~* Capítulo I - Lembranças*~
-Sev, vem deitar logo! – a ruiva dizia, sentando-se na cama. Seu abdômen já estva enorme, e Lílian acomodava-se com dificuldade para se deitar. Ao lado da cama, o filho mais velho dormia tranquilamente. Era impressionante o quanto o loirinho, de pouco menos de um ano, era calmo e independente, o que Lílian dizia ser uma dádiva para ela, durante esses últimos meses de gravidez. A ruiva sorria, observando o filho e acariciando a criança em seu ventre.
-Tudo bem, Lily. Já estou aqui. – o moreno beijara a testa da mulher e deitava-se ao seu lado, observando o filho que dormia no berço.
-Ele dorme sempre tão tranquilo, não é? – a ruiva suspirava apertando a mão do marido.
-Menos mal assim. Ou você preferia que ele estivesse pulando por ai, com você nesse estado? – ele ria baixinho
-Tem razão. – ela ria divertida. – Boa noite, Sev. – ela beijava-lhe os lábios com ternura.
-Boa noite querida. – Severo apagara as luzes com um toque de varinha.
Passado algum tempo, sem conseguir dormir, Severo lembrou-se do objeto que encontrara naquela mesma manhã, em meio aos documentos e ações do Gringotes no cofre. Havia muito tempo que ele não parava para pensar naquilo tudo. Era o mesmíssimo espelho que ganhara quando criança, naquela tarde ensolarada em **. Quanta coisa havia se passado desde que o estranho fora embora.
*Flash Backs ON*
(...)
A cena se dava perto de um playground deserto. Uma única e grande
chaminé dominava o distante horizonte. Duas garotas balançavam-se para frente e para trás
enquanto um garoto magricela escondido atrás das moitas as observava. Snape não parecia ter mais do que nove ou dez anos. Ele olhava para a mais nova das garotas, que se balançava cada vez mais alto do que sua irmã.
- Não faça isso, Lílian! - gritou a mais velha das duas.
Mas a garota tinha levado o balanço até a maior altura de seu arco e voou no ar, quase que
literalmente, lançando-se para o céu com gritos de risadas, e ao invés de se espatifar no asfalto do playground, ela subiu como uma trapezista pelo ar, ficando no alto por muito tempo e aterrissando brilhantemente.
- A mamãe disse para você não fazer isso!
Petúnia parou o seu balanço, fazendo um barulho agudo e arranhado ao fincar os calcanhares
das sandálias no chão, e saltou, com as mãos nos quadris.
- Mamãe disse que você não tem permissão, Lílian!
- Mas eu estou bem, - disse Lílian, rindo. – Túnia, olhe isso. Olhe o que eu posso fazer.
Petúnia olhou em volta. O playground estava deserto, embora as garotas não soubessem que
Snape estava ali. Lílian pegou uma flor caída da moita atrás da qual Snape espreitava. Petúnia
aproximou-se, evidentemente dividida entre curiosidade e desaprovação. Lílian esperou que Petúnia se aproximasse o suficiente para ter uma boa visão, e então ela abriu a palma da sua mão. A flor, que ali estava, abria e fechava suas pétalas, como uma ostra bizarra cheia de lábios.
Pare com isso! -gritou Petúnia.
Não está te machucando, - disse Lílian, mas ela fechou sua mão sobre a flor e a jogou no
chão.
- Não é certo, - disse Petúnia, mas seus olhos seguiram o vôo da flor ao solo e
permaneceram nela. - Como você faz isso? - ela acrescentou, em um tom de voz longo e claro.
- É óbvio, não é? - Snape saiu de trás da moita, não podendo mais se conter. Petúnia gritou e
correu para trás dos balanços, mas Lílian, embora claramente assustada, permaneceu onde estava.
Snape pareceu se arrepender de ter aparecido. Um pequeno rubor apareceu nas suas bochechas amareladas assim que ele olhou para Lílian.
- O que é óbvio? - perguntou Lílian.
Snape tinha um ar de nervosa excitação. Com uma olhada na distante Petúnia, agora parada
ao lado dos balanços, ele baixou a voz e disse, - Eu sei o que você é.
- O que você quer dizer?
- Você é... você é uma bruxa, - sussurrou Snape.
Ela olhou ofendida.
- Isso não é uma coisa muito agradável de dizer para alguém!
Ela se virou, com o nariz arrebitado, e foi em direção da irmã.
- Não! - disse Snape. Ele estava muito vermelho agora, adiantou-se em direção às garotas. As irmãs o avaliaram, unidas em desaprovação, ambas segurando um dos postes do balanço,
como se fosse mais seguro.
- Você é, - disse Snape para Lílian. - Você é uma bruxa. Eu estive te observando por um
tempo. E não há nada errado nisso. Minha mãe é uma, e eu também sou um bruxo.
A risada de Petúnia foi como água fria.
