Uma detenção e algumas conseqü



N/A: Olá!... Certamente esse capítulo não é nada do que ninguém está pensando, mas não irei me estender muito aqui porque vou falar tudo que preciso ao final do capítulo, então, por favor não deixem de ler as considerações que são MUITO importantes! Beijos...


Capítulo XX
Uma detenção e algumas conseqüências



Com o fim das férias de natal a carga horária de aulas e deveres extras dos sextanistas foram se tornando gradualmente maiores e mais exigentes. Harry, Rony e Hermione juntamente com os outros colegas de seu ano viviam enfurnados na biblioteca e eram na maioria das vezes os últimos a deixarem a sala comunal à noite, tendo até mesmo mais lições e trabalhos que os próprios setmanistas. Dessa forma, à altura que fevereiro chegou, Hermione estava tão estressada e afobada com os estudos que era apenas um fator de irritação a mais para Harry e Rony.

-É sério Harry, eu juro que ela está pirando. – falou Rony arregalando os olhos azuis para o amigo numa expressão de desespero. – É simplesmente IMPOSSÍVEL fazer tudo isso. – completou ele olhando uma lista de deveres a serem feitos que Hermione tinha lhes passado.

Harry meramente concordou com a cabeça e, cansado, puxou para mais perto outro livro de Poções.

-TRÊS redações, duas de SESSENTA centímetros de pergaminho e outra de OITENTA! E um mapa estelar! Fora o questionário sobre os Búzios para a Morcega Velha... – reclamava o ruivo. – O que eles estão pensando, afinal? Que nós não temos mais o que fazer do que gastar toda a noite debruçados sobre livros?

-Hermione já fez tudo?
– perguntou Harry com um suspiro.

-Provavelmente. – Rony encolheu os ombros. – Onde você acha que ela escondeu os pergaminhos? Seria o ideal podermos dar uma olhada para tirarmos algumas idéias.

-Copiarmos, você quer dizer.

-Que seja.
– disse o ruivo balançando a cabeça. – Nós deveríamos aproveitar que ela saiu para-

-Deveríamos aproveitar que QUEM saiu, Rony?
– indagou uma voz às costas do garoto fazendo-o saltar.

-Er... Hermione, é você? – balbuciou ele virando-se para ver a amiga parada de pé com os braços cruzados, o encarando.

-Pelo menos era da última vez que verifiquei. – disse ela num tom impaciente se sentando em sua poltrona habitual.

-Meiga como sempre. – zombou Rony.

Hermione luziu a ele, mas antes de abrir a boca para retrucar a voz de Harry já estava falando:

-Por que você voltou tão rápido? – perguntou ele olhando a garota. – Seus chás com a Brinks sempre são mais longos...

-A professora Rebecca não está se sentindo bem hoje.
– respondeu Hermione. – Ela sentiu uma tontura e quis se deitar um pouco mais cedo.

Harry e Rony trocaram um olhar.

-O que? – indagou a menina vendo a reação dos garotos.

-Hermione... – começou Harry cuidadosamente. – Você não pode negar que é de fato estranho e-

-O que há de estranho em alguém sentir-se indisposto?
– cortou ela.

-Você mesma disse que algumas vezes as reações dela eram esquisitas! – exclamou Harry. – Quando você parou alguns dias com esses chás com aquela mulher eu até pensei que você tivesse resolvido abrir os olhos, mas de repente começou tudo de novo...

Hermione encarou o amigo, pensativa. Tantas coisas haviam acontecido nesses últimos tempos. Mas mesmo que quisesse, ela não poderia negar que se sentia confusa e desnorteada. Realmente a decisão de se afastar da professora tinha pairado em sua mente por algum tempo depois daquela visita onde ambas conversaram sobre os pesadelos da garota. Hermione achou esquisita a reação de Rebecca na ocasião, embora nunca conseguisse desconfiar de verdade da mestra. Pensamentos difusos a perturbavam constantemente, fazendo Hermione pensar até mesmo que a garotinha dos seus sonhos era de fato a própria filha da professora, mas isso não fazia o mínimo sentido. E de coisas que não faziam sentido ela já estava farta, Hermione se lembrou ao desviar o olhar para o outro garoto em sua frente.

Rony.

Rony já era um fator mais que suficiente para confundir sua cabeça, ela não precisava de mais nenhum, obrigada. De coisas que a razão não explicava bastava ele e seus atos, seus olhos, seus sorrisos. Bastava ele e seus elogios. Ele e seu quase beijo. Bastava ele e sua maldita pretensão de agir como se nada tivesse acontecido no momento em que a viu novamente.

“Mas NADA realmente aconteceu, Hermione.” – ela se repreendeu em silêncio. – “Você que é estúpida o bastante em pensar que aquilo significou algo para ele e que de fato ele tivera pelo menos a intenção de beijá-la. Coisa de momento, isso foi tudo.”

-O que há com você?
– ela ouviu Rony perguntar, a tirando momentaneamente dos seus devaneios.

-Anh? – fez ela.

-Há tempos estou tentando te chamar de volta. – disse o ruivo. – Harry está falando com você, mas você parece estar flutuando numa dimensão diferente da nossa... Em quem estava pensando, afinal? – perguntou ele suspeitosamente.

A garota suspirou profundamente. Rony estava olhando para ela daquele jeito de novo. Mais uma vez o azul de seus olhos estava escuro e tempestuoso.

“Ah, Rony.” – pensou ela – “Se você fosse um livro eu juro que te colocaria na seção reservada, pois você é assustador, perigoso, imprevisível, mas ainda consegue me fazer querer te descobrir cada vez mais...”

-Héim?
– pressionou ele. – Hermione?

-Não estou pensando em ninguém.
– respondeu a garota derrubando sua cabeça no encosto de sua poltrona e fitando o teto inexpressivamente. – O que você falava, Harry?

-Só estava lhe falando que a professora Brinks-

-Chega, Harry.
– interrompeu a menina, cansada. – Eu não estou com a mínima disposição para discutir esse assunto outra vez.

