Prólogo
Ela era tão pequenina, apenas uma criança. Não era justo, certo? Mas quem disse que a vida é justa? Assim, lá estava ela, no alto dos seus quatro aninhos, olhando com certo interesse para o caixão. Não havia lágrimas em seus pequenos e vibrantes olhos, apenas curiosidade. Por que sua mãe estava deitada há tanto tempo sem se mexer?, ela pensou. Aproximou-se e, na ponta dos pés, curvou-se sobre o corpo da mãe e pôs um dedinho sob as narinas dela. Por que ela não sentia o ar saindo pelo nariz? Talvez ela devesse avisar a alguém, havia tantas pessoas ali e uma poderia lhe dar atenção. Ela viu seu pai conversando com uma moça loira e caminhou até eles.
- Papai. – chamou, puxando a manga do paletó que ele usava, mas não obteve sua atenção. – Papai! – puxou mais forte e o pai a olhou como se não a reconhecesse. – Por que a mamãe está ali? Sabia que não tem arzinho saindo do nariz dela? E por que estão todos de preto?
- Senhora Phillip! – ignorando a filha, ele chamou uma senhora, que prontamente se postou ao seu lado. – Leve Lily daqui, por favor. – a mulher assentiu e puxou a menina pela mão, afastando-a das pessoas. Elas seguiram para o jardim da mansão e Lily sentou no pequeno balanço que sua mãe havia construído para ela. A senhora Phillip passou a empurrá-la.
- Jane? – Lily era a única que a chamava pelo primeiro nome. – Por que minha mãe está deitada tão quietinha? – ela ouviu a criada fungar o nariz. – Você está chorando, Jane?
- Oh, minha querida. Sua mãe, pequena, faleceu. – faleceu? O que significava aquilo? Ela era pequenina demais para entender.
- Hã? O que é falecer, Jane?
- Falecer é o mesmo que morrer. – a senhora Phillip esperava que assim ela entendesse. Lily era esperta e não tardaria a fazê-lo.
- Oh, aconteceu com a mamãe o mesmo que aconteceu ao Senhor Toodles? – Senhor Toodles era a antiga tartaruga da família que havia morrido meses antes.
- Sim. – Lily finalmente entendeu.
- Então, mamãe virou uma estrelinha? – a senhora sorriu com a comparação.
- Virou, querida. Sempre que olhar para o céu, você verá sua mãe. E ela sempre cuidará e olhará por você em qualquer lugar que esteja.
- Se ela morreu, quem vai fazer meu chocolatinho e vai me dar beijo de boa noite? – perguntou a menina, franzindo as sobrancelhas. – Você pode fazer isso, Jane? – a senhora Phillip riu baixinho.
- Posso, pequena. Prometo cuidar de você para sempre.
- Ah, então está bom. – as duas riram. Lily saltou do balanço e olhou para a porta de entrada. Sorriu abertamente quando viu seu pai, mas ele parecia tão zangado que seu sorriso infantil murchou. – Papai? – ela gritou, mas ele apenas lhe deu as costas e voltou ao interior da casa. Os olhinhos verdes se encheram de lágrimas.
E a menina finalmente chorou.
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N/A: eeeei, prólogo postado! espero que gostem ;9
vou tentar escrever o capítulo 1 o mais rápido possível, mas comentários também ajudam, fikdik!
1bj:*
Comentários (1)
Nossa O.O que triste ;/ tadinha da Lily, já tão pequenininha e sofrendo assim coitada :/ amei o prólogo ele é bem legal apesar da tristeza da Lily e tal...Gostei muito flr *-*
2012-07-22