- Bruxo! - ela gritou, sua coragem retornando agora que ela tinha se recobrado do choque da
presença inesperada do garoto. - Eu sei quem você é. Você é o filho do Snape! Eles moram lá
embaixo na Rua da Fiação, perto do rio, - ela contou a Lílian, e era evidente pelo seu tom que ela considerava o endereço de baixa recomendação. - Por que você estava espionando a gente?
- Não estava espionando. - ele parecia arrependido por ter se revelado.
- Lílian, venha, nós vamos embora! - Petúnia disse agudamente. Lílian imediatamente obedeceu a irmã, olhando para Snape quando partia. Ele continuou parado olhando-as até que atravessassem o portão do playground.
(...)
A cena dissolveu-se e reformulou-se ao seu redor. Agora, em uma pequena moita formada por árvores. As sombras lançadas pelas árvores formavam uma área de sombra verde e fria.
Duas crianças estavam sentadas olhando uma para a outra, com as pernas cruzadas no chão.
- ... e o Ministério pode punir você se você fizer mágica fora da escola, você recebe cartas.
- Mas eu tenho feito mágicas fora da escola!
- Está tudo certo. Nós ainda não temos varinhas. Eles deixam de te punir quando você é
criança e não consegue se controlar. Mas assim que você faz onze anos, - ele acrescentou com importância, - e eles começam a te treinar, então você deve tomar cuidado.
Fez-se um pouco de silêncio. Lílian tinha pegado um graveto e o girado no ar. Após, ela largou o graveto, inclinando-se para o garoto, e disse:
- Isso é verdade, não é? Não é piada? Petúnia diz que você está mentindo para mim. Petúnia
diz que não existe Hogwarts. Isso é verdade, não é?
- É real para nós, - disse Snape. - Não para ela. E nós receberemos a carta, você e eu.
- Verdade? - sussurrou Lílian.
- Definitivamente, - disse Snape.
- E a carta virá realmente por coruja? - Lílian sussurrou.
- Normalmente, - disse Snape. - Mas você é Nascida-Trouxa, então alguém da escola deverá
vir e explicar tudo aos seus pais.
- E não faz diferença ser Nascida-Trouxa?
- Não, - ele disse com doçura - Não faz nenhuma diferença.
- Que bom, - disse Lílian, relaxando. Estava claro que ela estivera preocupada com isso.
- Você tem uma grande carga mágica, - disse o garoto. - Eu vi isso. Todo o tempo eu fiquei te
observando...
A voz dele apagou-se; ela não estava ouvindo, e esticou-se no chão cheio de folhas olhando
para o topo das árvores frondosas.
- Como estão as coisas na sua casa? - Lílian perguntou.
Uma pequena sombra apareceu nos olhos dele.
- Bem, - ele disse.
- Eles não estão discutindo mais?
- Ah, sim, eles estão discutindo, - disse Snape. Ele pegou um monte de folhas na mão e
começou amassá-las, aparentemente desatento sobre o que estava fazendo. - Mas isso não vai durar muito tempo e vou embora.
- Seu pai não gosta de mágica?
- Ele não gosta muito de nada. - disse Snape.
- Severo?
Um pequeno sorriso voltou à boca do garoto quando ela disse seu nome.
- Sim?
- Conte-me sobre os dementadores de novo.
- Porque você quer saber sobre eles?
- Se eu usar mágica fora da escola... –
- Eles não te mandam para os dementadores por isso! Dementadores são para pessoas que
realmente fizeram coisas más. Eles guardam a prisão dos bruxos, Azkaban. Você não vai terminar lá, você é tão...
Ele ficou vermelho de novo e picou mais folhas. De repente, ouviram um pequeno farfalhar atrás deles. Petúnia, escondida atrás de uma arvore, perdeu seu esconderijo.
- Túnia! - disse Lílian, surpresa e dando as boas-vindas, mas Snape levantou-se de
sobressalto.
- Quem está espionando agora? - ele gritou. - O que você quer?
Petúnia estava sem fôlego, alarmada por ter sido pega.
-Mamãe disse que você tem que ir para casa. - ela dava a língua à Snape.
-Tudo bem. Nos vemos amanhã então, Sev - ela beijava-lhe a face ao passar. A mais velha adiquiriu um semblante de total desprezo à atitude da irmã, e se afastava do garoto como se ele tivesse algum tipo de doença contagiosa.
(...)
Na plataforma 9 ¾, Snape estava parado ao seu lado, ligeiramente encurvado, próximo a uma mulher magra, de rosto amarelado e mal-humorado, que se parecia muito com ele. O garoto olhava uma família de quatro pessoas a uma pequena distância dali. As duas garotas estavam um pouco afastadas dos pais. Lílian parecia implorar algo a irmã
- ... Me desculpe, Túnia, me desculpe! Ouça... - Ela pegou a mão da irmã e segurou forte,
embora Petúnia tentasse se desvencilhar. - Talvez assim que eu estiver lá – não, ouça, Túnia! Talvez assim que eu estiver lá, eu possa falar com o Professor Dumbledore e persuadi-lo a mudar de idéia!
