Epílogo



Epílogo


 


- Acredito que preciso pensar outra vez.


Hermione se achava diante do espelho de corpo inteiro do quarto de Gina, olhando-se. Com frieza, notou que dentro do espelho tinha uma mulher. Uma mulher pálida com uma manta de cabelos castanhos. Se via elegante com um esbelto traje de cor marfim, com botões diminutos de pérolas que percorriam toda a extensão da jaqueta cingida.


Mas tinha os olhos grandes demais, abertos e temerosos.


- Não acredito que isso vá funcionar.


- Está fabulosa. – assegurou Deborah - Perfeita.


- Não falava do vestido. – levou uma mão ao estômago - Falo do casamento.


- Não comece. – Gina falou, ajeitando a jaqueta de seda - Está nervosa.


- Claro que estou nervosa. – na falta de algo melhor do que fazer, levantou uma mão para assegurar-se de que tinha bem postos os brincos de pérolas. Tinha sido presente da mãe de Harry, e sentiu uma grande calidez ante a recordação. Tinha-lhe dito que tinha que os passar na família, tal como tinha feito a avó de Harry com ela.


Logo tinha chorado um pouco e beijado a face de Hermione, dando-lhe as boas vindas à família.


“Família”, pensou com uma nova onda de pânico. “O que sei eu sobre a família?”


- Vou comprometer-me de por toda a vida com um homem que conheço faz umas semanas. - sussurrou à mulher do espelho.


- O ama, não? - perguntou Deborah.


- E isso que tem haver?


Rindo, Deborah tomou a mão inquieta de Hermione.


- Tudo. Eu também mal conhecia a Gage. Mas o amava, e o sabia. Vi o modo como olha Harry, Mione. Você também sabe.


- Advogadas. - se queixou Hermione a Gina - Sempre dão a volta nas coisas.


- É boa, verdade? - o orgulho invadiu a Gina ao abraçar a sua irmã - A melhor promotora do oeste do Mississipi.


- Quando tem razão. - repôs Deborah com um sorriso - E agora, vamos dar uma olhada na madrinha. - virou a cabeça para observar a sua irmã - Está maravilhosa, Gina.


- E você. - Gina lhe passou uma mão pelo cabelo vermelho - O casamento e a maternidade fizeram bem.


- Se querem acabar com a hora de admiração mútua, estou a ponto de sofrer um ataque de nervos. - Hermione se sentou na cama e fechou os olhos - Tenho vontade de escapar pelos fundos.


- Harry alcançaria você. – indicou Gina.


- Não se tivesse uma boa vantagem. Talvez se… - um telefonema à porta a interrompeu - Se é Potter, não vou falar com ele.


- Claro que não. - conveio Deborah - Traz má sorte. – abriu a porta para ver seu marido e a sua filha. Enquanto lhe sorria Gage pensou que isso que era uma boa sorte. A melhor de todas.


- Lamento interromper, mas tem algumas pessoas nervosas lá em baixo.


- Se os meninos tocaram a torta… - começou Gina


- Draco a salvou. – assegurou Gage. Com o bebê sob um braço, passo o outro em torno dos ombros de sua mulher – Harry está gastando os tapetes.


- Assim que dominar meus nervos. – disse Hermione - Mas ele tem razão. Olhe em que nos meteu. Como gostaria se ser uma mosca sobre a parede.


Gage sorriu e piscou um olho para Deborah.


- Tem suas vantagens. – fez uma careta quando a pequena se agitou.


- Me dê, Gage. – Deborah tomou Adriana em seus braços - Você ajuda Draco a acalmar o noivo. Já estamos terminando.


- Quem disse? – Hermione retorceu as mãos.


Gina empurrou Gage e fechou a porta. Era hora começar a agir.


- Covarde. – sussurrou.


- Aguarde um momento.


- Você tem medo de descer e estabelecer um compromisso público com o homem que ama. Isso é patético.


Enquanto acalmava sua filha, Deborah captou as intenções de sua irmã e se entrou no jogo.


- Vamos Gina, não seja tão dura. Se mudou de idéia...


- Não mudou. Simplesmente não se decidiu. E Harry faz tudo o que está a seu alcance para satisfaze-la. Vendeu seu rancho e comprou terras aqui em Denver.


- Isso não é justo. - Hermione ficou de pé.


- Certamente. - Deborah se pôs do lado de Hermione e mordeu os lábios para não sorrir - Pensava que seria um pouco mais compreensiva, Gina. Trata-se de uma decisão importante.


- Então deveria tomá-la em vez de esconder-se como uma virgem medieval a ponto de ser sacrificada.


Hermione ergueu o queixo.


- Não me escondo. Deb, vá pedir que comece a maldita música. Desço em seguida.


- Muito bem, Mione. Se está segura. - pegou seu braço, piscou um olho para sua irmã e abandonou o quarto a toda velocidade.


- Bem, vamos. - Hermione se dirigiu para a porta - Comecemos de uma vez.


- Perfeito. - Gina passou a seu lado e baixou os degraus.


Hermione tinha chego quase ao patamar quando se deu conta de que a tinham enganado. As duas irmãs tinham representado o papel de polícia má e boa como profissionais.


Sentiu um nó no estômago ao ver flores por todas partes. Soava uma música suave e romântica. Viu a mãe de Harry apoiada em seu marido, com um sorriso valoroso nos lábios enquanto caíam algumas lágrimas de felicidade. Viu Natalie reluzente e secando os olhos. Deborah, com as pestanas úmidas, acalentava Adriana.


Ali estava Draco, tomando a mão de Gina para dar-lhe um beijo na bochecha molhada antes de olhar Hermione a fim de lhe oferecer ânimos com uma piscada.


Hermione se deteve em seco. Deduziu que se pessoas choravam nos casamentos, tinha que ter um bom motivo para isso.


Então olhou para a lareira e só viu Harry.


E ele só viu a Hermione.


Os joelhos dela fraquejaram. Foi para ele, com uma única rosa branca e todo seu coração.


- Me alegro de vê-la, tenente. - murmurou ao tomar-lhe a mão.


- Eu também me alegro de vê-lo, Potter. - sentiu o calor do fogo que resplandecia a seu lado, o calor que emanava dele. Sorriu quando Harry lhe beijou a mão.


- Feliz dia de Ação de Graças.


- O mesmo digo eu. - talvez não soubesse muito sobre uma família, mas aprenderia. Os dois aprenderiam - Te amo muito.


- O mesmo digo eu. Acredita?


- Agora sim.


Enquanto as chamas crepitavam, olharam-se e pensaram na vida que levariam juntos.


FIM.


 


 


 


 

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