A chegada
Capitulo 2 – A chegada
Havia se passado apenas duas semanas desde que Harry havia voltado de Hogwarts, e quase um mês que seu padrinho havia morrido, mas, ainda assim, sentia um enorme vazio. Ultimamente vinha se sentindo mais infeliz do que nunca, e ficava a se perguntar o que ele teria feito de errado para merecer tudo aquilo. A sensação de mal-estar era enorme, sentia-se novamente sozinho no mundo, mas agora muito mais do que antes; Havia até perdido a vontade de viver. Mas sempre que esses pensamentos vinham, tentava desviá-lo desses rumos.
Lembrava-se da última vez em que sua cicatriz ardeu, na noite em que havia chegado em “casa” e teve a convicta certeza de que Bellatrix estava sendo castigada. Ficou feliz em saber que Voldemort havia maltratado-a. Ela merecia. Aliás, havia matado seu padrinho, esperava do fundo do seu coração que ela tivesse o pior castigo de todos.
Mas uma coisa não pôde deixar de pensar: alguma importância tinha Sirius para Voldemort, ou então, ele não teria ficado tão bravo daquela forma. Algumas vezes, se pegou imaginando de quem era a culpa, dele ou dela, ou talvez do Lorde das Trevas. De uma coisa ele conseguiu se conscientizar: tinha uma parcela de culpa, por que se tivesse praticado oclumência, tudo aquilo poderia ter sido evitado. Snape também teve sua parcela de culpa, pois se tivesse sido um pouco mais sensato, e o houvesse castigado menos, talvez as coisas não teriam tomado aquele rumo. Dumbledore por sua vez não precisava ter deixado Sirius tão preso na mansão Black. Belatrix por querer se vingar de seu padrinho, e Voldemort por ser o canalha que era.
Mas aquilo já eram águas passadas, tinha que pensar no que faria agora, sendo que para ele a morte era certa. Tinha de descobrir como matar Voldemort, o que fazer, como agir.
Sua “família” não lhe incomodava, apenas o olhava de forma estranha. Tio Válter o tratava da mesma forma: “Harry frite o bacon”. Tia Petúnia já era diferente, seu jeito de agir era de uma pessoa que estava cobrando algo da parte dele. Talvez ela pensasse que ele lhe devia pelo fato de ter cuidado dele. Duda Dursley não mudou muita coisa, mas aprendeu a temê-lo, o que para ele era mais do que o suficiente. Era verdade, que às vezes era chato, a forma como sua “família” estava lhe tratando, mas era melhor do que ouvir as chatices por ela pronunciada.
Quanto ao que acontecia na Ordem da Fênix, Harry nada sabia. Ficou até contente em saber que Dumbledore havia permitido que ele terminasse suas férias na Toca. Ficou muito entusiasmado quando recebeu a carta de seus amigos:
Harry,
Dumbledore permitiu que você terminasse de passar as férias aqui em casa. Me pediu para ser breve e lhe avisar que ele irá lhe buscar pessoalmente. Mione pediu pra que você sempre desse uma olhada no Profeta Diário. Todos estão mandando muitos beijos.
Cordialmente,
Rony Weasley.
Harry teve que admitir que não esperava por aquilo, apesar de ser breve, a “carta” foi bastante animadora. Não imaginava por que Dumbledore em pessoa iria buscá-lo, mas sabia que não era por pouca coisa. A conselho de Mione, ele pegou o profeta diário do dia. As notícias eram as de se esperar: ataques de Comensais da Morte, morte de fulano, siclano ou beltrano. Era por esse motivo que Harry havia parado de ler o jornal. As informações eram as mesmas, só mudava o nome dos personagens. Mesmo assim, houve duas notícias que muito lhe chamaram a atenção. A primeira era sobre o novo ministro da Magia:
“Novo ministro da magia”
Apesar das tentativas desesperadas para recuperar seu mandato, não teve como Cornélio Fudge evitar o colapso de seu governo. Por esse motivo, a grande corte fez uma reunião para decidir as providências a serem tomadas. Chegando a conclusão de que o melhor seria afastar o Sr. Fudge, após uma estressante reunião resolveram colocar em seu lugar Rufus Scrimgeour, até então, chefe do departamento...
