O Encontro



N.A.: É aqui que as coisas esquentam! Ou pelo menos é o que parece...



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Para a sorte, ou azar da garota, Helena não o viu uma vez sequer durante a Sexta-feira. Sorte, pois não saberia como reagir depois do que ele escreveu na carta. Azar, simplesmente porque ela não o viu. Depois do jantar, ela disse aos amigos que iria para o dormitório, a fim de terminar suas lições e ter o fim de semana livre. O que não era uma mentira completa, pois ela realmente iria ao dormitório.



- Bem...vamos à resposta, então!- disse para si mesma, pegando um pergaminho e uma pena.







“ Por que devo ficar longe de você? Eu não sei. Eu não vejo nada de errado no que eu quero. E também não sei por que eu sairia prejudicada.

“ Mas você está em vantagem, eu não sei o que quer. Não consigo desvendar o que se passa em sua mente.



Helena”

“Acho que é o suficiente” pensou. “É melhor que eu envia isso logo, antes que alguém chegue aqui!”



Helena andou até o corujal, a pequenina coruja que trouxera o bilhete na primeira vez estava lá, empoleirada, e pareceu muitíssimo agradecida quando a garota finalmente amarrou a carta à perna do animalzinho e deu-lhe uma pequena uva.



Instantes depois de Helena retornar ao salão da Grifinória, Sirius, , James, Remo, Pedro, Lilian e algumas outras garotas entraram e começaram a algazarra. Os alunos faziam tanto barulho e estavam tão agitados que, a uma da manhã, o prof. Dumbledore entrou no dormitório, dizendo que se não parassem ele seria obrigado transfigura-los em almofadas, para abafarem o próprio som. Só então todos foram para cama.



“Bem....- pensou, Helena - Agora é só esperar um pouco.”

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Sábado! Sem lições a fazer, sem provas, aulas, detenções, NADA!

Era fim de ano, as provas seriam dali a um mês apenas, mas...quem se importava? Grifinória havia ganho o campeonato de Quadribol, graças a James, que agarrara o pomo antes do time da Sonserina.

Tudo isso deu a Sirius uma idéia, a idéia de uma pequena....festa. Então, logo no almoço, os garotos entraram furtivamente na cozinha, mas vários elfos lhes serviram com tudo que precisavam, sem fazer perguntas.

A festa durou o dia inteiro, havia tortinhas de abóboras por todos os cantos e todos se divertiam muito na torre da Grifinória. Mas alguém parecia disperso:



- Ei, Helena- disse Sirius- Vamos lá, acorda, mana! Você tá legal?

- Acho que é muito barulho para minha cabeça...ontem, hoje de novo- mentiu, ela. Helena estava realmente dispersa, queria receber a resposta dele o mais rápido possível.- Quantas festas mais você vai fazer, Sirius? Eu já estou com dor de cabeça.

- Como você é frágil...- brincou, ele.- Então, vai dar uma volta, vai dormir...quem sabe melhora, titia.

- É, talvez eu vá, sobrinho!- retrucou.



Quando Helena chegou ao dormitório, viu que já havia uma carta em cima de sua cama, aparentemente, a coruja entrara pela janela aberta.

Ela leu a carta, que dizia o seguinte:



“Você sabe muito bem que eu os odeio, odeio seus amigos. E eles me odeiam tanto quanto eu os odeio.

“Se você ficar comigo, eles não iriam entender nada, são uns idiotas.

“Mas, se você realmente estiver disposta a gostar de mim e se quer mesmo saber o que se passa na minha mente, me encontre no corredor perto das masmorras as onze horas.”





“Ah, ele deve estar brincando!!!- pensou, a garota.- Já são dez para as onze! Não dava pra ser um pouco mais esperto e Ter mandado a resposta antes não?! Eu nunca vou conseguir chegar até lá em dez minutos.

“Bom, eu vou tentar, né?! Ninguém mandou eu estudar num castelos com trocentas escadas!!!!”



Helena saiu silenciosamente da torre de sua Casa e se pôs a descer as escadas. Já no fim do trajeto, uma das escadas se moveu, o que obrigou a garota a contornar o caminho.

Quinze minutos depois, ela chegou Às masmorras.

“Eu já cheguei atrasada, mas parece que ele também não chegou- pensou.- Menos mal.”



De repente, Helena viu Severo a sua frente. Ele pareceu perceber que ela levara um susto e estava prestes a gritar, pois disse:

- Não grite. Vamos, venha comigo.



Helena o seguiu silenciosamente. Ele andaram pelos corredores do labirinto que eram as masmorras, até chegarem a uma parede, num corredor sem saída.

- Desgraça- sussurrou, ele.

A parede abriu uma fresta, suficiente para passar uma pessoa adulta.

- Entre- pediu, Severo



A garota entrou. Era um aposento não muito claro, possuía apenas uma cama e uma escrivaninha, e as paredes eram verdes.

- Que lugar é esse? – perguntou, ela.

- Esse seria o quarto do antigo professor de poções. O professor atual, Taliesin, não dorme aqui. –explicou, ele.- Não tenho certeza, mas acho que ele não gosta muito das masmorras.

- E você gosta?- perguntou Helena.

- Bem... elas são misteriosas. Pode-se dizer que são interessantes.

- É- concordou, ela.- Talvez você esteja certo.

Nenhum dos dois disse mais nada. Helena ainda não sabia o que ele queria, queria poder perguntar, então, reuniu coragem e quebrou o silêncio:

- Você ainda não me respondeu, não me contou ainda...- começou, mas não conseguiu terminar. Ela realmente desejava saber se ele também a queria. Mas...como perguntar?

Não foi preciso que a garota pensasse muito em como dizer, pois Severo parecia ler sua mente.

- Eu quero o mesmo que você...- respondeu ele.- Não sei como você faz isso. Eu nunca vi nada de diferente em você em todo esse tempo. E, de repente, parece que tudo mudou. Agora eu estou preso a você. Eu tentei, acredite! Mas não consigo te esquecer.

- É estranho. Parece que você realmente sabe tudo o que eu penso.- suspirou, Helena.- Eu também não consigo parar de pensar em você...eu amo você, Severo! E acho que, mesmo que meus amigos se oponham, eles nunca fariam nada de ruim para nós.

- Então, parece que eu não sei, realmente, tudo o que se passa na sua cabeça.- concluiu, ele.- Eu não acho que eles concordariam nunca com tudo isso.

- Bem...- disse, ela- Eles terão de aceitar isso. Além do mais, eu não estou pedindo para gostar deles. Embora sejam meus amigos, eu quero estar com você.



Os dois já estavam, bem próximos um do outro. Helena inclinou-se para a frente e eles se beijaram.

De súbito, a garota parou.

- Ah, não!- disse ela.- A festa!

- Festa?!- Severo parecia atordoado.- Que festa?

- Er...bem...a gente estava tendo uma festinha lá na torre da Grifinória. Eu falei que ia só tomar um ar- explicou, ela. –Eles devem tem percebido que eu já saí faz muito tempo.

- E eles virão te procurar- completou, o rapaz- Então...

- Certo, já sei! Eu tenho que ir...- choramingou, ela.

- Exatamente...vá então.- concordou, ele.

- A gente se encontra aqui, amanhã, antes do café, certo?!

- Certo. Mas como você vai...

- Não esquenta- disse, Helena.- Eu dou um jeito.

Ela se virou para ir embora, mas não seguiu seu caminho antes de beija-lo mais uma vez.



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