Flores e bombons
Capítulo II – Flores e bombons
Esperar até a noite seguinte foi um tédio. Durante a manhã, eu evitei Draco pelos corredores – eu tinha sorte que a minha sala era no extremo oposto da dele. Eu fiquei comichando a tarde toda, que por sinal, foi a mais parada no Ministério desde a queda de Você-Sabe-Quem (Harry vai me matar quando perceber que ainda não consigo falar o nome dele). Não tinha papéis importantes, nem relatórios pare revisar, nem ex-Comensais para procurar. Nada que eu pudesse fazer até sair do trabalho.
Perto do horário de sair, percebi que estava falando tanto que Quim contava até dez pra não me azarar. Então resolvi dar uma volta. Afinal, quais eram as chances de eu me encontrar com meu namorado nos cinco minutos em que eu não passaria nem perto de todo e qualquer lugar que ele pudesse estar?
-Passou o ataque de nervos? – sim, as chances são de uma em... uma.
-Eu não tenho ataques de nervos! – exclamei, ruborizando.
-Ah, tem sim – eu estava caminhando cada vez mais depressa na direção do banheiro feminino mais próximo, mas ele parecia não notar para onde estávamos indo – Ou devo chamar de “ataque de ciúmes”?
-Cale a boca, Malfoy – sibilei, abrindo a porta do banheiro (devo dizer que ele nunca esteve mais distante).
-Hei, hei, hei – ele me segurou fortemente (oh Merlim!), me virou de frente, se aproximou e quando recuei, me fez encostar na parede – Pode, por favor, me ouvir?
E como eu poderia dizer que não quando seus lábios estavam quase colados ao meu ouvido?!
-Eu não sei por que diabos você ficou tão estressadinha com a carta da Pansy – sussurrou – Eu já a queimei e é claro que não vou buscá-la em Hogsmeade.
-Não? – murmurei, colocando as mãos espalmadas no peito dele.
-É claro que não – Draco sorriu torto (aquele sorriso tão perfeito) e me beijou – O que te leva a achar que eu iria?
-Deixe-me ver... – fingi pensar – Talvez porque ela é Pansy Parkinson, a sua namoradinha do colégio. Ou talvez porque ela está doida pra dormir com você de novo. Ou...
-Pare, Ginevra – eu odeio, odeio, odeio, odeio e odeio o meu nome; ainda mais quando Draco o pronuncia – Eu já disse que não vou chegar perto dela. Quer que eu faça mais o quê, um juramento?
-Não seria uma má idéia – respondi, encostando a cabeça em seu peito.
-Que bom saber que você confia em mim – retrucou, sarcástico.
Não me dei ao trabalho de responder.
-Então, o que vamos fazer esta noite? – eu perguntei, animada.
-Fiz reserva no restaurante do Pierre – ele passou a mão por meus cabelos, enrolando uma mecha cuidadosamente – Tudo bem, não é?
-Quando você fez essa reserva? – ergui uma sobrancelha, encarando-o.
-Ontem, depois que você saiu. Eu sabia que iria ficar louca e pensei em compensar por te causar ciúmes – eu revirei os olhos.
-Idiota – murmurei, batendo com o punho fechado em seu peito (oh Merlim, me dê força de vontade pra resistir!).
-Eu preciso voltar ao trabalho – sussurrou, me soltando – Passo as oito pra te pegar na... Toca.
-Okay – concordei; Draco me deu um beijo breve e saiu, caminhando com aquela ginga Malfoy que me deixa louca.
Foi cantarolando alegremente que voltei a minha sala (minha sala = sala que eu divido com Quim e Tonks). Havia uma coruja sob minha mesa, que identifiquei como sendo de Ron. Quando desamarrei a carta, ela voou, sinal de que não esperava uma resposta.
“Gina,
Que história é essa de você saindo com Harry essa noite? Pensei que estivesse namorando o loiro-aguado-lontra-albina-idiota-retardado-Malfoy. Não que eu esteja reclamando, mas me explique direito isso tudo quando chegar em casa.
Ron.”
-OH NÃO! – exclamei alto, colocando as duas mãos na cabeça.
Quim me encarou, impaciente.
-Harry está vindo pra cá esta noite – contei, sem saber o que fazer.
-Sério? Ele não deveria estar treinando? Sabe, o time dele levou uma lavada na temporada passada... – Harry jogava, desde que saiu de Hogwarts, para o União de Puddlemere, ao lado de Olivio Wood.
-Ele está com o braço machucado, lembra? – revirei os olhos – Licença até mês que vem.
-E o que ele está vindo fazer pra cá?
