Da doçura a sedução

Da doçura à sedução

Entre 5:00 e 6:00 da tarde

__ Você está com fome?- perguntou Luna

__ Sim.- respondeu ele.

__ Eles não deveriam ter trazido alguma comida para nós?- continuou ela.

Ele puxou o cobertor para mais perto de seus ombros.

__ Você tem grande fé na natureza humana- disse ele após um muxoxo- Você realmente acredita que eles estão preocupados com a nossa alimentação? Agradeça o fato de ao menos terem nos deixado água.

Ela olhou para ele com um ar de incredulidade.

__ Mas eles são obrigados a nos alimentar! Existem regras ... direitos humanos...

Ele suspirou cansado.

__ Você esqueceu com quem está lidando? Você acredita que o Lorde das Trevas segue regras e convenções?

Ele continuou a encará-lo, a mesma expressão em cada traço de seu rosto.
__ Então nós podemos morrer de fome?

__ Não- ele disse calmamente.- Eu não acredito que esse seja o nosso destino, mas eles apenas nos alimentarão quando lembrarem de fazê-lo.

Ele parou por um instante. Então ele se lembrou... apalpou a veste e foi até seu bolso.

__ Aqui!- disse ele tirando do bolso alguma coisa embrulhada em papel celofane colorido. Ela olhou para ele surpreendida.

__ Você carrega doces nos bolsos?!

__ Um doce- ele a corrigiu.- O professor Snape insistiu para que eu levasse um na última vez que estive em sua sala.

Ela riu mais uma vez.

__ Draco Malfoy suportável, professor Snape distribuindo doces... definitivamente, é o fim dos tempos- disse ela rindo pegando o doce.

Ela puxou as pontas do papel celofane e o doce se abriu. Dentro ela encontrou um pedaço grande de caramelo dourado, coberto de chocolate.

__ Vamos dividí-lo- ela afirmou. Ele olhou para ela.

__ Não, obrigado.- disse ele voltando a assumir uma postura “Malfoy” mas ao perceber o olhar de reprovação dela ele logo emendou- Eu não tenho nenhum apetite para doces.

__ Eu sei que ele não matará nossa fome, mas nas atuais circunstâncias, açucar é bom para você.

Ele continuou a olhar para ela. “Lá vai ela de novo”, pensou ele. E ele estava certo.

__ Ele ajudará a manter sua energia. Meu pai uma vez fez uma entrevista sobre isso...Alpinistas... isso, eles sempre levam chocolate em suas viagens. em 1953...

__ Isso é muito interessante- começou ele- senhorita Lovegood, mas...

As palavras morreram em sua boca quando ele a viu colocando o caramelo na boca e lentamente mordendo-o. um pequeno ‘Humm’ escapando dela enquanto metade do doce desaparecia atrás de seus dentes perfeitos.

Ele não conseguiu acreditar quando ela estendeu a mão, levando o resto do caramelo até os lábios dele. Engoliu em seco e olhou para o doce que pairava sobre seus lábios cerrados.

O caramelo havia estado na boca dela, tocado seus lábios. Ele podia ver as marcas recentes feitas pelos dentes dela, a extremidade mordida brilhando com a sua saliva. E ela estava se oferecendo para alimentá-lo.

A cena toda era tão comum e entretanto tão...tão...

Lentamente ele abriu a boca permitindo que ela colocasse o caramelo dentro. Deixou o caramelo repousar em sua boca enquanto a ponta de sua língua percorria a extremidade que ela havia mordido, reunindo todas as evidências que restavam da boca que anteriormente o tocara.

Quando ele finalmente se permitiu mastigar ele mal notou o sabor extremamente doce do caramelo. Toda a sua atenção estava concentrada em rememorar o efêmero toque dos dedos delicados em sua boca.

__ Delicioso, não?- ela perguntou. Ele mastigou lentamente, ainda atônito e não respondeu.- Lembra um dos doces do diretor...o Professor Dumbledore sempre tem as melhores guloseimas. São ainda melhores que os da DedosMel. Eu acho que ele mesmo os prepara magicamente...

Ele estava confuso. Como ela podia falar tão normalmente depois do que havia feito. Ela não tinha nenhuma idéia do que tinha provocado? .

Ele olhou para ela.

Não, provavelmente ela não sabia. A pequena senhorita di-lua era inocente nas artes da sedução. O que ela fez havia sido totalmente inconsciente. .

Mas numa escola interna mista... ela não podia ser tão inocente. Sem dúvida ela já teve algum contato mais íntimo com rapazes. Com certeza... nem que fossem apenas uns amassos em um canto escuro, isso já a teria despertado para...aquilo.

************************************************************************************




Entre 6:00 e 7:00 da noite

Luna se ajeitou dentro do manto, lambeu o restante do caramelo dos seus dentes e sorriu para si mesma.

Ela o tinha deixado desconcertado.

Ao menos aquilo tirava da sua mente outros pensamentos terríveis.
Mas ainda assim percebeu que estava ficando difícil pensar em qualquer outra coisa que não fosse frio e fome.

