Prólogo



OS GAROTOS DA MINHA VIDA




PRÓLOGO


Eu sempre sonhei ter filhos. Nasci em uma época de transição entre o comportamento da mulher antiga e da mulher moderna: segundo as convenções sociais de minha época, eu podia ter meu trabalho e casar com quem eu desejasse, mas minha maior felicidade e satisfação deveria estar em ter minha própria família e cuidar bem dela. Apesar do que muitas mulheres possam pensar, eu sempre acreditei nisso, e sempre fui feliz assim.


Uma de minhas primeiras lembranças é estar sentada em meu pequeno quarto de paredes rosadas, embalando com ternura uma boneca de porcelana cuja roupa, costurada com carinho por minha mãe, era uma das mais bonitas que eu já tinha visto até então. Poucos anos depois, aos 9 anos, com a morte de minha adorável mãe, passei a tomar conta de meus irmãos mais novos, Gideon e Fabiano, como se tivessem nascido de mim. Meu pai nunca mais se casou, o que fez com que, desde cedo, eu tivesse que aprender a cuidar de nossa casa e de nossa família como ela havia cuidado: enquanto estava em casa, eu lavava, passava, cozinhava e, antes de acabar meu dia, colocava meus irmãos na cama e lhes contava uma bela história para dormir.


Mais mocinha, em Hogwarts, eu deixei um pouco de lado meu sonho de ter uma família grande e feliz, e passei a me dedicar com afinco às aulas. Criada em uma casa de puros-sangue, sem nunca ter tido contato com uma vida que não envolvesse a magia, eu a tinha como tão cotidiana que poucas vezes a levava a sério. Ao entrar na escola, entretanto, minha visão mudou: eu percebi que aquilo que eu considerava tão normal era tudo, menos comum. A magia me encantou, me arrebatou por completo, tomou todo o meu tempo e todos os meus pensamentos. Eu me esforçava, estudava, dava tudo o que podia para me destacar nas aulas e conseguir fazer sempre as melhores poções, os melhores feitiços. Hoje, posso dizer com orgulho que, além de mãe e esposa, sou dona de 7 NIEM’s, o que é de fazer inveja a muitas bruxinhas mais novas por aí. Meu futuro como medibruxa estava praticamente garantido: Dumbledore era um grande fã de minhas poções curativas, e tinha acabado de me indicar para ser a protegida de um amigo curandeiro, conceituadíssimo, no St. Mungus assim que eu terminasse a escola. Mas então eu conheci Arthur e tudo mudou.


Ele era um ano mais velho, esperto e sagaz como poucas pessoas que eu havia conhecido durante a minha vida. Suas piadas me faziam rir, seus olhos azuis me tiravam o fôlego e seus cabelos vermelhos, tão parecidos em tom e textura com os meus, me encantavam quando se misturavam aos meus próprios cabelos enquanto ele se inclinava para me beijar. Quase sem perceber, de repente me vi imaginando novamente algo que há alguns anos eu havia deixado de lado: uma casa cheia de sorrisos infantis, cheia de ruivinhos de olhos azuis, cheirando às tortas de maçã que minha mãe fazia quando eu era pequeninna. Uma das coisas que definitivamente me conquistaram em meu Arthur foi descobrir que ele, como eu, sonhava em ter uma casa grande, cheia de crianças e felicidade.


Naquela época, a atmosfera era de medo. A ascensão do Lord das Trevas fazia com que cada vez mais as pessoas temessem por seus futuros e pelo futuro de seus entes queridos. Eu não diria que isso me forçou a me decidir, mas admito que teve uma grande influência: às vésperas de minha formatura, eu deixei meus NIEM’s, deixei meus professores, deixei o conforto da minha cama de dossel na torra da Grifinória para fugir com o homem que eu amava. E jamais me arrependi.


Jamais me arrependi porque Arthur me fez mais feliz do que qualquer mulher que já conheci foi. Jamais me arrependi porque Arthur me consolou, segurou minha mão e me deu forças para superar todas as tristezas e dificuldades que encontrei. Jamais me arrependi porque Arthur realizou meu maior sonho: encheu minha casa de cachos ruivos, de espertos olhos infantis e de felicidade.


Porque meus filhos são meu bem maior. São o que eu mais quis na minha vida, são o que eu mais amo. Meus garotos são a minha própria vida. E é sobre cada um deles, sobre suas particularidades, sobre suas excentricidades, sobre suas diferenças, sobre o que os torna especiais, que eu vou escrever agora.




N/A: ufa! finalmente consegui começar a escrever essa fic! Já tinha pensado em escrevê-la uma vez, mas hoje resolvi colocar no papel. Taí. Vou tentar postar o primeiro capítulo o mais rápido possível. Espero que gostem! E ah, aceito reviews, viu? :D

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