Eu senti que poderia chorar a qualquer momento, tamanho era meu desespero.
-Oh, Quim! – eu bati na minha testa com força, fazendo-a doer – Eu fiz besteira. Muita besteira!
Ele ergueu uma sobrancelha pra mim, mas não me perguntou mais nada. O que era um alívio, já que eu tinha coisas mais importantes para me preocupar do que em responder suas perguntas. Como, por exemplo, em como eu sairia com Draco e Harry ao mesmo tempo. Eu tinha que escolher entre um dos dois, não é?
Mas se eu escolhesse sair com Harry, Draco certamente iria buscar Pansy Parkinson como vingança. E certamente dormiria com ela. E certamente ficaria irado comigo. E certamente iria querer matar Harry. Por outro lado, se eu escolhesse Draco, Harry ficaria magoado, Rony me trucidaria e Draco ficaria se achando o gostosão (não que ele não seja, é claro).
A maldita Lei de Murphy fez seu trabalho nos quinze minutos restantes. Eles passaram tão rapidamente que nem tive tempo de ligar para Harry ou sair para falar com Draco. Assim que o relógio bateu seis horas, corri para fora. Por que motivo, não tenho idéia. Só sei que corri, aspirei o ar limpo, olhei o crepúsculo e aparatei na porta da Toca. Olhei pela janela e constatei, com o coração aos pulos, que Harry já estava ali.
Oh Merlim, o que eu faria?!
Contei até dez (umas cinqüenta vezes) e entrei. Ele sorriu pra mim e veio me abraçar. Oh, eu tinha esquecido como ele cheirava bem! E aquele abraço, aquele aperto, aquela pegada!
-Recebeu minha coruja? – perguntou Rony, sério.
-A resposta é: não se meta – retruquei, sem soltar Harry.
-Grossa – ele assoviou, fungando indignado – O Malfoy já sabe que vocês vão sair juntos?
-Nós vamos como AMIGOS, Ron – falei, revirando os olhos.
-Não tem nada que ele precise saber – disse Harry, piscando pra mim com aqueles olhos verdes.
-Como amigos?! Então por que você trouxe FLORES?! – sério, o Ron não tem semancol.
-Porque ele é um cavalheiro – eu ergui uma sobrancelha, como quem diz “vai me desafiar?” – Enfim, cale a boca e não se meta. Harry, podemos conversar?
Ele me encarou e pude ver que previa uma bomba vindo. Eu sorri.
-Eu vou sair daqui e deixar vocês sozinhos – disse Rony, olhando significativamente para Harry e saindo dali.
Será que um dia ele poderia parar de forçar a barra?
-Continua sendo um idiota – observei, sorrindo bobamente.
-E então? Aonde quer ir? – ele perguntou, mas eu sabia que era o seu jeito de me pressionar a dizer o que havia de errado.
-Eu fiz as pazes com e ele e ele fez uma reserva no Pierre – contei, atropelando as palavras.
-Espera – ele arqueou as sobrancelhas e coçou o queixo – E então?
-E então eu não posso sair com vocês dois – murmurei, olhando para os próprios pés.
-Olha, se você quiser, pode ir com ele – disse Harry, me olhando com aquela cara de cachorro-que-caiu-da-mudança-em-dia-de-chuva-com-fome-de-amor-e-carinho que só ele sabe fazer – Afinal, eu iria te levar pra jogar boliche, mas eu sei como você gosta do Pierre. E eu vou ficar duas semanas aqui, podemos nos ver bastante...
-Harry, eu vou falar com ele. Pode me esperar um minutinho? – pedi.
Ele concordou com a cabeça e eu corri para meu quarto. Tomei um banho rápido e escolhi uma roupa light. Então rabisquei uma carta para Draco:
“Draco,
Eu creio que não poderei ir ao Pierre com você, me perdoe por isso.
Harry está aqui e vai ficar poucos dias e ele realmente quer sair com a família toda, entende? É um programa bem chatinho, mas é uma das minhas responsabilidades como Weasley.
Por que não aproveita para sair com sua mãe? Aposto que ela deve estar me achando a maior ladra de filhos do planeta, um agrado não faria mal.
Eu queria estar com você, mas sabe como é, eu tenho que ir. Quando eu chegar, volto a te escrever.
Com amor,
G.W.”
Okay, aquilo soava falso até para os meus ouvidos. Mas eu tinha que tentar, não é? Era a solução que tinha encontrado. Respirei fundo e amarrei a cartinha na perna de Pichi. Fiquei olhando-a levantar vôo para leste, onde eu sabia que estava a Mansão Malfoy. Então desci.
