Discussões e reencontros

James e ela conseguiram esconder o namoro pelo resto do ano. Sim eles namoraram muito, beijaram muito, e até esqueceram do resto do mundo juntos.Mas ela não conseguiu esquecer de Sírius. Ele andava tão distante que ela teve medo... Medo de que ele soubesse e medo de que ele estivesse namorando a Lílian. Mas no último dia letivo Sírius e Lucius brigaram na frente de toda escola e o loiro aguado fez o favor de lembrar como Sirius quase matara a sangue ruim no baile do inverno, só porque ela se achara no direito de beijá-lo. E isso balançaria qualquer um... Inclusive a Maisa.

- Ma, você está tão distante... - James e ela estavam numa cabine trancada por feitiço, ele havia parado de beijá-la e olhava-a preocupado, enquanto acariciava a bochecha dela, olhando-a nos olhos.

- Não Jay, de onde você tirou isso?- ela sorriu, mas ele não se convenceu.

- O que houve? Pode me dizer...

- Thi... -ela o olhou nos olhos, tinha um quê de medo, preocupação, até um pouco de tristeza nos olhos dela- Você esqueceu a Lílian?

- Maísa, o que é isso?- ele se afastou instantaneamente olhando-a magoado.

- Você já a esqueceu?- ela insistiu.

- Ela beijou meu melhor amigo à força... O que você acha?- ele olhou pela janela, ela tentou de novo.

- Você a esqueceu?

James agora olhava pela janela, enquanto ela prestava atenção nas suas mãos. Nenhuma palavra foi dita. Não, nem ela esquecera Sírius, nem ele esquecera Lílian... Então? Por que os dois insistiam nisso? Talvez o melhor fosse cada um ficar com quem não lhe fugia da mente. Mas ela sabia. Talvez... Talvez sempre houvesse duas pessoas na mente de cada um. Sempre.

Quando o trem parou os dois continuaram parados... Até que James se pronunciou:

- E como ficamos? - ela não respondeu. - Ma...Você não...

Ela só se levantou e saiu da cabine. Nem uma palavra, nada. Eles continuaram assim por um ano inteiro. O quarto ano passou e ninguém notou. Não houve nada, absolutamente nada. Lílian perdeu o pai. Isso foi triste, ela sabia como era. Lílian mudou muito por causa disso. Anne morreu. E ela disse que não houve nada, mentira. Mas isso se tornara normal, muito normal. Aquele-que-não-devia-ser-nomeado matava tanto... Deixava tantos incapazes. O mundo bruxo virara sangrento.

O Quadribol foi vencido pela Grifinória, a copa das casas também. Mas os marotos se isolaram dela. Ela só era a irmã do Remo. Ninguém se lembrava direito dela, Maisa passava despercebida. Lílian tinha levado uma lavagem cerebral, tinha se tornado a protetora dos oprimidos. Ou seja... Passara a brigar com James direto.

Sem ela por perto, com Lílian o atazanando, James se tornou mais metido que nunca. Tirava onda, perdia pontos, fazia maior charme com aquele cabelo dele perto das meninas. Sírius virara seu fiel escudeiro. Pareciam unha e carne. E lógico que ela se ausentara disso tudo...

Se afundara nos deveres, nas aulas, mas agora comia normalmente, para não acabar do jeito que esteve muitas vezes nos primeiros anos. As férias na casa de Remo, melhor, na sua nova casa, foram bem legais, Sirius passou por lá. E, bem... Quase as transformou nas melhores férias da vida dela...

Um dia de manhã ela tinha acabado de acordar, e quase não acreditou quando viu Sirius sentado na cadeira da escrivaninha olhando para ela:

- Sírius, como você entrou? Tava trancada. - ela disse surpresa

- Você não me conhece Ma?- ele disse dando um sorrisinho de esguelha, mas voltou a ficar sério. Ela se levantou da cama e foi até ele.

Maísa havia mudado muito, já não era baixa, tinha 1,70 e formas invejáveis, seus olhos verdes eram profundos, no momento usava apenas uma camisola de seda q já estava curta, os cabelos caíam-lhe pelos ombros desarrumados. Sírius a olhou de cima abaixo, a camisola tinha uma renda no decote em v, que deixava ver os seios torneados dela.

Ele também estava mudado, ainda era mais alto, tinha um corpo forte, e os músculos tinham se ressaltado mais agora que treinava duro no quadribol. Os cabelos negros caíam-lhe até os ombros charmosamente, os olhos da mesma cor dos cabelos fitavam cada centímetro do corpo dela, e ela parecia não notar. Ele estava sem camisa, apenas com uma calça jeans e sentado sobre uma perna com a outra solta.

- O que você quer Si?- ela estava tão perto dele, os dois encaravam olhos nos olhos.