- Eu não – quero – ir! - disse Petúnia, e ela tentou puxar a mão das mãos da irmã. - Você
acha que eu quero ir para um castelo estúpido aprender a ser uma – uma...
Seus olhos pálidos moveram-se através da plataforma, sobre os miados dos gatos nos braços
de seus donos, sobre as corujas que se agitavam e gritavam umas para as outras nas gaiolas, sobre os estudantes, alguns já vestidos com suas roupas negras, carregando as malas para o trem vermelho ou cumprimentando uns aos outros com gritos alegres depois de um verão separados.
- você acha que eu quero ser uma – uma aberração?
Os olhos de Lílian se encheram de lágrimas assim que Petúnia conseguiu puxar sua mão de
volta.
- Eu não sou um aberração, - disse Lílian. - Isso é uma coisa horrível de se dizer.
- É esse o lugar para onde você está indo, - disse Petúnia com satisfação. - Uma escola
especial para aberrações. Você e o garoto Snape... esquisitos, é o que vocês dois são. É bom que você seja separada de pessoas normais. É para nossa segurança.
Lílian olhou na direção dos pais, que olhavam em volta da plataforma com um ar de sincero
divertimento, apreciando a cena.
(...)
Um garoto, de cabelos muito oleosos ia andando alegremente pela estação 9¾ ao lado da ruiva, que parecia chateada.
-Não se preocupe, Lily. Ela vai voltar atrás no que disse. Só estva de cabeça quente. Não fez por mal. Você vai ver que tudo vai ficar bem quando você voltar, no verão. – ele a consolava com doçura.
-Não, tudo bem, Sev. Vamos esquecer um pouco isso. No fundo, a Túnia sempre foi assim. – ela sorria fracamente.
-Em que casa será que nós vamos ficar, Sev? – ela perguntava risonha.
-Bem, eu vou para a Grifinória, com certeza...
-Tomara que eu também vá. – ela mordia o lábio.
-Ah, mas você vai. – ele a ajudava a embarcar no expresso que os levaria para Hogwarts.
(...)
Severo aguardava nervoso no salão principal, para a sua vez de passar pelo chapéu seletor. Lílian já havia sido escolhida para a Grifinória, o que o deixava em uma situação ainda mais desesperadora. O nervosismo do garoto era tanto, que adotou a tática de ficar repetindo mentalmente. “Grifinória”. Ele tinha que conseguir, de alguma forma. Nem que tivesse que implorar para aquele chapéu velho. Quando chegou sua vez, ele se dirigiu, trêmulo, e sentou-se no banquinho.
-Hum, temos uma promessa aqui. Sim, sim, sem dúvida uma mente brilhante, astuta.
“Grifinória, poooor favor” – o garoto repetia mentalmente.
-Mas você seria grande garoto, a Sonserina poderia ajudá-lo a alcançar grandes feitos.
O garoto insistia ainda mais desesperadamente para o objeto mágico em sua cabeça.
-Como quiser, então que seja Grifinória! - soava o chapéu seletor
O menino sorria aliviado e corria para abraçar a ruiva.
(...)
A cena era outra; estavam no jardim de Hogwarts, perto do lago.
Lílian lia um livro, recostada no ombro de Severo, que fazia algumas anotações. Estavam sentados junto a uma velha árvore. Um pouco mais distantes deles, encontravam-se Thiago, Remo e Sirius. Ambos discutiam alguma coisa inaudível à distância em que Lily e Severo estavam. Nisso, três sonserinos se esgueiravam silenciosamente na direção dos marotos. Bence Scott, seguido por Avery e Mulciber, iam pé ante pé na direção de Thiago, aproveitando que os marotos não estavam a par de sua presença ali. No que Scott e Avery deram o último passo, Mulciber atacava a varinha de Thiago, que a tinha em punho, distraidamente. Logo em seguida, Remo e Sirius sacavam as suas, que eram igualmente repelidas por Avery e Scott.
-Agora você me paga, Black. – Scott pronunciava seu nome com desdém.
No momento em que Mulciber acertava Sirius com um feitiço estuporante, Snape conjurava um escudo, repelindo o feitiço. De imediato, Avery e Scott o atacam e ele, agilmente arrasta o escudo, fazendo os feitiços ricochetearem e se voltarem na direção de Avery, que cai inconsciente. Scott ia tentando fugir, mas Sirius o segurou pela gola da capa.
-Como é, não conseguem ganhar quando a luta é justa? – Snape dizia com ironia.
-Olha quem fala, o maior traidor do sangue da história! – Scott cuspia no chão.
-Desde quando você virou o defensor dessa ralé? – Mulciber sibilava.
-Desde que eles estavam desarmados. E isso é uma grande covardia. Mas também, por uma questão pessoal.
-O que quer dizer com isso?
-Que você é um grande idiota.. Queria ter feito isso ainda na semana passada, quando você atacou covardemente aquela lufa-lufa no corredor. O que pensa que te dá o direito de sair por ai atacando as pessoas?