-Rony? Ron-Ron? – chamei, batendo na porta do quarto que sabia que ele estava dividindo com Harry.
-Ele está lá embaixo – ouvi Harry responder – A Mione ligou pra ele, mas tive que ensiná-lo a usar o telefone.
-Ah, sim – por que Deus me deu um irmão tão tapadinho?! – Bem, eu estou esperando na sala, tudo bem?
-Tudo.
Do topo da escada, eu podia ouvir os gritos de Rony tentando falar ao telefone. Sério, aquilo é bem engraçado no começo, mas já cansou.
-O QUÊ?! QUER DIZER QUE NÃO VEM NESSAS FÉRIAS PRA CÁ?! AH O HARRY?! ELE ESTÁ AQUI! ELE ESTÁ ME ENSINANDO A USAR O TEFELONE!
-Telefone Rony, telefone – revirei os olhos, me jogando no sofá da sala.
-ELE VEM PRAS FÉRIAS, MAS VOCÊ TAMBÉM?! O QUÊ?! A GINA?! ELA ESTÁ AQUI! – berrou, colocando a mão no bocal do telefone – Gina, ela quer falar com você. O que será que ela quer?
Alguém que não grite no ouvido dela, idiota.
-Mione? – falei, pegando o telefone.
-Ah, graças a Deus! – exclamou, suspirando – Eu juro que ele ainda vai me deixar surda!
-Entre pro clube – lancei um olhar irritado a Ron, que continuava olhando – Então, pelo que eu ouvi e eu ouvi muitíssimo bem, você não vem pras férias?
-É claro que eu vou. Eu estava perguntando do Harry, sabe, se ele ia – eu podia ver a expressão estressada dela na minha frente e isso me fez rir – Por Deus, Gina, ensine seu irmão a usar o telefone.
-Não sei por que ainda insiste, ele nunca vai aprender – resmunguei.
-Então, como vai o namoro com o Malfoy?
-Bem – eu não diria que iria sair com Harry, é claro – Mione, acho que é melhor eu ir. Tenho algumas coisas do trabalho para fazer.
-Tudo bem, até mais. Mande um beijo pro Harry e um pro Ron. E diga pra eles me escreverem, aqueles bestas – concordava plenamente com ela.
-Que seja – murmurei, desligando o telefone – Ela mandou um beijo pra você.
-Como você consegue, sabe, entender o que as pessoas falam nesse troço?! – perguntou Rony, olhando para o telefone como se fosse o professor Snape.
-Eu só conheço duas pessoas hoje em dia que não sabem ainda usar o telefone. Você e o Draco – resmunguei, irritada.
Rony fungou, indignado pela comparação. Nem liguei.
-Estou pronto – me virei para Harry, parado no pé da escada.
Oh meu Deus, o que era aquilo? Ele, moreno dos cabelos molhados jogados no rosto (o que me lembra o Sirius, o falecido), destacando ainda mais seus olhos verdes. O óculos era a coisa mais sexy do mundo, sim, era. E aquele corpo bem torneado pelo quadribol, por Deus, naquela camisetinha justa do União e a calça jeans que me faz questionar como entrou nela (mágica, talvez?). Aquele pedaço de coisa boa me fez questionar até o nome de minha mãe – falando nela, eu não tenho idéia de onde ela e papai estavam, mas não iria reclamar.
-Ah? – admito, eu fiquei perdida (sou irmã do Ron, o que quer que eu faça?).
-Vamos? – ele pegou as flores e me ofereceu, depois estendeu-me o braço.
-Se o Draco aparecer – sussurrei para Ron -, diga pra ele aonde fomos. E diga que eu estou com o Harry, pra ele não se preocupar.
-Certo – como eu conheço meu irmão, eu tinha plena noção de que a última coisa que ele diria era aonde tínhamos ido.
Durante o caminho todo até o boliche (um jogo trouxa em que você precisa acertar uns pinos com uma bola super pesada – Harry já havia me falado sobre o assunto), fomos em silêncio, ele dirigindo aquele negócio chamado carro (fazia sentido que não chegássemos aparatando ou de vassoura quando íamos a um lugar 100% trouxa) e eu olhando pela janela, tentando imaginar no que Draco estaria pensando no momento. Por que ele tinha que ser tão imprevisível?! Mas, de uma coisa eu tinha certeza: não havia meios de deixá-lo mais tranqüilo ou sequer um pouco feliz quando eu não estava por perto (ainda mais quando sabia que eu estava acompanhada por ninguém menos que Harry Potter).
-Então, como foi que vocês se resolveram? – perguntou Harry, enquanto abria a porta do carro pra mim.
