Capítulo IV
de termos acabado de tomar banho e já termos voltado ao quarto para tentar dormir novamente, eu fiquei deitado ouvindo os roncos do Rony e imaginando em como seria bom ver todos novamente: a família Weasley, meu afilhado que já devia estar com 17 anos, meus amigos, mas principalmente a minha família, a Gina e meus filhos. A saudade que eu acumulei ao longo desses anos era enorme, mas, como eu tinha dito ao Rony, eu já tinha esperado muito tempo e não custava nada esperar mais alguns dias... Embora eu quisesse ir agora.
Foi embalado pelas minhas lembranças e meus pensamentos que consegui finalmente dormir. No dia seguinte acordamos tarde e fomos direto para o restaurante da pousada servir o almoço, e parecia ser o único de todo o lugar. Todo mundo que estava lá tinha perdido muitas coisas na noite passada e ainda se lamentavam com seus vizinhos, amigos e parentes enquanto nós passávamos pelas mesas pegando os pedidos e servindo eles. Lógico, não dava pra entender a conversa deles, mas só as suas expressões e atos mostravam o assunto.
-- Eu preciso falar com você. – falou a Sra. Taylen aparecendo de repente quando eu estava tentando me entender com o cozinheiro que tentava me explicar para qual mesa eu precisava levar o pedido.
-- Tá certo. Eu só preciso levar esse pedido para a mesa...
-- Para a mesa 12. – ela completou.
-- Obrigado. – eu fui até lá deixar a comida e logo depois voltei. – O que houve? Alguma coisa importante? – perguntei preocupado.
-- Não é nada de muito importante, mas achei melhor falar para você.
-- Ok. Pode falar.
-- Acontece que hoje de manhã um policial de uma cidade aqui perto veio saber sobre o acontecido e pegar testemunhos. – ela disse. – E eu acabei dizendo a ele que os invasores falavam em inglês. Tem algum problema?
-- Hum... Eu acho não acho. Vamos ter que e esperar para ver. – eu disse incerto.
-- Tudo bem. Eu só espero não ter causado nenhum problema para vocês. – ela disse. Dei um sorriso para acalmar ela e voltei ao trabalho.
Depois de algum tempo, quando já tinham acontecido alguns acidentes com Rony por ficar nervoso de não entender as pessoas, quando já tinha acabado até o jantar e quando sentamos para tentar jogar um jogo trouxa de cartas com alguns dos funcionários, o telefone tocou na recepção e a Sra. Taylen foi atender. Ela conversou nele durante algum tempo nele e voltou sorrindo para a mesa.
-- Era a minha filha. – disse contente. – Ela falou que viu sobre tudo e vai vir mais cedo, de manhã.
-- Que bom! – dissemos eu e Rony com grandes sorrisos.
-- E agora... – disse ela sentando novamente e pegando suas cartas. – É a vez de quem? – e o cozinheiro, cujo nome era Gabe, levantou o dedo.
Nós ficamos acordados até tarde jogando e eu até cheguei a ganhar uma das partidas. Resolvemos dormir quando já era 2 horas da manhã, então tomamos banho, trocamos de roupa e deitamos.
-- Esse foi um longo dia. – comentou Rony se espreguiçando na cama.
-- Verdade. Mal posso esperar para voltarmos amanhã.
-- Nem me fale, estou ansi... – pausa para um bocejo. – oso.
-- É melhor irmos dormir antes que você desabe. – eu disse rindo enquanto ela jogava o travesseiro em mim. – Boa noite. – e joguei-o de volta.
-- Boa noite. – e deitou rápido me fazendo rir de novo, mas dessa vez ele só resmungou. Resolvi deitar também e tentar dormir mesmo com toda a ansiedade que eu estava sentindo.
****
O dia começou muito cedo para mim, eu nem sequer consegui dormir direito de tão ansioso que estava. Acho que podia dizer o mesmo do Rony, pois durante os momentos nos quais fiquei acordado, poucas vezes ouvi seu ronco apesar de saber que ele estava cheio de sono. Quando eu conseguia dormir, tinha sonhos com minha família que logo se revertiam em pesadelos me fazendo acordar.
