Você não é o maior peixe do oc
Cap. 13. Você não é o maior peixe do oceano.
Ok, as coisas estão mais ou menos encaminhadas: a Pottinha está feliz, o jornal estreou e a Weasley não reclamou da minha matéria 'Apenas um jogo'. Na verdade ela até me elogiou.
Estranho...
Ela disse algo como “Você fez bem em demonstrar a irrelevância do quadribol para a vida adulta”, mas na verdade o que eu quis dizer foi “ Grifinória X Corvinal é irrelevante na vida de qualquer pessoa, adulta ou não”. Fazer o que se ela não sabe interpretar textos?
Apesar dessa aparente calma criada pelo meu "bom" artigo pré-jogo, tenho quase certeza de que a minha chefa só está se comportando bem porque está envolvida com algo...
Ou alguém.
Adoro ter a minha curiosidade incitada. Só para confirmar minhas suspeitas a ruiva dos meus pesadelos passou apressadamente por mim sem nem dizer um ‘oi’. Magoei...
- Hey Weasley! – Ela procurou meio atordoada quem a estava chamando. – Foi mal não ter aparecido na reunião de ontem. É que...
- Tudo bem, não foi nada de mais, só uma confraternizaçãozinha... – Ela me disse parecendo muito ansiosa para ir a algum lugar.
- Ok... Pode ir pra qualquer que seja o lugar que você está indo, não vou te atrapalhar mais.
- Valeu. Ah! Já ia me esquecendo... Sobre o seu artigo, atenha-se APENAS à partida, você me entendeu?
- Claro. – Eu disse meio em dúvida, mas ela pareceu não notar. Respirou fundo e voltou a andar apressadamente, esbarrando nos alunos do primeiro ano que estavam saindo de suas aulas.
- WOW! O que deu na Rose pra ela sair esbarrando em todo mundo desse jeito? – Liv me disse enquanto tentava colocar o livro de Poções dentro da bolsa.
- Não sei, mas como repórter é minha missão descobrir.
- Não, porque você é um repórter esportivo e não investigativo e...
- Isso não foi uma pergunta. – Eu disse enquanto bagunçava o cabelo da minha baby snake de estimação. Engraçado como você se afeiçoa aos bichinhos rapidamente...
- Para! Que mania chata de ficar bagunçando o cabelo dos outros. – Ela disse emburrada, fazendo biquinho. Adoro ela!
- Sério Pottinha, não importa a área de atuação, no fundo, no fundo, todo jornalista sabe que o que nos diferencia dos outros animais não são os polegares e sim a curiosidade.
- Belas palavras, mas pra mim vocês são um bando de fofoqueiros!
Começamos a andar de volta ao nosso salão comunal. Graças a Merlin as aulas acabam mais cedo em dia de jogo.
Em cem metros de percurso descobri que:
A) Alguns tipos de cobra já nascem com veneno, é o caso da Pottinha.
B) Filhos de ‘meninos- que- sobreviveram’ têm traumas com repórteres. Quem diria uma coisa dessas? Eu não.
- Ok, admitirei que alguns repórteres ultrapassam o limite se você admitir que na maioria das vezes nossa curiosidade aguçada é útil pra sociedade.
- Eu admito que... Cansei dessa conversa. – Ela se jogou no sofá que fica bem em frente à lareira. Me sentei ao lado dela.
- Bueno, yo también. Agora vamos repassar o plano...
- Que plano? – Ela me olhou com uma cara interrogativa. Ah qual é! Eu tenho que dizer tudo sempre? Ninguém aqui nessa terra sabe ler nas entrelinhas?
- Achei que estivesse subentendido, depois de toda a nossa conversa sobre repórteres que perseguem seus alvos até descobrir os podres dele, que a gente seguiria a Weasley pra ver exatamente o que ela está fazendo!
- Ok. – Ela parou e começou a gesticular com as mãos, como o irmão dela. Curioso, será que trejeitos também são genéticos? – Primeiro: você não pode esperar que alguém subtenda algo sendo que nem mesmo você sabia que queria dizer isso.