-Ora, seu...! - Mulciber se enfurecera, erguendo a varinha na direção de Snape.
-Senhor Mulciber, o que pensa que está fazendo? – o professor se apressava na direção da confusão. Horácio Slughorn parecia extremamente assustado, mas sua voz tinha um tom enérgico.
-Venha comigo, Mulciber. Nada lhe dá o direito de atacar um colega dessa forma.
-Mas eu não fiz nada, professor.
-Eu estava vendo tudo, sabe. E essa não é a primeira reclamação à seu respeito. – eles seguiam na direção da sala do diretor.
Nesse meio tempo, Avery e Scott já tinham sumido e os marotos, recuperado suas varinhas. Lilian vinha ao encontro de Snape.
-Você está bem, Sev? – ela dizia aflita
-Tudo bem, não se preocupe. – ele se voltava para ela.
-Hey, muito obrigado por... isso. – Sirius se apressava em agradecer.
-Por nada.
-Não. Foi muito legal da sua parte. – Thiago se metia
-Ora, eles estavam merecendo.
-Vão ter o troco. – Thiago ria maroto.
-Contem comigo – Snape retorquia.
-Eu não faria isso, se fosse você! – Era Scott. O garoto tinha a varinha pressionada nas costas de Snape, que se obrigou a largar sua varinha.
-Ôoo... Abaixa isso. – dizia Thiago.
-Somos cinco contra um, pra que arriscar. – Lupin já sacava sua varinha.
-Largue ele ou... – Lilian apontava sua varinha para Scott.
-Ou o que, sua sangue-ruim dos infernos?
-Ele virara sua varinha para a ruiva, desarmando-a.
-Fique longe dela! – Snape se virava, furioso. Scott então lançou um feitiço contra Snape, que caia longe. No mesmo instante, Sirius começava a duelar com Scott, enquanto Lupin protegia Lilian e Thiago ia em socorro de Snape. O duelo entre Scott e Sirius não durou muito, e o sonserino já recuou. Aparentemente se deu conta de que estava sozinho, não tinha como vencer.
-Agora sou eu quem tenho que agradecer. Muito obrigado. – Snape vinha apoiado por Thiago.
-Ora, somos amigos agora, não é mesmo? Almofadinhas, Aluado? – o garoto de oclinhos socava seu ombro. Os outros dois apenas sorriam positivamente.
-Obrigado mais uma vez. – o bruxo de cabelos muito oleosos sorria triunfante. A ruiva se esgueirava até ele e lhe dava um beijo estalado na bochecha, fazendo-o corar diante dos novos amigos.
(...)
Os seis amigos estavam no salão comunal da Grifinória, parecia ter se passado bastante tempo, deviam estar no quarto ou quinto ano. Não havia mais ninguém lá, exceto eles. Petigrew já havia ido dormir, assim como os outros grifinórios. Susana e Lílian estavam em uma poltrona mais afastada, conversando nervosamente. Os ataques daquela semana haviam sido a gota d’água, todos estavam exaltados, e a maioria, apavorados.
-Isso não pode continuar assim... –dizia Severo
-Temos que fazer alguma coisa... –dizia Sirius
-Isto está fora de controle... – dizia Lupin, com um suspiro.
-Eu não sei quanto à vocês, mas eu não vou ficar assistindo tudo isso, sem fazer nada à respeito.
-Muito menos eu! – dizia Snape. Os outros dois assentiam com a cabeça. Neste instante, as duas garotas paravam de conversar e vinham até eles. Thiago colocava seu braço estendido.
-Então... – ele olhava para cada um dos amigos – Um por todos, e todos contra Voldemort! – o moreno dizia com determinação, estendo sua mão. Os outros três faziam o mesmo, juntando as mãos.
-Ei, esperem. Também estamos nessa! – A ruiva e a morena juntavam suas mãos às dos amigos.
(...)
Perto do lago de Hogwarts, Severo e Lílian conversavam próximos a arvore de costume. Parecia ter se passado algum tempo, sua aparência era de uns quinze anos agora. De repente, ambos ficaram em silêncio. Severo estava fortemente corado, e mexia as mãos nervosamente, as pernas já bambeando. Fazia muito tempo que ele tentava reunir coragem para fazer o pedido a ela. E não havia momento mais propício do que aquele. Era raro ficarem sozinhos agora.
-Lilly, tem... uma coisa que preciso te dizer.
-Diga! – ela tirava os cabelos dos olhos do garoto despreocupadamente.
-‘Vocêquernamorarcomigo ? – ele falou muito rápido.
-Eu... hãn? – ela derrubava os livros que carregava.
-Eu... eu... – ele havia se abaixado com o pretexto de juntar os livros. Não esperava que tivesse sido daquela forma, e arrependeu-se por não ter esperado reunir mais coragem. Bem na hora, chegaram Sirius e Thiago. Sirius passou o braço ao redor do pescoço de Snape.
