capítulo um
Capítulo um
olá, bom dia, como você tem ido?
Ontem eu bati minha cabeça
eu nunca, nunca pensei que
eu ia cair daquele jeito
nunca pensei que podia me machucar tanto assim
- Learning to breathe - Switchfoot
Marlene abriu os olhos com um pouco de dificuldade, sua visão estava um pouco embaçada e ela sentia dor em algumas partes de seu corpo. Tentou mover seu braço para passar as mãos nos olhos em um ato involuntário, mas isso parecia ser algo que exigia um esforço gigantesco.
Quando sua visão voltou ao normal, Marlene percebeu que estava em quarto claro e suas pernas estavam enfaixadas e penduradas. Havia algumas flores espalhadas pelo quarto, dando para ele um cheiro floral, mas atrás de todo aquele cheiro ela pode sentir outro que a desagradava bastante; cheiro de hospital.
O quarto também tinha algumas maquinas e uma TV plana. Marlene virou a cabeça para a direita e viu Dorcas deitada desajeitadamente em uma poltrona branca, seu rosto estava inchado, principalmente a área de seus olhos e seu nariz estava bastante vermelho. Marlene conhecia muito bem a amiga para perceber que ela havia chorado.
A morena não entendia porque Dorcas havia chorado... E também não entendia porque estava se sentindo tão mal! E não era apenas pela dor física que estava sentindo e sim por algo mais. Era como se algo dentro de si estivesse faltando, por algum motivo ela estava se sentindo indefesa, triste e frágil, como se pudesse se despedaçar a qualquer momento. Por que ela estava se sentindo tão sensível?
Marlene tentou chamar Dorcas, vê se ela acordava para lhe dar explicações. Mas ao tentar fazer isso, sentiu um dor quase insuportável em suas costelas e em suas bochechas. Ela gemeu de dor e com isso acordou a amiga e...
- Marlene, Marlene... Você está bem? – Uma voz masculina perguntou, fazendo a morena virar a cabeça rapidamente, o que a deixou um pouco tonta.
James Potter. Seu primo que ela não via há um mês, desde que ele fora morar na Escócia e assumir a maior sócia das empresas McKinnon, a empresa dos Potter.
- James o que você faz aqui? – Marlene perguntou baixinho e lentamente, fechando os olhos, ela não queria se arriscar a sentir aquela dor novamente.
Quando sua tontura passou, James e Dorcas já haviam se aproximado da cama em que ela estava. James também tinha os olhos inchados e avermelhados.
- O que está acontecendo? Por que vocês estão com os olhos inchados? Aconteceu algo? – Marlene perguntou desconfiada e com uma extrema vontade de chorar, mas nem ao menos ela sabia por quê. – E Dorcas, o que eu estou fazendo em um hospital, você sabe que eu odeio hospitais...
- Lene, aconteceu uma coisa... – Dorcas falou, sua voz estava embargada e seus olhos ficaram marejados.
- Dorcas, o que está acontecendo?
Dorcas olhou para James pedindo ajuda, enquanto virava as costas para Marlene, chorando. James respirou fundo e pegou um jornal que estava perto do sofá, ele não conseguia simplesmente chegar em Marlene e contar o que estava acontecendo. Ele não tinha coragem o suficiente para isso.
Marlene o olho sem entender... Ela estava perguntando o que estava acontecendo e James estava pegando um jornal para ler? O que ele estava tentando fazer?
O moreno ajeitou seus óculos, enquanto tentava disfarçar os olhos marejados. Ele se aproximou de Marlene, entregando-lhe o jornal. Ela ficou ainda mais confusa.
- James, o que...
- Lene, apenas leia – ele a interrompeu, com a voz embargada.