Ele me encostou na parede, me beijou e sussurrou uma desculpa em meu ouvido. Então me convidou para jantar com ele no Pierre e disse que me pegava às oito. Simples assim.
-Nós conversamos sobre o assunto – limitei-me a responder.
-E o que ele disse? – agora, ele me estendera o braço e me conduzia devagar pela porta de vidro do boliche – Sabe, pra enfiar na sua cabeça que não iria de modo algum encontrar a cara de buldogue?
-Ele foi sincero e eu sei quando está sendo sincero – falei.
-Não consigo imaginar Draco Malfoy sendo sincero – resmungou.
Funguei, indignada.
-Ele é melhor do que você imagina – eu o encarei e ele deu de ombros, descrente – Enfim. Vai me ensinar como se joga isso?
-Pegue uma bola – ordenou, mostrando algumas bolas a um canto.
Eu me inclinei e tentei segurá-la. Como alguém poderia erguer uma coisa tão pesada como aquela?! Olhei irritada para Harry, que deu um sorrisinho e foi me ajudar.
-Coloque os cinco dedos nos buracos certos – disse, pegando a bola com as duas mãos e a levantando pra mim; o problema foi que nem enfiar os dedos nos buracos eu consegui – Venha aqui, eu te ajudo.
Harry soltou a bola e pegou minha mão, colocando calmamente cada dedo em seu devido lugar. Eles doeram, fato. Tentei erguê-la de novo, mas não consegui mais do que cinco centímetros do chão.
-Eu desisto – resmunguei, tentando arrancar aquele negócio que pesava mais que uma bigorna da minha mão.
-Não, espere – ele moveu-se agilmente para minhas costas, passou o braço por minha cintura e, com uma das mãos, ajudou-me a levantar a bola – Eu vou te ajudar.
Por Merlim, que pegada era aquela?! Eu não me lembro de, um dia, ele ter me pegado daquele jeito, os dedos firmes na minha cintura, as mãos espalmadas me prendendo de um jeito que me dominava completamente.
-Você precisa mirar no meio dos pinos – sussurrou em meu ouvido, me fazendo estremecer – E tentar acertá-los todos de uma vez.
-De uma vez? – perguntei, no fiapo de voz que me restava – Eu não consegui nem erguer a bola, como vou acertar tudo de uma vez?
-Mire bem – ele apoiou o queixo em meu ombro.
Eu podia ouvir sua respiração descompassada em meu ouvido. Uau, eu falo da respiração dele, mas a minha não deve estar muito diferente, não é? Um tanto quanto complicado, esse negócio de respirar perto do Harry. Suas mãos na minha cintura faziam com que eu esquecesse o que estava fazendo, por tempo indeterminado. Meu cotovelo estava encostado em seu peito, me fazendo notar que seu coração batia acelerado.
-Posso jogar? – minha voz saiu?! MILAGRE!
-Vamos lá – Harry balançou meu braço e eu soltei os dedos da bola, que percorreu o caminho todo e atingiu uns três ou quatro pinos.
O que já foi muito, diga-se de passagem.
-Podemos tentar de novo – murmurou.
-Eu acho que posso tentar sozinha, agora – eu tentei sorrir, mas não tenho certeza se consegui.
Só sei que, mais um minuto com aquelas mãos na minha cintura, e não respondo por mim.
-Vai conseguir levantar a bola? – ele sorriu também, me soltando.
-Sim – dentro do bolso, segurei com força a varinha e murmurei um feitiço para deixá-la mais leve.
-Isso é trapaça – disse.
-Não é trapaça quando ninguém sabe o que você fez – dei de ombros e peguei a bola, mil vezes mais leve.
Mirei e joguei. Nunca me pareceu que ela pudesse ir tão lentamente até seu destino, mas ela o fez. De relance, vi Harry enfiar a mão no bolso da calça jeans e a minha bola mudou de direção, atingindo todos os pinos. O encarei, estreitando os olhos.
-Isso é trapaça – cruzei os braços.
-Não é trapaça quando ninguém sabe o que você fez – respondeu, me fazendo rir – Então. Está com fome?
-Na verdade, não – eu olhei para os lados – Eu estou com sono – foi o bocejo mais forçado que já vi.
-Eu te levo pra casa – ele me estendeu o braço novamente.
E ele continuava o mesmo cavalheiro de sempre.
-Eu já sabia – falou, de repente, enquanto colocava a chave no buraquinho para ligar o carro.
-Sabia o quê? – franzi o cenho, confusa.
-Que o Malfoy não iria pegar a Parkinson – ele me encarou, daquele jeito que me deixa rubra – Eu tentei te dizer.