O garoto se calou, amuado. Rony continuou sua enfadonha redação de História da Magia, dando pequenos muxoxos.

-Bom, vou me deitar. – falou Hermione se levantando. – Boa noite a vocês.

-Ei!
– chamou Rony erguendo os olhos para ela. – Você nem ao menos vai nos ajudar com tudo isso?

-Vocês são capazes de fazerem sozinhos.
– disse ela.

-Oh sim, nem se nós tivéssemos tantas mãos quanto a Lula Gigante tem tentáculos nós conseguiríamos fazer tudo isso sem você.

Hermione segurou um sorriso e tentou fazer carranca, mas silenciosamente sentou-se outra vez na poltrona e puxou para si a redação de Rony para revisar.

“Rendida por uma gracinha, Hermione Granger.” – ela pensou – “Isso está se pondo cada vez pior...”

*****



-Andem logo vocês dois. – falou Hermione a Rony e Harry durante o café da manhã do dia seguinte. – Ou nós iremos nos atrasar.

-Um bruxo não pode nem ao menos fazer suas refeições tranqüilamente nesse lugar.
– resmungou Rony se levantando e abocanhando outro pedaço de torrada.

-Deixe de reclamar um minuto em sua vida, Rony. – retrucou a garota. – Se você não se importa em se atrasar, EU me importo.

-Receio que seja tarde demais, Srta. Perfeitinha.
– disse o ruivo com um relance à mesa dos professores. – A Brinks já deve estar na sala, não a vejo em lugar algum por aqui.

Hermione bufou com o apelido, encarando Rony.

-Ela não estava no salão hoje, de fato. – falou Harry juntando as sobrancelhas em sinal de concentração.

-Tomara que estejamos dispensados da primeira aula, então. – murmurou o ruivo enquanto caminhavam rumo à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. – O que? – completou defensivamente ao receber outro olhar fulminante de Hermione. – Como teremos aula sem professor?

O trio chegou à sala e encontrou-a fechada, alguns de seus colegas sextanistas parados junto à porta.

-Por que está fechada? – perguntou Simas que chegava acompanhado por Dino.

-Está aí uma boa pergunta. – retrucou Dino.

-Onde está a professora Brinks, Hermione? – perguntou Parvati à garota.

-E como é suposto que eu saiba?

-Você é a queridinha dela, não é? Se alguém pudesse saber ninguém melhor do que você.


Hermione corou fracamente, mas se conteve em apenas girar os olhos, só um momento antes de todos ouvirem a porta se abrir e uma voz desagradável soar atrás deles.

-Entrem em fila e em silêncio.

-Snape?
– sussurrou Rony em terror encarando Harry. – Ah, não... – gemeu o ruivo.

As reações ao redor não foram muito diferentes e todos os grifinórios entraram na sala com a mesma expressão de desânimo no rosto.

*****



-Pelo que me foi passado, nessa aula vocês iriam começar a ver sobre “Cérberos”. – começou o professor friamente – E vocês têm uma redação sobre o assunto para me entregar.

-Nós temos uma redação para entregar, mas não para ELE.
– murmurou Rony, fazendo Snape lançar o olhar na direção do trio.

-O que disse, Weasley?

-Nada, professor.
– falou ele simplesmente.

-Menos dez pontos da Grifinória por ficar falando “nada” durante a minha aula, Weasley. – disse Snape maliciosamente. Harry apertou os punhos, suspirando de modo audível e Hermione carranqueou.

-E menos cinco pontos por seus bufos, Potter. – completou o professor com um sorriso desdenhoso. – Agora, as redações. Accio pergaminhos!

Um mar de pergaminhos voou de todas as direções e se empilharam organizadamente sobre a escrivaninha.

-Bem, falemos dos “Cérberos”, então. Os “Cérberos” são criaturas- O que foi, Srta. Granger? – interrompeu ele ao ver a mão de Hermione erguida o mais alto que ela conseguia. – Eu não me lembro de ter perguntado nada para ser obrigado a assistir a Srta. se exibindo com sua mão ENFEITANDO o ar.

-Eu... eu...
– começou ela muito vermelha. – Só queria saber onde está a professora Brinks

-A Srta. e sua mania de querer saber de tudo.
– desdenhou Snape. – Isso não lhe diz respeito. E cinco pontos da Grifinória por interromper a aula com tópicos inúteis...

-Mas isso não é justo!
– exclamou Rony, também vermelho de raiva. – Hermione não fez nada!

-Rony, não!
– sussurrou ela apertando a mão do ruivo por baixo da carteira.

-Menos quinze por sua petulância, Weasley. – disse Snape calmamente.

-Por que você não se limita a dar sua aula ao invés de ficar descontando injustamente os pontos da Grifinória? – perguntou Harry furioso. Rony fez uma careta e Hermione gemeu apertando novamente a mão do ruivo. Toda a sala prendeu a respiração, observando o professor se aproximar lentamente do lugar onde o trio estava sentado.

-Nunca critique meus modos de ensinar, Potter. – disse o homem em tom baixo, seus olhos brilhando de malícia e seu cabelo escuro e oleoso caindo-lhe sobre o rosto. – Talvez você se ache capaz de ministrar uma aula melhor, não? Ouvi falar de suas habilidades com o seu CLUBINHO de Defesa... – riu ele. – Vamos, se você se acha tão bom, explique aos seus colegas o assunto de hoje, lhes fale sobre os “Cérberos”.

-“Cérberos” são criaturas mágicas.

-Muito complexa sua explicação, Potter.
– zombou Snape.

-São cachorros maiores do que o normal e que possuem três cabeças. – completou Harry.

-Perfeito, perfeito. – disse o professor com sarcasmo. – E essa longa explicação é tudo o que você pode nos contar sobre o assunto?

-Não.
– disse Harry espumando de ódio. – Eu também posso dizer que assim como você, professor, já estive cara a cara com um “Cérbero”. Em meu primeiro ano. A diferença é que EU saí da experiência com a PERNA e todo o resto intactos.