Depois de acordar pelo que parecia ser a décima vez, desisti de continuar tentando dormir quando era evidente que eu não ia conseguir. Levantei da cama sentindo uma leve tontura tentando me fazer voltar a deitar, mas consegui controla-la e peguei algumas roupas para me trocar antes de ir à cozinha adiantar o café da manhã.
Ao chegar à sala, que ficava no caminho da cozinha, percebi não ser o único a levantar mais cedo, já que tinha uma garota de uns 20 anos sentada lá com um livro nas mãos. Eu tentei passar despercebido querendo evitar uma conversa, mas ela acabou reparando em mim e eu vi uma expressão de curiosidade surgir em seu rosto. Ela falou algo na língua local ininteligível para mim e tentei sinalizar de algum jeito que eu não falava aquele idioma e deve ter funcionado, pois ela desanuviou sua expressão e me perguntou em inglês:
-- De onde você é? – e era incrível como não existia sotaque em sua pronúncia.
-- Da Inglaterra. – eu respondi ainda receoso.
-- Desculpe se te assustei, mas é que eu nunca vi ninguém de lá por aqui. – disse ela sorrindo.
-- Tudo bem. Eu é que fiquei surpreso por alguém estar acordado a esta hora da manhã. – ela pareceu ficar um pouco sem graça.
-- Eu vim visitar minha mãe e estava tão ansiosa que acabei chegando cedo demais.
-- Você é a filha da Sra. Taylen?
-- Eu mesma. – disse ela sorrindo simpática.
Eu não podia acreditar que a pessoa responsável pelo meu reencontro com a minha família estava bem ali na minha frente. Eu queria rir e chorar ao mesmo tempo de tão feliz que me sentia, mas se eu fizesse qualquer uma dessas coisas ela provavelmente me acharia um louco, então eu só sorri e estendi minha mão para cumprimentá-la.
-- Prazer. – eu disse de ela corresponder ao gesto. – Harry Potter. – e a filha da Sra. Taylen simplesmente paralisou no lugar e ficou me olhando com olhos e boca bem abertos em surpresa ou, talvez, pânico.
-- C-como? – ela conseguiu gaguejar, mas antes que eu tivesse a oportunidade de lhe explicar, o Rony apareceu resmungando.
-- Porque você não me chamou? – perguntou antes de reparar na moça à minha frente, que finalmente havia largado minha mão e olhou para ele com a mesma expressão com a qual estava me encarando anteriormente. – Quem é ela? – perguntou ainda a encarando.
-- Vai me dizer agora que você é Ronald Weasley? – perguntou ela com alguma esperança na voz de que ele negasse. Ao ver Rony concordando com a cabeça, ela pareceu seriamente que ia surtar. – Vocês só podem estar brincando!
-- Será que você poderia nos deixar explicar? Depois pode falar o que quiser pra gente. – Quando eu ela assentiu ainda muito assustada, mandei um olhar significativo e sentei em uma das poltronas dispostas na frente da moça sendo imitado pelo Rony. – Respondendo à sua pergunta, essa é a filha da Sra. Taylen. – eu disse para ele antes de começar. – É uma longa história e nós vamos entender se for difícil de acreditar quando chegarmos ao final. Só peço que não interrompa até termos acabado de contar tudo.
Depois disso começamos com o nosso relato sobre tudo o que tínhamos passado: como essa situação tinha começado, como tínhamos passado vários anos trancafiados, como finalmente conseguimos fugir e como fomos parar logo ali, na estalagem de sua mãe. Ela ouviu com toda a atenção e por vários momentos pensei que fosse nos parar, mas se segurava no último segundo e continuava a ouvir a nossa narração.
-- Você consegue entender tudo agora? – perguntou Rony.
-- Sim, mas está tão confuso. Eu ainda tenho muitas dúvidas.
-- Nós não nos importamos em tirá-las. – respondeu ele com animação evidente por finalmente ter alguma chance depois de tanto tempo.
-- Por que vocês nunca tentaram fugir antes?
-- Pois no início tudo era muito bem arrumado e planejado para ter algum furo suficientemente grande para nos aproveitarmos. – eu disse.