-Nunca se sabe – murmurei, começando a me sentir a pessoa mais idiota do mundo por ter ligado pra ele na noite anterior.
Será que ele me achava idiota? Digo, mas idiota do que quando comecei a namorar com Draco? Será que ele ainda sentia algo por mim? Ou seu coração estava batendo descontroladamente só por bater? Ou...
-Chegamos.
-Harry – murmurei, enquanto descia do carro – Por que você veio?
-Como? – ele uniu as sobrancelhas, parecendo confuso.
-Você sabia que o Draco não iria atrás da Parkinson – falei, abrindo a porta da sala – Sabia que provavelmente eu teria alguma coisa pra fazer com ele. Não que eu esteja reclamando, é ótimo ter você de volta, mas...
-Eu senti sua falta – sussurrou ele, passando a mão pela minha cintura daquele jeito – Muito e de várias e diferentes maneiras.
Merlim, ele está chegando mais perto. Muito mais perto. Ele quer me beijar. Ele vai me beijar. Aquela mão na minha cintura está me deixando louca. Aquele hálito de menta próximo ao meu rosto é o equivalente bucal daquele perfume que com certeza ficaria em minha cabeça por dias. Oh, ele está chegando mais e mais perto. Ele vai me beijar. Ele vai me beijar. O que eu vou fazer?
-Harry querido! – MÃE!
-Ah... – ele pareceu ficar meio (bem) perdido – Oi, senhora Weasley.
-Acho melhor eu subir – murmurei, aproveitando que ele estava ocupado demais sendo apertado por mamãe para notar minha ausência.
Subi o mais rápido que pude e me joguei na cama, exausta. Eu não devia ter saído com Harry, não devia mesmo. Ele queria me beijar, ele ficou perdido por minha causa, ele disse que sentiu minha falta de vários jeitos (quase não posso imaginar que jeitos seriam esses)... Mas isso não está certo, é claro que não.
Então por que eu estou sorrindo pro teto que nem uma boba?
Uma coruja começou a bater no vidro da janela insistentemente. Ah, droga. Era a coruja negra de Draco. Eu estava tão ferrada!
“Gina,
Não pense que eu estou feliz em saber que você anda saindo com o Cicatriz. Tenho minhas dúvidas se sua família estava junto, mas não quero discutir. Ao contrário de você, eu confio no que me diz. Um pouco.
Fico pensando em quando vou conseguir uma reserva boa daquelas no Pierre. Não foi fácil sabe? Não é só porque o Pierre é meu amigo íntimo e eu consigo as reservas do dia pra noite que se torna fácil toda vez que você quer. Eu tenho sentimentos e eles estão magoados por você não ter saído comigo.
Eu te liguei, mas ninguém atendeu. Aquele negócio não funciona mais, é? Eu sempre soube que esses tais de tefelones não duram muito. Não sei por que me obriga a usar esse troço aqui, que não acende a luzinha.
Eu vou ficar louco se você não responder essa carta. Tenho que saber se o Potter não se aproveitou de você. Não que eu o ache capaz de fazer alguma coisa, mas nunca se sabe. Mandei por coruja a caixa de bombons que eu iria te entregar, mas por Merlim, Ginevra, não coma tudo. Não quero uma namorada gorda.
D.M.”
Sem dúvidas, era o jeito dele de ser fofo. Era um chocolate importado que era seu preferido; não era melhor do que sapos de chocolate (diz aí, existe algo melhor que sapos de chocolate?), mas eu sabia que era o presente mais alto que ele consideraria me dar.
Eu respirei fundo, guardando a carta na gaveta mais próxima. Nunca pensei que a volta de Harry podia mexer tanto comigo como estava fazendo. Ele era... Harry Potter. Ele era meu ex mais memorável, era meu primeiro amor. Ninguém esquece o primeiro amor.
Mas agora eu estava namorando Draco e tudo ia muito bem, obrigado. Não havia pessoa melhor para se estar (não creio que estou dizendo isso, mas é a mais pura verdade). Eu gosto dele, de maneiras diferentes do que um dia gostei de Harry. Mas ao mesmo tempo, eu queria aquela coisa morena de olhos verdes.
O que era melhor, jantar no Pierre ou jogar boliche, ganhar chocolates ou ganhar flores?
Oh Merlim, o que eu faria?!
N/A: capítulo 2 ON Ô]
Diz aí, a Gina é muuuuito burra ¬¬' Que pessoa em sã consciencia escolheria ir jogar boliche com o Potter a um jantar fofo com o Draco?! (sem comentários, há muitas que escolheriam)
Mas enfim, o que acharam? Comentem, sim? *----*
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