- O que eu quero Ma?- ele passou os dedos levemente pelo rosto dela, ela fechou os olhos estremecendo a cada toque- Será que você não sabe?- os dedos desceram pelo pescoço dela.

- Quem sabe não é?- ela falou ainda de olhos fechados. Ele parou de acariciá-la e se levantou ficando defronte dela.

- Eu não quero banalizar isso. Apesar de você não ajudar...- ela sorriu e foi a vez dela acariciar-lhe a face levemente.A situação não era das mais normais...E ela agia como se fosse a coisa mais normal, mas com Sírius, tudo parecia tão... Normal.

- Fala pra mim Sírius... - ele a olhou nos olhos, o olhar penetrante se suavizou, assim como toda a expressão facial, ele sorriu, e passou uma das mãos pela cintura dela, puxando-a pra perto de si.

- Ma...Você sabe, não sabe? Sabe que eu...- ela sorriu, os dois estavam tão próximos, os rostos estavam a milímetros, a mão dela ainda acariciava o rosto dele, enquanto seus olhos brilhavam.

- SÍRIUS, ONDE VOCÊ ESTÁ?

Os dois estremeceram e olharam a porta. Era Remo, eles não achavam que ele não concordaria com os dois... Juntos, mas ele não concordaria com os dois juntos no quarto dela, nos trajes que vestiam. Não houve tempo, Maísa correu a destrancar a porta e ir falar com o irmão, enquanto Sírius ficava só no aposento, olhando a porta. Quanto mais ele teria que esperar? Quanto mais?

Bem. Isso fora a meses já...E nada mais aconteceu. Ela achava que Remo desconfiara, por que simplesmente não a soltava mais. Só não ia para o dormitório e banheiro feminino por que não podia. O quinto ano era ano de NOMs, e isso significava estudo, estudo, e estudo. Talvez isso aproximara Lílian e ela, e as duas chegaram a se tornar amigas, parecia que tudo fora esquecido. Coisas de crianças, de primeiras paixões, mas que já fora. No entanto Maísa achava que lá no fundo... Lá no fundo, Lílian ainda gostava de James, mesmo brigando com ele direto.

Eles tinham acabado de sair dos NOMs de DCAT, e ela ria um pouco, as meninas não entendendo por que... Mas como não rir? Aquela pergunta, cinco sinais para reconhecer um lobisomem. Ele mora na minha casa, é meu irmão, adora implicar comigo, morre de ciúmes de mim e não desgruda de mim. Elas se sentaram à beira do lago, com os pés dentro dele, ela admirava o horizonte. Todas perceberam quando os marotos chegaram no jardim, por que o barulho de um pomo sendo agarrado repetidas vezes sempre anunciava James Potter. Ele olhou pro lado delas, ela sorriu enquanto Lílian fazia cara de entediada.

Remo estava sentado lendo um livro. Sírius olhava os estudantes que iam e vinham... Embora ela esperasse que ele fosse olhá-la, mas não. Quem não desgrudava os olhos delas entre uma e outra apanhada era James. Rabicho parecia uma coisa babando pelo Potter, aquilo dava nojo a ela.

Só então reparou quem eles olhavam... Ran... Quer dizer, Snape. O alvo preferido de Sírius, e até dela uma época. Num segundo uma confusão se formou, James chamou Snape, que quase revidou a tempo, mas o grifinório rapidamente usou Expelliarmus nele, e a varinha de Snape caiu no gramado às suas costas.

- Lílian olha lá.- Alice chamou a atenção de Lílian.

- Ah não... O Potter já implicando com o Snape.-reclamou a ruivinha.

- Convenhamos Lílian... É até engraçado. -brincou Alice.

- Alice, não exagera.

- Ué Maísa, não era você que ajudava o guarda costas do Potter a pegá-lo?-alfinetou Lílian.

- Ué Lílian, não era você que beijava a força esse guarda costas?-passou por elas um renascimento de sentimentos passados que já pareciam apagados.

- Olha lá!- Alice se levantou apontando Snape. Já havia um bom número de pessoas rodeando-os, Snape estava paralisado enquanto Sírius e James o enfrentavam, ela quis fazer algo... Mas achava melhor não se meter. Diferente da defensora dos oprimidos Lílian Evans, que se levantou e se adiantou até o Potter assim que várias bolhas de sabão estouraram na boca dele.

– Deixem ele em PAZ! - bradou Lílian.

- Tudo bem, Evans? – James disse com tom mais agradável na voz, uma voz para impressionar, Maísa acreditou.

- Deixem ele em paz!- repetiu Evans fitando com desagrado o Potter. - O que foi que ele lhe fez?

- Bom!??!? È mais pelo fato de existir, se você me entende...