Hermione ofegou juntamente de toda a turma e Rony enfiou os nós dos dedos dentro da boca para evitar de explodir em risadas.

-Detenção, Potter. – falou Snape, sua voz trêmula de raiva. – E menos cinqu-

-Com licença, Severo.
– uma voz interrompeu da porta, fazendo todas as cabeças se virarem instantaneamente para olhar uma pálida Rebecca Brinks parada encostada ao batente. Snape a olhou com profundo desgosto.

-Brinks?

-Obrigada por conduzir minha aula até aqui, Severo.
– disse ela calmamente. – Mas já me sinto melhor e sou capaz de assumir daqui para frente.

Snape pareceu ter engolido algo particularmente quente ou amargo, a julgar pela expressão do seu rosto. Ele deu um relance furioso a Harry antes de encarar Rebecca.

-A turma é sua, Brinks, mas Potter e eu temos uma detenção a combinar.

-Suponho que se algo aconteceu durante uma aula de minha matéria sou eu quem deve cuidar disso, Severo. Combinarei a detenção com Potter, não se preocupe.


Snape fez uma cara ainda mais feia e saiu dali a passos largos, sua capa vagueando atrás dele como grandes asas de um morcego. Hermione olhou sorrindo para a professora, que sorriu de volta. Logo após, a garota se virou a Harry e lhe deu o mesmo sorriso aliviado. Mas o menino ainda estava estático e impassível. Afinal, ele não conseguia se decidir qual das opções teria sido pior, detenção com Snape ou com Brinks. Suspirando e sentindo novamente o habitual desconforto que sempre sentia na presença daquela mulher, Harry começou a se lamentar intimamente que Snape tivesse deixado a sala.

*****



Harry olhou para seu relógio de pulso uma vez mais e correu os dedos pelo cabelo, desanimado. Dez minutos. Esse era exatamente o tempo que faltava para o horário de sua detenção com a professora Brinks. Fechando seu livro com uma força desnecessária, ele se espreguiçou em sua poltrona e encarou os amigos.

-Está na hora? – perguntou Rony o encarando, solidário.

-Suponho que sim. – respondeu ele se levantando.

-Poderia ser pior, Harry. – falou Hermione observando a expressão miserável do amigo. – Pelo menos não é o Snape.

-Mas é a Brinks.
– retrucou ele fazendo a garota tremer sua cabeça de um lado para o outro como se dissesse “Não acredito que ele está dizendo isso.”

-Bem, até mais.
– acenou Harry começando a se arrastar na direção do buraco do retrato.

-Sorte, cara. – desejou Rony.

-Nós lhe esperaremos aqui, Harry. – reforçou Hermione.

O menino acenou com a cabeça e com um último relance aos amigos cruzou o buraco do retrato e caminhou apressadamente pelos corredores e escadas até a sala da professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, que se encontrava no segundo andar. Ofegante e ligeiramente suado do esforço para chegar no horário, ele bateu suavemente à porta.

-Entre. – veio a voz calma da professora Brinks do interior do aposento.

Harry abriu a porta cuidadosamente, entrando e a fechando outra vez atrás de si.

-Boa noite, Potter. – cumprimentou ela com um sorriso agradável.

-Noite. – ele sussurrou de volta, sem encará-la.

-Sente-se, por favor. – disse Rebecca fazendo um sinal à cadeira a sua frente. O garoto obedeceu em silêncio, ainda sem erguer os olhos para a mulher.

-Então é só eu virar as costas que meus alunos já adquirem detenção? – falou ela num tom ligeiramente brincalhão. Harry limitou-se a acenar afirmativamente, seus olhos verdes fixos às suas próprias mãos sobre a escrivaninha.

-É, mas suponho que Snape tenha dificultado um pouco as coisas para vocês... – a professora continuou seu monólogo. – Ele algumas vezes é uma pessoa difícil de se lidar.

-Professora Brinks,
- fez Harry finalmente falando e milagrosamente deixando que seu olhar encontrasse o de Rebecca – se a Sra. não se importa eu gostaria que fôssemos direto ao ponto. O que eu terei de fazer?

Rebecca pareceu ligeiramente surpresa e sem graça com a atitude do aluno, mas não tirou o sorriso tranqüilo de seu rosto quando voltou a falar:

-Bem, meus livros e pertences estão precisando de uma boa organização, Potter. – disse ela indicando as prateleiras e mesinhas ao redor da sala. - Os elfos do castelo podem fazer isso, claro, mas geralmente sou eu quem sempre cuido dessa parte. Hoje abrirei uma exceção apenas em conseqüência de sua detenção.

-O que eu terei de fazer, exatamente?
– indagou o menino.

-Coisas simples. – respondeu a professora, sorridente. - Tirar o pó, alinhar os livros nas prateleiras, organizar os objetos sobre as mesinhas... Um trabalho de organização geral.

Harry mais uma vez fez um sinal silencioso de concordância e deixou sua cadeira rapidamente.

-Aqui. – disse ela deslizando um pequeno pano umedecido sobre a escrivaninha na direção dele. – Para a limpeza.

Harry agarrou o paninho e partiu para uma das mesinhas ao fundo da sala, próxima a uma porta que provavelmente levaria aos aposentos pessoais da professora.

“Quanto mais rápido eu fizer isso, menos tempo terei que ficar aqui na presença dela.” – pensou o garoto decidido, notando que o já familiar mal-estar causado pela Brinks estava novamente se apoderando de seu corpo.

-Essa não, Potter! – a voz da professora soou alarmada, desviando os pensamentos do garoto. – Deixe essa mesa. – continuou ela o olhando com os olhos bem abertos. - Desses pertences eu própria cuidarei depois.

