Efeitos de um sequestro



Capítulo terceiro – Efeitos de um seqüestro.


 


Hermione tinha acabado de almoçar, quando estava voltando ao seu quarto e ouviu o piado desesperado de uma coruja que ela conhecia bem.


- Pichi!


Ela correu até a janela e deixou a corujinha entrar, que parecia exausta com seu fardo. Foi até a cozinha e trouxe uma pequena xícara com água e um pedaço de pão, para repor as energias do animal, e enquanto Pichi se saciava, Mione desenrolou o pergaminho que ela havia trazido consigo: era uma carta de Rony.         


 


 


                                        Mione,


 


Como está indo seu verão? Eu espero que tudo esteja correndo bem. As coisas em Roma estavam ótimas, até que hoje Gina foi seqüestrada por dois trouxas, pelo que parece. O Ministério de Roma está em busca dela, mas ainda não tivemos notícias. Todos nós estamos preocupados e parece que a graça da viagem acabou enquanto Gina não estiver de volta... Mamãe está chorando o dia todo e não conseguimos consolá-la, e papai está totalmente intrigado agora que descobriu que os trouxas usam armas. Eu estou me sentindo péssimo, pois devia ter protegido ela... estou tentando não demonstrar que estou maluco com isso, mas não consigo me distrair com nada por aqui. Escreverei mandando notícias assim que Gina estiver de volta. E você, como vai? Mande notícias, espero que esteja se divertindo.


 


                            Rony.


 


Junto com a carta, Rony tinha mandado uma caixa de chocolates suíços que eram vendidos na Itália, e que Mione provavelmente teria que esconder da vigilância dos pais.


 


“Meu Deus, Gina foi seqüestrada! E por trouxas! O que será que houve? Será que foi por acaso, ou algum plano bruxo envolvendo trouxas como disfarce... coitado do Rony e da família dele! Ele deve realmente estar nervoso... ah, Rony... eu gostaria tanto de fazer algo pra te ajudar!”


Desde o primeiro ano, quando conheceu Rony e Harry, Hermione tinha grandes sentimentos fraternos em relação aos dois. No entanto, o tempo passou para o trio e a garota acabou se vendo, quase sem querer, apaixonada por Rony Weasley. Uma paixão que há dois anos ela vinha tentando disfarçar - com pouco sucesso.


O ruivo, entretanto, não parecia notar que a amiga via ele com outros olhos. Tampouco demonstrava corresponder os sentimentos da mesma; continuava agindo da mesma maneira simpática e distraída de sempre. E se isso não negava chances para Hermione, também não aliviava sua angústia de permanecer escondendo o que sentia de todos.


Mione já estava indo para o último ano, e tinha mudado bastante desde os seus onze anos. Graças ao tratamento ortodôntico de seus pais, seu sorriso agora estava perfeito e ela havia experimentado alguns feitiços em seu cabelo, que agora estava mais macio e liso.  Também tinha deixado de lado um pouco do seu ar de sabe-tudo irritante, e parecia-se muito mais com uma mulher séria do que com a garotinha que tinha iniciado seus estudos em Hogwarts. Rony também tinha mudado desde que se conheceram, especialmente no físico, que tinha se desenvolvido desde o quinto ano, em que ele entrara pro time de quadribol. Além disso, ter se tornado monitor pareceu acentuar o senso de responsabilidade do rapaz, que também havia abandonado parte dos seus traços infantis.


“Ah... Rony. Por que eu fico tão apaixonada, quando você obviamente não sente o mesmo?” – Ela forçou-se a parar de pensar nisso, e sentou-se na escrivaninha, procurando palavras para responder a carta do amigo.


x-


Em algum lugar ao sul da Itália, 10:00


 


- Que idéia maravilhosa, Malfoy! Brilhante! Agora nós não sabemos pra onde ir, e se os caras acordarem, nós estamos mortos!


- Cala a boca Weasley! Meu plano sobre as ervas deu certo, não deu? Eles não vão acordar até que nós estejamos bem longe daqui! Agora eu só preciso descobrir pra onde nós iremos...