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A outra noticia que, com certeza, muito lhe chamara a atenção foi sobre o assassinato de seu padrinho. Sentiu-se um pouco revoltado, porém, resolveu ler:
“Assassino de Azkaban Morto”
Após dois anos de cansativas investigações sobre o paradeiro do maior criminoso da História do mundo da magia, o assassino Sirius Black, os Aurores do Ministério da Magia finalmente descobriram a sua morte: em uma luta da qual duelava contra Lorde Voldemort. Os fatos nos levam a crer que ele estava em uma missão para Dumbledore, da qual é desconhecida por todos. O fato é que na realidade Sirius Black era inocente do crime do qual foi mandado para Azkaban. Alguns ainda dizem que ele morreu para proteger o último membro da família Potter. Apesar de tudo, ninguém sabe onde foi parar a ossada dele, ninguém ousa comentar como foi a morte, sendo um mistério para todos. A única coisa que se sabe é que ele foi morto misteriosamente.
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Após a reportagem lida no Profeta Diário, Harry resolveu esquecer tudo o que havia acontecido naquele dia em que Sirius fora morto. A única coisa que importava era que seu velho e bom padrinho fora inocentado.
* * *
Harry ainda tinha que avisar seus tios de que iria embora no dia seguinte, por isso resolveu tentar dar um fim naquela árdua tarefa rapidamente.
Desceu para a sala, onde sabia que àquela hora seu tio estaria vendo o noticiário. Pigarreou para chamar a atenção e esperou durante alguns breves minutos. Ignorado pelo seu Tio Válter, ele resolveu tomar uma atitude ousada. Dirigiu-se até onde se encontrava a televisão e a desligou. Harry pôde ver a cara de seu tio se transformar.
- Quem te deu essa ousadia, garoto.- a têmpora dele já havia se dilatado e sua pele ficou rapidamente vermelho escarlate. Teve que se segurar para não rir da cena, que apesar de séria, era engraçada. Vendo então que o tio o esperava respondeu:
-Gostaria de avisar para o senhor, que amanhã eu vou para a casa do meu amigo Rony Weasley, para passar o resto de minhas férias lá.
-E é só para isso que você interrompeu o meu noticiário?
- Ora, o senhor não me deu atenção.
- Você podia esperar o intervalo, moleque.
- É talvez, mas o importante é que o recado está dado.- Harry saiu o mais depressa que pôde dali. Viu a cara furiosa que o tio fez quando ele disse “talvez”. Porém, tinha muito que fazer e arrumar para ir embora no dia seguinte.
* * *
No dia seguinte, tudo fora bem simples. Dumbledore foi lhe buscar na casa de seus Tios. Disse que a partir do próximo ano Harry ficaria ali só se ele quisesse, pois quando completasse 17 anos seria um bruxo maior de idade. Os Tios nada falaram, e Dumbledore foi embora assim mesmo deixando-os a pensar. Eles então foram embora, e pegaram uma chave de portal, que os deixou no fim de uma trilha que dava na Toca. Porém ali, onde ninguém ainda os podiam, ver, ouvir, usar ouvidos extensivos ou qualquer outra coisa, o velho sábio virou-se para ele e disse:
-Harry antes de te deixar quero lhe falar umas coisinhas, nada de mais - acrescentou o velho ao ver o seu olhar – mas que são bem importantes. Quero que você acima de tudo tome cuidado. E quero saber se a mansão Black pode continuar sendo a Sede da Ordem.-Harry não entendeu nada, e vendo aquilo, Dumbledore tratou de responder:- É que após a morte de Sirius toda a herança da família foi deixada para você, inclusive o Monstro, o Bicuço e o dinheiro no Gringotes. É tudo seu.
-É claro que pode, senhor, não há problema algum, mas eu realmente preciso ficar com o Monstro?
-Sim Harry, ele é seu elfo agora. Talvez, se me permite dizer, você poderia mandá-lo para Hogwarts. Bem, ele será seu, mas como ele não terá muita coisa para fazer pra você ele poderia ajudar na cozinha da escola.- Pensando na proposta de Dumbledore, Harry resolveu concordar. -Então, está bem, Harry, até primeiro de setembro.
E falando isso Dumbledore ficou a observar Harry ir para a Toca até que ele desaparecesse.
* * *
“Mais uma vez senti a chuva
Caindo dentro de mim.