Ela olhou para o papel, mas precisou de um momento para se concentrar no que lia... As linhas pareciam distorcidas... O que estava acontecendo com ela? De uma hora para outra ela virara dislexa? Com um pouco mais de esforço sua vista voltou ao normal, então ela pode ver três fotos estampadas no jornal, uma de sua mãe e seu pai, abraçados e sorrindo em um evento. Outra de dois carros completamente destruídos e a última de dois corpos cobertos por uma lona preta e policiais a volta.
Franzindo o cenho, Marlene leu o nome da matéria: “TRAGÉDIA MCKINNON” e no subtítulo: “Acidente de carro misterioso leva a vida dos donos da tão famosa Empresa McKinnon, maior e melhor produtora de perfumes da Europa”.
“Na noite de ontem uma tragédia tirou a vida de parte da família McKinnon, o carro que transportava uma das famílias mais famosas da Europa colidiu frontalmente com uma picape e capotou. Policiais afirmam que o acidente não tem explicação, a picape não tem sinais de que estava sendo dirigida e muito menos que carro dos McKinnon estava em alta velocidade.
‘Não há testemunhas do acidente. É tudo muito misterioso, e complicado, o carro ficou completamente destruído, é praticamente um milagre a filha do casal ter se salvado.’, disse a delegada que investiga o caso.
As primeiras pessoas que chegaram ao local encontraram a herdeira, Marlene McKinnon, estendida ao lado do carro e não dentro dele, como os pais estavam. O acidente parece ter sido fatal, mas não para todos. A herdeira que tem apenas dezessete anos se encontra internada em um hospital central, não se sabe o estado dela. A policia suspeita de, motivos para a escapada da Srta.Mckinnon.
A polícia está investigando o caso e dizem que será difícil saber a causa do acidente, já que não existe nenhum vestígio do motorista, se é que há um, e o caso é ainda mais complicado por a picape não ter placa.
(maiores informações na pagina 10)”
Marlene sentiu uma dor no peito, como se algo estivesse esmagando seu coração, fazendo-a sentir a pior dor que já sentira em sua vida. Ela olhou para amiga e para o primo, com as lágrimas transbordando de seus olhos.
- Isso é algum tipo de brincadeira? – ela perguntou, com a voz fraca – Porque se for eu... Eu... Eu não vou perdoar vocês!
Dorcas a olhou, colocando a mão na boca, como se estivesse se contendo. Seu nariz estava ainda mais vermelho e mais lágrimas se formavam em seus olhos... Seus olhos estavam tristes, não tristes como quando Dorcas terminava com um de seus namoros, ou quando ela brigava com a mãe... Era uma tristeza ainda pior, mais profunda.
Vendo tudo aquilo nos olhos da amiga, Marlene percebeu que não era uma brincadeira, que era verdade... Mas ela queria que fosse uma brincadeira! Queria que seus pais entrassem por aquela porta e dissessem que não era verdade, que só estavam tentando enganá-la para ter do que rirem no fim de semana.
- Não é verdade, não! Não pode ser! – Marlene falou, virando sua cabeça e empurrando o jornal que estava em seu colo com a mão enfaixada.
- Marlene... É verdade – James disse tirando os óculos enquanto começava a chorar novamente. Ele se sentou na cama de Marlene, puxando-a para um abraço, tentando consolá-la.
- Não, James! Não pode ser!... Eu Não consigo acreditar em vocês! – ela falou, enquanto tremia e soluçava tentando afastar o primo dela.
Dorcas também se sentou na cama de Marlene, abraçando-a. A amiga estava precisando de todo o apoio do mundo, Dorcas não podia apenas chorar, não era ela que estava sentindo a pior dor.
Não se sabe ao certo quanto tempo eles ficaram daquele jeito, ou quanto tempo demorou para os pais de James aparecerem e irem falar com Marlene, mas durante todo aquele tempo Marlene chorava, tentando imaginar o que seria de sua vida, o que ela faria sem seus pais? O que ela seria sem aqueles que a ensinaram a ser o que ela era?
Marlene adormeceu chorando, em seus sonhos, ou melhor, pesadelos, ela sonhou com o acidente.