- Mas eu sab...
- Segundo. – Ela disse autoritariamente, me interrompendo, assim como Artie fez há uma semana. Que familinha insuportável! – Não sei se você percebeu, mas eu realmente prezo a privacidade, ainda mais a de uma familiar.
- Parente não é gente, é só um fardo que a gente tem que carregar... Vamos Pottinha, preciso da sua ajuda! – Sim, sonserinos imploram e sim, eu tenho razão sobre parentes. Já ouviram o ditado “Nem tão perto pra vir de chinelo e nem tão longe pra vir de mala”? Pois é, se aplica perfeitamente.
- Não à minha participação no seu plano, não à esse negócio sobre parentes e principalmente NÃO à todo esse papo de sujar a imagem das pessoas! Isso não é bom Cesc, não é bom MESMO.
- Argh! – Sério, que pessoa temperamental! É o que dizem “não há nada pior do que um sonserino desmotivado a fazer algo”. Talvez apenas um burro empacado... Não sei. – Faça como quiser. Você não é a única ostra que pode fazer pérolas no oceano...
Ela revirou os olhos e virou para o outro lado.
Potters: não sabem lidar com a verdade!
- Qual é a dessa metáfora marítima? – Rebeca escorregou para meu lado e pôs FOLGADAMENTE, os pés em cima de mim.
- Estava tentando explicar pra Pottinha aqui que dois mais dois são quatro, mas... Ela ainda não está pronta pra ouvir.
- Falando em estar pronto para algo, está pronto para seu primeiro Grifinória X Corvinal? – Rebeca disse bem humorada. Ela só diz uma coisa dessas porque sabe que é uma das únicas sonserinas a aparecerem nesse tipo de “evento” voluntariamente.
- Pronto na medida do possível... – Eu disse enquanto apoiava a cabeça no sofá e fechava os olhos. – Quanto tempo eu ainda tenho antes da tortura?
Senti-a pegar meu pulso e virá-lo pra consultar meu relógio.
- Tem menos de uma hora. – Gemi melancolicamente. Isso sim pode ser chamado de um dos ‘ossos do ofício’. – Acho melhor você se apressar.
- Olha só a roubada que você me meteu com esse seus planos mal planejados. Tá feliz?
- Bastante! – Ela disse empolgada e depois começou a rir da minha cara de surpresa/indignação. Algumas pessoas supervalorizam os seguros de vida...
Eles não salvam ninguém Wainz, não salvam ninguém.
Tirei a perna dela de cima da minha e saí daquele meio cheio de pessoas do mal. Depois querem que eu seja uma boa pessoa. Eu te pergunto, como?
- Então, só pra finalizar... – Continuei anotando no pergaminho, antes de encarar o time da Grifinória de novo.
Eles pareciam impacientes, eu só fiz o que? Umas dezoito perguntinhas inocentes? Que reclamões! Não tenho culpa se eu aproveito o pré-jogo para colher informações para o meu tragicômico artigo.
Potter bufou pela milésima vez e só por causa dessa mal criação com a imprensa a pergunta vai ser pra ele.
- Finaliza logo se não eu te finalizo. – Ele disse emburradinho. Tony riu e eu fiquei feliz dele ter vindo me fazer companhia. Na verdade eu usei algo ao estilo dele pra convencê-lo: “Por favor, por favor, por favor!”, mas funcionou e é o que importa.
- Não seja ridículo Potter! Nós dois sabemos que eu te acertaria um Crucius de lá da Espanha, de olhos fechados... Mas isso não vem ao caso. – Achei prudente acrescentar a última frase já que, mesmo eu ainda olhando para as minhas anotações, pude perceber que alguém teve que impedir o selvagem de me atacar.
- Eu sei feitiços não-verbais Fábregas. – Potter disse num tom muito presunçoso e “ameaçador” para o meu gosto. Tive que encará-lo e cruzei os braços automaticamente.
- Ótimo, vai precisar deles se continuar com essa marra pra cima de mim. – Eu disse sério, pena que a Pottinha não está aqui pra ver isso... Mais uma lição de como ser um bom sonserino: boas ameaças são melhores do que boas execuções de ameaças.