Limpando tudo aquilo em que me tornei.”
Naquela época de intenso calor, uma garoazinha sempre vinha a calhar. As sacerdotisas nunca conseguiam trabalhar com o mesmo empenho no auge do verão, como trabalharia em dias comuns. Até ali em Avalon em que o sol brilhava diferente, o calor assolava. Mas aquela chuva não lhe trazia conforto algum. A senhora de Avalon tinha muitas tarefas para ficar perdendo seu precioso tempo, com coisas que qualquer sacerdotisa poderia se deliciar.
“Às vezes gostaria tanto de ser uma sacerdotisa qualquer”.
O trabalho dela era árduo, pesado. Chegou a pensar que ser uma pessoa qualquer era melhor que ter todo o poder que tinha. Ela mandava e desmandava. A vista dos outros que a viam era que ela era uma mulher Bela e Temível, respeitada e para muitos digna de adoração, como uma verdadeira Deusa. Mas isso era um dos vários recursos usados pelas sacerdotisas de Avalon. Muitas vezes não era ela mesma. Não era tão bela quanto se dizia, principalmente porque parecia-se com o povo dos pântanos, pois era como eles, de pequena estatura. Mas sua filha terá muita sorte, saiu muito parecida com o pai. Cabelos extremamente negros, olhos azuis que mais pareciam duas pedras, era mais alta do que ela. Ah Morgause dará sorte sim, mas Morgaine havia se saído parecida com ela, feia e baixinha, parecida com o povo das fadas.
Mas não era isso que a incomodava, era tudo o que fizera desde que se tornou a Dama do Lago, tantas decisões! Como é cansativo ser uma Rainha, e governar uma pequena ilha. Quanto havia feito por aquela terra. Ah, mas não havia volta. Se aquela garoa que caia pudesse limpar sua alma e consigo levar suas tristezas, talvez se sentisse mais pura. Será que sua filha se sentiria assim quando fosse governar Avalon? Não gostaria que ela tivesse aquela mesma sensação, e talvez ela conseguisse governar melhor. E era óbvio que quem a sucederia seria Morgause, quem mais poderia? Morgaine que já havia dito que se entregaria a Deusa no templo, isso logo descartava a possibilidade dela ocupar aquele lugar. Morgause ao contrário já havia dito diferente:
“-Iniciarei-me nos mais autos mistérios. E o que será de mim, Ni-Terat é quem há de resolver.”
Havia ficado satisfeita com a decisão delas, apesar de suas filhas não poderem escolher seus destinos, pois isso só cabia a Deusa, ela ainda sim ficara satisfeita.
“Será que minha mãe passou por essa sensação?”
Talvez. Caellian jamais viu um erro sequer na mãe, sempre crescera com a mulher governando Avalon a pulso forte, mas ainda sim uma mulher amável. Ao contrario de mim! Que às vezes me acho tão dura com os outros. Ora, mas ela era a Dama do Lago. Não poderia permitir que esses devaneios tomassem conta dela, pois afinal de contas ela não poderia passar insegurança para seu povo! Mas onde estava com sua cabeça para ir viajar tão longe assim?
Havia assumido aquele lugar, logo quando sua primogênita nasceu. Ainda lembrava-se daquela noite. Chovia tanto! Os deuses resolveram colocar toda sua raiva na tempestade. O parto fora um pouco cansativo, pois o bebê era um pouco maior para ela que era tão pequena. As contrações eram terríveis. Mas depois de semanas de repouso ela conseguiu se recuperar inteiramente. Logo depois, Niriel, sua mãe, passou-lhe aquele cargo. Desde então vinha lutando para manter aquele lugar em paz e harmonia. Mas isso foi a 16 anos atrás, e naquele tempo o mundo não andava em tanta paz e harmonia assim, pois Voldemort estava ganhando lugar. E uma vez que o bem estar de lá era afetado, o daqui de Avalon também era. Era isso que a incomodava, sempre que havia problemas lá fora, o nosso equilíbrio também ia para os ares, “Talvez devêssemos arrumar uma forma de modificar isto!”, aquilo atrapalhava muito, sempre tinha que se meter no meio dos problemas alheios para que pudessem viver em paz! E sempre era exigido um sacrifício: “Espero que dessa vez ao menos não seja minha filha o sacrifício”.