Marlene estava saindo do hospital, ela estava sentada em uma cadeira de rodas, porque suas pernas ainda estavam engessadas. James a levava, e seus tios estavam logo atrás deles, conversando rapidamente sobre algo que Marlene deduziu ser a empresa, mas ela não estava ligando.
Dorcas não estava lá. Havia acontecido um problema na empresa e ela e Remus eram os únicos que podiam resolver, mas ela prometera que quando Marlene chegasse ao enterro, ela estaria lá. Dorcas não queria admitir para Marlene, mas a empresa estava um caos depois do acidente.
A morena estava extremamente abalada, pouco comia e falava. James estava sempre ao seu lado, ele e seus tios. James sempre tentava falar com Marlene, apoiá-la, mas estava sendo um pouco difícil.
Ela parecia estar presa em um mundo só dela, em um mundo onde ela não queria mais ninguém. Ele não podia culpá-la, mas daquele modo ele também não podia ajudá-la.
James olhou preocupado para a porta de entrada do hospital, havia várias pessoas ali, ou melhor, vários jornalistas.
- Err... Pai, o senhor não acha que é melhor nós sairmos pela porta dos fundos? – ele perguntou.
Seu pai o olhou sem entender, mas depois viu o que os aguardava na porta.
- É James, acho melh... – ele começou a dizer.
- Não, vamos por essa porta mesmo. – Marlene falou com a voz baixa, interrompendo-o.
Todos olharam um pouco surpresos para ela.
- Não vou conseguir fugir deles para sempre, é melhor falar o que eles querem agora do que quando essa ferida estiver se fechando e eles fizerem ela se abrir novamente – ela falou explicando-se, e se encolhendo.
Os outros apenas assentiram e rumaram a porta principal do hospital. Ao chegar apenas alguns metros da porta, Marlene já pode ver vários jornalistas murmurando coisas e tentando invadir o hospital, coisa que só não faziam por culpa dos seguranças.
O Sr. Potter abriu a porta, vários flashes os segaram. A cabeça de Marlene começou a girar, momentaneamente, o último sorriso de seus pais veio em sua cabeça.
Ela piscou os olhos com força, sua respiração estava um pouco acelerada. James começou a se arrepender por ter feito o que Marlene pedira. Os jornalistas faziam várias perguntas, fazendo com que o barulho fosse insuportável.
Marlene olhou para James, com um gesto ela pediu que ele silenciasse aquelas pessoas.
- Silêncio! – James falou de modo que todos ficaram quietos. – Se vocês ao menos não fingirem ser pessoas civilizadas, nós não iremos falar nada – ele olhou para os jornalistas, analisando-os. – Alguém tem alguma pergunta?
- Quem será o dono da empresa McKinnon agora? - Um homenzinho de óculos perguntou.
- Não falaremos sobre assuntos da empresa agora – James respondeu.
- Então, Srta. McKinnon, como você está se sentindo com a morte de seus pais? – uma jornalista loira que olhava ofensivamente para Marlene, perguntou.
Marlene olhou para ela e se sentiu realmente chateada, como é que ela se atrevia a fazer uma pergunta daquelas, o que ela pretendia? Deixá-la pior do que ela já estava? Aquela era uma pergunta totalmente ridícula.
- Bem, acorde em um dia qualquer, perceba que está em um hospital completamente machucada e descubra através de um jornal que seus pais estão mortos... Ai você me diz como você se sente, certo? – Marlene falou, aborrecida e então olhou para James, pedindo que ele a levasse para o carro; Ela não responderia mais nenhuma pergunta naquele dia.
Segunda - 26 de janeiro
Há um vazio dentro de mim, algo insuportável, eu não consigo agüentar. Dormindo ou acordada esses problemas me perseguem, nas duas vezes que eu tentei dormir eu tive pesadelos, eles aparecem na minha mente. Não com seus rostos sorridentes que sempre me ensinavam a ser uma pessoa melhor... Seus rostos não pareciam ser mais seus, estavam desfigurados, com sangue... Eu não queria ver isso, mas toda a vez que eu fecho os olhos é apenas isso que vem em minha mente, isso e a dor...