-Ok.
– resmungou Harry se virando para a mesinha ao lado e começando a tirar o pó de um onióculo. Depois de alguns segundos seus olhos se voltaram irresistivelmente para a pequena mesa ao fundo a qual ele estava momentos antes. O que teria ali que Rebecca queria tanto mantê-lo longe? Algo maligno? Incriminador? Mas olhando atentamente, tudo o que ele conseguiu ver lá em cima foi uma caixinha vermelha parecendo antiga, mas ao mesmo tempo bem conservada. Fosse o que fosse o segredo de Brinks, ele estava ali dentro. E Harry TERIA que conseguir abrir aquela caixinha.

*****



-Mione? – chamou Rony tentativamente, sustentando sua pena em posição sobre um pergaminho.

-Hum? – respondeu Hermione sem tirar os olhos do livro aberto sobre a mesa.

-Quais foram os bruxos mais famosos da Antiguidade? – perguntou ele.

-Apolônio de Tiana, Paracelso, Agrippa... – disse a menina com displicência enquanto Rony copiava o que ela dizia.

-Er... Mione? – chamou o garoto novamente.

-Hum?

-Você sabe dizer algo de impacto sobre Apolônio de Tiana?

-Ele viveu no século I e foi duramente perseguido por ser acusado de realizar adivinhações por meio de sacrifícios humanos.
– ela murmurou distraidamente.

-Mione? – falou Rony pela terceira vez, assim que terminou de anotar febrilmente o que a garota tinha acabado de dizer.

-Hum? – resmungou ela de novo.

-O que você sabe sobre Paracelso? – perguntou o ruivo posicionando sua pena novamente.

-Ele nasceu em 1493 na Suíça e morreu em 1541. Durante sua vida atuou com filosofia, alquimia, profecias e transmutação de metais em ouro. Também escreveu textos famosos sobre medicina bruxa e diversos assuntos da magia. Em sua biografia consta que Paracelso era dono de um espelho mágico que previa o futuro. – Hermione recitou tudo num fôlego só, ainda de modo distraído e com toda sua atenção voltada ao seu livro. Rony arregalou os olhos para a menina e deixou sair uma risadinha espantada.

-O quê? – falou ela finalmente erguendo o rosto para olhá-lo.

-Nada. – disse o garoto balançando a cabeça. – Mas sabe, é incrível como uma pessoa consegue se lembrar de tanta informação... Às vezes fico pensando que você é muito mais útil do que o lembrol do Neville.

Hermione revirou os olhos.

-Oh, muito obrigada pela comparação. – desdenhou ela. – Fico REALMENTE feliz em saber que você me acha mais ÚTIL que um LEMBROL.

-MUITO mais, eu diria.
– riu Rony desviando os olhos, suas orelhas começando a corar.

-O que você quis dizer com isso, Rony? – perguntou Hermione esperançosamente. Essa era a primeira vez que o ruivo dizia algo desse tipo depois do fatídico “quase-beijo” entre os dois.

-E-eu... bem, não sei. – sussurrou Rony de volta, agora completamente vermelho.

-Certo. – falou Hermione desapontada. Ela observou a pena na mão do garoto e o pergaminho já escrito até à metade postado sobre a mesa. – Ah não, Rony! – exclamou ela, entendendo. - Eu não acredito no que você estava fazendo agora há pouco! Você estava tentando me fazer te contar as respostas para o Trabalho de História da Magia!

-E deu certo, não deu?
– respondeu o ruivo risonho.

-Isso foi jogo sujo! – exclamou a menina, fazendo Rony se lembrar da ocasião em que ele dissera essas mesmas palavras a ela e do que tinha quase ocorrido depois disso.

-Ah, Hermione, foram apenas umas perguntinhas de nada... – argumentou o garoto. - Qual o mal de você ter me contado as respostas?

-O mal, Rony? Como é suposto que você APRENDA alguma coisa se obtém todas as respostas prontas?

-E que interesse tenho eu em aprender sobre um monte de bruxos velhos e caducos?

-Eles não ERAM velhos e caducos, Rony, eles foram os bruxos mais famosos da época!
– irritou-se Hermione.

-Tudo bem, podem até ter sido, mas passou, pronto! No que isso pode influenciar nossas vidas agora? – retrucou o ruivo.

-O passado sempre influencia o presente e o futuro. – disse a menina sabiamente. – Conhecer um pouco sobre a vida dos bruxos mais brilhantes do passado nos possibilita imaginar como serão os do futuro.

-Mas isso é fácil.
– falou Rony com um sorriso. – Eu posso perfeitamente imaginar como serão os bruxos mais brilhantes do futuro.

-É justamente onde eu estava querendo chegar.
– respondeu ela. – Você entendeu a importância de conhecer sobre os bruxos famosos do passado, então?

-Na verdade não.
– o ruivo encolheu os ombros. – Afinal, eu não preciso conhecer nada sobre Paracelso, Agrippa e qualquer desses outros sujeitos para saber que um dos nomes que serão citados futuramente entre os dos mais brilhantes será “Hermione Granger”. – concluiu ele fazendo Hermione mudar de cor instantaneamente como um camaleão.

-Ah, Rony. – murmurou ela com a cabeça baixa. – Não é me bajulando que você irá conseguir provar um ponto de vista.

-E é fazendo o que, então?
– devolveu ele baixinho, tocando de leve a extremidade de sua pena sobre as costas da mão da garota e causando-lhe cócegas.

-Sendo racional. – respondeu a menina sem erguer os olhos e afastando a mão do alcance da pena, embora sua voz estivesse ligeiramente aguda.

-A racional aqui é você. – Rony falou aproximando mais sua poltrona da dela e buscando a mão da menina com a pena novamente.

-Não quando se trata de Rony Weasley. – Hermione horrorizou-se ao se ouvir dizendo. – E pare com isso, eu tenho cócegas. – completou ela um tanto sem graça, empurrando a pena de Rony para longe.

-O que você quis dizer? – perguntou o garoto a olhando atentamente.

-Que eu tenho cócegas. – repetiu Hermione, intimamente suspeitando que não era essa a resposta para a pergunta do menino.

-Antes. – disse Rony confirmando as suspeitas dela. – O que você quis dizer antes?