Havia mandado ela muito cedo para provação. Sua ordem havia sido subjugada por todos naquele lugar, “É claro, não querem sua futura governante morta.”, mas ela mesma tentara outros métodos, mas não houve escolha. Até Morgaine, que era tão meiga a questionou por aquilo:
“-Por que Morgause tem que ir? E se ela morrer? Quem governará Avalon?”
E o pior é que a filha estava correta. Por que tinha que ser justamente aquela que não pode morrer?
“Só os Deuses Sabem!” Foi a resposta que dera para a filha e para si mesma. Sempre aqueles pensamentos vinham perturbá-la, tirando-lhe o sono. “Não posso ficar neste estado”. Pensando assim, a senhora se retirou para seu quarto, e foi dormir.
* * *
Molly estava a fazer uma poção quando viu uma silhueta magricela com um chumaço de cabelos negros. Não havia sombra de dúvidas que era Harry, pois Dumbledore havia lhe avisado que ele deveria chegar um pouco depois do almoço. Ficou feliz em ver o garoto! Tratou então de chamar os filhos. Foi até o pé da escada e gritou:
-Rony, Harry estáchegando. Venha, venha rápido!
-Já estou indo mamãe, e não precisa gritar tão alto.
Não havia gritado tão alto, era impressão dele.
Deixou aquele pensamento bobo passar, e se pôs a lembrar de Harry. “Pobre garoto, havia perdido os pais e Sirius, e para agravar ainda mais sua situação foi destinado a matar o bruxo mais temido do mundo mágico. O que seria do pobre Harry sem Dumbledore?” A Sra. Molly tentou afastar esses pensamentos inoportunos para bem longe, e pensar em algo para Harry comer, ele deveria estar com fome, é claro. Principalmente por que aquela família dele parecia não deixar ele comer muita coisa.
Ouviu batidas na porta. Com certeza era ele. Correu para a porta. Antes de abrir, ajeitou a roupas e passou a mão levemente no cabelo. Colocou a mão na porta e girou a maçaneta.
- Ora Harry, quanto tempo?- disse Molly tentando disfarçar seu nervosismo. Doía ver Harry predestinado a morte. Tinha o garoto como um membro de sua família e não desejava vê-lo morto.- Entre querido. Como você vai indo?
-Muito bem.- falou Harry como sempre fazia. Com certeza era ele.
-E como foram as férias até o momento?- perguntou e sem esperar uma resposta gritou: - Rony e Gina desçam já e venham fazer companhia ao Harry!
-Chatas como sempre - e como sempre ele estava sem jeito de falar, pensou Molly divertidamente. No entanto não pôde perguntar muita coisa ao garoto, pois Rony e Gina já se faziam presentes ali na cozinha, e ficaram ali a conversar com ele, e depois que o garoto terminou de lanchar eles logo se direcionaram para o terreno da casa para treinar quadribol.
* * *
Com certeza, depois que chegou à casa dos Weasley, as férias de Harry haviam passado mais rápido. Muito rápido. Os dias foram calmos e tranqüilos, e eles faziam de tudo um pouco. Quando recebeu suas notas ficou surpreso em ver que havia se saído muito bem. Tanto ele quanto Rony. A única diferença é que eles não poderiam ser auror, pois não haviam alcançado a pontuação suficiente que o “seboso” havia pedido. No entanto, ficou muito feliz em receber um comunicado da professora Minerva Mcgonagall informado-lhe, que ele havia se tornado o capitão do time de quadribol da Grifinória. O que o deixou muito feliz. E para completar sua felicidade eles não haviam conseguido pontuação suficiente para continuar cursando adivinhações, para sua felicidade total.
A única coisa chata que havia por ali era Fleur que estava namorando Gui e ficava às vezes enchendo a paciência de Gina, que odiava a garota. Mas tirando isso, estava tudo muito bem!
E os dias passaram, fizeram a lista de material escolar. Não pôde deixar de ficar surpreso em ver como o beco diagonal se parecia mais uma com uma cidade deserta, assombrada por fantasmas e demônios do que aquele que ele conheceu a cinco anos atrás, lugar completamente movimentado, com pessoas correndo para ali e para aqui. Pessoas apressadas e outras desinteressadas e por vezes pechinchando o preço de um certo produto, ou reclamando pela falta de qualidade! De fato, não havia vestígios daquele lugar, parecia outra. O medo emanava de cada esquina, de cada lugar e, o pior de tudo, de cada pessoa. As poucas que ainda passavam por ali, andavam desconfiadas, fedendo a medo. E a realidade estava ali nua e crua.