Longbotton tomou a frente, finalmente se parecendo com um líder, e falou simpaticamente comigo e com Tony. Sorrimos simpaticamente pra ele também.
- Vocês podem se apressar? Temos poucos minutos antes do jogo.
- Claro! Então... Como é viver à sombra de seu pai, Jason Potter? – Eu não sei o que é mais divertido em trocar o nome das pessoas propositalmente: se é a cara delas ou a cara dos amigos delas.
- COMO É QUE É? – Potter se controlou para não acabar com a minha linhagem naquele momento e eu tive que me controlar pra não rir...
-“Viver à sombra do pai causa ódio... Pelo pai.” Interessante... – Disse enquanto anotava as disposições finais do time da Grifinória sobre o jogo.
- Vai embora Fábregas! – Longbotton me disse enquanto tentava, com mais dois amigos, impedir que o Potter pegasse a varinha pra me acertar. Não sei ao certo se com a própria varinha ou com o feitiço saído dela... Ele tava tão nervoso por causa do jogo! Tadinho...
Eu e Tony saímos do vestiário leonino rapidamente, tendo que desviar vez ou outra dos torcedores mais fanáticos que ainda estavam por lá. Eles nos olharam torto, como se nossa presença não os agradasse...
- Nós quase fomos mortos... Ao menos conseguiu o que queria? – Tony me perguntou enquanto fazia uma careta de nojo por ter esbarrado num corvinal mais animadinho, cheio de bandeiras e coisas idiotas do tipo.
Olhei para as minhas anotações, amassei-as e as joguei na cabeça do fanático da Corvinal.
- Consegui sim.
Comecei a dar risada e Tony me acompanhou. Poxa, queria que Scorp tivesse vindo pra assistir o showzinho particular que o Potter fez pra gente... Mas ele não veio porque não quis!
Tomei um rumo diferente para ir para a arquibancada e Tony me olhou meio desconfiado, mas eu o ignorei. Só parei na entrada de acesso da tribuna, que como eu imaginava, estava apenas com Hagrid na porta.
- Boa tarde, grandão! – Sorri mais amável do que de costume. Às vezes algumas pessoas merecem meu esforço sobre-humano pra ser amável.
- Boa tarde meninos, como posso ajudá-los? – Tony olhou pra mim de braços cruzados com a cara que dizia simplesmente “É Cesc, como ele pode nos ajudar?”
- Somos da imprensa e também da Sonserina... Você entende que ter que cobrir o jogo da arquibancada, no meio das torcidas, é exigir de mais do nosso talento jornalístico, né?
Tentei soar o mais inocente possível, mas sendo quem eu sou vocês podem imaginar o quanto isso deu certo...
- Hum... – Ele parou pra refletir enquanto coçava aquela barba nojen... Sem comentários. – Ok, podem entrar!
Ele disse todo contente por ajudar. Adoro meio-gigantes, eles tem corações do tamanho de uma cabeça humana, talvez por isso caiba tanta bondade.
Depois que nos afastamos o suficiente de Hagrid, achei pertinente perguntar como as pessoas se tornam meio-gigantes...
- Hagrid foi mordido por um gigante ou algo assim?
- Por que tá dizendo isso?- Tony perguntou enquanto avaliava o local, muito interessado.
- Sei lá, eu não sei como se vira um meio-gigante, só fiquei curioso. – Eu disse enquanto olhava em volta também.
O lugar parecia a mesma arquibancada dos alunos, mas dava pra perceber que as sustentações eram mais fortes e altas. E tem teto! Teto é legal...
- Tipo... Ele já nasceu assim, cara! – Tony me disse, dessa vez olhando pra mim. – A mãe dele era gigante e o pai humano, ele nasceu dessa união muito doida...
Tony continuou andando, mas eu tive que parar pra pensar. Como é que Hagrid foi concebido?
...
Credo! Acho que vou vomitar...
- CESC! ENCONTREI ÓTIMOS LUGARES! – Tony disse já na parte de cima da arquibancada.
