Um dificil começo.



Era uma noite chuvosa,a lua cheia estava oculta pelas pesadas nuvens cinza,e apenas alguns feixes de luz prateada atravessavam a grossa cortina e iluminavam vagamente a estreita travessa londrina. Um poste fora postado na esquina,mas sua luz dançante,não iluminava nem um palmo a frente dos olhos de qualquer um. Um grande número de jovens vestidos de preto,vagavam pelo beco,eram de todos os tamanhos,raças,e idades,mas se identificavam pelo motivo,e que motivo hein!
Nossa história irá se passar em tempos difíceis para a sociedade bruxa,e também,trouxa. Os jovens,que vagavam ali,sobre o ladrilho íngreme,eram alunos de Hogwarts,todos " foragidos ", das forças obscuras.
A frente do grupo,uma jovem,de quinze anos,caminhava decidida.Parecia não se importar com suas vestes molhadas,ou com o seu pesado malão,mas sim,em chegar ao portão de uma imponente mansão,escondida,atrás de dois enormes carvalhos.Ela,era alta,magra e tinha a aparência gélida,seus olhos,tão negros como aquela noite,miravam em um rapaz,oculto pelas sombras. Este,carregava um guarda-chuva gigantesco em uma das mãos,e na outra,sua varinha,acesa,iluminando apenas sua face séria e seus cabelos,cabelos verdes,iguais a cor de alface,incrivelmente brilhantes.
Então,ela parou. Estava parada bem na frente dele,fitando-o com seriedade,sem dar a mínima a dificuldade de enxergar. Por um instante,todos pareciam congelados,em um filme onde se aperta o "pause",mas então,com os lábios estremecidos,a jovem tomou coragem,e se pronunciou:
- Nick? - perguntou primeiramente,piscando de forma lenta e paciente. - Sou eu,Isabella.
O rapaz então arregalou os olhos,talvez com o objetivo de enxergar a menina melhor,ou então de espanto,não sei ao certo dizer.
- I-i-isa? - gaguejou incrédulo,lançando um olhar de descrença a garota.
- Sim. - respondeu,acenando afirmativamente com a cabeça,balançando seus cabelos encharcados. - Você é o Nick,não é? Ou melhor,Nicholas.
- É,sou eu. - concordou,abrindo um sorriso meio sem graça.
- A quanto tempo. - falou ela,largando seu malão,e dando um abraço molhado no primo.
- Pois é,como você está ... - ele fez uma pausa,procurando as palavras certas para explicar - diferente.
- Você também ... - elogiou Isabella,voltando o olhar para o grande grupo de alunos parados na chuva.
- Bom,acho bom todos entrarem,não quero ninguém resfriado. - finalizou,empurrando o grandioso portão de ferro,e abrindo espaço para que todos adentrassem no jardim.
Então,todos se puseram a voltar a caminhada,seguindo uma trilha de pedrinhas redondas. O jardim estava mergulhado na escuridão;árvores,sebes,grama,flores,tudo,tinham apenas um leve contorno destacado,em conseqüência da fraca luz da lua,e das varinhas acesas. No meio do breu,as luzinhas que surgiam da pontinha das varinhas,olhadas de cima,pareciam uma grande constelação em constante movimento,encantando aos olhos de quem as visse.
Nicholas,agora guiava o grupo,olhando para casa mais a frente,e suas janelas,que agora forneciam luz para todos. Mas ele não parou,nenhum segundo. Algumas meninas,reclamavam de seus cabelos molhados e desgadelhados,outras no entanto,tais como Isabella,estavam muito mais interessadas em andar caladas,poupando energia.E então,chegaram a enorme porta de cerejeira,lustrosa,talvez pudesse refletir uma pessoa,se não estivesse chovendo,Nick tocou o trinco,e a mesma se abriu,instantaneamente.
Foi um choque para alguns,a casa era muito familiar e aconchegante. A luz amarelada,fornecida pelos lampiões e velas espalhados pela gigantesca sala,e as lareiras acesas,forneciam um calor confortante,as paredes,revestidas por um papel de parede bordô,desenhado em dourado,e os sofás,de madeira com o tecido xadrez,eram um espetáculo.
- Sejam Bem-Vindos,a Mansão Valensia. - cumprimentou Nick,indicando a todos que entrassem,ainda a frente do grupo.
Ele os guiou até uma escada,de pedra negra polida e brilhante,que descia levemente e levava ao Salão de Jantar. E que salão!Era grande,possuía uma única mesa,mas esta estava encostada num canto,junto com as cadeiras,nada havia ali,exceto gente,lustres e uma enorme lareira,que aquecia todo o cômodo.As paredes continuavam no mesmo estilo da sala,na tonalidade bordô,com desenhos dourados,a única diferença,é que esse cômodo,tinha muitos quadros,ordenados de uma forma bastante complicada,e a parede que os sustentava,tinha diferentes desenhos. O rapaz apenas indicou as cadeiras,encostadas a parede,e postou-se no centro do Salão,olhando a todos atentamente.E quando,todos estavam sentados,um surto de murmúrios estorou,era gente de todo o canto murmurando aqui,fofocando ali,e berrando acolá,uma verdadeiros desordem. Nicholas coçou a garganta,emitindo o irritante som " Hem Hem ",que tanto Umbridge repetia em seus tempos como professora e diretora,mas de nada adiantou,muito pelo contrário,os jovens então começaram a falar mais e mais.