-- E depois, depois de algum tempo, sempre que conseguíamos bolar um plano para passar por cima deles, algo acontecia para não nos deixar concluí-lo. – continuou Rony.
-- Entendo. – disse ela lentamente. – E sobre os corpos? Como exatamente eles conseguiram fazer isso? Eu não entendi.
-- Nem nós sabemos. Eles disseram que mataram dois homens trouxas e colocou-os no nosso lugar com um feitiço de transfiguração. – eu expliquei.
-- Mas feitiços de transfiguração não duram tanto tempo assim... E muito menos conseguem mentir para um teste sanguíneo.
-- Sabemos que é impossível, mas foi o que nos disseram. – disse Rony impaciente. – E também achamos que, como ninguém nunca mais abriu os caixões, nunca poderiam ter visto se o efeito já passou ou não. – completou.
-- É. Isso é verdade. – concordou ela.
-- Aliás, qual é o seu nome? – perguntei reparando não saber ele até agora.
-- Ah! Desculpe por não ter me apresentado. Meu nome é Mary.
-- Sem problemas, Mary.
-- Mas... Eu não sei se devo confiar em vocês ainda.
-- Nós entendemos que seja tudo muito repentino...
-- Mas o que poderíamos fazer para confiar na gente? – completou Rony e eu olhei feio para ele, não precisava ser assim tão direto. É incrível como, por mais que os anos passassem, ele não deixava de ser o mesmo de sempre.
-- Não precisa se preocupar. – falou Mary ao ver aquilo. – Eu não sei ainda, preciso pensar.
-- Tudo bem. Pode levar quando tempo precisar. – eu disse me levantando e puxando meu amigo comigo, por mais que ele parecesse contrariado. Nós fomos para a cozinha e assim que chagamos eu fui logo reclamando com Rony sobre como ele poderia ter sido mais discreto e, como sempre, ele ficou resmungando.
-- Vamos arrumar logo isso. – disse ele para mudar de assunto e eu ri concordando.
Começamos a arrumar as bandejas com pães, sucos, café, leite e frios para levar até a sala onde era servido o café da manhã para os poucos hóspedes e para as pessoas do vilarejo. Quando voltamos a passar pela Mary. A sua mãe já estava lá com ela e conversando rapidamente antes de notarem-nos. A Sra. Taylen veio até nós falando que não precisávamos ter levantado mais cedo só para adiantar as coisas e explicamos a ela que não tínhamos conseguido dormir mais.
Depois de algum tempo as pessoas começaram a chegar e me distraí um pouco enquanto servia todas elas, mas não durou muito tempo, pois assim que acabou a hora do café da manhã a Sra. Taylen veio nos falar sabre sua filha já ter tomado uma decisão e queria falar-nos dela.
-- Tudo bem, nós só vamos acabar isso aqui e já estamos indo. – disse Rony para a louça que estávamos lavando. Ela concordou e voltou para a sala. – O que você acha que ela decidiu? – perguntou ele para mim.
-- Tomara que tenha sido a de nos ajudar. – eu disse esperançoso.
Quando acabamos de fazer tudo aquilo que precisávamos, nos dirigimos à sala para a nossa “sentença”. A senhora e sua filha estavam sentadas no sofá ainda discutindo. Depois de perceberem a nossa presença pararam de conversar e Mary levantou e deu alguns passos em nossa direção antes de parar e falar seriamente:
-- Eu decidi que... – ela hesitou um pouco. – Eu irei ajudar vocês, mas irei acompanhá-los.
A felicidade que eu senti naquela hora foi indescritível, pois eu finalmente iria voltar para a minha família, não importava se ela fosse conosco. Eu fiquei tão encantado que paralisei no meu lugar enquanto Rony era todo sorrisos e foi agradecer à ela e, só depois disso, percebeu que eu fiquei parado sem ter qualquer reação e riu.
-- Vamos, Harry, se anime! Nós vamos voltar! – disse ele parando na minha frente.