Subi as escadas tentando visualizar meu amigo idiota, mas nem foi tão difícil assim, ele estava causando transtornos enquanto passava pisando nos pés dos professores.
Automaticamente dei um tapa na minha testa. Que super ideia trazer Tony para a tribuna dos professores, agora vamos levar 30 detenções e a Sonserina vai ficar com menos 200 na contagem de pontos!
Segui com um pouco mais de cuidado que o meu amigo besta, tendo que ignorar os olhares de surpresa, indignação e raiva dos meus amados professores, funcionários e líderes de torcidas...
Ok, as líderes de torcida são por minha conta.
Quando cheguei perto do Tony ele já estava num papo muito interessante com, pasmem, a diretora e o nosso amado professor Bradbury.
- Já disse que não podem se sentar aqui Zabine! É o lugar do vice-diretor! – Bradbury disse já perdendo a paciência com Tony que por sua vez estava bem humorado, como uma criança num parque de diversões.
- E eu já disse que esse negócio de vice-diretor não existe! – Hein? Tony deu risada da idiotice que ele mesmo disse. – Quero dizer... Existe, mas não aqui em Hogwarts!
Pela primeira vez na conversa Mcdonalds se pronunciou, concertando seu xale e se virando em nossa direção.
- O vice-diretor Brenam está muito ocupado cuidando dos assuntos de Hogwarts no exterior. – Ela disse enquanto voltava a olhar pra frente.
Dei uma olhada em volta, o jogo já ia começar e só tinha esse lugar e o do lado do professor Bradbury. Tony passou na frente da diretora e se sentou ao seu lado. Eu me sentei ao lado do professor Bradbury que me fuzilou com o olhar.
- Então ele não vai se importar! – Disse Tony tentando controlar o riso, a diretora já ia argumentar, mas os narradores à sua frente começaram a falar.
- BOA TARDE GALERA, PRONTOS PARA MAIS UMA TEMPORADA DE QUADRIBOL EM HOGWARTS?
Infelizmente a torcida respondeu com animação para o narrador e eu acho que fiquei surdo!
Jerry Dowson da Lufa-lufa começou a animar a torcida com aquelas perguntas idiotas que todo torcedor adora responder em um estádio. Finalmente, para a minha alegria, Shawna Mclaine da Sonserina se pronunciou.
- ESPERO QUE ESTEJAM REALMENTE ANIMADOS PORQUE ESSE JOGO PROMETE SER... – Ela deu uma leve risada, mas logo se recompôs. – ELETRIZANTE!
Quando ela disse a última palavra o estádio explodiu, infelizmente não literalmente, em gritos de aprovação.
Me inclinei para frente e sussurrei no ouvido da Shawna.
- Pronta pra mais um ano de puxa-saquismo? – Ela riu pelo nariz e me olhou de lado.
- Nem me fale! – Ela disse apenas movendo os lábios e voltando a falar com a torcida.
Voltei a me sentar e dei de cara com um Bradbury me olhando desconfiado.
- Somos velhos amigos, só a estava cumprimentando!
- Eu não te perguntei nada. – Bradbury voltou a olhar para frente. Mal educado!
Enquanto Dowson dizia a escalação da Corvinal, os idiotas surgiam em suas roupas azuis e bronze com uma águia abrindo o caminho pra eles.
Pude ver a que Shawna fazia a mesma expressão que Tony, um misto de divertimento e nojo. Mas ela logo fez um biquinho charmoso frente ao olhar de reprovação de seu colega de trabalho.
Tá aí uma garota pela qual você se apaixona pela personalidade. Ela não é muito bonita com seu cabelo extremamente cacheado e volumoso, sardas e olho verde-escuro. Está um pouquinho acima do peso, mas nenhum garoto que a ouve falar consegue ignorá-la.
Ela dá sentido a palavra atraente.
Não reparem nesse meu momento in Love, mas é que desde que eu vi a Mclaine narrar um jogo pela primeira vez, bateu uma espécie de encantamento por ela. Tenho fraco por mulheres com personalidade forte...