- Silêncio! - ordenou ele,agora com a varinha apontada para a garganta,e a voz amplificada.
E neste momento,o silêncio aconteceu,os jovens,com os olhos arregalados,fitavam Nick com caras espantadas,e pareciam ter entendido o recado. Ele retirou a varinha da garganta,murmurou algo que pareceu acabar com o feitiço,e voltou a falar.
- Boa Noite a todos. - iniciou,passando seu olhar atentamente pelo conjunto de estudantes. - Como todos sabemos,Hogwarts está em tempos difíceis,mesmo que ... - ele fez uma pausa,engoliu um seco e tomou coragem - V-v-v-voldemort esteja morto a tantos anos,os bruxos das trevas não estão em extinção.
- Pensei que a raça deles estivesse. - berrou um rapaz,de cabelos loiros,bem no fundo do grupo,e risadinhas abafadas explodiram no ar.
- Pensou errado. - retrucou,voltando ao seu discurso. - E como sabem,vocês não podiam arriscar seus próprios pescoços indo para Hogwarts,e nem ficando em suas casas. Por este motivo estão aqui. Vocês não terão aulas,mas haverá um horário obrigatório e diário na biblioteca,onde todos os nomes devem constar na lista,e não tentem enganar o pergaminho,irão sofrer as conseqüências. Seus quartos estão devidamente identificados,os nomes estão na porta. Outra coisa,há toque de recolher,depois deste horário quem for pego perambulando pelos corredores,estará devidamente enrascado. Duvidas?
Ninguém respondeu,Nick então concluiu que não haviam dúvidas e dispensou a todos com um " Boa Noite ",indo para as escadas,quase sendo atropelado pelos "apressadinhos".
A massa de alunos pingando se moveu rapidamente pela mansão,todos rumavam ao segundo andar,onde,seus quartos os esperavam. Alguns não se importaram com banho,jantar nem nada,mas sim,em apenas dormir,dormir e dormir. Isabella no entanto,ficou na sala,com os pés sobre o sofá,observando o fogo crepitante da lareira.Estava enrolada em um roupão vermelho,com os cabelos completamente despenteados,e parecia estar hipnotizada pelas chamas ardentes,e pelo barulhinho agradável das faíscas. A jovem parecia flutuar em sua imaginação,completamente desligada do mundo,e de repente,quando o primo sentou-se ao seu lado,ela acordou,lançando-lhe um olhar espantado.
- Você está bem Isa? - perguntou,olhando-a atenciosamente.
- E-e-estou. - respondeu,ainda meio desatenta.
- Mas não parece,não acha melhor ir dormir? - questionou,puxando uma almofada para perto de si.
- Não não. - falou ela,agora totalmente dentro de si. - Quero,aproveitar ...
- Bom,está bem então. - concordou,levantando-se depressa. - Só não durma aqui,é meio ... desconfortável.
Ele deu um beijo na testa da menina,partindo em direção das escadas,a deixando ali,sozinha. Isabella não parecia se importar com o silêncio,muito menos com a solidão,estava tão centrada no fogo,que seria capaz de ficar um bom tempo olhando-o,seria,mas não foi. Um barulho,de algo caindo no chão chamou sua atenção imediatamente,fazendo ela virar a face para o nada,um tanto assustada. Achando que tinha enlouquecido,a garota voltou a olhar o fogo,mas o barulho se repetiu,a deixando intrigada."Mas como é possível isto?",pensou imediatamente,levantando-se num salto. Novamente o barulho se repetiu,e Isabella teve certeza de que não era de sua cabeça. Assustada,olhou para os lados,perdida em sua confusão,e deu alguns passos para frente,tentando encontrar apoio em algum lugar. Mais uma vez,o barulho se repetiu,e a jovem,tentou segui-lo,segurando firme sua varinha,mas então,tudo se calou,o barulho cessou,e Isa,coçou de leve a cabeça,olhando para a escada deserta. " Já está tarde ",disse a si mesma,olhando para um antigo relógio,encostado a parede,decidida a esquecer aquele episódio desagradável,a jovem subiu as escadas,olhando ao seu redor. Logo chegara ao segundo andar,depois de enfrentar alguns lances de escada,e deparou-se então,com um enorme número de alunos,usando roupões e toalhas na cabeça,ou de pijamas,todos conversando despreocupados. Isabella então,encarou um corredor,guiando seu instinto e seguindo o mesmo,o mais depressa que pôde. Era um enorme corredor,poucos alunos estavam ali,pra falar a verdade,uns dois ou três surgiram no caminho dela,antes que encontrasse seu quarto,onde dormiria sozinha,como pode perceber ao olhar os nomes na porta. Ela empurrou a maçaneta,e deparou-se com um cubículo de quarto. Papéis de parede antigos,uma pintura do Himalaia pendurada na parede,assoalho gasto,móveis um tanto empoeirados,o quarto realmente não devia ter sido ocupado fazia um bom tempo. Preguiçosamente,Isabella olhou para uma cama,ao menos estava limpa,pensou positivamente,despindo suas vestes. Sem muito ânimo,a garota vestiu seu pijama,e afundou-se debaixo das cobertas quentinhas,dormindo logo em seguida.