O silêncio se manifestou por alguns instantes, e a expressão de Draco mostrava que ele não tinha a menor pista de qual caminho devia tomar. Antes que ele tomasse uma decisão, no entanto, Gina adiantou-se e começou a seguir um caminho que ele não tinha considerado antes, uma trilha que os levava para dentro do bosque onde estavam.


- Weasley! Onde é que você vai?


- Não é da sua conta!


- Você é burra ou o quê? Pra que você vai se meter no meio das árvores, pra se perder mais ainda?


- Adeus Malfoy, eu espero não ver você nunca mais!


Ficar sozinho naquela situação não era exatamente a melhor opção, então Draco correu para alcançar os passos de Gina; afinal, mesmo que estivessem pegando o caminho errado, pelo menos estariam longe dos seqüestradores. No entanto, a idéia da ruiva de seguir a trilha de grama amassada e galhos quebrados que o carro havia deixado ao chegar ali dera certo, e após uma caminhada exaustiva e nem um pouco agradável, devido aos comentários cretinos de Malfoy, os dois estavam à beira de uma rodovia.


Gina o encarou com ar de triunfo, esperando que o loiro finalmente reconhecesse que sem ela, eles estariam mortos a essa altura, mas foi imediatamente frustrada assim que ele abriu a boca.


- Parabéns, Weasley! – Comentou ele, incrivelmente sarcástico. – E agora, espero que a senhorita saiba pra onde devemos ir!


O sol das onze horas já começava a arder sobre a cabeça dos dois, e a voz de Malfoy, somada ao cansaço, ao estresse e a todo o desconforto fez a cabeça de Gina latejar.


- Malfoy, cala a merda da boca, por favor.


- Nossa, como o seu linguajar me enoja. E você ainda se considera muito diferente de uma pobretona, Weasley? Eu é que deveria me queixar por estar respirando o mesmo ar que você desde ontem.


- Cala a merda da boca, Malfoy!


- Cala a boca você Weasley, me poupe dos seus gritos! Você é terrivelmente irritante, eu imagino porque o Potter não quis namorar você...


- Malfoy, VÁ PRO INFERNO!


- Olha aqui, Weasley! – Respondeu o rapaz, a segurando pelo braço. – Quem você pensa que é pra me tratar assim? Eu devia dar um jeito de me livrar de você, eu devia...


 Oh, devia o que? Me matar? Eu não esperaria nada diferente de você, seu Comensalzinho!


- Retire o que disse, Weasley! – Grunhiu Draco, movendo a mão livre pra mandíbula de Gina e apertando com força seu rosto. Parecia que a intenção do loiro era quebrar o maxilar da ruiva caso ela não se retratasse.


- Me obriga, Malfoy! – Disse ela, quase cuspindo. – Quero ver os seus métodos!


A cabeça de Draco deu um giro com aquela frase. De repente, o sono, a humilhação e aquela situação miserável em que ele se via pareceram superar o desprezo pela Weasley à sua frente, que vinha provocando-o há muito tempo. Tudo o que ele enxergava, de repente, era uma garota ruiva, gostosa e insolente e que estava obviamente pedindo pra provar do seu método padrão pra-calar-menininhas-gostosas-porém-irritantes: um beijo na boca.


O loiro, aproveitando que tinha o maxilar da garota em suas mãos, não hesitou em trazê-la pra perto sem delicadeza, prendendo sua cintura com a mão que antes segurava seu braço. Seu rosto se aproximou do dela com segurança; porém segundos antes de tocá-la com os lábios, seus olhos esbarraram na centelha de fogo dos dela, fazendo com que o sonserino recobrasse a sanidade. E ao perceber-se pela terceira vez em menos de 24 horas perto demais de Virgínia Weasley, a única reação que lhe ocorreu foi empurrá-la pra longe, ainda um tanto atordoado com a idéia do que pretendia fazer. Gina o encarou com uma expressão confusa, e sequer se incomodou com a grosseria de Malfoy.


- Certo, você é bem esquisito.