A dita cuja narrou a entrada “triunfal” da Grifinória sem um pingo de ironia na voz e por um momento quase acreditei que ela realmente tinha passado muito tempo na companhia daquele lufa-lufa idiota.
Mas pra me tranqüilizar, ela olhou pro Tony, colocou sutilmente a língua pra fora e revirou os olhos rapidamente. Tony deu risada o que chamou a atenção da velha diretora. Eu sei, foi desnecessário a parte do velha, mas é que...
O jogo começou.
Assim que a juíza apitou, Longbotton pegou a goles tão rapidamente que se alguém tivesse piscado teria perdido. Ele fez uma jogada individual, ignorando totalmente os jogadores da Corvinal.
- E A GRIFINÓRIA ABRE O PLACAR SEM NEM DAR TEMPO DESSA POBRE LOCUTORA SE AJEITAR EM SUA CADEIRA! PEGA LEVE AÍ FRANK!
Shawna disse dando risada, o que fez com que Longbotton sorrisse animadamente pra ela, mandando um sinal de que ia acatar suas ordens.
A torcida da Grifinória fez o que eles fazem de melhor: gritaram como macacas no cio! Não que eu já tenha visto macacas no cio...
Olhando despretensiosamente pra barulhenta torcida da Grifinória, dois pontinhos pretos e verdes me chamaram atenção. Droga! Acho que preciso de óculos...
- Me empresta seu binóculo rapidinho? – Perguntei para a senhora gordinha ao meu lado, acho que é a professora de Aritmancia, não sei.
Ela me emprestou e eu tentei focar naqueles pontinhos esquisitos. Não me surpreendi ao ver Rebeca e Liv pulando feito dois foliões do carnaval da Bahia no meio da torcida vermelha.
- Ô Tony! – Me inclinei por cima do Bradbury e Tony fez o mesmo com McGonagall.
- Oi! – Ele disse animadamente, ignorando totalmente o olhar de desaprovação da diretora.
- Dá uma olhada em quem ta lá na torcida da Grifinória. – Passei o binóculo pra ele e apontei pra direção da arquibancada.
Tony na hora que colocou o binóculo viu de quem eu tava falando. Ele deu risada.
- Já era de se esperar. – Assim que ele me devolveu o binóculo, Dowson começou a falar animadamente e as torcidas ficaram quietas.
- POTTER ENCONTROU O POMO DE OURO, ELE E HAARDY COMEÇARAM A DISPUTA, POTTER AINDA ESTÁ NA FRENTE, MAS HAARDY ESTÁ CHEGANDO PERTO...
Peguei o binóculo e comecei a acompanhar a disputa no céu. O placar estava 30x10 para a Grifinória e pelo visto a Corvinal seria vice de novo.
Deixa eu explicar resumidamente o que aconteceu no ano passado. Eu era muito novo, tinha apenas doze anos, mas eu presenciei um dos momentos mais constrangedores para o time da Sonserina na história!
Fomos desclassificados em um dos últimos jogos da temporada, por motivos que até hoje não foram esclarecidos. Uns dizem que foi porque o nosso capitão foi encontrado bêbado e pelado na mesa da diretora, outros dizem que foi por uso de magia em campo e alguns até dizem que foi por inveja da anteriormente citada diretora, que é uma torcedora disfarçada da Grifinória, obviamente.
Ok, quem disse essa última foi Tony, mas o fato é que nós perdemos metade dos pontos conquistados na temporada e acabamos em último lugar!
PIOR, atrás da Lufa-lufa, que vergonha meu Deus!
Mas agora o jogo estava realmente quente, Haardy estava do lado do Potter mergulhando atrás do pomo de ouro. Só pra ficar mais dramático, a gordinha do meu lado tentou pegar o binóculo da minha mão!
- Compre o seu minha senhora! – Eu disse indignado, onde já se viu uma coisa dessas?
O motivo que me fez ser batedor, pra início de conversa, se fez presente: violência impune!
Um super balaço mandado pelo batedor da Corvinal acertou Potter no ombro e fez com que ele se desequilibrasse e caísse da vassoura.
