A Segunda Parte do Plano
A SEGUNDA PARTE DO PLANO
Quinta-Feira, 17 horas e dezoito minutos. Biblioteca de Hogwarts.
Snape entrou, apuradamente, na biblioteca. Havia alguns alunos quietos fazendo seus deveres, nas mesas principais. Porém, nenhum deles era Hermione.
A contragosto, Severo passou por entre as mesas, com seu jeito elegante e prático de andar. Todos os alunos viraram-se para encará-lo, sendo, pois, ignorados. O mestre desfilou entre as estantes, buscando, discretamente, sua aluna, até que a encontrou na sessão de História da Magia. Estava atirada a um canto, com os olhos fixos num grosso e empoeirado livro preto.
Snape prosseguiu até o final do corredor, fingindo procurar algo. Deu meia volta e entrou na sessão de Defesa Contra as Artes das Trevas. Puxou uma cadeira. Esperaria ali até que Hermione passasse pelo corredor central e se retirasse da biblioteca. Com um pouco de sorte isto não tardaria a acontecer.
Pegou um livro qualquer na estante e colocou dentro dele o Mapa do Maroto. Ficou aguardando...
Alguns instantes se passaram, e enfim ele ouviu o barulho de alguns passos, os mesmos que se movimentavam no pedaço de pergaminho. Esperou que a garota passasse. Felizmente, ela nem o notou ali.
Poucos segundos depois, Snape fechou o livro e se levantou. Hermione já havia saído da biblioteca. Ele se apressou um pouquinho e conseguiu alcançá-la. Encontrou-a no corredor. Ainda estava absorta nas informações daquele velho livro e nem percebia que ele a seguia.
Aproveitando a oportunidade, Snape sacou sua varinha e movimentou-a delicadamente, enquanto pronunciava feitiços mudos em sua mente.
Então, sem que a garota se desse conta, a fita vermelha em seu braço caiu. Snape correu para juntá-la. Tudo estava perfeito. Hermione não ouvira nada, não sentira nada. Até que um velho de barbas grisalhas, num quadro exposto na parede, falou ironicamente para ela:
- Cuidado, princesinha, cuidado!
Ela olhou imediatamente para o quadro, que lançou um olhar suspeito a Snape, que ainda estava ajoelhado no chão, recolhendo a fita. Então, Hermione lançou seu olhar sobre o professor também. Mas não entendeu a piada, apenas questionou-se a respeito do que ele fazia ali no chão.
- Oh... Perdão, professor... Não o vi ai! Precisa de ajuda? - falou, enquanto se abaixava, também, a fim de tentar ajudá-lo no que quer que fosse.
Severo ficou constrangido e apertou forte os punhos para que ela não visse a fita que ele segurava em mãos. Resolveu, então, improvisar.
- Ah... Malditos botões! - falou, olhando para as vestes escuras, enquanto fingia procurar, com a outra mão, um suposto botão perdido. - Sempre os perco no meio do caminho! Estou precisando de melhores alfaiates!
Gentil, Hermione resolveu que seria bom ajudar o mestre e começou a passar as mãos sobre o tapete.
- Que estranho... Não o vejo em lugar algum, professor! O senhor tem certeza de que o perdeu por aqui? - indagou, ao que Snape respondeu com uma cara desagradável.
- Ora... Devo ter deixado cair em algum outro lugar... Levante-se, senhorita Granger! - ordenou, enquanto se levantava também.
- Lamento, professor... Mas se quiser posso costurar sua veste agora mesmo... Devo ter botões escuros em meu dormitório... - falou preocupada, tentando localizar o defeito na camisa escura de Severo.
- Deixe de tolices, Granger... Posso dar um jeito nisso sozinho! - e saiu bruscamente, como é típico de sua personalidade.
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