Eu estou chorando, chorando muito... Estou chorando porque isso é algo insuportável, estou chorando porque essa é uma dor que ninguém deveria sentir, estou chorando porque todos tentam me acalentar, dizer que no final tudo ficará bem... Mas essas palavras não amenizam a dor, só a pioram, porque realmente mostra que é verdade, que eles nunca mais irão voltar para mim, que nunca mais irão sorrir para mim, que nunca mais irão me apoiar.
Há um vazio dentro de mim, um vazio que nunca irá se amenizar... Acho que nunca mais serei a mesma, nada mais faz sentido para mim. Não sem meu pai e minha mãe.
Tento parecer bem, não quero que as pessoas se preocupem comigo, não quero que olhem para mim com pena... Mas será que ficar fingindo que estou bem, que nada está acontecendo é o melhor? Quando tudo o que mais desejo é que esteja realmente tudo bem?
Mas mesmo que eu mostre o que eu estou sentindo, é justo fazer as pessoas sofrerem junto comigo? E, aliás, se eu disser à verdade o que isso irá mudar? Elas não poderão trazer meus pais de volta. Nunca.
Essa dor não é nada, é só uma tristeza profunda, uma dor que não passa, uma ferida que não se fecha e nunca irá se fechar. É apenas a perda de uma razão, uma dor no coração, um aperto no peito, um mal sem cura, uma tortura, algo que machuca.
Ás vezes achamos que nada pode nos acontecer, que as outras pessoas podem sofrer e nós não, que acidentes podem acontecer com qualquer um, menos a nós. Pensamos que as pessoas que nós amamos vão sempre estar ali, ao nosso lado, que nunca irão embora, que nunca nos deixarão sozinhos. Nós não somos imunes a nada disso. E o pior de tudo isso é que eu tive que aprender da pior forma.
N/B¹: /ouvindo Justin Bieber/ Aah, estou chorando a pacas. AHH! tadinha da Lene! Li e morri! E aquela reporter loira idiota? Meu deus. Mas é agora que a história vai começar a esquentar, nos dois sentidos, claro! Só que um sentido não tem graça ... Mandei essa nota atrasada e autora ta p...! da vida comigo... Vou indo ... Fui. / ainda ouvindo Justin Bieber/.
Brenda
N/B²: Como diria Luh e seus irmãos: TENSO, caramba, essa fic promete e muuuito, primeiro porque é ela que ta escrevendo, e depois eu e a Brenda vamos betar e bem, somos amigas da Luh então... Da pra sacar que somos do mal assim como ela. Beijos Leitores e por favor comentem!
Isabelle
N/A: Bem, depois dessas duas notas super estranhas, como vocês podem perceber, agora são duas betas... Porque bem, Eu, Belzi e Brendinha somos um trio e Belzi só não estava betando antes porque ela deu uma parada com as fics... Enfim, quero pedir desculpas pela demora, mas eu realmente tive um "blackout" que eu não conseguia nem escrever as redações do meu colegio, hm. Ah, em falar em colegio, alguem ai está tão tensissimamente em uma situação ruim como eu? :x
Mas, Whatever, o que tenho a dizer sobre esse capítulo é que eu não acho que mostrei o que eu realmente queria mostrar nele, hm, acho que poderia ter sido um pouco mais sentimental, não? Er... Eu não faço muito bem o estilo sentimental, então... Não esperem muita coisa :x Ah, mas comentem, certo? E vou tentar não demorar tanto, mas acho que mams vai me proibir de vir pro pc, sabem como é... Boletim chegando :x
Enfim, vou dormir porque amanhã vou pra a estreia de alice in wonderland *0*. Tchau amores, e comentem, viu? <3
Luíse
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