Cara, eu nunca ri tanto na minha vida! Alguns segundos depois Haardy pegou o pomo e o jogo acabou.
Depois de fazer o belíssimo e sincronizado “Uhhhhhhhhhhhhh” na queda do Potter, me vi batendo palma junto da galera da Corvinal. Muito bom, gostei do jogo!
- Ahhhhhhh... Não durou nem vinte minutos! Quero meu dinheiro de volta. – Tony se levantou e cruzou os braços, fazendo biquinho que nem uma criança birrenta.
- Fala sério Tony, foi de graça! – Eu disse dando risada e me levantando. A senhora do meu lado arrancou o binóculo da minha mão, mas eu pensei que ela ia levar meus dedos junto!
- Mal educado! – Ela ainda achou ruim que eu quis ficar com os dedos? Quando eu digo que só tem doido...
- Sinceramente professor, o senhor deveria selecionar melhor quem vem às tribunas. – Bradbury me olhou com a usual cara fechada dele, então eu continuei. – Arrume uns lugares próximos pra mim e meus acompanhantes da próxima vez... Como espera que eu consiga trabalhar desse jeito?
- Eu vi o quanto você estava preocupado com o trabalho... – Ele disse passando por mim. McGonagall também já ia passando, mas ela se deteve no meio do caminho, olhou pra mim e pra Tony de cima a baixo e disse:
- Menos 10 pontos pra Sonserina pelo péssimo comportamento demonstrado no acidente do Sr. Potter. – Que absurdo!
- Que invejosa, só porque perdeu o jogo... – Tony disse pra McGonagall enquanto meneava com a cabeça e fazia uma expressão de decepção.
- Menos 50 pontos! – A velha disse indignada, mas que merda de boca grande que Tony tem!
Ainda pude ouvir Bradbury fazer uma expressão cansada pra diretora como se dissesse “Choro todos os dias por ser o diretor da casa deles!”. Eu realmente não sei quem é pior...
Os dois foram embora, deixando a mim e a Tony chateados, olhando pro nada.
Que triste.
- Então... – Tony falou em dúvida. -Foram 50 ou 60 pontos descontados?
- Sei não... Cara preciso de algo AGORA pra me animar, perdemos pontos sem nem entrar em campo dessa vez!
- Muita injustiça mesmo... – Tony disse como se tivesse dizendo “Tá frio hoje.”, o que de fato está. – Já sei! Que tal se nós fôssemos visitar o Potter na enfermaria?
- Fechou! Gozações por minha conta...
- Ah não! Você o tirou do sério da última vez. – Tony disse meio chateado.
- A gente vê isso no caminho.
No jantar o clima tava interessante: a mesa da Grifinória tava muda, a da Corvinal dando o vexame da vitória, já tradicional em Hogwarts e a da Sonserina e a da Lufa-lufa rindo da cara das duas casas anteriores.
Eu amo competições!
A Pottinha tava toda murchinha do meu lado, terminou que ao invés de rir da cara do Potter eu e Tony tivemos que consolar a pobrezinha por causa do irmão estropiado dela... E agora essa função é do Scorp.
- Não se preocupe não Lily, madame Pomfrey é boa em consertar caras... – Quanto tato com crianças Malfoy...
- Ele não tá com a cara quebrada! – Ela respondeu emburrada. Eu cuspi meu suco longe tentando controlar a risada... Lily me olhou de cara feia.
- Desculpe...
Voltei a olhar pra frente e vi uma cena muito interessante: Rose estava saindo apressada atrás de Haardy.
- Que cara de maníaco é essa Cesc? – Scorp me perguntou desconfiado.
-Nada não. – Eu disse voltando a olhar minha comida. Não acredito que esses dois tão se pegando... No way! –Er... Acho que vou dormir, tchau galera.
Fingi um bocejo e levantei rápido da mesa. Ainda pude ver Rebeca me olhar com uma sobrancelha levantada, mas logo ela se distraiu com algo que uma amiga cochichou em seu ouvido.
Deixei minha mesa discretamente e teria conseguido sair se não fossem essas malditas crianças! Ok, /modo Scooby-Doo off/!