-Ei, você ainda deve uma coruja para o Aluado, pela aposta. – ele piscou – ele me pediu pra não te deixar esquecer e... – No momento em que se deu conta do clima tenso, percebeu que estava atrapalhando algo. – Er.. ops! Desculpem atrapalhar... vocês! – ele se afastava. – Já... estávamos de saída, não é, Pontas?
-Hã? Eu... não. Não estávamos. – o moreno se escorava na árvore, olhando fixamente para Lílian, que agora tinha as bochechas quase da cor dos cabelos.
-Vamos Pontas! – Sirius dizia entre os dentes, fazendo um sinal nada discreto com a cabeça na direção dos dois. O moreno nem se mexeu, ficou olhando Sirius sair esbravejando coisas como ‘idiota”, “estúpido” e “chá-de-simancol”.
Ficaram longos segundos de um silêncio constrangedor entre os três. Por fim, Severo se cansou e resolveu acabar com aquilo. Pelo jeito, o moreno não estava nem um pouco a fim de sair dali. Ele só teria que torcer para que Lílian não tivesse mesmo entendido o que ele dissera antes.
-Er... Lilly, então, você... vem comigo comprar a coruja para o Aluado? – Snape disse a primeira coisa que lhe vinha em mente,
-Eu... não sei. Te respondo amanhã, ok? – ela lhe dava um beijo na bochecha e saia com pressa na direção dos dormitórios.
-Tchau, Potter! – ela nem olhava para ele.
Severo ficou olhando-a partir, com admiração.
-Então... Potter. O que você quer?
-Desde de quando me chama de Potter? – Thiago fazia cara de indignado.
-Ok, Pontas. Qual foi?
-Ué, o lago ainda é público, que eu saiba. Se eu ‘tava atrapalhando alguma coisa, podiam ter dito.
Snape girou os olhos e seguiu na mesma direção da ruiva. Depois, o moreno o acompanhou, ambos num silêncio mortal até sumirem pela porta do castelo.
(...)
Severo ia acompanhando Sirius até um canto distante de Hogwarts, ambos pareciam estar com pressa.
-se você não me disser logo o que quer, vou embora. – Severo dizia impaciente.
-A ruiva me pediu pra te levar até ela.
-Oh... porque não disse antes?
-Porque o Pontas estava la.
-E...?
-Oh, meu Merlin! - Sirius girava os olhos. – Se eu dissesse isso la, ele teria vindo junto. Agora, não me faça explicar porque. Tenho certeza de que o episodio de ontem no lago foi mais que o suficiente. – ele parara e virava para Severo.
-Ok, fiz a minha parte. Ele é todo seu... – ele piscava para Lílian, que se aproximara de repente. – E juízo. Ainda quero o meu amigo de volta! – ele sorria maroto, olhando de Lílian para o amigo. E saiu rindo.
-Oi! – a ruiva sorria para ele.
-Queria falar comigo? – Severo retribuía o sorriso, mais timidamente.
-Venha comigo! – ela o puxava pela mão. – E fique de olhos fechados!
O garoto ria, girando os olhos e os fechando em seguida. Caminharam mais um pouco até que começaram a subir algumas escadas.
-Sev! Não vale abrir os olhos! – a ruiva ralhava divertida.
-Pronto, chegamos! – ela soltava sua mão.
-Porque me trouxe aqui? – ele perguntava confuso.
-Sev, é sobre o que você me perguntou ontem no lago... – ela corara fortemente.
-Resolvi aceitar.. o seu pedido. – ela o encarava nos olhos.
-O que, sobre me ajudar a comprar outra coruja para o aluado?... – ele ria divertido.
-Bobo! – ela adquiria um tom mais sério, o encarando. Ele a encarava igualmente, abrindo um largo sorriso.
-O que então? – ele levantava as sobrancelhas.
-Oh, cale a boca! - ela o calava com um tímido beijo nos lábios.
(...)
Estavam agora saindo de Hogwarts, preparando-se para embarcar na locomotiva que os levaria definitivamente para casa, partindo dali pela última vez. O sétimo ano acabara, assim como sua vida acadêmica dentro de Hogwarts. Sirius vinha na frente, conversando animadamente com Lupin, seguidos por Petigrew. Mais atrás, Severo e Lílian vinham de mãos dadas, ao lado de Thiago, que tinha o braço ao redor dos ombros de Susana. As duas garotas vinham conversando e se distanciaram um pouco dos namorados para conversar melhor.
Thiago sorria para Severo, que suspirava profundamente.
-É tão estranho, não é? Saber que não vamos mais voltar... – ele olhava na direção do castelo.
-Nem fale! Eu nem comi direito ontem por causa disso. – ele ria fracamente.
-Ei, Pontas, por falar em ontem... O que foi aquela cena hoje de manhã? Você não dormiu na sua cama, que eu sei, porque me acordei de madrugada e você não estava la. Então, me diga. – ele encarava o amigo, com as sobrancelhass erguidas.
-Ah, você não vai acreditar, meu amigo! – ele sorria.