O garoto não se incomodou em não ter resposta dessa vez, e se contentou em manter uma distância segura da ruiva, que parecia estar ocupada tentando chamar a atenção de algum carro que passava. Ele custou a acreditar que aquilo fosse adiantar algo, e estava começando a se desesperar, imaginando se os seqüestradores ainda estavam em sono profundo, quando um carro esporte amarelo, bastante chamativo, atendeu aos sinais de Gina, parando no acostamento.


O motorista abaixou o vidro e Draco foi até lá. Ele tinha cabelos pretos e parecia ter em torno de quarenta anos.


- Oi, precisam de ajuda? O que aconteceu, estão perdidos?


- É... na verdade sim, queremos ir para Roma, para que lado fica?


- Querem uma carona? Podem entrar, eu estou indo pra Viareggio, e vou passar pela capital.


Podia ser perigoso pegar carona com um estranho, mas provavelmente seria pior ficar na beira da estrada, após fugir de um seqüestro. Sendo assim, Gina nem titubeou em aceitar a oferta, sendo acompanhada pelo loiro, que não disse nada.


O carro estava cheio de coisas e Draco sentou-se atrás, querendo distância do motorista. Gina sentou-se na frente, pois queria distância de Draco.


- Desculpem-me a intromissão, mas o que vocês dois faziam na beira da estrada, nesse estado?


- Nós nos perdemos. – Resmungou o rapaz, com tom de quem encerra a conversa.


- Na verdade, nós fomos seqüestrados, e acabamos de fugir!


O sonserino bufou no banco de trás, soprando com desgosto os fios de cabelo sujo que lhe insistiam em cair sobre os olhos.


- Vocês foram seqüestrados? Caramba, que perigo! Vocês tiveram muita sorte de fugir!


- Fomos ontem, estávamos no hotel e fomos levados e...


- Vocês não são daqui? De onde são?


- Somos de Londres, estamos aqui de férias no Hotel Gran Palazio.


- Eu também sou de Londres! Mas estou morando na Itália há um certo tempo. Aliás, meu nome é James Angels, mas podem me chamar de Jimmy.


- Muito prazer... eu sou Virgínia Weasley.


- Weasley?


- Sim!


- Seu pai por acaso é Arthur Weasley? – Disse o homem, com uma empolgação exagerada.


- É... sim.


- Merlin, não acredito! Como o tempo passou! Sabe, eu era amigo do seu pai quando trabalhava na Inglaterra, a última vez que o vi você estava na barriga da sua mãe. Ele estava radiante, sabe, por finalmente ter uma menininha depois de seis filhos homens... E seu pai, como está? Ele ainda trabalha com os trouxas?


- Não, agora é Ministro da Magia. – Disse ela meio sem graça.


- Ministro da Magia? O Arthur? Por Merlin, inacreditável! Os defensores do sangue puro devem ter ficado todos ensandecidos... como foi que isso aconteceu?


- Não sei bem... houve uma votação no Ministério, depois que o Fudge caducou... papai disse que acha que teve o dedo de Dumbledore nisso... – e sorriu.


- Ah, Dumbledore! Esse é um homem e tanto. Sabem, eu estudei em Hogwarts também, como presumo que vocês estejam estudando... e você, rapaz? É filho do Lucius Malfoy, eu imagino.


- O nome é Draco.


- Ah, eu sabia, quem confunde a cabeça loura de um Malfoy... Eu sabia que você me era familiar. Eu trabalhei no Ministério quando morava em Londres; depois me mudei pra cá e acabei arranjando emprego no Ministério de Roma...


- Não lembro de você no Ministério.


- Claro que não lembra, você tinha um ano mais ou menos, eu me lembro bem do dia em que vi Lucius e sua miniatura andando pelo átrio.


Draco franziu o nariz, parecendo bastante desgostoso ao ter sido chamado de miniatura de Lucius.


- Ai moço, desculpa, ele é grosso assim mesmo. – falou Gina sem graça.


- Não se preocupe, Virgínia, conheço bem demais a família do seu amigo para esquecer essa ironia que todo Malfoy tem no sangue...