Ficou triste em ver tudo aquilo, pois viu como voldemort era temido. Agora talvez entendesse o medo deles em relação ao Lorde das Trevas. Ele era medonho e não tinha piedade de ninguém. E talvez muitos dos que o seguiam, era por medo. Eram verdadeiros covardes. Mas fazer o que - pensou ele - a vida não era feita só de heróis.
Após comprarem o material escolar que não foi algo muito divertido, devido aos recentes acontecimentos, eles foram embora para casa, e não pôde deixar de perceber como todos ficaram transtornados com as condições lastimáveis do beco. Prova disso foi que ninguém se interessou pelo jantar ou sequer ficaram excitados quando receberam uma coruja de Hermione dizendo que estaria indo para a Toca.
Até mesmo quando Mione chegou, a cara de todos continuava a mesma, o abalo talvez tivesse sido profundo para todos, pois o brilho das coisas havia se perdido quando Voldemort retornou. Só depois de muito esforço da parte de Mione é que eles conseguiram se animar, mas isso foi um processo muito longo e demorado, tanto que já era o finzinho das férias e pouco se deu para se aproveitar do resto.
* * *
Bem longe dali, Morgause, pensava o mesmo.
“Essa cidade fede a medo. Foi-se o tempo em que existiam grandes homens, para combater grandes problemas. Essas pessoas têm medo da própria sombra. Será que são estúpidas demais para não saberem que isso não passa de nada mais do que um ciclo, é tudo uma fase. Era como ela, que vinha a essa terra tantas vezes e sempre a carregar esse carma: Ajudar o povo daquela terra, desde que Atlântida caiu. Pouco sabia sobre o assunto, lembrava-se quando foi visitar a pedra de Omphalos nos túneis subterrâneos quando era criança e havia ido sem permissão da mãe. Ela talvez nunca viesse a saber, mas aquilo que ela viu quando tocou na grande pedra oval valeu por intermináveis vidas. Talvez estivesse pagando por ter desobedecido a mãe, aqueles sonhos a assolava até os dias atuais, e a cada momento que ela lembrava-se deles era como se tivesse acabado de vivê-los ali, naquele momento. Como eles eram cruéis. Viu um pouco de sua vida passada, o motivo por encarnar várias vezes por causa de Morgain.
Suas informações eram vagas, mas havia um fio de sentido em tudo. Morgaine havia violado algo no templo sagrado, mas ela só não se lembrava qual! Era óbvio que muitos costumes se perderam com o tempo, mas haviam muitos ali vivos entre eles. Mas a questão, enfim, não era esta, o que se lembrava vivamente, não foi na pedra de omphalos que viu. Pois na mesma noite, sua alma foi levada para o país dos sonhos e então viu aquela cena que foi tão real, do inicio ao fim: Estava em minha casa em Atlântida com minha irmã e descobri algo que talvez fosse pecaminoso demais para nossa era. Sei que amaldiçoei a pessoa que havia feito aquilo a ela, e todo o resto. Depois da ira ter se dissipado fiz um juramento solene a Grande Mãe, e deixamos nas mãos dela, somente na dela, o nosso destino, e por isso fui obrigada a encarnar vida após vida”.
Morgause olhou para a cidade lá fora, fria e vazia. “Estou destinada a encarnar vida após vida para cumprir meu carma por toda eternidade. Mãe, como pude ser tão cruel? Talvez por que Morgaine seja muito importante para mim e não deixei que ela fosse condenada a morte.” Mas o que estava feito estava feito, e não havia como ser defeito. “Agora estou aqui vida após vida a cumprir o que eu mesma criei”.
Jogou seu olhar pela cidade mais uma vez: Será que naquele turbilhão de coisas e pessoas, conseguiria encontrar uma pessoa para que pudesse amar? Da mesma forma como foi ardentemente apaixonada pelo seu amado em Atlântida? Só o tempo poderia lhe dizer. Pois como bem sabia, estavam todos emaranhados numa teia de trevas.