-Eu... eu NÃO SEI.
– Hermione respondeu lhe dando o mesmo gostinho de frustração que ela tinha experimentado ainda há pouco quando ele dissera essas mesmas palavras.

Os dois se encararam por um instante, como se tentassem ler um ao outro, mas Hermione quebrou o olhar e voltou a atenção ao seu livro. Entretanto, não antes de oferecer um sorriso minúsculo, tímido, mas completamente sincero ao ruivo.

Rony a viu abaixar sua face outra vez para o livro e tentou fazer o mesmo, dando uma olhada à sua tarefa não terminada de História da Magia. Mas foram meros segundos antes que ele percebesse que tudo sobre tarefas e deveres tinha escapado de sua mente depois do sorriso da garota ao seu lado. Hermione tinha voltado ao estudo e agora parecia como se nada (com exceção de um balde de água gelada) conseguiria que ela observasse do seu livro de Runas Antigas. Ela estava inclinada sobre as páginas, sentada bem na extremidade da poltrona, declamando silenciosamente as palavras que lia. Se essa não era uma pose clássica de Hermione, nada seria: sentada perfeitamente, com foco perfeito, amedrontada que alguém a pegaria não estando perfeita e a denunciaria como se ela fosse uma criança má-comportada. O ruivo riu a ela, não alto o bastante para que a menina notasse. O que Hermione não sabia, era que ela sempre estaria perfeita. Não precisaria de tanto esforço para isso. Ela sempre estaria perfeita e Rony sempre estaria ao seu lado para confirmar esse fato. Mesmo que ele fosse demasiado covarde para contar isso a ela. Ele encontraria a coragem. Eventualmente.

*****



Foi com grande excitação que Harry viu a oportunidade para fazer aquilo que ele tinha estado planejando desde o começo da noite. Para ser mais exato, desde o momento em que seus olhos viram a velha caixinha vermelha sobre a mesa próxima à pequena porta. Depois de passar quase duas horas organizando livros em prateleiras e tirando pó de objetos sob a supervisão de Rebecca Brinks, o menino agora finalmente se encontrava sozinho na sala. A professora, pelo que parecia, tinha ido buscar mais ervas na cozinha, já que segundo ela seu estoque estava em baixa e além de não dormir sem um chá ela desejava convidar alguém para um no dia seguinte. Harry poderia bem imaginar quem era a convidada de Brinks, mas na euforia de ver a mulher longe dali, guardou essa preocupação para depois. E assim, a mestra tinha lhe pedido que continuasse o trabalho e dito que estaria de volta em alguns minutos, fechando a porta atrás dela ao sair. Agora Harry estava ali parado, suas mãos apertando com força o paninho que ele utilizara para tirar o pó e seu coração martelando selvagemente contra seu tórax. Devagar, ele se aproximou da porta, abriu-a do modo mais lento e silencioso possível e olhou abaixo no corredor. Tudo estava calmo e escuro, aparentemente deserto. Voltando a puxar a porta fechada, Harry mirou mais uma vez a caixinha vermelha ao fundo da sala e apressadamente caminhou para a mesinha onde ela jazia. Olhando por cima do ombro uma outra vez e agora sentindo o coração batendo quase à altura de sua garganta, o garoto puxou a tampa da caixa, que saiu com leveza e facilidade.

-Que diabos é isso? – sussurrou Harry a si próprio, ao olhar o interior da caixinha e ver uma pequena bonequinha de louça por cima do que pareciam velhos pergaminhos amarelados e cartões. Cuidadosamente, o menino retirou a boneca para mirá-la melhor. Ela tinha um rostinho moldurado graciosamente em uma louça branca, olhinhos pintados em tinta azul, uma boquinha vermelha em formato de coração e cabelos muito pretos sob um chapéu azul da mesma cor de seu vestidinho. Seu corpinho era de pano e apenas cabeça, pés e mãos eram feitos de louça. Era um objeto simples e parecia perfeitamente normal à visão de Harry. Colocando-a de lado com uma expressão confusa no rosto, o garoto puxou o primeiro pergaminho amarelado sobre o topo das outras coisas no interior da caixa e o desenrolou. Palavras escritas numa letra caprichada poderiam ser lidas, embora estivessem um tanto apagadas pelo tempo. Parecia se tratar de uma carta, já que no cabeçalho constavam local e data:

“Hogwarts, 05 de setembro de 1977”

“Se nós estamos em 1996 isso foi há mais de 19 anos”
– pensou Harry, seus olhos ávidos esquadrinhando o papel:

“Querida mamãe e amado papai,

Espero que estejam bem e conseguindo agüentar a minha falta. Eu confesso que já estou morrendo de saudades, mas não tenho palavras para expressar o quanto Hogwarts é maravilhosa. O castelo é lindo com suas centenas de escadas, o teto do salão principal me encanta, já que é enfeitiçado para parecer o céu. A biblioteca me deixou boquiaberta... Mas o mais emocionante mesmo estão sendo as aulas. Vocês não podem imaginar o quanto estou aprendendo e o quanto gosto disso! Eu amo Hogwarts! Eu amo ser uma bruxa! Mas mamãe e papai, eu amo muito mais vocês dois. Nunca estive tão feliz,

Amor,

Kimberly B. Taylor”

