Miam Dorottheé Di Llherrvos
Alvo observou Hugo, Lílian e Rosa correrem pelo trem, afastando-se dele:
-Eu vou procurar o pessoal. – Tiago saiu pelo corredor
-Tá.
Ele entrou na primeira cabine vazia que encontrou e se sentou no banco, apoiando os cotovelos nos joelhos e analisando os dedões enquanto mexia um sobre o outro. Alvo se sentia esquisitamente grande. Até o início do ano anterior, o garoto era baixinho e magrelo, mas, subitamente, desde o final do ano letivo anterior, ele havia crescido, e muito, mas as mãos e os pés pareciam ter aumentado ainda mais que o resto do corpo, fazendo o rapaz se sentir estranho e mais destrambelhado... Ele sorriu suavemente ao pensar nisso... É... Pelo menos ele crescera...
-Ei Potter! – a porta se abriu, deixando uma garota surgir ali – Como vai? – ela entrou e fechou a porta atrás de si, sentando-se à frente dele
-Bem, Srta. Llherrvos. – ele sorriu – E você?
-Ótima, Al.
Miam Llherrvos era alta, sempre fora maior que Alvo e agora era ligeiramente menor que ele, ela tinha a pele muito branca em contraste brusco com o tom negro dos olhos pequenos e alongados e dos cabelos longos e lisos. Miam também crescera um bocado, não em tamanho, mas em desenvolvimento físico: a menina agora tinha seios e bumbum razoavelmente volumosos e firmes e pernas torneadas... Alvo, no entanto, não prestava muita atenção a isso, não que ele não a considerasse bonita, mas o fato de que ela o fosse não era realmente importante para ele, quer dizer, eles eram melhores amigos há séculos, então...
-Como foi a América do Sul?
-Excelente! – ela acendeu um cigarro
-Você tem que parar com isso... – ele comentou, enquanto arrepiava os cabelos, hábito aprendido com Tiago, que o repetia o tempo todo
-Ah, escuta, Al! – ela reclamou – Tem quatrocentos caras bonitões por centímetro lá... Eu mal consegui escolher...
Miam era bastante séria (mesmo que com Alvo, ela fosse bastante bem humorada) e muito displicente, algo notável nas roupas da menina: uma calça jeans desbotada, um suéter verde escuro e comprido, um par de chinelos pretos de borracha e um chapéu verde escuro de aba curta. Apesar disso, Alvo e quase toda Hogwarts a consideravam um gênio:
-O que é isso nos seus óculos? – ela perguntou já sacando a varinha
-Eu morro de medo quando você faz isso...
-Eu não vou amaldiçoar você. – Miam mirou os óculos dele com a varinha
-Ah, mas você é bem capaz disso...
-Reparo! – ela ordenou e os óculos redondos ficaram como novos
-Valeu, Miam... – ele se encostou ao banco
-Cadê o Pio? – ele perguntou, levantando e caminhando até a porta, de onde Alvo olhou para o lado de fora
-Sei lá... Deve estar se atracando com alguma gostosa sem cérebro por aí... – ela se esticou no banco, deitando e ficando meio dobrada, já apagando o cigarro e o atirando em um lixeiro
Ele voltou e se deitou no outro banco, ao que ela virou o rosto para ele:
-E se a gente dormir e voltar pra Londres? – ele questionou, bem humorado
-Ai a gente arranja um bom motivo pra voar de vassoura uma última vez antes do ano letivo. – ela colocou o chapéu em cima dos olhos
-Se você diz... – ele fechou os olhos
*****
-Que entrem os alunos do primeiro ano! – determinou um homem negro, alto e careca, o subdiretor de Hogwarts
Ele arrumou o cavanhaque e tirou um rolo de pergaminho da capa azul brilhante:
-Prestem atenção ao chamado de seus nomes! Está iniciada a seleção para as casas...
Ele abriu o pergaminho e leu em voz alta:
-Oscar Abner! – um garotinho loiro e gordinho caminhou para o chapéu seletor
-Lufa-lufa!
-Leonard Carmichael!
-Sonserina!
Alvo observou Miam puxar as palmas da mesa da Sonserina, lembrando que, se houvesse permitido, o chapéu o teria colocado naquela casa. Não havia nada de negativo em ser um sonserino, mas o rapaz sabia que não se sentiria confortável se fosse um:
-Ei Al! – Escórpio Malfoy bateu nas costas de Alvo e se sentou à mesa
-Olá, Pio.
Escórpio Malfoy era um grifinório... Alvo lembrava a careta de surpresa do pai quando contara a ele: ”Escórpio Malfoy, um grifinório!” – Harry dissera, sorridente. Alvo não entendia muito bem por que, mas achava que tinha alguma coisa a ver com Sirius Black, o padrinho de seu pai:
-Você viu as minicabeças de esplosivins na casa do Hagrid? – Escórpio perguntou
-Cabeças de quê? – ele se assustou
-Esplosivin... Parece que o professor Longbottom tá precisando pra cultivar algum tipo de hortaliça que faz crescer cabelo...
-Tudo com fins acadêmicos... – Alvo comentou
-Com certeza! – eles riram
Neville andava perdendo cabelos desde os vinte anos e agora as entradas já estavam visíveis na cabeça do professor de herbologia:
-Então você tava na casa do Hagrid?
-Não... Eu só passei por lá. Tava... – ele pensou um segundo – Conversando... Com a Helena Carter.
