Maldita tempestade!
Ao chegarmos da estação fui apressadamente para a cozinha, afinal era quase hora do almoço e eu ainda não tinha feito nada. Draco sempre fora muito prestativo comigo, me ajudando mesmo nas coisinhas mais fáceis de se fazer, esta mania de ser sempre cavalheiro o fez seguir-me até a cozinha e começar a tirar as ingredientes para o prato favorito de Elliot, sempre que este estava longe Draco ajudava-me a preparar bolo de carne com arroz de espinafre, o fazia lembrar do filho.
Naquele dia eu parei para observar meu marido. Era o homem mais lindo que já havia visto e o garoto mais desprezível com quem já travara conhecimento. Draco era demasiado semelhante a Lucius, mesmo que negasse permanentemente, seus cabelos continuavam alvos e sedoso, sua pele adquirira rugas e carregava cicatrizes da batalha nas mão. Estas seguravam um livro, ele nunca gostara de ler quando garoto, agora, porem, era uma de suas distrações prediletas. Vestia-se com uma longa capa escura e mantinha-se impassível levantado hora sim, hora não, uma só sobrancelha. Dificilmente mostrava seus braços, mesmo em casa, envergonhava-se do que havia feito e pouco falava sobre isso.
Recordei de tudo que passamos e dos laços que cortamos por motivo desta união. Os amigos de ambas as partes foram rigidamente contra e tivemos que realizar o impossível para dar certo. Admira-lo fazia-me completa e amada, ele era uma ilha de esperança em um mar de mesmice.
Quando estudávamos tivemos, visivelmente , nossas diferenças, sem saber que compartilhávamos opiniões e pensamentos. A aceitação não foi angustiante, eu diria, pertinente, que até foi fácil. O mais penoso foi a surpresa por estar acontecendo. Para mim era uma árdua tarefa ver quais queres qualidades em um sujeito demasiado irritante e asqueroso, foi uma questão de dias para me ver encurralada nas profundezas daqueles olhos cinzentos carregados de malicia.
Caminhei lentamente até a poltrona e sentei-me no apoio, neste momento meus olhos já estavam fechados e senti o cortês puxão de Draco. Afundei em seu peito deitada em minhas lembranças.
“ A chuva não cessara a algum tempo, Hermione caminhava pelos jardins molhada até os ossos, a capa de chuva que comprara de Fred e George era uma farsa e encontrava-se completamente exasperada. Não fazia idéia de como eles treinariam com a visível tempestade, porém era o primeiro treino de Ron e prometera assistir.
Somente quando tocou violentamente o chão que percebeu a colisão com alguém. Draco Malfoy pronto para exercer seu nato cavalheirismo ao ouvir a exclamação em tom feminino, puxou-a para cima e quando notou quem era afastou as mãos com desdém no rosto.
- Sangue ruim – Cuspiu o sonserino – Preste mais atenção quando anda. – E saiu rápido com certo pesar no peito, então, sobre grande relutância consigo próprio, deu meia volta e postou-se ao lado dela.
- O que você quer agora, Malfoy? – Seu tom era ameaçador. Ele recuou alguns passos.
- Quero saber o que te fez sair em meio a tempestade, não é pessoal, só acho que ningiém merece esta chuva.
- Não que seja da sua conta, mas vou ver o treino da grifinória.
- Foi cancelado – Falou com tediosa normalidade -, vamos voltar par ao castelo não quero pegar uma pneumonia por sua causa.
Mas Hermione não se movera e quando o garoto mirou-a seus olhos estavam marejados.
- O que foi agora?
- Nada - Ela virou-se mantendo o rosto fora do alcance dos olhos do louro e o seguiu, foi então que ele notou que ela mancava. Soltou um suspiro aborrecido e enlaçou a castanha em seus braços.
- Tire suas mãos de mim – Protestou.
- Eu não quero me atrasar mais, estou exausto e com frio.
Ergueu-a no colo e começou a andar. Apesar de ser muito magro era, perceptivelmente, mais forte que a menina. Menina esta que ostentava uma expressão de desprezo quando entraram no salão. Muitos estudantes já estavam ocupando a mesa das suas respectivas casas.
Ele a soltou com meiguice no chão.
- Acho que você pode andar daqui – Virou as costas e saiu, a passo largo e lento. Deixando ela, com as bochecha rubras e uma vasta dúvida. “
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