-- Eu sei... – e gradualmente um imenso sorriso surgiu no meu rosto. – Muito obrigado. – eu disse indo em direção a Mary e abraçando-a em uma atitude impensada. Ela pareceu ficar sem graça, mas eu nem liguei e me virei pro Rony. – Nós vamos voltar!
-- Eu sei! – e, de repente, parecíamos duas crianças que descobriram sabre o natal ter chagado mais cedo esse ano.
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Já fazia cerca de um mês que eu e Hermione tínhamos tido uma estranha conversa com a Luna sobre Harry e Rony e aquilo tudo não saia da minha cabeça por mais que eu tivesse coisas mais importantes para pensar; isso estava começando a me irritar profundamente. Sempre quando eu tinha um motivo para me distrair, durante esse tempo, eu me agarrava a aquilo como se fosse algo que pudesse me salvar de certa forma.
Eu estava na sala tentando terminar uma matéria para o meu chefe pensando sobre isso quando o Tiago desceu e veio andando até parar na minha frente.
-- Mãe, o Daniel e a Amy estão nos chamando para ir ao parque de diversões no centro da cidade com eles e os pais deles. Podemos? – perguntou ele todo manhoso.
-- Eu não ouvi o telefone tocando. – Harry e Hermione me convenceram a ter algumas coisas trouxas em casa há muito tempo.
-- Mas tocou. Não sei como você não ouviu.
-- Tá, tudo bem, mas não voltem muito tarde.
-- Obrigado, mãe. – disse Tiago sorrindo e me deu um beijinho na bochecha. – Pode deixar que eu vou tomar conta da Lily e do Alvo.
-- Uhum. Toma cuidado. – eu disse olhando profundamente para ele com um pequeno aperto no peito que sempre aparecia quando eu deixava-os saírem sem mim por perto, não que isso acontecesse muito, mas eu achava que iria ser bom se eles fossem. Sem falar sobre eu não poder mesmo ir com eles, mas só de vê-los felizes, eu também ficava.
-- Tá. Nós já estamos indo. – então ele se virou e correu escada acima a fim de chamar seus irmãos e logo eles já estavam saindo de casa.
Assim que me vi sozinha eu caí em meus devaneios novamente, o que não durou muito, pois chamas verdes surgiram na lareira e dela saíram Kingsley e o atual chefe do quartel dos aurores com expressões duras em seus rostos.
Eu me assustei tanto que fiquei só olhando do meu lugar enquanto eles acabavam de sair da lareira ainda me encarando tão severamente que eu comecei a achar ter feito algo errado. Fiquei daquele jeito durante todo o tempo no qual eles se livravam da fuligem de suas roupas em cima do meu tapete... Peraí! No meu tapete?! Isso foi o suficiente para me fazer acordar.
-- O que vocês estão fazendo aqui?
-- Viemos tratar de um assunto muito sério com você e com Hermione.
-- Hermione? – eu disse começando a me sentir estranha, aquilo estava parecendo um déjà vu.
-- Sim. Ela já deve estar chegando. – assim que ele acabou de falar, a própria aparatou na sala.
-- Eu recebi seu recado, ministro. – disse ela com aparente confusão.
-- Que bom. Agora vamos falar sobre o que viemos fazer aqui. – disse ele ainda muito sério.
-- Bom, pode falar. – disse Mione.
-- Quem vai falar é o Sr. McCartney aqui. – disse ele apontando para o auror.
-- O fato é que eu recebi um relatório muito estranho pela manhã. – começou ele após de limpar a garganta. – Era sobre alguns vândalos trouxas terem invadido o cemitério no qual vocês decidiram enterrar seus maridos e começaram a abrir alguns túmulos... Inclusive o deles.
-- O QUÊ?! – gritamos eu e Hermione ao mesmo tempo.
-- Mas o problema principal não é esse. – ele falou hesitando por algum tempo antes de continuar. – As covas estavam vazias.
-- C-como? – perguntei.
-- O caixão estava lá. Mas os corpos desapareceram completamente para algo que só ficou enterrado por cinco anos. – disse ele. – Depois de receber esse relatório, eu mesmo fui até lá ver o que estava acontecendo. Quando vi o caixão aberto percebi que ele não tinha simplesmente desaparecido: ele tinha se decomposto rápido demais para ser explicado, quase como se tivesse derretido.
