PRÓLOGO

PRÓLOGO


Ele não conseguia crer que era verdade, não dava mesmo para acreditar. Certamente tudo aquilo fazia parte de mais um de seus sonhos alucinantes, ou poderia se dizer... Pesadelos alucinantes. Jamais que aqueles dois, os únicos que poderia chamar de melhores amigos, iria fazer algo como isso, não apenas enganá-lo como também entregá-lo “de bandeja” nas mãos do dito cujo homicida. Esses não eram o Remo Lupin e Pedro Pettigrew os quais passaram os últimos quatro anos de sua vida ao seu lado, compartilhando das mesmas alegrias e tristezas. Porém, agora, Sirius não possuía mais certeza de nada. Ao olhar pela última vez na face daquelas duas figuras, os dois jovens lhe observando com um semblante vazio e sem vida, como que não se importassem nem um pouco sequer com o desespero do rapaz, a imagem que refletia em seus olhos cinza profundos ficara compenetrada em sua mente numa espécie de memorização involuntária. Se de fato iria morrer... Vivo ou morto, Sirius Black nunca mais iria se esquecer daquele momento. Uma traição literalmente a sangue-frio.

Fora obrigado a se esquecer dos “amigos” por um instante, quando os dois grandes homens que lhe seguravam firmemente pelos braços, vestidos de um negro espectral desde o capuz na cabeça até os pés, o lançaram naquele chão nojento e gelado bem diante do terceiro homem que era ainda mais assustador que qualquer um dos muitos presentes. O homicida, um codinome até que singelo para supremacia das trevas que habitavam naquele homem, encarava Sirius com um olhar de repulsa, chutando-o cruelmente feito menos que um cachorro de rua. Entre a dor da apunhalada nas costas que seus amigos acabaram de lhe aplicar, até que aquele chute não doeu tanto como deveria.

- Pois bem, Black – o homem começou a falar entoando sua voz fria e rascante, puxando das vestes a sua varinha muito bem empunhada e levando-a em direção à cabeça de Sirius – Eu não vou seguir clichês. Não perderei meu tempo com diálogos improfícuos. Todos já sabem que você é o único elo que nos separa do poder d’A Pastilha, sendo assim, será devidamente eliminado. Não tolero pedras em meu caminho.

- Você deveria saber que quando se derruba uma pedra – o jovem ainda ousou desafiá-lo, era bem de sua índole não aceitar a derrota de cabeça baixa – Toda muralha cai sobre você.

- Belas palavras, porém as últimas. – ele replicou assumindo um semblante ainda mais macabro e assim apertando os dedos na varinha ao proferir com toda a força de seus pulmões – Avada Kedavra! 

Logo em seguida, o céu demasiadamente negro daquela noite brilhou instantaneamente por um repentino flash de luz verde, e o que era para ser de natureza um final... Acabou transformando-se no começo de tudo.

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