-Humpf! Se você não contar, eu não vou mesmo!
-Eu passei a noite com a Susana.
Snape fazia cara de nojo.
-Me poupe dos detalhes! – Snape girava os olhos.
-Não!! Não do jeito que você está pensando! – ele se apressava em explicar. – Ficamos olhando as estrelas, do lado de fora do castelo... – Thiago dizia, seu olhar brilhando.
-Hum... E tem mais coisa, não é? Conheço você.
-Eu a pedi em casamento! – Thiago sorria abertamente.
Snape o olhava, incrédulo, e piscava como se tentasse acreditar que aquela conversa era real.
-Ah, qual é! Eu a amo. Contei pra você porque achei que era o único que entenderia... – ele se aborreceu.
Snape sorria de lado agora, e abraçava o amigo.
-Foi só o susto. Nunca pensei que vocês se casariam antes de mim e Lilly. – ele se afastava e apertava a mão do amigo. – Parabéns! Fico muito feliz por vocês!
-E não é? – Thiago ria também.
-Ei!! Reuniãozinha particular e eu não fui convidado? – Sirius aparecia no meio dos dois.
-Hey, almofadinhas. Vamos ter um casamento em vista! – Severo dizia provocando Thiago, que o fuzilava com o olhar, seu dedo indicador passando de um lado para outro do seu pescoço.
-Humpf! Que bela surpresa... – Sirius fazia uma cara indignada, agindo teatralmente. – Quem já não sabe que você e a ruiva vão acabar no altar um dia? Já estava demorando demais até.
-Oh, meu Merlin! – Severo batia co mão na testa. – Não sou eu que vou me casar não.. Quer dizer, não tão depressa.
-Ohwa! Péra lá! Então, quem é o infeliz?
Neste instante, Lupin parava para os alcançar e dava um tapinha nas costas de Thiago.
-Quem diria hein? A Susu me contou. Meus parabéns, meu amigo!
Thiago colocava as duas mãos no rosto e olhava para cima. Sirius parecia petrificado. Parara com a boca aberta, os olhos muito vidrados e apenas um dos olhos piscando freneticamente.
-Você está bem, Sirius? – Lupin ria, já se preocupando.
-Fale alguma coisa! – Severo berrava, sacudindo o amigo e rindo junto.
-Você... ele... casamento...? – Sirius levava a mão à boca. Ele parecia em transe.
-Por Merlin! Alguém faça alguma coisa! – Thiago bufara girando os olhos.
-Aqui! – Susana trazia uma espécie de vasilha nas mãos de Lupin.
-Aguamenti! – Lupin conjurara água.
-Me dê isso! – Thiago se irritara, pegando a água das mãos do maroto e atirando na cara de Sirius, que reagira instantaneamente.
-Ei! – Sirius se indignara.
-Tudo bem, Sirius? – Lílian e Susana diziam ao mesmo tempo.
-Claro! – ele agia como se nada tivesse acontecido.
-O que houve? – perguntava a morena.
-Severo contou para ele do seu noivado. – Lupin respondeu.
-Oh! Já entendi. – Susana girava os olhos.
-I...ssso é mesmo verdade? – Sirius fazia cara de espantado.
-Não, sua besta! É pegadinha. – Thiago o olhava com sinismo. – Qual é o problema em eu e a Susu nos casarmos? – ele puxara a noiva pela cintura.
-Nenhum. É só que... a, qual é Pontas? Você é a última pessoa que eu imaginaria ver se amarrando!
-Hey! – Susana lhe dava um tapa no braço.
-Er... Nada contra você Susu. – ele beijava a bochecha da amiga. – É só que... deixa pra la.
-É bom mesmo! – ela lhe mostrava a língua. – Queremos que seja o padrinho. – ela e Thiago sorriam.
-Tá. Tem mais alguma coisa que eu ainda não saiba e precisam me dizer? – ele olhava acusador aos amigos.
-Tem. Eu larguei da ruiva e agora eu e o Aluado vamos nos casar! – Severo mandava um beijo na direção de Lupin que fazia toda uma coreografia como se o pegasse no ar e guardasse nas vestes.
-Hugh! Fala sério Sevinho! Nem brinquem com uma coisa dessas! – ele fazia que ia vomitar.
Naquele momento, não tinha quem não risse da cena. Então, eles embarcaram para casa; uma última vez.
(...)
Na frente de um espelho, o moreno ajeitava a gravata, ajudado pelo amigo de oclinhos redondos.
-Você está lindo, Sevinho. – Thiago fingia secar uma lágrima imaginária. – Se eu já não fosse casado...
-Nem termine isso! – Sirius entrava no quarto, seguido por Remo e Pedro.
-É. É mais um que se vai. – Sirius fingia chorar abraçando Lupin.
-Sorria homem! É seu casamento! Os assuntos da ordem ficam pra mais tarde. – Lupin dizia.
-O normal é a noiva se atrasar! – Frank Longbottom entrava pela porta.
-Já estamos descendo. – Severo sorria agora.
