- o tempo acabou. #



O lugar era frio, congelante, pra ser mais exata.

Abracei a mim mesma, em uma tentativa de aquecimento.

Eu podia ouvir o som das nossas respirações. Era irregular ‘demais’.

- O que quer, albus? – Perguntei, embora soubesse o destino das nossas ações.

- O que houve com seu espírito grifinório, Rose? – Falara, indiferente.

A intensidade do olhar que me dirigia fez com que eu me arrepiasse. Agradeci a Merlin por estarmos no inverno e ainda por cima aqui fora, tamanhas 3 da manhã.

- Não sou grifinória, sou uma sonserina, caso não tenha percebido – Vi um sorriso sedutor de escárnio dele.


Odeio esses sorrisos. Odeio essas drogas de olhares. Odeio ele.


- Sinto muito priminha, é que eu sempre esqueço que somos da mesma estirpe. – Revirei meus olhos, ainda em estado de tensão.


- O QUE QUER, ALBUS? – Falei, aumentando minha voz em decibéls.


- Ei, ei. Não precisa me atirar os seus livros, rata de biblioteca.


- Olha só quem fala... O garotinho-mimado e petulante, tsc. – ironizei.


É confuso pra muitos entender, mas eu e Albus fomos os únicos de nossas famílias que foram parar na sonserina. Realmente é estranho que eu seja tão sarcástica e ambiciosa, quando todos me vêem apenas como a garotinha inocente que vive enfurnada na biblioteca.

Acho que eles esquecem que eu não sou a minha mãe, e até mesmo a minha mãe, é uma bruxa deveras inteligente pra não mostrar suas fraquezas.


Exceto, é claro, quando o assunto é o Tio Harry. Sejamos sinceros: eles dois com o papo idiota “melhores amigos de amor incondicional pra toda a vida”, tsc. Não, eles não me enganam.


- Ui, Weasley. Aperfeiçoando as ironias,  gostei de ver.


- Albus, são 3 HORAS DA MANHÃ, é bom que tenha algo realmente ÚTIL pra me falar. – Falei, sentindo uma nova ventania passar por nossos corpos.


- Tudo bem, precisamos conversar sobre aquele assunto.


Uma onda de náuseas apoderou-se do meu corpo. Não só pelo frio ou por esta ser minha terceira noite de insônia, mas porque pela milésima vez íamos ter aquela conversa, sobre aquele assunto.


Parte de mim, se não eu por inteira, havia  cansado de discutir com Albus sobre isso. Era entendiante, irritante e frustrante. A verdade é que raramente concordamos em alguma coisa. E sobre ‘o meu bendito namoro com James Siris Potter’ (seu irmão mais velho, por sinal) não seria a merda de exceção.


- Olha Albus, eu realmente aprecio a sua preocupação quanto a minha “honra”, ou sobre James ser “mais maduro” que eu, mas o fato é: eu to há três dias sem conseguir pregar os olhos. Se não se importa, eu... Só queria descansar um pouco, entende? – Terminei, sem fitá-lo.


Sempre que não quero ser movida por Albus Potter, eu desvio o olhar. É incrível o poder de persuasão de seus olhos. Não sei o que acontece comigo, mas quando vejo já não consigo mais esconder nada.


- Você queria o motivo, não queria? – Perguntou, e isto fez com que eu arregalasse meus olhos.


Raramente Albus Potter era sincero. Não compartilhava segredos ou qualquer coisa do gênero. Eu é que o considerava como uma espécie de “melhor amigo”, talvez porque não conseguisse esconder nada dele. De qualquer forma, eu pretendia me manter ilesa de seus olhares complexos, pelo menos enquanto estivesse saindo com James Sirius.


E então, ele me arrastava do meu quarto de monitora no meio da noite, sem me deixar se quer trazer um casaco ou um cachecol, dizendo que havia algo sério acontecendo, o qual eu ‘necessitava’ saber, diga-se de passagem.


Pra completar, depois de tantas demonstrações estúpidas de sarcasmo, dizia que ia REALMENTE me contar o motivo. Oh Merlin, O MOTIVO! O motivo pelo qual ele insistia tanto que James era velho demais, maduro demais, engraçado demais, sincero demais e piegas demais pra mim.


- Estou apaixonado. – Dissera, sério.


Senti como se algo afiado saísse cortando desde a minha garganta, e fincando-se no meu peito. Não era uma sensação nova pra mim, se quer saber. Eu quase me acostumara com isso, se levarmos em consideração que Albus era o maior ‘canalha’ de Hogwarts, e que trocava de namoradas da mesma forma que trocava de roupa. Cada namorada, era um novo ferimento. Acho que no início machucava apenas a superfície, e depois o ciúme, a dor ou o que quer que fosse foram se aprofundando. De extremidades à interiores. O meu segredo particular, da droga do meu coração.


- O QUÊ?! – arregalei meus olhos.


- Apaixonado, priminha.- Murmurou, com a voz tomada de petulância.


O que mexeu comigo, foi porque eu sabia que alguma parte dele tava sendo sincera.


- E o que eu tenho haver com isso? – Perguntei, sem poder conter uma dose cavalar de raiva misturada a frustração. 