Mas infelizmente, tomara que queime no inferno o arquiteto que projetou Hogwarts, a mesa da Corvinal é ao lado da minha.
Louise me parou segurando minha capa e, sério, se ela não fosse minha irmã e minha possível doadora de órgãos, já teria conhecido Merlin, Jesus e Michael Jackson há muito tempo!
- Que pressa é essa irmãozinho? Não fala mais comigo não? – Ela disse falsamente animada, Claire revirou os olhos. Pelo visto ela não concorda com essa atitude...
- Me arrependo do dia que eu te dei essa ousadia toda... – Ela deu risada do meu desabafo, tive que respirar fundo pra continuar nossa “reunião de família”.
- Sério, da última vez que te vi você me disse “Tá, tá, tá, me mande uma carta...”, parecia ocupado... – Ela disse analisando o garfo dela. Claire simplesmente apoiou o rosto em uma das mãos e me olhou visivelmente cansada.
Ela estava diferente, tinha o cabelo mais liso e que estava em uma versão dois tons mais escuro do que o de Lady Gaga... Gostei.
- Pois é... Você sabe o que é pior? – Eu disse fingindo que realmente ia continuar algo muito importante. Louise até largou o garfo e Claire mudou a postura. - Eu continuo ocupado, então tchau!
Sai de lá antes de ver a expressão da Louise, mas pude ouvir Claire rindo.
- MANTENHA CONTATO IRMÃOZINHO, FOI BOM FALAR COM VOCÊ!
Olhei pra trás e vi minha gêmea com um sorriso satisfeito. Fábregas não sabem perder mesmo...
Cara, isso é tão ridículo... Me refiro a seguir as pessoas, realmente estou envergonhado, mas... E sempre deve haver um “mas” em sua vida, eu tenho que fazer isso.
Esse lance da Rose com Haardy realmente vai me afetar... Eles vão ser o casal mais estranho da escola, mais estranho até do que os pais do Hagrid e aí crianças... Não tem terapia que ajude!
Adiantei os passos pra ver se ainda alcançava eles, mas nem foi preciso andar muito, pelo visto eles não estão tentando se esconder... Eu tentaria!
Weasley estava na sua pose mandona de sempre e Haardy estava encostado na parede com uma expressão cansada.
O coitado bebeu, pegou a Weasley e agora que tá sóbrio a nojenta quer forçá-lo a se casar! Que dureza...
CALA A BOCA, IMAGINAÇÃO!
- Qual é Weasley não pode continuar me seguindo! As pessoas vão começar...
- Não me importo! Sabe, as coisas podem ficar mais fáceis pra você, só precisa me dizer o que está tentando esconder, porque... – Ela deu uma pausa dramática, jogou os cabelos e deu uma risada presunçosa. – Eu vou descobrir seus segredinhos Haardy e você vai se arrepender de não ter me dado sua versão dos fatos.
Por que alguém gastaria fraldas com uma criança como a Weasley? Sério, eu a deixaria com a mesma fralda o dia inteiro...
Haardy suspirou cansado e a Weasley começou a se afastar dele. Peraí... Ela ta vindo pra cá! Droga.
Onde eu me escondo? ONDE EU ME ESCONDO?
...
Quer saber? Sem desespero, só estou indo pro quarto... É isso aí.
- Fábregas o que você tá fazendo aqui? – Rá! Que cara de “Fui pega no flagra” mais engraçada! Fiz minha melhor cara de “Tô com sono, me deixe em paz!” e tentei passar por ela.
- Não enche Weasley! Você é dona do corredor por acaso?
- Não, é que... Há quanto tempo está aqui? – Ela me perguntou nervosa. Acho que tá com medo que eu roube a matéria dela... Até parece! O que eu já roubei dela antes?
- Um quarto de segundo, satisfeita? Ou você quer alguém pra comprovar meu álibi? Cara, você precisa de um terapeuta...
- Não sou “cara” e não preciso de coisa nenhuma! Agora pode ir... – Hein? – Vai andando, isso mesmo, circulando, circulando...