Passaram pelo quarto ao lado, em que Lílian se arrumava junto com as amigas.
-Não pode olhar a noiva, dá azar! – Susana e Alice os expulsavam dali.
Eles desceram para o jardim, onde já estava tudo enfeitado e os convidados já esperavam. Estava tudo florido e enfeitado. Um perfeito casamento ao ar livre. O dia estava lindo e o palco todo enfeitado com pequenas margaridas. Fadinhas passeavam de um lado para o outro ao redor das guirlandas.
Thiago, Sirius, Pedro e Frank tomaram seus lugares na primeira fileira, enquanto Severo e Remo iam para o palco que servia de altar. Alguns minutos depois, as mulheres desceram. Alice se postou ao lado de Remo e as outras foram para a primeira fileira do lado oposto aos marotos. Lílian estava lá. Sorrindo muito. Seu sorriso tão deslumbrante e seus olhos verdes já um pouco úmidos. Ela estava absolutamente linda. Seus cabelos ruivos caídos em cachos com um arranjo e o véu discretos. O vestido num tom pérola delicado; a parte de cima, com mangas curtas e um decote discreto. Milhares de pedrinhas cintilantes formavam uma espécie de corpete e a parte de baixo era mais volumosa, de voil em camadas com uma cauda simples*
(*n/a imaginem algo como o vestido que a Hermione usa no baile tribruxo do quarto filme)
Uma música doce começa a tocar enquanto as pétalas de flor que estavam espalhadas no chão se agitavam enquanto ela passava.
http://www.youtube.com/watch?v=pAIKznMPXUk&feature=related
"Ooooo oooooo ohoohohoo
Ooooo ohooohoo oooohoo
Ooooo ohoohooo oohoooo
Oohooo oohoooho ooooho
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby ii ii iii
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true ooh ooooh…
Lilian chega ao altar, Severo dá um beijo na testa da noiva e eles ficam de frente para o celebrante. No banco da frente, Sirius fingia chorar, amparado por Thiago. Do outro lado, Susana e Marlene choravam discretamente. Dumbledore e Minerva estavam logo na segunda filera, ao lado de alguns colegas de Hogwarts do casal.
” …Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me ee ee eeh
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney tops thats where you'll find me oh
Somewhere over the rainbow blue birds fly
And the dream that you dare to,why, oh why can't I? i iiii
Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world…”
Do outro lado, os colegas de ministério de Snape. Arthur e Molly Weasley estavam na terceira fileira, com seus três filhos pequenos e Molly já grávida dos gêmeos. Ao seu lado, Augusta Longbottom.
”… Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world…”
Lílian e Severo agora viravam-se de frente um para o outro. O celebrante fazia um gesto com sua varinha e de sua ponta saiam luminosas cordas douradas que envolviam os noivos antes de sumirem.
”…The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I...I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more
Than we'll know
And I think to myself
What a wonderful world (w)oohoorld…
Nesse ponto, Sirius e Thiago faziam uam cena de choro, se abraçando. A professora Sprout que estava na segunda fileira ralhava com eles.
”… Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that's where you'll find me
Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? I hiii ? …
Os noivos iam saindo pelo caminho florido em que agora, novamente, as pétalas de flor dançavam pelo ar.
”… Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo…
(...)
Severo agora atravessava o jardim da mansão dos Malfoy, chovia muito. Ele mal chegou a porta e já foi recebido por um homem de longos cabelos prateados.
-Você veio... – Lucius Malfoy dizia com desdém, uma expressão de desprezo em seu rosto.
-Narcisa está me esperando. – Severo disse muito sério.
-Seja breve. Você não é bem vindo aqui. – ele dizia se retirando.
Severo subiu até o quarto onde Narcisa Malfoy estava sentada, embalando uma criança recém-nascida.
-‘Noite, Narcisa... – ele dizia, por educação.
A mulher nem se deu a esse trabalho, o encarava com a cara de alguém que tinah algo fedorento debaixo do nariz.
-Você está fazendo a coisa certa. – Severo dizia.
Ela lhe respondia com um ganido baixo.
-Bella foi pega. Ela está em Askabán! – a mulher ia ao desespero, lágrimas brotando de sua face.
-Mais um motivo para você proteger essa criança. – ele dizia com indiferença.
A mulher segurava mais firme a criança.
-Você me fez uma promessa, Snape...
-E pretendo cumpri-la de todas as formas que eu puder.
Ela pegara a criança nos braços, já soluçando alto.
-É pelo bem dele, Narcisa.
Ela lhe entregou a criança e recuou uns dois passos. O desespero da mulher era tanto, que ela ficara parada, chorando alto, suas mãos tremiam erguidas como se aninhasse uma criança invisível nos braços.
-Narcisa... – Severo se compadecia da dor da outra.
-Vá. Embora. Antes que eu me arrependa. E não volte mais. Ninguém mais pode saber disso, entendeu?