-Ah tá, conversando... – eles gargalharam
-Por favor, Srs. Malfoy e Potter, a seleção ainda não acabou! – o professor Raniere, o subdiretor italiano que coordenava Corvinal reclamou
-Desculpa... – eles murmuraram, caindo em risos contidos
Escórpio Malfoy, tal qual o pai, não tinha problemas com seus cabelos: tinha cabelos loiros e lisos que desciam um pouco além de seu queixo. Na verdade, Malfoy não tinha problema algum com sua aparência, era suficientemente alto e forte e tinha um sorriso cativante e bem humorado que atraía facilmente metade de tudo que era do sexo feminino na escola...
-Zack Daniels.
-Corvinal! – o professor observou, contente, o rapazinho sério de óculos andar para a mesa de Corvinal
-Frederich Douglas.
Alvo passou os olhos pela mesa dos professores e chegou a desviá-los antes de notar a falta do professor Flitwick, onde ele estava? Al voltou a analisar a mesa, ela havia mudado principalmente em razão do envelhecimento da maioria dos professores, mas havia algumas mudanças de fato. A começar pela professora Sprout, substituída por Neville, o novo coordenador de Grifinória; continuar por Simas Finnigan, o novo professor de poções... Alvo só enxergava um problema no professor: ele estava constantemente coberto de cinzas por que era pouco cuidadoso e vivia provocando explosões ao tentar criar novas poções.
Além deles havia também o professor Alberto Raniere, de Aritmancia e a professora Arabela Lewis, que lecionava Transformações e era a coordenadora de Lufa-lufa, e, por fim, havia a nova professora de Defesa Contra As Artes Das Trevas, ou pelo menos era isso que Alvo imaginava que fosse a mulher loira sentada no canto da mesa e que observava Miam, mas logo ela virou-se para Alvo, mas não olhou para ele, de modo que o garoto percebeu que não havia como determinar para onde ela estava olhando.
-Ernesto Gerard.
-Grifinória!
Alvo observou o pequeno Gerard caminhar enquanto batia palmas e, logo em seguida, olhou para o centro da mesa dos professores, sentada na enorme cadeira de madeira estava Minerva McGonagall. Ela notou o olhar do rapaz e se virou para ele, abrindo ainda mais o sorriso que já trazia no rosto. Ele não sabia, mas McGonagall estava mudada, ela não utilizava mais o coque nem tinha cabelos negros: no lugar deles uma trança feita dos longos cabelos brancos da diretora que usava um chapéu pontudo verde e uma longa capa da mesma cor. McGonagall acenou, desenhando com os lábios:
-Boa noite, Alvo Potter!
-Boa noite, professora... – ele devolveu, ligeiramente encabulado
A cerimônia não durou muito mais e logo a diretora estava de pé, puxando uma salva de palmas:
-Boa noite! – ela projetou a voz, encerrando a comemoração – Sejam todos muito bem-vindos, especialmente os alunos do primeiro ano... Eu espero que vocês tenham uma bela estada aqui, em Hogwarts. – ela afastou alguns insetos – Também dirigidos a todos, alguns avisos: a Floresta Proibida é realmente proibida... Mesmo que os boatos sobre lobisomens e dragões sejam falsos, existem por lá seres pouco dóceis...
Minerva sorriu suavemente antes de continuar:
-Devemos também as boas vindas a Srta. Lysander Scamander. A Srta. Scamander veio lecionar Feitiços em lugar do professor Filius Flitwick que iniciou sua aposentadoria ao fim do último ano letivo... – ela olhou em volta, curiosa, um segundo antes de começar a bater palmas – Seja muito bem vinda Srta. Scamander...
A diretora dobrou o corpo sobre a mesa e analisou-a:
-Onde está o Sr. Scamander?
A moça loira sorriu, levantando-se e se dirigindo à diretora:
-Professora McGonagall, o Sr. Scamander está na enfermaria... Me parece que ele sofreu um pequeno acidente.
-Senhor e senhora Scamander? – Escórpio sussurrou, parecendo desapontado – Será que ele é marido dela?
-Não... – Alvo corrigiu, também aos sussurros – A Minerva chamou ela de senhorita, não de senhora e, até onde eu sei, os Scamander têm dois filhos, um casal de gêmeos: Lysander e Lorcan Scamander.
-Rolf Scamander? – Escórpio questionou
-E Luna Lovegood. Ela estudou com a mamãe, vai com freqüência lá em casa... Ela parece meio... – ele escolheu as palavras
-Estranhamente estranha – Hugo apareceu embaixo da mesa
-O que você tá fazendo aí? – Escórpio quase caiu do banco
-Hugo Weasley! – Alvo reclamou – A Sra. Scamander é muito... Gentil.
-E lunática. – Lílian se sentou ao lado de Escórpio, sorrindo marotamente para ele – Mas ela é realmente fantástica. – ela falou seriamente dessa vez
-Fantastissícima! – Hugo sentou ao lado da amiga
-Brilhante!
-Um arco-íris!
-Sr. Weasley e Srta. Potter – Minerva chamou, segurando um sorriso – Contenham-se!
Alvo percebeu que Lysander os observava e sentiu que corava, envergonhado... Eles estavam falando da mãe dela, afinal.
-Então vocês conhecerão o Sr. Lorcan Scamander, o novo professor de Defesa Contra As Artes Das Trevas ao longo do ano... – Minerva pareceu levemente desapontada – Que se inicie o banquete!
*****
Algumas alteraçoes... eu espero que tenha melhoradow... bjs, povo...
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