“Bom, pelo menos a história da filha parece constar.”
– pensou Harry colocando a carta de lado próxima à boneca e alcançando mais um pergaminho. Com um olhar rápido ele viu se tratar de outra carta da filha de Rebecca, assim como todos os demais papéis dentro da caixa. Retirando todos os pergaminhos, Harry alcançou para os cartões, a fim de verificar do que se tratavam. Ao puxar o primeiro, no entanto, ele viu que não se tratavam de cartões e sim de várias fotografias bruxas. Com os olhos atentos, o garoto observou uma professora Brinks muito mais nova e com uma aparência muito mais feliz, abraçada a um jovem simpático de cabelos castanhos muito lisos que lhe caíam sobre os olhos. Em outra foto ele viu novamente o jovem, agora segurando em seu colo um bebê que sorria e agitava os braços freneticamente. Passando as fotografias rapidamente, Harry viu que todas retratavam cenas familiares: Rebecca, o homem e o bebê; Rebecca abraçada a uma menininha miúda de olhos profundos e cabelos castanhos lisos; a mesma garotinha no pescoço do homem dos cabelos lisos; a menina abraçada à mesmíssima bonequinha de louça que Harry analisara há momentos atrás; ela já um pouco mais crescida segurando uma enorme pilha de livros... Harry sorriu um pouco ao notar que essa última lembrava irresistivelmente uma foto de Hermione criança que ele tinha visto na casa da amiga durante o verão. Mas então, o garoto pensou ouvir passos ecoando ao longe no corredor e com uma rapidez espantosa ajeitou tudo novamente dentro da caixinha e se afastou outra vez para uma das prateleiras de livros, o coração voltando a acelerar de forma impiedosa.

-Terminando, Sr. Potter? – perguntou a professora Brinks apenas um instante depois, entrando na sala com as mãos repletas de ervas para chá.

-Hum... Sim. – respondeu ele sem ousar encará-la.

-Muito bom. – disse a mulher. – Mas já está ficando tarde e você já deve estar cansado, e eu penso que essa organização está boa o suficiente.

-Estou dispensado?

-Pode ir sim, Sr. Potter.
– falou a professora Brinks se aproximando dele. – Apenas me faça um favor, sim?

- Sim, senhora.

-Diga à Srta. Granger que venha tomar um chá comigo amanhã durante a tarde. Isso se ela não tiver um programa melhor para um sábado, é claro.
– brincou Rebecca dando um tapinha sobre as costas de Harry.

Mas no instante em que os dedos da professora tocaram seu corpo, Harry sentiu uma dor tão intensa em sua cicatriz que caiu imediatamente ajoelhado sobre o chão da sala, gritando de agonia da sensação como de brasas corroendo sua pele, carne e seu próprio crânio. Ele gritou de dor e ofegante levou uma mão trêmula à sua testa, massageando devagar a cicatriz com as pontas dos dedos enquanto a dor começava a baixar.

-Sr. Potter? – falou Rebecca assustada se ajoelhando próxima a ele. – O que houve?

Respirando pesadamente e tentando com o máximo de suas forças se equilibrar sobre suas pernas, Harry se levantou, cambaleante, negando a mão estendida da professora.

-O que houve? – perguntou ela novamente, esticando a mão para ampará-lo pelo ombro. Mas o garoto se desviou outra vez do toque da mulher, seus olhos lacrimejantes.

-Eu estou bem. – sussurrou ele com uma voz fraca. – Isso é normal, acontece às vezes. – mentiu.

-Você não precisa de ajuda para levá-lo à Ala Hospitalar? – indagou Rebecca.

-Não. Eu preciso apenas dormir.

-Tem certeza?

-Sim, agora posso ir, professora?
– Harry insistiu.

-Claro, Sr. Potter. Boa noite.

-Noite.
– resmungou Harry de volta e apressado abriu a porta da sala e caminhou para longe dali.

*****



Harry estourou pelo buraco do retrato alguns momentos depois, parecendo extremamente pálido e doente. Sua cicatriz não mais doía, agora apenas formigava desconfortavelmente, mas o que realmente estava o incomodando era o quanto sua cabeça fervilhava com pensamentos e informações. Definitivamente, indubitavelmente, HAVIA algo MUITO errado com a professora Brinks. Caminhando vacilante até os amigos, ele se arremessou na poltrona ao lado de Rony e suspirou profundamente.

-Harry? – perguntou Hermione olhando-o espantada. – O que houve, você está bem?

-O que aconteceu, cara?
– insistiu Rony arregalando os olhos para o amigo. – A professora Brinks mandou que você fizesse algo horrível?

-Não.
– disse Harry num tom baixo. – Apenas tive que organizar uns livros e objetos.

-Mas qual é o problema?
– pressionou Hermione fitando o menino com extrema preocupação.

-Eu tinha razão sobre a Brinks, Hermione. – falou Harry virando-se para a garota. – Há REALMENTE algo errado com ela.

-O que você quer dizer?
– indagou Hermione empalidecendo.

-Minha cicatriz. – respondeu Harry. – Ela explodiu de dor quando a Brinks me tocou.

Hermione mordeu o lábio como sempre fazia quando estava nervosa e juntou as sobrancelhas.

-Mas Harry, - disse ela cautelosamente – isso de fato não prova nada, ocorreu a mesma coisa ano passado com a Umbridge!

-Que era uma mulher maligna.
– completou Rony.

-Sim, mas que não tinha nada a ver com Voldemort. – retrucou Hermione ignorando a careta do ruivo.

-Agora foi diferente, Hermione. – falou Harry convicto. – Naquela ocasião com a Umbridge minha cicatriz deu uma pontada e nada mais. Hoje ela EXPLODIU em dor quando a Brinks me tocou. Definitivamente tem algo muito ruim com ela.

-É um tanto estranho.
– disse a menina. – Mas talvez seja pelo fato que eu já lhe falei antes, talvez seja porque vocês dois têm a vida marcada por ELE.

-Ora, Hermione,
- Rony falou impaciente – se a cicatriz do Harry doesse cada vez que alguém que teve a vida marcada por Você-Sabe-Quem o tocasse ele teria que se exilar! A grande maioria dos bruxos teve sua vida marcada por ele de alguma forma.

-Ele tem razão.
– insistiu Harry. – Afaste-se dela, Hermione.

-M-mas Harry...
– murmurou a menina ainda mais nervosa, apertando suas próprias bochechas com as mãos. – Pode ter sido apenas coincidência...

-Eu sei que você é inteligente o bastante para não acreditar nisso que está dizendo.
– falou Rony. – COINCIDÊNCIA...

-Afaste-se dela, Hermione.
– repetiu Harry encarando os olhos da amiga. – Não continue com essa amizade.

