Destinados



Tonks não cumpriu a promessa de deixar de forçar as coisas e servir de Cupido entre Mary e Lupin. Logo que pode, arrastou Carlinhos à força para casa, deixando os dois sozinhos no bar Três Vassouras, com a desculpa esfarrapada de que havia se esquecido de um compromisso muito importante. Contudo, dessa vez, Mary não a censurou; pelo contrário: intimamente, até agradeceu. Sentia que estava na hora de apostar todas as suas fichas naquele amor, tanto mais que Lupin se mostrava estranha e repentinamente receptivo. Não sabia o teor da conversa que ele tivera com Sarah, mas de alguma forma sabia que a amiga tinha aberto o caminho para ela chegar onde tanto queria. Ele estava tão diferente...

Era tão bom estar sozinha com Lupin, conversando animadamente entre um gole e outro de cerveja amanteigada, como se fossem amigos de longa data... e depois, passear pelas ruas de Hogsmeade, sempre envolvidos em conversas animadas.

-Tenho tanta pena que o Rony e a Gina não estejam no Largo Grimmauld... - Comentava, enquanto andava lado a lado com ele. - Principalmente a Gina que, apesar de muito novinha, é uma grande amiga.

-É uma menina cheia de personalidade! - Acrescentou Lupin, com um largo sorriso. - Não me dava um minuto de descanso nas aulas! Quanto ao Rony... ele é um menino muito bom e inteligente. O que acaba com ele é a preguiça! Ele é distraído e infantil, mas eu tenho certeza de que, se ele se aplicasse um pouco mais, seria um excelente aluno.

-Eu não entendo como foi que a tia Molly deixou que eles viajassem sozinhos, com os amigos. - Disse Mary, em tom pensativo.

Lupin sorriu:

-Bom, do jeito que eles são teimosos, ela não teve muita escolha. Na verdade, acho que ela e o Artur quiseram dar um pouco de descanso para eles, afastá-los um pouco de todos os problemas que envolvem a Ordem; e depois, amigo do Carlinhos, que deu guarida para eles lá na Romênia, é uma pessoa fantástica e um mago bem poderoso. Eles estão em boas mãos, Mary.

O coração dela disparou. Ele acabara de chamá-la pelo primeiro nome! Pela primeira vez, ele resolvera deixar de lado os "rapapés", como dizia Carlinhos, e tratá-la como a uma amiga. Não podia creditar. Parou de andar, de repente:

-Você me chamou de Mary... - Gaguejou, sem saber o que dizer. - Isso significa que... que somos amigos?

Ele também parou e escutou uma voz sair da sua boca e dizer, sem que ele pudesse evitar:

-Se depender de mim, nós vamos ser muito mais do que amigos.

Mary o encarou, com ar incrédulo. Não podia ser. Devia ter entendido mal... ou então era um sonho... mais um; ultimamente, sonhava com ele todas as noites. Quis falar, dizer alguma coisa, mas a voz lhe faltou.
Conseguiu apenas olhar nos olhos dele, que tinham uma expressão aflita.

-Desculpe... - Disse Lupin, em voz sumida. - Desculpe a ousadia. Eu não sei o que foi que me deu. Eu não costumo ser assim...

Ele se recriminava por ter feito aquilo que considerava "ir com sede demais ao caldeirão". Não levava jeito para a conquista, jamais conquistara uma mulher e temia estar estragando tudo; não se lembrava de que Mary estava destinada a ser sua, mas apenas que a amava e desejava como jamais amara e desejara alguém na sua vida. Sim, agora sabia, ele a amava e desejava com todas as suas forças. Não podia deixar que a inexperiência de ambos estragasse tudo.

-Desculpe, srta Hollow. - Pediu, de novo.

Mary sentiu que havia chegado a hora H. Tinha que fazer alguma coisa, tinha que dar "uma mãozinha" para a sorte, como Sarah lhe dissera.
Reunindo toda a sua coragem, disse:

-Me chame de Mary, Remo... e não peça desculpa, por favor.

Os dois fixaram os olhos um no outro e, a pouco e pouco, quase sem dar por isso, foram se aproximando. Remo se inclinou sobre Mary e a sua mão acariciou os cabelos dela.

-Você não precisava ter alisado os cabelos. - Ele sussurrou, no ouvido dela. - Não precisava ter mudado fosse o que fosse. Eu sempre achei você linda.

Mary sorriu, feliz, e a sua mão acariciou o rosto dele. Foram se aproximando cada vez mais, até unirem os seus lábios num beijo há muito esperado.

Tonks estava com a razão: os dois eram tão diferentes, mas tinham tanto em comum que só podiam estar destinados um para o outro... e estavam. Mary sabia disso e agora o seu destino se cumpria. A chuva começou a cair sobre eles, mas ela nem notou. Não pensou em mais nada. Limitou-se a deixar se levar por aquele que era o primeiro beijo da sua vida, sentindo que o seu coração poderia transbordar de tanta felicidade. Sentiu o corpo dele grudado no dela, num abraço quente e pleno de emoção e o apertou ainda mais nos seus braços, disposta a nunca o soltar.

As sensações que percorriam Lupin não eram diferentes. Naquele momento, ele teve absoluta certeza: poderia ser feliz, sim, e a sua felicidade dependia de Mary Hollow.

Duas bocas, dois corpos, duas mentes, duas almas... unidos num só.




FIM



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N/A- Existe muito ainda para contar sobre Mary e Lupin e todos os problemas, obstáculos e alegrias que surgiram na vida dos dois, muitos das quais são descritos na minha fanfiction "Harry Potter e a Batalha Final" e songfiction "Nothing Else Matters"; um dia, irei contá-las numa "Esperando a Lua Nova - Parte 2" mas, por enquanto, fico por aqui, agarrada ao final feliz do início do namoro dos dois.

Agradecimentos: Quero agradecer a todos aqueles que leram essa fic, principalmente Regina McGonagall, pela autorização que me deu para incluir Sarah e Antonio na história, e a Magic Angel, por ter a simpatia de fazer fanarts da fic, como eu lhe pedi.

Curiosidade: Se essa fic fosse uma songfic seria, certamente, "Only You", de The Platters, ou "Hello", de Lionel Ritchie.
A todos, mil beijinhos e até à próxima fanfiction.

Mary Lupin aka Hermy Weasley

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