Capítulo 03



ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS
02 de maio de 1997, Salão Comunal da Grifinória
22h35min


  Era tarde no Salão da Grifinória. Ali apenas se encontravam, Hermione, Harry, Rony e Ginny, todos olhavam pra lareira a trepidar...Os últimos dias haviam sido um tanto estranhos e proveitosos ao mesmo tempo, principalmente Harry, pois, embora estivesse de detenção com Snape pelas próximas duas semanas, sentia-se feliz, por Rony e Ginny estarem reagindo bem ao fim dos namoros e voltassem a ser eles mesmos, e também, porque era a primeira vez desde o verão nA’Toca, que os quatro conseguiam se reunir sem “intrusos” (leia-se Dino Thomas e Lilá Brown).


  Ouviram passos duros na escada, pausas estranhas...provavelmente alguém que está sendo impedido de descer, mas luta pra conseguir.


  - Não Dino, fica quieto... – lutava Neville Longbottom para que o colega de quarto não tentasse pela qüinquagésima nona vez se desculpar e voltar com Ginny Weasley com quem terminara à alguns dias...
  - Me solta Neville...eu preciso falar com ela.
  - Mas “ela” não precisa falar com você – Replicou Ginny, uma vez que eles já se encontravam no Salão.
  - Você ouviu minha irmã, cai fora Thomas! – Disse Rony, tentando bancar a de irmão mais velho.
  - Não se mete Rony! – Crispou Hermione, sussurando.
  - Mas ela é minha irmã! – disse ele também sussurando.
  - Então deixa ela se resolver sozinha... – disse a garota vendo o Weasley torcer a cara.


  Harry não se pronunciava, apesar de que o seu monstro interno não hesitaria de fazer com Dino o que fez a Malfoy no dia anterior.“Pára de pensar besteira...você não precisa de mais fins de semana de castigo com o Snape!”
Tentando não prestar atenção em Thomas que agora ajoelhava-se pateticamente ao lado da poltrona de Ginny, que o olhava com ar cansado de vê-lo se humilhar e ao mesmo uma incrível determinação em não ceder àquelas desculpas, Harry pegou o livro que Hermione havia deixado no sofá.


   “ A Fantástica História das Fadas – Matilda Tinkers, que coisa mais sem cultura Mione...” Abriu-o em uma página qualquer...“só pode ser um carma”
Deparara-se com o poema Fada Ruiva...de imediato ligou-o a Ginny, e olhou em direção a eles, falavam baixo, perigosamente perto...“se concentra Harry, vamos lá...não presta atenção...ela não é nada sua mesmo...é só a irmã do Rony, você não tem que se meter...”


 ‘FADA RUIVA*


 Seu olhar profundo e misterioso
Me deixou a pensar
Me passava tristeza
Me dava vontade de abraçar’


 De repente a voz de Ginny ficou alterada...Rony, Hermione e Neville fingiam estar conversando para prestarem atenção, e Harry tentava fazer o mesmo enfiando cada vez mais a cara no livro rosa.


‘Aquela fada ruiva
Ajoelhada em frente ao lago
A sua imagem a contemplar’


  - Mas Ginny...eu só quero uma segunda chance...
  - Nem segunda, nem terceira Thomas...
 “Isso Gin...Quieto Harry, concentre-se no poema...”


‘Seus cabelos cor de fogo
Flutuavam no ar
Sua pele branca
Destacavam seus lábios cor de maçã’


  - Mas porque, Ginny?
  - Porque eu não quero mais horas...

   
“isso aí Ruiva!”


‘Tão pequena e indefeza
Ali sozinha... Ai que tristeza
Tamanha beleza
Tamanha dor’


   - Como não quer mais...? – Dino continuava a implorar...
   - Não querendo horas – a ruiva respondia fria


 ‘Ela ali parada
Não via suas asas no lago
Viu que era apenas uma menina’


  - Porque não?
  - Não te interessa.


 ‘No seu mundo de fantasia
Esperando o príncipe encantado.’


  - Claro que me interessa! Até semana passada eu era seu namorado! – gritou ele.
  - Pois agora não é mais, não te devo satisfação! – replicou a menina
  - Ah deve sim! – e agarrou-lhe o braço...


  Quase que imediatamente Dino Thomas sentiu-se puxado pra trás por dois pares de braços. Harry e Rony o seguraram e o jogaram no chão, e ambos agora estavam lhe apontando a varinha com olhar tremendo de ódio. Enquanto isso, Hermione via se Ginny não estava machucada e também apontava-lhe a varinha...Neville também amparava Ginny e só não empunha a varinha pois a deixara no dormitório. O livro que Harry lia estava no chão jogado.
 Ginny saiu detrás de Hermione, o olhar frio, duro, parecia assustada, mas não havia sombra de choro em seu rosto, “você não merece minhas lagrimas Thomas”, pensou ela.


  - Rony e, ahn...Harry, podem soltá-lo
  - Tem certeza? - Harry perguntou
  - Tenho...tenho sim... – ela ruborizou, Harry achou que fosse pela situação embaraçosa -acho que ele já entendeu...certo Dino?
  - Já, já...desculpa Ginny.
  - Tudo bem...escuta, eu não quero ser sua inimiga, mas entenda que não era nem pra ter durado tanto...
  -Mas eu gosto de você...e você...?
  - Eu...gostei de você Thomas, mas talvez não tanto quanto você pensasse que eu goste...
  - Como assim?
  - Eu gosto de outra pessoa -  disse Ginny evitando encarar quaisquer um dos presentes, principalmente o melhor amigo do seu irmão – eu sempre gostei dessa pessoa e tinha decidido esquecê-lo, primeiro com Miguel e agora com você e...não consegui ainda...portanto, as desculpas são minhas, e...
  - Ótimo quer dizer que eu só servi de consolo? Substituto? – Interrompeu-a o garoto friamente...
  - Abaixa a voz pra falar com a minha irmã Thomas...
  - Quieto você Weasley, porque não foi você que fez papel de palhaço pra Hogwarts toda, servindo de consolo pra uma...