Os outros alunos riram junto com Sirius e James. Lupin ficou indiferente à cena. Maisa estava sentada no lago ainda só olhando, ela sentia uma certa pena do Snape, se levantou rapidamente e se adiantou até o grupo. Lílian estava séria demais, Alice ria muito abraçada a seu namorado, apesar desse não ser muito popular, Frank pelo menos era defendido pelos marotos.

- Você se acha engraçado, mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe-o em paz.

- Deixo se você quiser sair comigo, Evans! – disse James prontamente - Anda... Sai comigo e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso.

Maisa ficou paralisada. Não era a Lílian que vivia atrás do James, que mudança fora aquela? Snape começava a se arrastar em direção a varinha. Ele estava espumando algo pela boca. James a olhou com o canto dos olhos, e sorriu ainda mais quando viu a expressão de espanto em Maísa.

- Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula gigante!

- Mau jeito, Pontas! – disse Sirius animado se virando pra Snape, um pouco tarde demais, Snape lançou um feitiço que cortou o rosto de James, salpicando sangue nas suas vestes..

Logo depois, Potter lançou um feitiço e Severus estava de ponta cabeça e com o as vestes pelo avesso revelando pernas muito magras e brancas, e cuecas encardidas.

Os alunos riram mais ainda e aplaudiram, Lílian parecia prestes a dar um sorriso, o que a fez desconfiar um pouco da ruiva.

Maisa olhou James, ele estava se divertindo muito, mas ao mesmo tempo estava fazendo algo meio por impulso, como se não fosse exatamente como queria. Sírius a olhava insistentemente, ela sentia, enquanto os marotos riam, menos Remo. Por um segundo ela pensou ter visto dois James, mas logo percebeu ser apenas uma alucinação.

- Ponha ele no chão!

- Perfeitamente! – disse James. Severus ajeitou as vestes que se embolaram nele, levantando com a varinha em punho.

- Petrificus Totalus! –Sirius fez Snape ficar duro como uma tábua.

- DEIXE ELE EM PAZ! – disse Lílian com a varinha em punho, Sírius, James e todos a olharam, preocupados.

- Ah, Evans, não me obrigue a azarar você! – pediu James seriamente.

- Então desfaça o feitiço nele!- disse Lílian, James suspirou antes de murmurar um contra-feitiço.

- Pronto, você tem sorte de que Evans esteja aqui, Ranhoso...

- Não preciso da ajuda de uma sangue ruim imunda como ela! –Snape engoliu a saliva seca enquanto Lílian pestanejava, antes de responder.

- Ótimo, no futuro não me incomodarei. E eu lavaria as cuecas se fosse você. Ranhoso.

Maísa sorriu, como Sírius também, Lílian ainda tinha aquela fera dentro dela, aquilo que a fazia não levar desaforo pra casa. Mas James não estava satisfeito:

- Peça desculpa a Evans! – Berrou apontando a varinha ameaçadoramente para Snape.

- Não quero que você o obrigue a se desculpar! – gritou Lilian se voltando contra Potter. – Você é tão ruim quanto ele!

- Que? Eu NUNCA chamaria você de... Você sabe o que!

- Despenteando os cabelos...

O discurso que Lilian repetiu já era velho conhecido dela, ela adorava repeti-lo sempre que o nome de Potter aparecia na conversa, o que lógico denunciava que ela não estava tão indiferente assim quanto a ele.

- Qual o problema dela?- perguntou James enquanto Lílian se afastava

- Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara! – respondeu Black.

- Certo... Certo! – James furioso.

- E eu assino em baixo...

Então, outro lampejo e Snape estava de ponta cabeça novamente.

- Quem quer ver eu tirar as cuecas do Ranhoso?

- Ma, por que você disse isso?- Sírius a puxou pra longe da confusão.

- Eu to cansada, cansada de ver esse aí se exibindo pela escola, e correndo atrás da Lílian de novo. -ela caminhou para longe da confusão com Sírius ao seu lado.

- Você ainda gosta dele, né?

- Não é só questão de gostar ou não, eu sou amiga daquele cara sabe...

Sírius a segurou e olhou nos olhos dela. O professor de poções tinha acabado com a farra de Potter já, e ele tinha perdido mais 70 pontos e sido levado pra o zelador, mas ela estava mais preocupada com o que Sírius ia fazer.

- Ma... Eu acho que eu te devo uma coisa sabe...

Sírius sorriu, ela também. Isso tinha sido muito adiado pro gosto deles, por isso quando Sírius a pegou pela cintura novamente e a beijou, ela não se importou quando todos viram, nem quando as meninas fecharam a cara, ou quando Remo fez um pequeno comentário.

- ATÉ QUE ENFIM HEIN!

 

 

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