Raiva por que eu não era ela. Raiva por que eu não era ninguém.


Ele riu da minha patética reação. Mentira, ele GARGALHOU BEM NA MINHA CARA! Isto me deixou tremendamente possessa. Odeio quando brincam com meus sentimentos. E pelo o que parece, Albus Potter tem o dom de sempre estar jogando comigo.


- Muita coisa, se quer saber. – Ironizara.


- Ah, pode ter certeza que eu quero, caro Al. – Falei, concentrando cada fibra de ciúmes. – Desde quando? E quem é ela? Quer dizer, você disse que nunca iria se apaixon...


- 1. Desde sempre, 2. Ela é A garota certa. Isso é tudo.


- Então, você se apaixonou por essa tal garota, certo?


 - Completamente.

- E o que isso tem haver com... a sua implicância pelo James, hã? – Perguntei, sentindo o ar faltar.


Ele soltou um sorriso de canto de lábio instantâneo.

- Bom, ele é o namorado da minha ruiva. – Pausara, aparentando arrogância.


- Ah tá, e aí você beija, é claro. Mas eu tenho uma novidade Potter: eu NÃO SOU a porra de um desafio. Se quer provar a sua autoconfiança, acho melhor escolher outra pessoa... Essa competiçãozinha irritante entre você o Jay precisa parar, entendeu? – falei, com a voz dura.


A qualquer momento essa discussão ia perder o controle e as lágrimas já estavam a caminho.


Eu era um troféu idiota pra Albus Severus Potter.


Algo do tipo “faça-a se apaixonar, tire-a de seu irmão mais velho e aí sim você é foda”.


Mas naquele segundo, enquanto ele permanecia com os olhos verdes presos em mim, ele não era foda. Ele não era nada.


Esperei que ele pedisse desculpas por ser tão egoísta a ponto de tentar destruir meu namoro estúpido.

E pela primeira vez eu cansei de esperá-lo.


Dei de ombros e saí dali sem olhar pra trás.


- MERDA! ROSE! VOLTA AQUI! – Ouvi sua voz gritando, enquanto me seguia.


 Alguma força externa me fez parar pra olhá-lo.


 - Tem 10segundos pra me pedir desculpas e tudo vai ficar bem. – Eu disse, com o olhar severo.


- Não, você não entendeu...


- 10...


- Merda, Rose! Eu só tava falando a verd...


- 9...


- Eu falei sério quando eu disse que...


- 8...


- Isso não é uma disputa, eu...


- 7...


- Eu nunca iria fazer algo desse tip...


- 6...


- AFFS, você só precisa entender qu... 


- 5...


- Eu não quis dizer que você era um trof...


- 4...


- Você me am...


- 3...


- será que pode parar de ficar contando os segundos e me ouvir calada? – Ele perguntou, tão próximo que sua respiração colidia contra meu rosto.


Eu estremeci e quase fechei meus olhos ansiando internamente que ele me beijasse de uma vez por todas.


- Será que você pode assumir que é um egocêntrico e poupar minha frustração, antes que os segundos acabem?


- Os segundos já acabaram, mas você continua aqui. Sabe por quê? ¹


Ele roçou nossos lábios e todos os pensamentos se transformaram em borrões.


Tudo que eu queria era sentir seu gosto, sua pele, seu falso sentimento.


- Porque no fundo você sabe que é verdade, que você gosta de mim quase tanto quanto eu te amo. – Ele pausou. – Pois é priminha, eu te amo. MUITO. Realmente, literalmente, fatalmente ²   – Ele pausou outra vez, antes de repetir com a voz baixa: - Eu te amo, Rose Weasley.


E quando ele disse isso me olhando nos olhos e logo em seguida uniu seus lábios aos meus houve um baque.


Eu senti como se nada ao nosso redor tivesse vida e estivéssemos flutuando acima das nuvens.


Eu senti como se o mundo não pudesse nos ouvir, sequer nos ver.


Eu ouvia as batidas do seu coração contra o meu e o som das nossas respirações arfantes.


Os lábios gentis tocando como se eu pudesse quebrar e me fazendo sentir além de arrepios e urgência.


Eu só queria estar mais perto.


E eu poderia continuar ali o resto da minha vida...


**


n/a: TÁ AÍ MAIS UMA Albus/Rose! Cara, to começando a criar fixação por esse ship, se bem que eu já tinha iniciado essa fanfiction há uns meses, e hoje, vagando pelas minhas pastas no PC eu o achei e resolvi terminar.


Espero que não tenham achado chata, ou muito piegas. Eu amei escrever.


Comentem se acharem a fanfiction digna, right? *-*


 


¹ - Esse trecho foi familiar a uma cena de gossip da segunda temporada, não foi? Se foi, os créditos estão dados ;D


² - Créditos as minhas conversas com o Jack, oe oe.


Bjs.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • HermioneMalfoy

    eu AAAAAMEI!!! acho que essa fic merecia uma 'continução', mas antes desse dia, do convivio deles em Hogwarts, a amizade deles, as mil namoradas dele, o sofrimento secreto da rose..

    2013-12-10
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.