Mesmo o manto de Draco já não mantinha o frio afastado como quando ela o colocou. Era apenas um manto de verão. Ele devia estar congelando.

Ela não podia acreditar na mudança no tempo. Ontem mesmo ela estava molhando os pés no lago de Hogwarts...

__ Malfoy... como o tempo pode ter mudado tão drasticamente?- e então ela teve um pensamento assustador.- Isso não é um sinal de que...?

__ Não. É apenas o clima natural aqui.

__ O que você quer dizer? Onde nós estamos?

__ Estamos aqui a horas. Você ainda não sabe onde nós estamos?

__ Não!- ela respondeu.- Eu sequer sei porque eu estou aqui...eu apenas pensei que tínhamos sido jogados nas masmorras do castelo de Voldemort... sei lá...

Ele olhou para ela enquanto esfregava o braço esquerdo.

__ Preciso dar algumas pistas? Qual lugar você imagina que tenha sempre a temperatura de um terrível inverno? Qual lugar é tão seguro que eu nem me daria ao trabalho de tentar escapar? Você realmente acredita que eu nos deixaria aqui famintos, com frio, esperando a morte, se houvesse a menor possibilidade de fuga?

Ela olhou para ele sem acreditar.

__ E-estamos em...Azkaban?!- sussurrou ela aterrorizada.

__ Muito bem!- ele disse sarcasticamente.- Cinco pontos para Lufa-lufa!!!

__ Oh, cale a boca!- ela gritou, se pondo de pé, as lágrimas escorrendo de seus olhos.- Já é difícil o suficiente sem o seu sarcasmo.

Ela deu as costas para ele, instantaneamente percebendo que havia gritado e se encolheu esperando a inevitável reação de “Draco Malfoy”

__ Sim- disse ele, quase se desculpando.- Eu vou tentar lembrar que nós não estamos em hogwarts no momento.
Ela engoliu em seco.

__ Como podemos estar em Azkaban?- perguntou Luna virando-se novamente para encará-lo.- O Ministério controla Azkaban. Quem iria nos colocar aqui?

__ O Lorde das Trevas. Quando ele tomou o controle e soltou seus Comensais sobrou muito espaço para seus inimigos.

Fez-se um momento de silencio enquanto os dois ficaram sentindo o peso do que acabara de ser dito. Silêncio que só foi quebrado pelo grito de Luna ao ouvir um barulho metálico vindo da porta no exato momento em que Draco terminava seu raciocínio.

Uma pequena abertura na porta se abriu e uma bandeja foi empurrada com força através dela contendo pedaços de pão, um pouco de queijo e um jarro. .

O pão voou da bandeja para o chão e o jarro balançou fazendo com que a tampa caísse e um pouco do conteúdo se esparramasse.

Draco pulou até a bandeja retornando o jarro a posição vertical, evitando assim o líquido derramasse completamente. Ele pegou o pão que estava no chão e levou a bandeja para a mesa.

O coração de Luna ainda estava aos pulos quando ela se aproximou da mesa e cheirou o jarro.

__ Sopa? Oh, graças aos céus!- ela balbuciou, sem ter certeza se foi porque lhes trouxeram comida ou porque não vieram pegá-los.

__ Nós teremos de usar o copo- disse Draco despejando um pouco de sopa no copo de água e entregando a ela.

A sopa estava quase fria, mas era melhor do que nada. Ela bebeu alguns goles e estendeu o copo para ele.

__ Eu beberei depois.- afirmou ele partindo o pão.

__ Não, nós beberemos um pouco cada um- insistiu ela. Quando ele se virou ela colocou o copo em suas mãos.- Não seja bobo, você está tão faminto quanto eu.

Eles comeram. Não saciados, mas ao menos não mais famintos, eles dividiram o último pedaço de pão. Ela sentou-se na cama.

Ele colocou a tampa novamente no jarro. Eles não haviam comido tudo, apesar de desejarem. Eles haviam decidido guardar um pouco, não sabendo quando seriam alimentados outra vez.

Ela olhou para cima quando alguma coisa molhada caiu sobre sua cabeça.

__ Ah, não!- exclamou a bruxa. Ela levantou-se rapidamente enquanto a neve começava a entrar através da janela aberta e caía na cama.

__ Me ajude a arrastar a cama para o outro lado da cela- ele disse, pegando um dos lados da cama.

Ela pegou o outro lado e juntos eles a moveram. Depois sentaram sobre a cama pesadamente, lado a lado.

__ Eu realmente espero que você tenha razão e isso não seja um sinal- murmurou Luna.

__ Eu também, Lovegood. Eu também.

(N/A: Tipo... se vocês chegaram até aqui é porque vocês estão gostando né? Eu nem sei... Vocês naum comentam!!! Isso me deixa desesperada. Mas msm assim eu vou continuar a postar. Se não for pedir mto COMENTEM!!! E obrigada a quem está lendo e msm assim não comentou, Comenta ae vai!^^

Bjns by Naniguedez)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.