo eu desperdicei me zangando com meu pai, o estranho realmente se movia em minha direção, se afastando da árvore, e eu poderia jurar – assim como o ônibus, graças a deus, aparecia a cerca de cinqüenta jardas acima da estrada – eu poderia jurar que ele disse “Hermione”.
Meu antigo nome... O nome que eu tinha de nascença, na Europa Oriental, antes que eu tivesse sido adotada e trazida para América, rebatizada como Jessica Packwood...
Ou talvez eu estivesse ouvindo coisas, porque a palavra estava abafada pelo som dos pneus sibilando no asfalto molhado, a trituração das engrenagens, e o barulho das portas do motorista, o velho Sr. Dilly, as abrindo para mim. Maravilhoso, o maravilhoso ônibus número 23. Eu nunca tinha estado tão feliz em subir a bordo.
Com seu grunhido usual “Bom dia, Jess”, Sr. Dilly colocou o ônibus para ranger, e eu tropecei no corredor, procurando por um assento vazio ou um rosto amigável entre os andantes meio grogues. Era uma droga às vezes, viver na Pensilvânia rural. Os alunos da cidade provavelmente ainda estavam dormindo, a salvo e ressonando nas suas camas.
Localizei um lugar na parte de trás do ônibus. Talvez eu estivesse tendo uma reação exagerada. Talvez minha imaginação estivesse correndo selvagemente, ou muitos episódios de Os Mais Procurados da América tivesse bagunçado com a minha cabeça. Ou talvez o estranho realmente fosse me machucar... Dando a volta, eu olhei para fora na névoa pela janela de trás, e meu coração afundou.
Ele ainda estava lá, mas na estrada agora, de pé plantada do mesmo lado da avenida dupla, os braços ainda cruzados, assistindo o ônibus ir. Me assistindo.
“Hermione...”
Eu tinha realmente ouvido ele me chamar do meu nome esquecido há tempos?
E se ele sabia desse obscuro fato, que tipo de coisa o estranho sombrio, dentro da névoa, sabe do meu passado?
Mais para o ponto, o que ele queria comigo no presente?
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N/A: Um pouquinho para deixar vocês curiosos ;D. Se tiver interessados, próximo capítulo amanhã!
Bye ♥
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