Terapia de casal

Terapia de casal



TERAPIA

-- Nós nem sabemos por onde começar.
-- Tentem começar pelo início.
-- O ínício... quando você diz o início... você está...
-- Sim, conte me como se conheceram senhor Weasley. Este é um bom começo.
-- Eu? Ah, o.k. Certo. Bem, foi no trem. No nosso primeiro ano em Hogwarts.
-- Não, aquele foi a primeira vez que nos encontramos.
-- Tá, e o que ele disse?
-- Ele pediu para que a gente contasse como nos conhecemos.
-- E não foi no trem?
-- Não, Rony!! Nós nos conhecemos no banheiro, lembra? O trasgo...
-- Ah, tá. Eu fiquei amiga dela depois que eu e meu amigo a salvamos de um trasgo.
-- E eu assumi a culpa.
-- É, ela assumiu a culpa.
-- Certo. Então, vocês se conhecem desde crianças?
-- Isso ai.
-- Desde pré adolescentes.
-- E qual foi a primeira impressão que teve da sua esposa, senhor Weasley?
-- Como assim?
-- O que achou dela na primeira vez que a viu.
-- Isso é importante?
-- Muito.
-- Bom, eu a achei de primeira uma chata. Bem chata mesmo.
-- Certo. E a senhora, senhora Weasley?
-- O que eu achei quando o vi pela primeira vez? Um idiota. De primeira, estava fazendo um feitiço realmente idio...
-- Vai contar até isso?
-- Algum problema?
-- Você não pode sair por ai me difamando!
-- E você não tem o direito de me chamar de chata!
-- Senhores... por favor... queiram se endireitar.
-- Ah, desculpe doutor. É que ele me dá nos nervos.
-- Tudo bem. O que vocês precisam saber é que durante o casamento, a relação pode se degastar. Mas para que um aprenda a tolerar os outros, é preciso reconhecer as diferenças. Diga me, senhor Weasley, a quanto tempo estão casados?
-- Quatro anos.
-- Mentira.
-- Não são quatro anos?
-- Não! Mês passado Elisabeth fez cinco anos Rony!
-- Ah, é. Cinco anos.
-- Vocês só têm uma filha?
-- Não, nós também temos o Rúbeo. Ele tem dois anos.
-- É.
-- E vocês costumam brigar na frente das crianças?
-- Eu evito, mas às vezes ele faz coisas e eu não consigo me controlar...
-- Eu não faço nada demais. Ela que implica com tudo que eu faço.
-- ... E como as crianças reagem?
-- Bem, eles já estão acostumados.
-- Como assim senhor Weasley?
-- Toda vez que eu chego e nós começamos a .... hum... “discutir”, eles saem fora.
-- Eles nunca falam disso conosco doutor. Parece que eles não ligam. Não são crianças muito emotivas. Puxaram o pai.
-- Você esta dizendo que eu não sou emotivo?
-- Só estou dizendo que mesmo depois de casado você continua tendo a amplitude emocional de uma colher de chá.
-- Olha só, doutor. É sempre assim.
-- Tudo bem. Me falem da relação de vocês antes do casamento.
-- Hum...como assim?
-- Vocês eram amigos, estou certo senhor Weasley?
-- Tá.
-- Me fale um pouco da sua esposa. Quando foi que o senhor começou a sentir algo a mais por ela?
-- Hum... bom. Eu... nem sei. Foi... aconteceu.
-- Aconteceu?
-- Sim. Ela era... bem, ela costumava ser uma garota muito esperta.
-- Ele sempre me xingou de sabe tudo.
-- Você era uma sabe tudo!
-- Mas você nunca me elogiava! Até o Neville me elogiava mais que você!
-- O caso é, doutor, que ela era uma sabe tudo. Maníaca mesmo. Adorava estudar,
-- Certo. E o senhor, sr. Weasley, também era um rapaz estudioso?
-- De jeito nenhum! Eu tinha que fazer todas as tarefas para ele e o Harry, um amigo nosso, copiar!
-- Dá licença que ele perguntou para mim. Não, é... eu nunca gostei muito de estudar.
-- Como era a amizade de vocês?
-- Turbulenta.
-- Massa.
-- O.K. Vamos com calma. Porque “turbulenta” senhora Weasley?
-- Porque nós brigávamos por tudo.
-- Bom, seria pelos mesmos motivos de agora ou por outros?
-- Mais ou menos. Pelos dois. A gente continua brigando por tudo, por isso estamos aqui. Talvez o nosso casamento tenha sido... não sei, a decisão errada.
