dois capítulos//
Capítulo 2 - Irmandade.
- E os seus colegas na universidade? Pelo amor de Deus, você tem uma droga de trabalho! – Marlene deu um tapa sonoro no balcão da cozinha. Estavam todos sentados na mesa de jantar, menos ela, que andava de um lado para o outro, dando um esporro federal nos pais. Seu pai estava como o rosto enfiado entre as mãos, sua mãe já tinha aposentado o copo e bebia o vinho diretamente da garrafa. Vinho sempre a acalmava. Suzanna estava mais calma, pois aquilo tudo era algo que ela já havia previsto há muito tempo e ela já tinha estudado todas as possíveis reações dos membros da sua família, inclusive Teresa, quando ela ficasse sabendo. Levantou-se da cadeira e foi até Marlene, segurando seu ombro e falando baixo:
- Não perde o controle, irmã. – Ela falou, e Marlene franziu o cenho, respirando fundo, várias vezes.
- Droga, pai. Não acredito que você conseguiu chegar a esse ponto! – Ela levantou os olhos e seu rosto se pintou de vermelho. – Putaqueopariu, MÃE, larga essa merda de garrafa! – Ela avançou na mãe e tirou a garrafa da sua mão, jogando-a longe, em direção a sala. A garrafa bateu no carpete e no chão, espatifando-se e espalhando seu conteúdo por tudo que era canto. – Vocês dois são fracos e inúteis, e é bom que os dois sejam internados. – Ela saiu bufando da cozinha e subiu as escadas aos soluços. Suzanna esperou em silêncio até a porta do quarto da irmã se fechar com toda a força. Suspirou.
- Acho que a melhor opção é que vocês dois viajem por uns tempos. Vão pra algum lugar afastado e recluso, tipo a Suíça. Tratem do papai por lá e procurem não magoar mais ninguém. – Ela deu uma olhada nos pais, que pareciam extremamente fracos e patéticos diante das filhas. Subiu as escadas com um ar cansado e bateu na porta da irmã. – Suzanna.
- Tá aberta. – Ela ouviu a vozinha fraca de Marlene vinda de dentro do quarto. Entrou. O quarto de Marlene era bem diferente do dela. As paredes eram brancas e cheias de painéis atolados de fotografias e bilhetinhos dos milhares de amigos da irmã. Havia um computador em uma escrivaninha pintada de azul-claro. Havia uma televisão de 29 polegadas em cima de uma mesa pintada de amarelo-claro. Havia uma pequena geladeira branca, com uma toalhinha rosa-claro por cima, que estava cheia de refrigerante e sorvetes e coisas do tipo. O quarto era muito bem-iluminado pela luz forte do sol que vinha de duas janelas ornamentadas com cortinas verde-claras. Era um quarto lindo, com certeza, e era ainda mais legal porque fora Marlene e as amigas quem fizeram toda a decoração, mas não era bem o tipo de Suzanna.
Marlene estava sentada na cama, encostada entre as duas janelas, com um sorvete no colo, em cima de um travesseiro. Estava chorando bastante, mas não ruidosamente: as lágrimas simplesmente escorriam pelo rosto dela. Era uma cena melancólica pra caramba praquela garota que normalmente deixava todos a sua volta de alto-astral e animados. Mas ela era líder de torcida, talvez isso fosse algo que se aprendesse naturalmente. Mas quem a animava eram a irmã e as amigas.
- É tão injusto, sabe? – Marlene disse, olhando para o pote de sorvete. – Como se eles já não fossem ausentes o suficiente... Eles são tão ridículos. Nós somos azaradas, porque nós temos um pai bêbado e insensível e uma mãe patética e vazia. Parece que apenas nós temos alma de verdade dentro dessa casa. – Marlene era muito adepta a essa ideia de que as pessoas legais tinham alma e as pessoas medíocres não a tinham. Suzanna, cética que era, não acreditava nisso de jeito nenhum, mas aquele não era o momento de discordar da irmã, não naquele estado. Ela foi até a cama, tirou as sapatilhas pretas que estava usando e sentou-se ao lado da irmã. Marlene desceu a cabeça para o ombro de Suzanna e as duas ficaram ali, em silêncio, dividindo o sorvete. E as suas dores.
Stannzii says: Oiiiii, gente! Segundo capítulo finalmente aí (: Então, gostaram? Gostaram mesmo? De verdade? Muito muito? Querem continuação? Então... REVIEW, coleguinhas! *-* Então (poutz, eu falo muito "Então") eu vou continuar escrevendo, vocês vão continuar lendo e tooooodo mundo vai ficar felizíssimo. Beijinhos, tchautchau. ;*
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