Louro como neve.



Adentrei a sala com os pingos gelados ainda deslizando por meus cabelos, o inverno estava aproximando-se depressa e não pudera deixar Elliot sozinho por muito tempo, afinal tinha apenas 4 anos e tudo em que fazia mera menção de tocar já me preocupava. Meu filho estava distraidamente sentado sobre nosso fofo tapete central e balançava sua varinha de brinquedo fingindo ser um grande bruxo, a cena tão delicada fez-me esboçar um sorriso e esquecer o frio que cobria meu corpo.


Sabia que ele seria exatamente como o pai, seus cabelos louro-brancos balançavam em ritmo perfeito de seus movimentos. Seus olhos me pertenciam, eram castanhos e inteligentes. Ainda tinha as mãos gordinhas e ria-se do simples fato de existir. Quando ele nasceu, lembro-me bem, que jamais vira criança mais pálida, porem era meu anjo de diamante perfeitamente esculpido. Tinha a grandeza em seu sangue e mesmo com a sua pouca idade já ostentava uma postura de nata liderança.


Quando meu sorriso já havia perdido-se em um riso completo por ver a minha vida toda resumida a uma simples criatura, senti as frias mãos de Draco envolverem minha cintura com a mesma delicadeza que fizeram da primeira vez à anos em hogwarts. Não precisei olhá-lo para saber que estava sorrindo. Elliot dava cambalhotas e ria-se disso como a coisa mais impressionante que pudesse existir. Senti o roçar do lábio de Draco em minha nuca.
- Isso nunca vai acabar, Mione – sua voz era doce, melodiosa e naturalmente, arrastada.


Quando completou 7 anos demos-lhes sua primeira vassoura, minhas mãos tremiam só de vê-lo subir temeroso sobre ela. Draco segurava firme em seus ombros e dizia, confiante, para ele flutuar. Não foi rápido, não foi alto e nem doloroso, o seu primeiro vôo foi perfeito. Mas eu sabia, sabia que aquilo era só a primeira parte, meu menino crescia depressa demais e estava indo-se depressa demais. Tudo que pude fazer foi ficar ali, estática e observar os meus homens me lançarem sorrisos soltos e cobertos de amor.


Aos 11, quando o deixei na estação 9¹/2 e, com os olhos banhados, vi-lhe adentrar a locomotiva carregando suas ambições e sonhos, revi por um momento em Elliot o garoto que Draco havia sido. Era demasiado alto e magro, tinha mãos e um nariz compridos, ostentava uma pele pálida e seus cabelos continuavam da mesma cor, louros quase como a neve. Tudo que recebi naquele dia foi um grande conforto de Draco, sabia exatamente que meu filho acabara de escapar entre meus dedos.

N/A: Vai ter continuação, aguardem ! :D

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