-- Qualquer probleminha e ela acha que o casamento foi a decisão errada.
-- Claro. Tá na cara que eu e você não temos nada em comum!
-- Então porque aceitou meu pedido? Podia ter ficado na sua não?
-- Eu aceitei porque pensei que você ia melhorar, ganhar maturidade...
-- Então você acha que eu não sou maduro o bastante para ser seu marido?
-- Muita calma. Vamos prosseguir. Porque o senhor disse que a amizade de vocês era massa senhor Weasley?
-- Porque era. Eu adorava curtir com ela.
-- Como assim?
-- Ela era uma pessoa legal. Quando estava normal, é claro. A gente brigava, mas eu até acho que gostava disso...
-- O senhor provocava as brigas?
-- Não.
-- Provocava.
-- Não, não provocava.
-- Provocava sim.
-- Não provocava!
-- Provocava!!!
-- Cala a boca!
-- Vem fazer!
-- Eu peço calma senhor e senhora Weasley, eu estou aqui para tentar salvar o casamento dos senhores e preciso de cooperação...
-- Ah, perdoe-me doutor.
-- É, foi mal.
-- Certo. Vamos ir adiante. Ao que parece, senhora Weasley, seu marido e a senhora eram apaixonados desde jovens, certo?
-- Éramos.
-- E apesar de brigarem tanto, a senhora se apaixonou por ele?
-- Sim.
-- Porque?
-- Hã... porque?
-- Sim, porque.
-- Bem... eu não sei... acho que foi por causa do tempo que passavos sozinhos. Tudo era um paraíso quando a gente se entendia.
-- O que a senhora mais gostava nele?
-- Bem, ele era... ele costumava ser um cara legal apesar dos defeitos.
-- Legal em que aspecto?
-- Era meu amigo, e a gente passava muito tempo junto...não dá para descrever. Ele era diferente. Engraçado. Me fazia rir. E a gente nunca se entendia, mas o carinho que eu sentia por ele era sempre maior, se é que o senhor me entende. Eu adorava o jeito como ele se preocupava comigo. Hoje em dia, nem se preocupa mais.
-- Eu me preocupo com você sim!
-- Não, Ron, você não se preocupa. Quando foi a última vez que você disse que me amava?
-- O fato de eu não ter o costume de dizer essas palavras melosas não significa que eu não te ame...
-- E como o senhor costuma demonstrar seu amor pela esposa, senhor Weasley?
-- Que amor? Ele nunca faz nada.
-- Também não é assim. Eu... bom...
-- O senhor não expressa seus sentimentos senhor Weasley?
-- Ah, ela também não ajuda doutor! Toda vez que eu resolvo fazer uma surpresa, do tipo ir na cama do Rúbeo quando ele chora, para polpar o sono dela, ela fica estranha e pergunta se eu tô doente. Ela parece que não quer que eu a agrade com flores ou presentes, ou coisas assim. Ela não dá a mínima, ai fica reclamando. Se eu faço alguma coisa, ela já acha que é pretensão, ou coisa parecida.
-- Claro, se você fosse um tantinho mais romântico... quem sabe eu iria ser mais...
-- Mais o que Mione? Eu sou do jeito que eu sou. Se não estava satisfeita, casou porque? O que você queria, um cara perfeito? Sinto te dizer, mas eu não sou. E boa sorte se você quiser encontrar um por ai. Eu é que não vou impedir.
-- Rony, eu...
-- Você nunca tá satisfeita com nada. Eu digo que eu tô me matando para trabalhar, para que a gente possa ir tirar aquelas férias na França que você tanto queria, e tudo que você diz é “que bom”. Talvez seja por isso que estamos aqui. Você nunca repara nos meus pequenos gestos. Como se diz eu te amo para uma pessoa assim?
-- Dizendo. Seu jeito de demonstrar que me ama é muito esquisito.
-- Mas é meu jeito.
-- Bom, vamos ver o lado da senhora, senhora Weasley. É verdade que a senhora subestima seu marido dessa forma?
-- Bem, é que... eu sempre quis que ele fosse mais romântico. Ele nunca foi. A declaração de amor dele foi toda desengonçada. Ele simplesmente me beijou, durante o casamento do irmão dele e falou “ eu acho que gosto de você para valer”.
-- Você queria que sua vida fosse um filme? Desculpa, mas eu não sou o príncipe encantado.