A viagem dos três durou pouco menos de duas horas, que Gina passou conversando com Jimmy, ouvindo histórias sobre seu tempo em Hogwarts e fatos sobre a amizade dele e de Arthur. Draco, que não estava nem um pouco interessado, pegou no sono nos primeiros vinte minutos, escorado num colchão que ocupava parte do banco traseiro. Então, finalmente chegaram ao hotel e dirigiram-se para a recepção.


- Por favor, senhorita, chame até aqui as famílias de Virgínia Weasley e Draco Malfoy, soube que ambos foram seqüestrados ontem, encontrei-os na estrada e trouxe-os para cá.


A recepcionista contatou os dois quartos de hotel, e num instante Molly, Arthur e os filhos desceram, com um olhar estupefato ao ver que a garota estava sã e salva.


- GINA! Ah, minha filhinha, meu bebê! Que bom que você está viva, eu nem acredito, por Merlin! – Disse a mãe da ruiva, correndo ao seu encontro e abraçando-a com uma força desmedida. Arthur e os irmãos acompanharam o gesto de Molly, e logo todos os Weasley se encontravam num grande abraço coletivo, que mobilizou na recepcionista, em Jimmy e em todos os hóspedes que sabiam do ocorrido um sentimento de ternura, exceto por Draco Malfoy, cujos pais ainda não tinham descido. O loiro decidiu subir para a sua suíte, imaginando que seria melhor tomar um bom banho antes de encontrar o pai novamente, ao mesmo tempo que os Weasley desfaziam o abraço e notavam pela primeira vez o homem que tinha levado Gina até o hotel.


- O senhor trouxe nossa filha para cá? Muito obrigado! Nós estávamos muitíssimo preocupados...


- Ora Arthur, você não se lembra de mim?


- Desculpe-me, mas... eu acho que não.


- Sou Jimmy Angels, trabalhei no Ministério há uns vinte anos no Departamento de Transportes Mágicos...


- Jimmy Angels! Por Merlin, você está tão diferente, eu jamais te reconheceria! Agora eu me lembro muito bem de você, rapaz! – Arthur cortou a fala do homem repentinamente – Claro que me lembro... Não acredito que você encontrou minha filha e trouxe-a de volta... eu não imaginei que fosse voltar a vê-lo, e acabo reencontrando-o junto com a minha Gina! Que coisa boa, venha conosco e vamos conversar...


Arthur deu mais um abraço apertado na filha, e a ergueu alguns centímetros do chão.


- Querida, é quase um sonho ver que você está de volta! O que aconteceu? O Ministério te encontrou? Você fugiu? Foi libertada?


- Pai, eu acho que você devia deixar a Gina tomar banho primeiro, olha só o estado dela. – Disse Rony, interrompendo as perguntas do pai. – Vamos Gininha, cara, que alívio ver que você voltou...


- Que alívio estar aqui de novo, Rony! Você tem razão, eu vou tomar um banho e depois vou para o quarto do papai contar como foi a nossa fuga espetacular! – Ela disse brincando, já sem nenhum resquício da tensão que sentia quando acordou. Toda a família Weasley e Jimmy, seu convidado, subiram então em direção aos seus aposentos, muito mais aliviados.


 


x-


Depois de ter passado um dia sendo carregado como um animal, sem direito a cama, banheiro ou mesmo uma escova de dentes, Draco precisou de uma eternidade sob a água da banheira, coberta de espuma, pra voltar a se sentir limpo. Quando saiu, enrolou-se num roupão macio e atoalhado, secou os cabelos, passou um pouco da loção que sempre usava após o banho e deitou-se na cama, sentindo-se extremamente confortável. Ele teria pegado no sono alguns minutos depois, se Narcisa não tivesse batido à porta.


- Draco, meu filho, você está ai?


O loiro se levantou para abrir a porta, e foi saudado por um abraço deveras apertado por parte de sua mãe, que há muito tempo não fazia aquilo.


- Draco! Que bom que você está aqui, eu me preocupei tanto com você! Eles te machucaram? Você está ferido?


- Mãe... eu estou bem. – Disse o jovem se desvencilhando.


- Tem certeza?


- Tenho... Foram realmente trouxas que nos levaram, e não fizeram nada além de gritar e me ameaçar a todo momento... não aconteceu nada.