  Thomas nem viu o que lhe atingiu, quando percebeu estava com as costas coladas contra a parede e a varinha de Harry na altura dos olhos...e ouviu da boca do moreno

  - Escuta Dino, eu não tenho nada contra você, mas posso passar a ter. E se você estiver afim de terminar essa frase, vai em frente, pode escolher entre amanhã de manhã a Professora Minerva ser a primeira a saber sobre o que está acontecendo aqui, e eu não quero nem imaginar o tamanho do castigo que você vai levar por tentar agredir uma aluna. Ou eu posso fazer com você o mesmo que eu fiz com o Malfoy, e não estou nem me importando com o tamanho da minha detenção. E então vai terminar a frase?


  - Não, n-não vou... – Os olhos de Dino pareciam querer saltar de seu rosto.
  - Ótimo...agora se acalma e volta pro dormitório...e eu espero que você esteja mais calmo quando subirmos...Ok?

   Dino Thomas, não disse uma palavra, apenas virou as costas e saiu em direção as escadas.
  - Cara, essa foi por pouco – Manifestou-se Neville, as bochechas rosa de tanto nervoso.

  Harry olhou pra trás e de repente deu-se conta do que fizera, pensou que talvez Ginny tivesse percebido alguma coisa, ou pior Rony! Hermione como sempre, já sabia a
muito tempo.
 
  - Cara...- começou Rony – eu realmente acreditei nas suas palavras...
  - Como? – perguntou o moreno ainda confuso do momento.
  - Era um blefe não era?
  - É, era...
  - Eu teria partido pra cima dele com vontade se os dois ali não tivessem me segurado... – disse o ruivo apontando para Hermione e Neville...
  - É claro que segurei você...do jeito que eu te conheço, a sua azaração podia voltar e você estaria vomitando lesmas de novo... – Respondeu a menina...
  - Vou fingir que não ouvi, Granger, aprendi uns feitiços melhores... Mas, cara, - voltando-se ao amigo - foi demais, mesmo valeu! – continuou dessa vez abraçando o moreno com ar confuso.


  Assim que foi solto por Rony, viu Ginny se aproximando...
  - O-obrigado, Harry.
  Ela não lhe olhava nos olhos, “talvez estivesse chorando” pensou... e num movimento inesperado ela abraçou-o. A cabeça dela estava na altura de seu peito, tal era a maneira como a menina a mantinha baixa... Harry levou uns segundos para assimilar o que ocorria, e sem que tivesse tempo de fechar seus braços entorno do corpo dela, ela o soltou e levantou a cabeça. Para a surpresa do garoto, ela não chorava, não havia sequer sinal de choro em seu rosto. “Cho Chang teria inundado a sala, acho...”, pensou Harry inevitavelmente.


   - Obrigado mesmo – a voz da menina estava normal de novo, embora ela parece-se um tanto constrangida... – Ah, o seu livro rosa, tava no chão...
   - Livro rosa, Harry? – Rony caçoou. Até Neville riu junto.
  
   Hermione que até então apenas observara a cena e captou daquele momento mais que todos naquela sala juntos, se manifestou...
   - É meu Gin...eu terminei de ler e deixei no sofá...o Harry só foi curioso de ver...
   - É...é isso mesmo...- o moreno disse olhando pra amiga com cara de eu-sei-tudo...
   - É verdade, Mione, com a confusão esqueci, era esse livro que você ia me mostrar não era? – Perguntou a ruiva, esquecendo-se da confusão...
   - Era sim, mais precisamente o poema da página 88, “O tempo e as Fadas”.
   - Afe, que coisa mais sem graça... - Manifestou-se Rony
   - Não se mete Ronald...a Mione está falando comigo... - Ralhou Ginny
   - Mal agradecida, não te defendo mais – disse o ruivo empunhando a língua
   - Quanta maturidade! Francamente!– replicou Hermione, virando os olhos – lê alto Ginny, talvez te faça bem, melhor faça bem à todos nós depois do que houve...
   - Tudo bem... - a ruiva concordou.

   Enquanto Ginny lia, uma luz rosa formou-se no centro do salão e uma neblina densa saiu de lá, os meninos absortos na leitura só perceberam algo estranho porque fez-se um estalido muito forte. E no meio do salão agora encontravam-se figuras do passado conhecidas em sua maioria por fotos...
 
   - Onde a gente tá? – uma voz que Harry conhecia e achara que nunca mais ouviria fez-se ouvir, e seu coração quase saiu pela boca... “será possível?”, pensou ele...
   - Pára de pisar no meu pé Potter...


    “Merlin...que que está acontecendo aqui?”

    Lá fora outra luz rosa também se formou...e oito figuras também caíram de lá, só que dessa vez na relva noturna de Hogsmeade...não eram conhecidas de ninguém, mas um dia seriam...


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*O poema lido é de autoria de Carolina Salcides e eu peguei de seu site.
Segue link:
http://fadasepoesias.blogspot.com/2005/08/fada-ruiva.html

N/A: Genteeeeeeee desculpa a demora, a facul começou, to estagiando ai num deu pra postar antes!
espero que gostem e me perdõem!

bjus

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