O moreno assentiu com a cabeça e se foi, levando nos braços a criança, que dormia tranquilamente. Não encontrou mais ninguém no caminho até a porta. Mal chegou ao jardim, Severo puxou sua varinha e aparatou dali.
Desaparatou próximo do portão de casa e entrou apressado. A mulher o esperava no andar de cima, no corrimão perto das escadas. Ela abriu um largo sorriso ao vê-lo coma criança.
-Suba aqui, Sev! - ela chamava. Uma doce melodia vinda do toca discos trouxa na sala inundava o ambiente.
A mulher o aguardava em um quarto ao lado da escada. O quarto tinha as paredes num tom azul claro e bem no centro, um berço de madeira com um móbile branco girando em cima.
-Você montou sozinha? – ele sorria para a esposa.
-Quando Dumbledore me disse que você estava indo para la, eu resolvi montar tudo. Foi cedo demais, não é? – a ruiva não tirava os olhos da criança. – Eles já deram um nome a ele?
-Draco. Foi o nome que Narcisa escolheu. Ela me pediu para por o nome de Lucius também.
-Draco Lucius Snape! – ela sorria pegando a criança do colo do marido. – Olá! – ela embalava a criança, que recém acordara. – Eu sou sua mamãe, sabia? – ela o aconchegava em um abraço. – Meu pequeno! – ela suspirava. – Nós temos que comprar roupinhas para ele amnhã, não é querido? – Liliy beijava o marido.
-acalme-se, Lilly. Ele é todo seu agora. Você não precisa apressar tanto as coisas...
A ruiva nem lhe dera ouvidos, já corria para um baú de onde tirou uma roupa de bebê, deixando o filho no colo do moreno.
-Eu já mandei uma carta para Susana. Eles vem aqui amanhã. E já avisei Petúnia também.
-O que você escreveu? *oO*
-Oras, que meu filho nasceu, Sev!
Susana desconfiou um pouco que tivesse nascido tão cedo, mas eu disse que já estava de quatro meses quando viemos pra cá.
-Você pensou em tudo, não é?
-Mas é claro. Se é pra fazer isso, vamos fazer direito... – ela pausava, vestindo as magas do casaquinho. – Eu acho que ele tem o seu nariz, querido*... – ela dizia sonhadora.
(*n/a cooitadinho.. pq será que mãe sempre diz essas coisas?)
-Eu não sei como pretende explicar se te perguntarem porque ele tem os cabelo tão claros! – ele ria.
-Pra isso, eu tenho um álibi. Minha mãe tinha os cabelos assim. – ela abotoava o último botão do casaquinho. - Você sabia que é mesmo possível que agente tenha um filho loirinho?
Severo girava os olhos.
-Será que ele está com fome, Sev?
-Eu não sei, querida.
-Você está com fome, meu amor? – ela o levantava nos braços.
-Somos uma família agora, não é? – Severo passava as costas das mãos no rosto de Draco.
-Mas é claro que somos! – ela cobria os dois num abraço. Os três dançavam lentamente com a melodia.
(...)
Severo já havia pego no sono lembrando de tudo aquilo.
-Sev, acoorde!
-Ahn. O que foi querida? Draco acordou? – ele acendia as luzes.
-Não! – ela dizia respirando profundamente, em curtos intervalos de tempo, suas mãos coladas na barriga.
-O que foi então, querida? – ele se sentava.
-Ahhhh! Ta na hora Severo! – ela se exaltara. Ele sorria muito.
-Certo. Eu já tinha um plano de emergência. – Ele se levantava. Com um toque de varinha, uma carta saia da gaveta e ia parar na sua mão.
-Roinck! – ele chamava o elfo doméstico.
-Sim, senhor. – o pequeno elfo fazia uma reverência.
-Por favor, eu preciso que você avise as pessoas dessa lista que estamos indo para o hospital. Arrume Draco e vá com ele para lá em seguida.
O elfo abria um largo sorriso e olhava para a patroa.
-Mas é claro, senhor! – ele já ia até Lilian, fezendo uma profunda reverência para ela. –Vai dar tudo certo, senhorinha! – e sumia num estalo de dedos.
Do armário, saia uma pesada bolsa, que parou aos pés de Severo.
-Suas coisas estão aqui. Já podemos ir, meu bem. Vamos?
-Aaham. – ela dizia mordendo os lábios, com dificuldade, ainda respirando curtinho.
O casal aparatou dali no momento em que o elfo voltava ao quarto.
(...)
E ai, posto mais?
O próximo post ainda é do mesmo capítulo, mas eu resolvi dividir, pra poder postar antes e pra ficar mais organizado.
O próximo tem a narração e as lembranças próximas do Thiago, até eles se encontrarem no mesmo ponto em que parou com Severo e Lilly.
Até o próximo!
Comentem, por favor, pra poderem ter mais capítulos!
Mil Beijos
Cah.
ps~> O nome do elfo doméstico é em homenagem ao meu bebê, um maltês muuuito fofo, que falceu no ano passado.. T.T Love you 4ever Roinck querido!!!! :D
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