- Ah, que bom! Eu queria tanto poder ter feito algo por você, meu filho... – Narcisa o abraçou novamente, e dessa vez, Draco não se afastou. Ele não era muito acostumado a quaisquer demonstrações de afeto, mas aquele contato com sua mãe era tão confortador, após o dia horrível que tinha passado e o tratamento recente que Lucius dispensava a ele.


O patriarca dos Malfoy vinha tratando tanto a esposa quanto o filho com uma rispidez anormal, além de censurá-los a todo momento quando acabavam por demonstrar algum tipo de afeição. Além disso, a aparência de Lucius tinha mudado, sua pele tinha se tornado excessivamente pálida, seu rosto estava encovado e seu olhar era carregado de amargura. O sentimento de estar sob vigilância constante do pai vinha deixando Draco nervoso e vulnerável, fazendo o rapaz desejar mais do que nunca que alguém lhe oferecesse algum descanso longe de Lucius Malfoy.


- Mãe... e o pai, onde está?


- Ele saiu, meu filho... pouco depois de sabermos que você tinha chegado. Ele não disse onde foi, e nem quando voltaria... eu estava indo até a beira da piscina, você não quer ir comigo?


- Não, mãe, eu estou cansado... acho que vou dormir.


- Certo, Draco... durma bem, então. – Disse Narcisa, maternal, beijando o topo da cabeça do rapaz – algo que ela não fazia desde que ele era uma criança. Draco deixou-se  cair sobre o colchão macio e deitou de bruços sobre os travesseiros, pegando no sono instantes depois.


 


x-


 


Após sair do banho, como prometido, Gina voltou para o quarto dos pais, no qual ainda estava Jimmy Angels, conversando com Arthur. A garota estava cansada e aninhou-se no colo de Molly, que estava sentada na cama, acompanhando a conversa dos dois homens.


- Arthur, eu quase não acreditei quando sua filha me disse que você foi eleito o novo Ministro da Magia da Inglaterra. Eu não fiquei sabendo! Mas também, viajo tanto pela Itália, tentando me infiltrar nos negócios da Máfia, que não fico totalmente informado dos assuntos do mundo bruxo...


- Pois é... eu também não sei como aconteceu, mas acho que pode ser interessante pra sociedade bruxa um Ministro menos... tradicionalista...


- Claro, estamos entrando em outro tempo, a visão de uma pessoa aberta a mudanças, como você, pode ser boa.


- E então você parou de trabalhar no departamento de transportes mágicos? O que anda fazendo no Ministério?


 - Bem, agora eu sou uma espécie de “agente secreto” do Ministério, trabalho me infiltrando na Máfia trouxa... tem muitos bruxos envolvidos nos negócios deles, como forma de traficar objetos mágicos ou ganhar dinheiro. Você ia ficar impressionado com as coisas que eu já apreendi... mas vamos mudar de assunto, também quero saber como sua filha escapou dos trouxas.


Gina ia começar a contar sua história, quando todos ouviram uma batida na janela. Havia uma corujinha parda com um envelope, que Arthur apanhou.


 


 


Ministério Italiano


Departamento de Segurança Geral


Sr. Arthur Weasley,


Ministro da Magia – Inglaterra


 


       


             Excelentíssimo Senhor Ministro Arthur Weasley,


 


Pedimos desculpas em nome do Ministério Italiano da Magia pelo seqüestro de sua filha.


Gostaríamos de comunicar, por meio desta, que os autores de tal obra já foram encontrados, estranhamente, sob o forte efeito de uma erva do sono, e serão julgados e condenados pelos seus atos.


O mentor de tal crime, um senhor de nome Enzo Florenti, é um homem considerado um aborto, e assim não aceitando sua condição, resolveu vingar-se de todos os bruxos do mundo cometendo crimes como seqüestro, pedindo fortunas como resgate e executando as pessoas, como maneira de eliminar os bruxos. Este homem também está preso e irá ser julgado por seus crimes. Esperamos que esteja tudo bem com sua filha, e pedimos desculpas mais uma vez pelo incidente.