-- Mas como isso pode ser possível? – perguntou Hermione. – Com um feitiço das trevas? – ela provavelmente estava procurando no seu vasto conhecimento algo que fosse capaz de fazer aquilo enquanto eu continuava estarrecida no meu lugar.
-- Não achei qualquer vestígio de feitiço recente no local... Mas existia o rastro de um feito há muito tempo, antes de serem enterrados. – ele falou. – Parece que algum feitiço muito forte foi empregado neles. Tão forte que, depois de um tempo, desintegrou-os.
Isso não podia ser verdade... Não tinha como ser verdade. Eu vi os seus corpos serem enterrados , eu vi eles mortos, eu mesma conferi junto com Hermione na época. Não queria acreditar que esse pesadelo tinha voltado para a minha vida, mas eu estava me enganando. Eu sabia que ultimamente falava sobre isso mais do que eu realmente gostaria.
-- Mas o que pode ter acontecido? – perguntou Mione. Ela parecia querer acreditar naquilo tudo tanto quanto eu que, mesmo sem querer, estava me agarrando àquele fio de esperança, por mais que soubesse que se tudo acabasse mal novamente eu não iria suportar. Não daquela vez, não de novo.
-- Não fazemos a menor ideia. Estamos trabalhando nisso. – disse Kingsley querendo nos acalmar. – McCartney, você poderia trazer os arquivos para cá? Só para elas olharem. – ele aquiesceu e entrou novamente na lareira para desaparecer nas chamas verdes logo depois.
-- Isso só pode ser brincadeira! – eu exclamei pela primeira vez em algum tempo com os olhos cheios de lágrimas.
-- Eu sei o quanto está sendo difícil para vocês. – começou o ministro. – Mas eu achei melhor falar de uma vez.
-- T-tudo bem. – assim que acabei de falar me desmanchei em lágrimas e logo senti Hermione sentando ao meu lado e se juntando a mim no meu lamento.
Depois do que deve ter sido meia hora o auror voltou com uma grande caixa em seus braços com vários papéis e outras coisas dentro dela. Ele colocou-a em cima da mesa e se desculpou falando algo sobre ter sido difícil de recuperar e achar tudo, mas eu mal escutei pois ainda estava abraçada com Mione e tentando controlar o choro em vão. De uma hora para outra eles estavam explicando detalhadamente tudo aquilo que tinham encontrado e concluído, lógico que depois de eu e minha amiga termos conseguindo nos controlar o suficiente para prestar atenção.
Quando já havia passado outra meia hora com eles explicando tudo, fomos interrompidos por alguém que tocava freneticamente a campainha, o que eu achei estranho, pois ninguém – com exceção de algumas pessoas – podia ver a casa. Aí eu me lembrei que os pais dos amigos trouxas dos meus filhos podiam vê-la. Fiquei pensando se eles voltaram mais cedo do parque e com isso na cabeça fui atender a porta.
-- Oi. – eu disse assim que abri a porta e percebi estar certa quanto a quem era. – Aconteceu alguma coisa? – perguntei ao perceber os seus semblantes assustados.
-- Gina, nos desculpe. Não pudemos fazer nada. – disse a mulher começando a chorar.
-- Calma. – eu disse descendo os degraus da frente e indo para mais perto dela começando a ficar preocupada e tentando reconfortá-la. – O que aconteceu? – repeti. Dessa vez foi o homem quem falou:
-- U-uns homens vestidos de preto e com máscaras estranhas... – comensais? Não acredito! – Eles chegaram de repente no parque em que estávamos... – ele começou a ficar nervoso também. – Eles... Eles sequestraram seus filhos e foram embora do mesmo jeito que apareceram.
A minha vontade naquele momento era de gritar até não poder mais. Eu não podia absorver que aquilo estava se repetindo comigo, antes foi o Harry e agora os meus filhos. O que eu queria naquele momento era sair correndo atrás deles mesmo sem saber aonde ir, mas a única coisa que fiz foi sentir meu mundo caindo e entrar na escuridão daquele vazio.
Continua...
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