-Você não precisa dela.
– reforçou Rony. – Você tem a NÓS!

-É diferente.
– resmungou a garota olhando de Harry para Rony. – Eu ainda acredito na Rebecca. Por favor, todos temos direito a uma escolha... E eu escolho dar outro voto de confiança à ela. Acredito que ela precise de mim... Por favor, aceitem isso. – terminou Hermione com lágrimas nos olhos.

-Hermione, ouça. – falou o ruivo de um modo sério muito diferente do seu habitual. – Ela não precisa de você. NÓS precisamos de você.

-Ela precisa de mim, Rony, eu sinto isso.
– teimou Hermione, agora deixando as lágrimas saírem de seus olhos. – Eu meio que amenizo a falta que a filha dela lhe faz.

-Nós nem ao menos sabemos se essa história de filha é verdadeira!
– exclamou Rony ficando de pé e virando-se de costas para não ver os olhos suplicantes de Hermione. Harry mexeu-se inconfortavelmente em sua poltrona, mas decidiu manter para si o que tinha vista na caixinha vermelha, vendo que aquilo não ajudaria em nada a convencer Hermione a se afastar da professora.

-É verdadeira. – sussurrou a garota, fungando. – Eu também sinto isso.

-Você está fazendo uma escolha.
– disse Rony se sentando novamente e encarando no fundo dos olhos de Hermione. – Você está escolhendo ela ao invés de nós.

-Eu não estou fazendo uma escolha, Rony!
– exclamou ela, sua face vermelha e molhada com lágrimas. – Por favor...

-Sim, você está.
– cortou o ruivo. – Nós só queremos o seu melhor, Mione. – a voz dele vacilou ligeiramente ao dizer isso.

-Afaste-se dela. – Harry reforçou novamente.

-Hermione, você ESTÁ fazendo uma escolha. – o ruivo repetiu.

-Rony, eu não estou, por favor... – respondeu ela agarrando a mão de Rony com as duas dela.

-Sim, você está. – falou ele colocando sua outra mão sobre as dela. – Pois enquanto você continuar se encontrando com a Brinks, não conte mais com a minha amizade.

Hermione pareceu ter tomado um tapa em seu rosto. Ela arregalou os olhos ao ruivo e apertou as mãos dele, assustada.

-Rony, não, por favor... – sussurrou a menina entre lágrimas.

-Você mesma disse que todos temos direito a uma escolha, Hermione. – disse Rony a encarando tristemente e desvencilhando seus dedos para longe dos dela. – E essa é a minha.

As lágrimas continuaram a correr livremente pelo rosto da garota, que olhou a Harry como se pedisse ajuda, mas não recebeu um só olhar do outro amigo. Ela chorou em silêncio por mais alguns momentos e só então ergueu a cabeça e encarou o ruivo.

-Sim, todos nós temos direito a uma escolha. – disse ela numa voz falha. - Você está escolhendo terminar nossa amizade?

O ruivo encostou-se à poltrona e encarou o teto da sala comunal. Suspirou fundo e fechando os olhos, soube que ainda viria se arrepender amargamente daquilo que estava a ponto de fazer.

-Estou. – respondeu ele com uma voz vazia.

Vazia, mas nem perto do que iria se tornar sua própria vida sem a presença de Hermione ao seu lado.

*****




Bom, provavelmente vocês não gostaram do capítulo, não é? Me desculpem, mas eu realmente precisava dele para a história... Deixem-me esclarecer alguns pontos sobre ele, então:

1-
A respeito dos “Cérberos”: Bem, eu vi em um livro que há um personagem na mitologia grega chamado “Cérbero”, que é um cão de três cabeças que guarda a entrada do reino dos mortos (do inferno), impedindo que as pessoas saiam de lá. Então resolvi generalizar e dar esse nome à todos os cães de três cabeças, como se fosse o próprio nome da criatura, ok?
A resposta do Harry ao Snape foi devido ao acontecimento do primeiro livro, onde Snape fere sua perna ao tentar passar pelo Fofo.

2- Sobre os bruxos famosos da Antiguidade: A parte das explicações da Mione sobre Apolônio de Tiana, Paracelso e Agrippa eu me baseei no livro chamado “Almanaque de Harry Potter e outros Bruxos”, embora eu tenha inventado alguma coisa da biografia deles também.

3- Agora sobre uma parte que provavelmente deve ter deixado muitos de vocês confusos, a parte da data na carta que Harry encontrou. A carta datava de 1977 e Harry pensa que foi há quase 19 anos. Isso ocorre porque a história se passa em 1996, estou seguindo os livros da JK, e como o sexto ano dos garotos no original também se passa nesse ano eu resolvi fazer o mesmo. A título de curiosidade: Rebecca Brinks nasceu em 1946, ou seja, tem 50 anos na história. Sua filha tinha onze anos recém completados na época da carta, ou seja, em setembro de 1977.

Ah, se vocês notarem umas palavras repetidas simultaneamente no texto, como por exemplo "que que", "terminar terminar" isso não foi erro meu, não sei o que acontece com a Floreios que repete algumas palavras...

No mais é isso. Obrigada pela atenção, por ler, por comentar...

Agradecimentos especiais:

Lucas:
Eu ri d+ com seu último comentário, mas fique tranqüilo, ninguém vai te achar frutinha porque lê um romance, ok? Hehheheh... E pode ser puxa-saco sim, eu AMEI seu elogio no primeiro comentário! E é claro que você pode estar entre os melhores autores um dia... Mas eu realmente não me acho incluída entre eles, viu? Beijos e espero suas opiniões sobre o capítulo 20.

Alulip: De fato eu também gosto muito do ambiente de “quase-lá” que você falou... Você já deve ter percebido isso, não?? Rs..rs... Fico feliz que tenha gostado da idéia dos presentes deles, e eu te digo que vocês ainda irão ler mais sobre isso (Romeu & Julieta E Peter Pan). E não é que eu seja modesta, sabe, mas o que acontece é que nunca consigo gostar de verdade do que escrevo e esse é um dos motivos que me fazem ficar babando e sorrindo o resto do dia com comentários como os seus. E você não tem que agradecer pelos N/A, quem agradece aqui sou euzinha por todas essas palavras que massageiam meu ego... hehhehee... Espero ansiosamente sua opinião sobre o 20. Beijos e obrigada mais uma vez.