“Eu e Morgaine estamos fadadas a sermos mais do que irmãs, mulheres mais do que mulheres, através do sinal que foi nos colocado, até que o infinito ciclo da Vida se acabe.”
Ela era uma discípula nata da Deusa, e ninguém poderia contestar este fato. E agora entendia mais claramente por que fora parar naquele lugar. Era protegida pelos Deuses, como outras pouquíssimas sacerdotisas eram. O fato era este: iria cumprir sua sina sem medo de nada e nem de ninguém.
Olhou novamente para o beco, “coitados daqueles que estão ai para nascer uma vez e morrer” Agora entendia por que ás vezes se sentia velha e cansada, madura e sábia. Era o simples peso das vidas passadas, que agora lhe mostraria o caminho correto a percorrer.
Voldemort, coitadinho, jamais colocaria os pés em Avalon. Não foi à toa que havia jogado aquele manto cinzento sobre sua terra séculos atrás em uma outra vida. Não deixara o manto das túnicas cinzas mescladas em sua terra à toa, para novamente ele entrar e tentar roubar tudo e violar as regras, como os romanos fizeram certa vez com Avalon.; “Ah não, não mesmo. Foram feitos sacrifícios demais para que aquela terra fosse protegida de todo e qualquer mal.”
* * *
O dia 1º de setembro rapidamente se aproximou e a euforia foi inevitável. Tanto na casa dos Weasley’s como onde Morgause se encontrava. Tanto para a família Malfoy também.
Apesar de não parecer, mas para todos eles aquilo significava um novo começo, uma fase nova. Uma era da qual suas almas ansiavam (apesar de uma guerra explodir lá fora), mas suas mentes pouco desconfiavam. O destino de todos era inevitável. No fim o Jubilo se uniria com a dor, como se fossem um só. Alguns devem se sacrificar para que outros possam viver em paz e harmonia. Uma nova parte da guerra estava para começar. Agora era hora de cumprir a profecia. O tempo de bons momentos passou. O jogo da vida tem que continuar até o fim. Como um novelo vai se movendo até que o fio acabe, tudo faz parte de um ciclo interminável em que não se tem um vencedor ou um perdedor. No fim a morte é o prêmio destinado a todos aqueles que estão destinados a rodar o círculo da vida. Pois sempre que alguém morre, uma nova vida surge e esse é o interminável ciclo da vida.
Mas ainda é tempo de uma falsa paz (se é que a dor já não está se manifestando), pois a guerra realmente não começou. Todos estão emaranhados numa teia de trevas, Onde o fim é sempre o mesmo.
Harry sentiu um vento fresco passar-lhe pelo rosto. Não sabia por que, talvez nunca chegasse saber, o porque daquele frescor lhe causar calafrios. E um repentino pensamento passou pela sua cabeça: ”Por que tenho tanto medo de Voldemnort, se o fim é sempre o mesmo. Um ciclo interminável”. Mas ao pensar novamente, se deu conta de que aquela não era uma forma que ele tinha de pensar, e não pôde deixar de tentar afastar esses pensamentos que não eram seus para longe. E afastando-os, pegou um pouco de pó-de-flú jogou-o nas chamas da lareira e disse alto e claro:
-King cross, 9 ½.
“Tudo faz parte de um ciclo. Todos estamos condenados a mudar, da mesma forma que todas as outras coisas estão condenadas a uma perpétua mutação. Pois se não crescermos, mudarmos e adquirirmos novos conhecimentos, estaremos condenados a extinção”.
Foi por esse mesmo motivo que Atlântida afundou. Seus grandes e sábios magos e toda a população daquelas pequenas ilhas estavam tão apegados aos seus dogmas que eram incapazes de inovar. Avalon é prova disso, pois ela é fruto dos poucos atlantes que conseguiram escapar do cataclisma. Se eles não tivessem mudado, aprimorado, a ilha sagrada em hipótese nenhuma teria perpetuado mais de quatro mil anos e sequer teria sido fundada. Quantas almas já passaram por ali? Só o tempo pode dizer, mas o que sabemos é que se ela não tivesse mudado quando tudo parecia perdido, hoje a ilha teria se perdido em suas brumas, e se perdido no país do verão.