-- Ron! Nossa história já era um filme! O tanto que você me fazia sofrer... e as nossas brigas... eu só queria mais emoção da sua parte. Eu só queria me sentir amada.
-- Eu disse a você que te amava. Que sentia ciúmes.
-- Mas você disse isso tão rápido, que nem deu para sentir emoção.
-- Ah, tá. Você queria que eu dissesse pausadamente?
-- Não, Ron!
-- Olha ai doutor, o jeito que ela é. Ela quer tudo perfeito.
-- Rony, por Merlin, pare de me criticar!
-- Pare você de exigir tanto de mim!
-- Entao porque você não me dá carinho? Eu não quero que voce me traga uma pizza gordurosa ou me leve para ver um jogo de quadribol do Chudley. Não quero que você me ensine a voar. Eu quero que você me beije, e me lembre um pouco do amor que nós compartilhamos!
-- V-Você está...
-- Dizendo a verdade. Às vezes, a gente precisa dizer.
-- Hermione!
-- Rony, eu amo você. Mais que tudo na vida. Eu acho que te amei desde que você fez aquele trasgo cair. Eu me apaixonei por você pelo seu jeito protetor, pelo seu humor, que me fazia rir sem perceber. Nós somos diferentes, mas nós nos completamos. Eu sofri por sua causa, e veja bem, ainda tô sofrendo pelo mesmo motivo. Eu adoro seus beijos, e seu abraço ainda é o que mais me enche de desejo da cabeça aos pés. Não acho que faz sentido a gente ficar brigando assim, sendo obrigados a fazer terapia de casal. O problema, talvez, é que as nossas velhas inseguranças estão voltando. Eu simplesmente não quero mais sofrer pelas palavras que você não disse.
-- Eu disse. Eu disse que te amava quando casei com você.
-- Mas essas palavras a gente nunca se cansa de ouvir. E quando isso envolve casamento, filhos, obrigação, horários... fica difícil. Nunca se sabe quando o amor acaba. E eu já tive dois filhos... eu com certeza não sou a mesma de anos atrás. Tenho medo de que você possa me trocar.
-- Mas que besteira!
-- Não, não é besteira. Por isso que brigamos tanto. Talve o problema seja mesmo meu e...
-- Mione... me responde porque motivo, razão ou consequência eu iria trocar a mulher da minha vida por uma aventura qualquer??
-- Eu...
-- Eu fui apaixonado por você durante sete anos, sem nunca ter te tocado, é lógico que eu não vou te abandonar agora que você é minha, que posso beijar seus lábios, que posso ficar olhando você enquanto dorme sem ficar plantado no salão comunal. Porque o que eu sinto aqui, eu não posso expressar bem, mas eu sinto. E isso é o que importa. Nós temos uma família linda... eu não trocaria isso por nada. Nadinha.
-- Promete, diz que nunca vai me abandonar...
-- Eu nunca vou te abandonar.
-- Ah, Ron....
-- Se eu não dizer, não se preocupe. Eu amo você.


GRANDE PAUSA PREENCHIDA POR UM BEIJO CALIENTE


-- Acho que devemos agradecer a você, doutor, por ter nos... doutor?
-- Cadê ele?
-- Não sei.
-- Deve ter saido enquanto a gente conversava.
-- É, o Harry sempre disse que assistir a gente brigando é um saco...
-- Mas sabe que eu gosto?
-- É, eu também.
-- Rony...
-- O que?
-- Te amo.


N\A: Well, a Gabi solicitou uma fic em que o Rony e a Hermione estivessem grandes. Daí, buscando uma idéia cair do céu, eu pensei em escrever algo com eles já casados. Não sei se valeu, se vc gostaram ou naum... mas eu confesso q achei fofinha. Desculpa a demora p atualizar, eu estive ocupada ensaiando para um concurso de danças q teve no meu colégio (e que por sinal foi péssimo. Minha equipe ficou em último lugar. Buááááá)
Bjos a todos


















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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    A-M-O ESSAS BRIGAS DELES <3 <3 <3  #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3  LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3  

    2012-12-24
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