Tive que respirar fundo agora. “Você tá fingindo que tá cansado, siga seu caminho, não olhe pra trás!”. Ainda pude sentir o olhar dela confirmando se realmente eu estava indo embora.
Não quero ser repetitivo, mas algumas pessoas dizem que eu falo mal da Weasley só de implicância, então eu pergunto: por que eu tenho que respirar o mesmo ar que ela, Morgana?
Haardy estava a alguns passos de mim e eu só tive que andar um pouco mais rápido pra alcançá-lo.
- Então... Você e a Weasley, hum? Escolha interessante. – Eu disse tentando parecer distraído.
- Que? Claro que não! Ela só é uma das muitas fãs, nada sério... – Que cara de pau!
Resolvi passar para uma abordagem mais direta, fui pra frente dele e parei de braços cruzados.
- Deixa eu te contar uma historinha sobre a mãe natureza...
- Como?
- Leões. Eles são realmente criaturas formidáveis, mas são barulhentos, com suas patas enormes e peso extra, então é quase impossível um leão pegar uma águia. – Ele me olhou desconfiado e cruzou os braços pra demonstrar isso. Tá totalmente na defensiva, bem onde eu queria.
- Sei... Aonde você quer chegar com isso?
- Uma serpente por outro lado, ela é muito sutil, usa metáforas, analogias e, bem, elas descobrem o que querem. – Ele levantou uma sobrancelha. – Quero dizer... Elas pegam a presa e... Ah, Chega de analogias! Já entendeu aonde eu quero chegar não foi?
- Olha Fábregas, vou te dizer o que disse a Weasley: não sei do que você está falando!
Eu também não.
- Sabe que eu não sou movido pelo mesmo combustível que a Weasley, não é? Ela tá mais pra uma ditadura socialista e eu tô mais pra uma sociedade onde reina o capitalismo selvagem, entende?
- Entendo. O fato é que...
- O fato é que você pode precisar da minha ajuda para resolver seu problema com a foguinho e veja só que coisa boa: eu tô disposto a te ajudar!
- Em troca de...
- Em troca de saber o que você tá escondendo e de mais um pequeno favor que você vai pensar qual vai ser.
- Hum... – Ele fingiu avaliar, mas eu sou irmão de uma corvinal e não é a toa que a mesa deles é a mais próxima da nossa mesa... – Ok Fábregas, eu topo! E já sei o que posso te dar em troca.
Sorri sincero, sinceramente satisfeito quero dizer.
- O que é?
- Que tal jogar com uma Corvinal sem apanhador?
- Você vai se suicidar é? Porque se for, eu realmente não quero ser testemunha disso!
- Não seja idiota! Estou dizendo simplesmente que eu não vou pegar o pomo de ouro, vou deixá-lo todinho pro Malfoy e que fique bem claro: não estou te prometendo a vitória, só estou te dando a chance de terminar o jogo quando quiser e... 150 pontos de vantagem no placar, tá bom pra você?
- Quanta bondade, Haardy! Quanta bondade...
E depois eu sou o pior cara do colégio...
[N/A: Há quanto tempo! Eu sei, eu sei... O importante é que eu estou de volta e dessa vez eu fiz um capítulo maior, então... Tchau!]
[N/B: Oi! O capítulo tava muito mara! Realmente excelente. Mas só um pequeno detalhe, sabe, nada demais: cadê o resto? Não, porque tá no mesmo ponto que você me contou há 3 semanas! Você não acrescentou nada. E sim, tá enorme, mas se você não ia escrever mais por que demorou pra enviar? E é, eu sou chata, pode falar. Com um capítulo tudo de bom, ou tudo de mal (leia-se Cesc), e eu aqui te enchendo. Ok, já parei. Até o próximo capítulo. Na verdade até terça, mas para os leitores é até o próximo capítulo. Ah, Lara, você me traumatiza. Eu fico pensando que você tá aqui e fico explicando cada uma das minhas respostas. E não, eu não preciso de um psicanalista. Talvez daqui a uns 10 anos. Bem, já chega. Beijinhos e até mais.]
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