Brine: Ah, você não pode sequer imaginar como fiquei feliz em ver um comentário gigante seu!! Muito bom, muito bom!! Obrigada de verdade, Brine! Estou contente que esteja gostando, só espero não ter ficado muito decepcionada com o 20. É muito legal saber que minha história lhe proporciona alguns momentos de relaxamento, já que sei como é difícil essa fase que você está passando. Mas mais uma vez repito: vale a pena! Tudo vai dar certo e em breve você será uma estudante de Veterinária também, ok? Beijos e obrigada de coração!

Karla: Eu sei que vocês estudam, mas sempre tem que ter um momento para desestressar um pouco, não é? Rs..rs... E sim, tenha certeza que eu amo a Hermione também. Você deve ter ficado com o coração apertado de vê-la assim nesse final de capítulo, não? Eu fiquei ao escrever, acredite! Espero que continue acompanhando. Um grande abraço e muito obrigada.

Pequena Pri: Você me fez rir descontroladamente com seu comentário, Pequena Pri!! Foi realmente muito engraçado!! Que bom que você gostou do capítulo e do “quase beijo”... É, o 19 foi o mais romântico da história mesmo. Até agora, não é? Bem, espero que não tenha odiado o 20. Estou ansiosa por sua opinião! Beijos.

Bella Rosa: Ai, meu Deus, ameaça de morte?? Rs.rs... Calma Bella, eu sou inocente!! O culpado foi o Adam! Rs... E sim, pode ter certeza que terão mais momentos R/H, a fic é um romance apesar de tudo, né? Obrigada de coração por seus comentários sempre agradáveis e maravilhosos! E sim, visite a comunidade no Orkut, estão legais as discussões por lá. Grande beijo e obrigada sempre!

Val: Você viu que seus comentários gigantes estão fazendo escola, amiga?? Comentários grandes estão aparecendo mais agora!! Isso me deixa tão feliz!!! Você é minha maior incentivadora e sabe disso, não é? Madrinha da fic!! E eu já lhe expliquei o papel da madrinha!! Bem, espero que tenha gostado do 20 apesar dos pesares... Lhe dei mais coisas no que pensar, suponho, não? Rebecca está no topo dos suspeitos agora ou o capítulo acalmou um pouco mais seu coração?? Ansiosa por seu comentário... Te adoro muitão! Beijinhos!

Carolina Rezende: Que bom que você resolveu comentar aqui na Floreios também!! Eu também amo esses dois, Rony e Hermione são tudooo!! Milhões de agradecimentos pelos elogios, mas acho que você não deve ter gostado do 20... Perdão. Mas continue lendo! Beijos!

Letícia: Não me mate... Não teve beijo nesse capítulo, pelo contrário, na verdade foi meio triste, não? Você chorou no 19, mas no 20 que acho que daria para chorar... Bem, mesmo assim espero que não tenha achado o capítulo muito ruim. Espero que você já não esteja tristinha, viu? Como te disse as coisas irão dar certo! Beijos!

Nanda Weasley: Depois de um capítulo light nada como um mais pesadinho, né?? Rs..rs... Sim, eu adoro os comentários da Val, mas os seus também são especiais, ora essa! Espero sua opinião sobre o 20. Abração!

Sônia Sag: Ah, adorei você falando que o capítulo 19 foi “champagne com morangos”, que lindo!! Muito obrigada mesmo! Adorei te ver lá nas discussões da comunidade também! Você não deve ter gostado muito do 20, mas mesmo assim espero seu comentário... Ah, salvei sua fic no meu computador para ler, espero meu comentário por lá. Beijos e abraços apertados!

Ginny: Obrigada pelo comentário, Ginny. Pode deixar que vou tentar continuar atualizando rápido, também acho muito chato ficar esperando muito tempo por atualizações das fics. Fico aguardando mais comentários e opiniões suas, ok? Abraços...

Bruna: Muito obrigada por comentar e por entrar na comunidade, Bruna. Você não tem que agradecer por eu responder seus comentários, o prazer é todo meu! Pode deixar que vou ler sua fic sim, amo fics R/H! Deixa o link dela para mim? É que fica mais fácil de achar... Beijos e obrigada outra vez!

Brenda: Se no capítulo 19 tivemos folga da Brinks nesse ela voltou com força total, não? Sinceramente espero que tenha gostado pelo menos um pouquinho do 20! Valeu demais por seus comentários e por sempre estar nas discussões lá na comunidade... Você é um doce de pessoa. Obrigadão! Beijinhos.

Humildemente Ju: Só para variar um pouquinho seu comentário me fez rir muito. Assim como sua resposta no tópico na comunidade sobre as melhores maneiras de atacar o pobrezinho do Adam...rs..rs... Bem, espero ansiosa seu comentário sobre o 20, sua opinião é de peso para mim! Beijos.

Tábata e Thyassa: Super agradecimentos pelos elogios, fico até sem palavras. Fico feliz que vocês pensem dessa forma a respeito do beijo, também meio que penso assim, como vocês já devem ter percebido. E sim, sempre estou vendo vocês opinando e participando na comunidade, milhões de obrigada! Beijinhos garotas!

Bom, agora é só isso mesmo. Malfeito feito. Até a próxima!

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Comentários (3)

  • Andréa Martins da Silva

    Bom, esse capítulo não foi agradável de se ler... Mas se é realmente necessário...

    2013-11-07
  • Janyely Potter

    ainda bem que ela voltou eu tava aflita ja **

    2012-01-15
  • Lana Silva

    Ual....*------------------------------* Cada capitulo eu fico mais e mais intrigada e feliz essa fic é realmente demais.

    2012-01-05
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