Prólogo



Um carro negro e grande parou em um pequeno beco, em frente a uma cabine telefônica. O céu estava fechado e negro, alguns pingos do temporal anunciado começavam a cair. A porta do carro se abriu e um homem ruivo, cabelos longos, rosto fino e pálido, desceu. O homem trajava um sobretudo negro e comprido, não se abalou pelas gotas de água que manchavam-lhe o terno cinza escuro. Trazia nas mãos uma pasta marrom, combinando com os sapatos sociais. Os passos firmes e largos dirigiram-se ao outro lado do carro, a mão direita com imensas cicatrizes abriu a porta traseira do automóvel, por onde uma sombrinha florida em tons de verde musgo se abriu. Logo após a dona desta se apresentou, trajava sapatos de bico fino carmesin, um terno de saia marrom, muito elegante, com uma blusa branca por dentro, os cabelos castanhos em um coque apertado e óculos de aros finos e também marrons sobre o rosto. Ambos ficaram em pé sob a chuva que começava a engrossar, um de cada lado da porta do carro, como se esperassem mais alguém. Demorou alguns minutos para que o terceiro passageiro do veículo aparecesse. O homem de cabelos negros muito curtos trajava um terno totalmente negro, assim como os sapatos, o que contrastava com a pele morena clara. A boca mantinha-se inexpressiva, embora os olhos verdes por detrás dos óculos redondos revelassem impaciência e irritação. Serpenteando sobre eles uma fina e quase imperceptível cicatriz em forma de raio mantinha-se, declarando seu nome: Harry Potter.


Ronald Weasley fechou a porta do carro, enquanto Hermione Weasley se dirigia a frente dos dois para a cabine telefônica, o vento aumentara consideravelmente, fazendo os dois amigos se apressarem a seguí-la. As expressões não lembravam em nada o trio maravilha de Hogwarts, muito pelo contrário, pareciam feitos de gesso, com as expressões duras e sérias. Talvez fosse a ocasião em que se encontravam, ou apenas o reflexo de lutar numa guerra tão sangrenta como a última. Nem sempre a vitória cura as feridas de uma batalha. Assim que os três se abrigaram na pequena cabine, a morena retirou o fone do gancho. A voz de uma mulher falando do outro lado da linha foi ouvida na cabine, embora somente Hermione se dignasse a respondê-la, enquanto Ronald colocava as mãos nos bolsos e Harry mantinha-se fechado a qualquer abordagem. Assim que os crachás foram entregues, e devidamente colocados, a cabine começou a se movimentar velozmente para o subsolo, Hermione fechava a sobrinha, que com alguns sibilos transformou-se em uma pequena varinha de madeira.


Mal a cabine atingiu seu destino e as portas se abriram, milhares de flashs voaram sobre o rosto dos recém chegados, o saguão do ministério estava tomado de repórteres que gritavam questionamentos a Harry Potter, todos devidamente ignorados. Harry não escutava nenhum deles, sua mente estava concentrada enquanto vencia a barreira humana que clamava por alguma palavra sua. Logo aurores do ministério facilitaram sua tarefa, guiando-o até a pesagem e cadastramento das varinhas, Hermione tomou a frente novamente e rapidamente executou o processo com o responsável. O julgamento devia ser privado, como todos os que já aconteceram naquele lugar, mas quando a noticia vazou para  imprensa, uma audiência pública foi exigida. Todo o esquadrão de aurores estava concentrado no Ministério, vigiando e controlando o tumulto. A notícia espantara a toda comunidade bruxa, quem diria o próprio réu. Houve manifestações por todo o mundo bruxo, mas o ministro Scrimgeour fora claro e conciso: “Ninguém está acima da lei, o processo foi aberto, e ele será julgado como qualquer cidadão bruxo.” E ali estavam eles para presenciar o maior julgamento bruxo de suas épocas, ou como o Profeta Diário havia nomeado: “O Ministério contra o Homem que Sobreviveu!”.


 


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Não se enganem, o prólogo é pequeno, mas vem chumbo grosso. COMENTEM!!!

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