“A roda roda, o mundo gira
e a roda da vida não termina”
De alguma forma aquele embarque mudaria a vida de todos eles. O tempo talvez seja a única coisa imutável em tudo isso. Tudo muda, tudo se transforma. A vida continua, e a roda roda. Os tempos passam, as coisas mudam, as pessoas mudam. Mas a roda da vida não para de rodar. O ciclo não pode ser quebrado. Mas ele foi violado. As almas gritam em agonia e tentam nos dizer algo. Mas a ouvidos humanos elas não podem ser ouvidas. E a roda roda, e o ciclo é violado.
“a roda da vida não pode
se quebrado, por que senão
o equilíbrio se quebra”
A roda gira, gira, gira, gira e não para.
É claro que dificilmente o equilíbrio se mostrará ser violado, ele não foi quebrado e sim violado. E tudo que é sagrado e é violado tem conseqüências. Tudo. Não há como escapar! E isso desencadeia um longo processo. Onde só iremos descobrir quando já não for mais evitável...
“E a roda gira, gira e gira.
E o processo não para.”
Quando alguém morre, outro nasce. E assim prossegue o circulo mágico sem fim. O ciclo da vida não tem fim. Assim como as quatro estações, que passam da primavera para o verão, para o outono, termina no inverno e começa de novo na primavera, nos envolvendo assim, nessa infindável relação e assim é o circulo da vida que não tem fim: sempre quando está no fim, retorna ao inicio e este é o arco sagrado.
“E a roda nunca para...”
* * *
Ao arrumar sua mala para se ir, não pôde deixar de pensar no que estava por vir: “o que irei de fato fazer lá?” Ela não sabia a resposta de sua pergunta. Dirigiu-se até o divã e pegou sua pedra de Omphalos que estava logo ali encima do móvel. Aquele pensamento que lhe ocorreu fora absurdo, mas tinha sentido: “A Pedra de omphalos nos pode revelar muitas coisas. Não sou um pitonisa para fazê-lo, mas tenho conhecimento o suficiente para saber o que fazer!” Olhou para janela, e entre uma greta ou outra da cortina que a tampava, viu os primeiros raios dourados e preguiçosos nascerem no horizonte. “Não essa não é a melhor maneira de descobrir o que tenho que fazer. Esperarei atentamente pelos sinais.” A deusa lhe responderia como fez alguns dias atrás. E assim, a moça atou o fino cordão de ouro no pescoço, pegou suas outras coisas e se foi para seu destino...
* * *
“Sofrimento, é o que tem em um coração humano
Até que não haja mais nada a se dizer
Eu desejo para esta noite
As trevas em volta de mim”
~*~*~*~*~*~*~*~
Nota da autora: Esta bem, podem me bater, esse capitulo ficou horrível, mediocre, deplorável e tudo mais! Mas estava sem um pingo de inspiração para escreve-lo. Estou louquinha pra escrever o novo e até mesmo outros, mas este aki foi difícil!!! A inspiração não queria baixar por nada desta vida. Tanto que já produzi umas partes futuras da fic, mas esta daqui nada!Lamento, mas o capitulo teve de ser pequeno. Outra coisa que quero lembrar é que eu não andei tendo muitos comentários, tornei a ficar triste, mas ai eu pensei: eu estava louca para escrever essa estória, não irão ser os comentários que irão me desanimar! Porem o que acontece é que eu vou continuar escrevendo, só que quando eu ficar um tempão sem atualizar eu não vou precisar me preocupar. Bom a escolha é de vocês, comentem se quiser, mas não me culpem se ficar sem atualizações.
*Nesse finalzinho, deu pra perceber que isso é o trecho de alguma coisa. Pois é, é uma parte da musica sleeping sun, da banda nigthwish. Bem como eu adoro fazer, isso só são alguns trechos que eu uni para ficar nos conformes.
**Prestem bastante atenção no final do capitulo, alias em tudo, (como eu sou boazinha) tem muita coisa importante ai.(vocês não querem que eu fale,neh?). ah e fiquem espertos leiam sempre atentamente as minhas notas, é bastante importante.
***A parte que aparece a mãe de morgause bem, aquilo no inicio também é uma musica do nigthwish que se chama Beauty of the Beast(A beleza da besta), para quem ficou intrigado com a tradução ai, a musica fala do conto da Bela e a Fera!
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