 


 


    Maria Fasano,


Ministra de Segurança Geral


Sr. Luigi Ricci,


Ministro da Magia – Itália


 


- É uma carta do Ministério Italiano... – Disse Arthur.


- O que diz?


- Diz que os seqüestradores foram encontrados sob efeito de uma erva do sono... Gina, isso tem a ver com a sua fuga?


- Tem tudo a ver, papai. – E a ruiva explicou a todos tudo o que havia acontecido, desde o rapto dela e de Draco na entrada do hotel até a intoxicação dos dois homens devido as ervas que haviam encontrado.


Após mais algum tempo, Jimmy decidiu ir embora. Gina também foi para o seu quarto, repor sua última noite de sono que não tinha sido das melhores. Molly decidiu comer algo à beira da piscina, e ao descer, encontrou Narcisa, bastante pensativa, sentada sozinha em uma das mesas.


- Narcisa? Eu posso me sentar?


A mulher pareceu finalmente sair do “transe” em que se encontrava.


- Olá Molly, claro que pode... como vai?


- Estou ótima, muito melhor! Minha Gina está de volta, sem um arranhão... é tudo o que eu podia querer! E Draco, como está?


- Ele também está bem, disse que estava muito cansado e resolveu dormir...


- Narcisa, algo aconteceu? Você me parece um pouco preocupada.


- Ah, Molly, não é nada... só Lucius. – Narcisa interrompeu a frase, parecendo assustada consigo mesma por ter dito aquilo.


- Vocês... brigaram?


- Não... não... eu não sei se devo dizer.


- Bom, você pode me contar, se quiser. – Falou a outra, amigável, o que pareceu encorajar a loura.


- É que... eu não sei o que está acontecendo com ele, ele tem se comportado de um jeito estranho... tem saído sem dizer pra onde vai, e anda tão rude... quando ele soube que Draco tinha voltado, sequer se preocupou em vê-lo. Ele nunca foi muito aberto, mas essa forma de agir é tão esquisita... eu não sei o que pensar.


Molly não sabia o que dizer.


- Não se preocupe, Narcisa... seja o que for, você vai acabar descobrindo... que tal se tomássemos algo? Ou pedíssemos algo pra comer?


- Você tem razão... vamos comer algo, eu não tinha notado, mas estou com fome! – Falou a mulher, abrindo o cardápio e afastando por um momento as preocupações de sua cabeça.


 


x-


 


Molly e Narcisa já tinham voltado para seus quartos, e a noite havia caído sobre o hotel. O casal Weasley estava se preparando para dormir, quando mais uma vez, um barulho na janela chamou a atenção dos dois. Era outra coruja, maior e acinzentada, que trazia um envelope – desta vez, sem o timbre do Ministério Italiano.


 


 


           Sr. e Sra. Arthur Weasley e família


 


Gostaríamos de convidá-los para um baile de confraternização da sociedade bruxa, que acontecerá no dia de amanhã, às 20 horas. Seu anfitrião será o Sr. Lorenzo Feraschi, eleito Bruxo Benemérito do ano, por seus serviços prestados ao Ministério da Magia e à comunidade bruxa.


O evento será realizado na Mansão Feraschi, e o acesso será permitido apenas aos convidados. A aparatação até o local está permitida, assim como o uso da rede do Flu como forma de acesso.


 


Cordialmente,


Sr. Lorenzo Feraschi.


 


 


- Arthur?


- Sim?


- Estamos sendo convidados para um baile de confraternização... promovido por um senhor chamado Lorenzo Feraschi. Quem é ele?


- Não faço idéia, querida.


- Você acha que devemos ir?


- Não sei... vamos conversar com as crianças amanhã. Por hoje chega, tivemos emoções demais... vamos dormir, Molly.


A mulher deu razão a Arthur, deixando a carta na mesa de cabeceira e deitando-se na cama. Antes de pegar no sono, teve um último pensamento: aquelas férias estavam trazendo agitação demais.


 


 


 


 


N/A: Bom, aqui está o terceiro capítulo da minha re-revisão em Predestinados!


Deixem suas opiniões, gente? *-*


out/2011.

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