" Agora Isabella estava parada no centro de um pequeno quarto,cheio de portinhas,cada uma menor que a outra,em cada uma um único nome estava gravada,e estes nomes representavam decisões,decisões dificeis,pois a menina suava frio,e sentia arrepios na nuca repentinamente. E então a ir  até uma porta,e empurrar sua maçaneta,Isabella caia na escuridão,com coisas segurando seus braços.
Era terrível,ela tinha vontade de gritar,de se defender mas não podia,a escuridão a afogava,aqueles braços nojentos a seguravam,e ela se contorcia,inerte de seu verdadeiro perigo. E de repente,uma luz forte surgiu,muitos estampidos se seguiram,e Isabella foi solta,ainda sem saber onde estava,e agora a carregavam,estava dormindo. Mas como? Se estivera presa,muito bem acordada,as mãos grudentas,era impossível,e ela também não podia se mexer,parecia amarrada,e quando finalmente pôde abrir os olhos ... " Despertou.
Suava frio,respirava com dificuldade,seu coração batia acelerado,e o breu que preenchia o quarto a sufocava.Teve vontade de berrar,de sair correndo dali o mais rápido possível,mas não podia nem conseguia. Seus músculos pareciam ter adormecido,e ela tremia e sentia calafrios horripilantes. Mas então,uma "injeção" de calmaria a tranqüilizou,ela colocou os dois pés para fora da cama,calçou os chinelos,pegou o roupão e o vestiu,empurrando o trinco da porta,e deparando-se com o corredor. O ar fresco fez as idéias de Isa se organizarem,e a garota seguiu uma caminhada as escuras,iluminada apenas pelos lampiões,que vagamente eram encontrados. Apesar de escuro e assombroso,o passeio parecia melhor do que ficar no quarto,onde parecia que as paredes iriam engoli-la a qualquer momento. E então,Isabella desceu as escadas,deparando-se com Nick,sentado a frente da lareira,bastante distraído.
- N-n-nick? - perguntou gaguejando,aproximando-se do rapaz.
-Ah,oi! - disse surpreendido,olhando para ela com uma cara de sono.
- Tudo O.K.?
-Sim,só estou com insônia ... - comentou ele,ainda olhando pra lareira - Você também,não é?
- Tive um pesadelo ... - respondeu,sentando-se ao lado de Nicholas.
- Sei bem como é isso ... - disse,lançando a ela,um olhar penetrante.
- Foi,tão ... tão ... - Isa não encontrou a palavra certa no entanto,e Nick,logo a completou,parecendo ter lido sua mente.
- Terrível?
- É ... terrível.
Isabella lançou-lhe um olhar estranho,com uma mistura de emoções indescritíveis,suspirou,sem ter o que dizer,e voltou sua atenção para o fogo crepitante,e suas labaredas dançantes. Por um momento,tudo parecia em perfeito silêncio,mas então,a menina,sentiu uma imensa onde de sono se aproximando,e bocejou, esticando os braços.
- Acho bom você tentar dormir,o ar fresco já deve ter melhorado sua situação. - recomendou Nicholas,atencioso como sempre.
- É,acho que vou fazer isto mesmo. - concordou,levantando-se. - Boa Noite! - desejou,indo para as escadas e sumindo de vista.
- Noite. - falou ele,antes que Isa não pudesse mais ouvir.
E lá foi ela,em sua caminhada as escuras novamente. Parecia que com aquele ar gelado,seu sono tivesse despertado e seu pesadelo,deletado de suas lembranças. Mas a verdade era,que nada era tão bom assim. Você agora deve estar pensando,"como não tão bom assim? " ,talvez fique claro daqui a alguns parágrafos o porque. 
Isabella seguiu o mesmo caminho que fizera até o quarto,tateando as paredes,em busca de enxergar com as mãos. Talvez não tenha funcionado perfeitamente,mas ela chegou no quarto,entrou nele,se se atirou na cama,dormindo pesadamente. Desta vez,ela não teve nenhum pesadelo,parecia estar bastante tranqüila,mas mal imaginava o que lhe aguardaria na próxima manhã.
 
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