just another rainy day

just another rainy day





rainy day
only you could make it stop raining




Era só mais um dia chuvoso em Durham. Não é como se isso fosse raro, mas eu tinha acabado de volta de Austrália e a incidência de sol lá é muito maior do que Durham já mais teve em todos os anos de sua existência. Ainda mais se você considerar que estamos numa das cidades mais chuvosas do mundo, certamente os Cullens viveriam aqui sem nenhum problema, e foi aqui que a minha história começou.


Eu tinha 16 anos, estava no final do key stage 4 quando um novato chegou na cidade. Você tinha entrado para Durham College, e tinha acabado de se mudar. Seu nome era Remus Lupin, e eu tinha o conhecido no The Three Bromsticks, um pub aqui nas redondezas conhecido pelas bandinhas alternativas. Você era um completo estranho, deslocado, invisível. Ou era até que eu tropecei em você, no sentido literal da palavra. Você me salvou do que seria um tombo bem feio, eu poderia ter quebrado algumas costelas se você não tivesse me segurado.


Nos encontramos mais algumas vezes por acaso mesmo, já que Durham, apesar se ser uma capital, é o interior da Inglaterra - o que inclui todo aquele puxar de R e tudo mais – e não é muito povoado, então poderíamos nos encontrar facilmente. Nossos encontros foram de tornando cada vez mais frequentes, até que eu te adicionei no facebook, e começamos a conversar mais, achando inúmeros pontos em comum.


Ficamos no nosso terceiro encontro, não foi lá como eu esperava, mas até que foi fofo, tirando a parte em que eu quebrei um copo no Leaky Cauldron e quase derrubei um garçom. Namoramos por dois anos. Dois anos inteiros. Minhas amigas morriam de inveja de mim porque eu tinha um namorado lindo e universitário, e elas nada. Você era um sonho, era o meu melhor sonho, sem sombra de dúvida. Eu te amava como nunca tinha amado nenhum dos meus outros namorados.


Então eu fui para a Austrália, passei três semanas lá, e eu te fiz prometer que isso não mudaria nada. Eu realmente estava mal por você não ter podido ir comigo, mas tudo parecia bem. Tudo parecia as mil maravilhas. Na primeira semana você me ligava todos os dias... já na segunda semana as coisas começaram a ficar estranhas, você mal me ligava, e quando eu te ligava, você era seco e mal falava comigo. Na terceira semana nós não nos falamos, e eu precisava saber o que estava havendo.


Cheguei no aeroporto, você não estava. Cheguei na cidade, você não estava. Cheguei em casa, você estava.


- Dorcas nós precisamos conversar. – você falou, sentado na poltrona de rattan na varanda.


- Jura? – eu falei irônica, jogando minhas malas para dentro da sala. – Depois eu arrumo mãe. – completei e minha mãe acenou com a cabeça. – Qual é o seu problema?


- Dorcas eu vou ter que me mudar.


- Você vai o que?


- Dorcas, eu tinha uma namorada antes de você, éramos como noivos, morávamos juntos e tudo mais. Nós começamos nossa relação muito cedo, e brigamos feio quando eu falei que me mudaria para cá, ela disse que terminaria comigo, mas eu não me importei. Eu vim, te conheci, gostei de você. Mas nessas semanas muita coisa aconteceu. Ela chegou aqui, de surpresa, disse que me amava, e pediu para que eu voltasse para ela.


- Ah, certo, e você vai, como um cão sem dono, não é? E eu, Remus? – eu engoli em seco. Você não podia estar fazendo isso comigo.


- Dorcas, eu a amava, eu a amo.


- E quanto a mim? E quanto ao que eu sinto por você? Eu que fiquei DOIS anos ao seu lado, agüentando os seus surtos por causa da faculdade? REMUS! – eu gritei com a minha voz mais esganiçada do que eu pretendia. – E quanto a MIM?


- Eu sinto muito.


- É muito tarde. Dois anos de atraso. Vai, vai atrás dela, Lupin. Você me fez acreditar que realmente gostava de mim.


- Eu gostava, Dorcas, que merda! Eu gostava de ficar com você!


- Que merda, Remus! Você ficava comigo só porque te era conveniente. Ter alguém do seu lado, tirar o stress, mais nada além disso! Nunca teve sentimento da sua parte, teve?


- Você sabe que nossa relação nunca foi assim!


- Nós tivemos uma relação? Você me tratou como uma qualquer, Lupin, sai daqui. AGORA! – eu gritei sentindo meus olhos arderem de ódio.


Eu permiti que uma lágrima caísse pela minha face enquanto você olhava para mim, entorpecido. Você virou as costas e saiu andando na chuva. Eu me sentia miserável. Me sentia a ultima das criaturas. Sentia uma tempestade dentro de mim.




As nuvens pareciam não se dissipar de forma alguma, e a chuva dentro de mim parecia mais forte do que nunca, desde que você partiu. Eu estava longe de você há tempo suficiente para perceber que só você poderia fazer essa chuva passar. E então eu me vi no meio da situação mais perturbadora de toda a minha vida. Estava debruçada no parapeito da janela, como se isso fosse te trazer de volta. Eu observava o vidro frio se embaçar com a neblina, e involuntariamente, eu escrevia o seu nome.


A chuva lá fora parecia cair cada vez com mais intensidade, e alagar mais e mais as ruas, e, não nego, minhas lágrimas contribuíam muito para isso. Eu estava cinza, como o céu do lado de fora. Minha vida estava fria e sombria.


O que era isso? O que você estava tentando fazer comigo? Era uma tempestade rompendo dentro de mim? Somente você poderia fazer essa chuva passar.


Chovia a cântaros lá fora, mas eu precisava fazer alguma coisa. Mente parada não daria certo. Eu estava chorando pela segunda semana consecutiva, não atendia a telefonemas e há uma semana eu não saia de casa. Levantei-me do acento do parapeito da janela, vesti o meu casaco bege e calcei minhas galochas pretas de florzinhas. Eu te odiava mais do que nunca agora.


Peguei meu guarda-chuva no guarda-chuveiro (?) e resolvi sair, andar um pouco na chuva, espairecer. Talvez fosse a minha ultima chance de te empurrar para fora da minha vida. O sol não aparecia para espantar essa escuridão.


Eu andava, quase correndo pelos caminhos de terra perto de casa. Eu te odiava tanto, odiava mais ainda por saber que você só tinha namorado comigo durante dois anos porque te era conveniente. E te odiava muito mais por você ser o único remédio para essa dor.


Eu tinha um buraco no peito, eu tinha uma tempestade dentro de mim, por sua culpa.


Mesmo sendo a única pessoa capaz de fazer essa tempestade passar. A chuva só era mais uma desculpa para eu me esconder daquilo que eu não queria encarar: você não iria voltar.


E a tempestade não iria passar. Oh, era outro dia chuvoso.




n/a: oi, tudo bom? amo essa música, a fic ficou um cocô, bjotchau. se tiver erros me desculpem, não está betada, acabei de terminar

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