Agora meu pai me mata
Hannah Lupin entrou na farmácia com as pernas bambas e com mais enjôo do que vinha sentindo nos últimos tempos. Chegou até o atendente. Em outra ocasião, teria reparado o quanto ele era bonito e no olhar que ele lançou pra ela, assim como a simpatia com que ele lhe disse:
– Bom dia! Em que posso ajudá-la, senhorita? – Ela respirou fundo e disparou em um fôlego só:
– Eu preciso do teste de gravidez mais eficiente que você tiver.
O olhar sedutor que ele parecia estar tentando lhe lançar desmoronou, e ele dirigiu-se até uma das estantes.
– Aqui está, senhorita. São dez libras.
Prevenida (pelo menos, nesse sentido) como o pai, sempre carregava dinheiro trouxa, e pagou pelo teste que queria ter no mínimo vinte e cinco anos pra fazer.
– Por favor, moço, tem um banheiro aqui?
Ele indicou a porta com a mão e ela praticamente tropeçou até lá. Tinha herdado todos os problemas de equilíbrio da mãe.
Fez o teste seguindo a risca as instruções da caixa, e quando terminou, verificou o resultado. Dois riscos. Pegou a caixa nas mãos para ver o que isso significava.
– Essa não! Papai vai me matar agora!
Ela saiu da farmácia, completamente atordoada, e quase foi atropelada por uma bicicleta que estava na calçada.
– Qual é a sua, cara? Não sabe pra que serve a ciclovia, não?
– Oi pra você também, Hannah. – O garoto desceu da bicicleta, e por baixo da nuvem de lágrimas, ela reconheceu Albus.
– Não vi que era você, Al, desculpe.
– Ah, tá, beleza. Estou vindo da sua casa. – Então ele olhou pra ela e notou que lágrimas escorriam. – Ei, você está bem? Por que está chorando?
Só então ela percebeu as lágrimas escorrendo pelas suas bochechas, e enxugou-as.
– Se o meu pai não me matar antes, eu explico.
E saiu, deixando Albus sem entender nada. Controlou as lágrimas e abriu a porta de casa.
– Mãe, cheguei! – À essa hora, apenas a mãe estava em casa, pois Teddy estava no St. Mungus, trabalhando como curandeiro e o pai trabalhava no Profeta Diário, como redator-chefe. A mãe era auror, mas estava em férias.
– Oi, Hannah! Onde você foi?
Agora chegou na questão crucial. Contava agora ou não? Não tinha certeza se ia contar só pra mãe ou ia esperar estar com o pai junto.
– Eu... – Ia contar só pra mãe, porque a possibilidade dela matá-la era bem menor. – Fui na farmácia.
– Comprar o quê? – Tonks perguntou, inocente, sem ter a mínima idéia do que seria.
Hannah simplesmente tirou o teste do bolso e entregou à mãe. Ela pegou-o da mão da filha e virou-se para a menina.
– Um teste de gravidez, Hannah? E positivo?
A menina apenas concordou com a cabeça, sentindo as lágrimas rolarem pelo seu rosto.
– Hannah Tonks Lupin, como foi que isso aconteceu?
– Ah, mãe, você tem dois filhos e não sabe como isso aconteceu?
Tonks ia responder, mas então as duas escutaram a porta se abrir.
– Oi, gente!
Hannah gelou ao ouvir a voz do pai, e enxugou rapidamente as lágrimas no seu rosto.
– Cara, estou morrendo de fome! – Ela revirou os olhos. Teddy estava sempre com fome.
Os dois entraram na sala, e logo perceberam que havia algo errado no ar. Teddy franziu as sobrancelhas, e Remus olhou de Tonks, que parecia atordoada, para Hannah, que parecia constrangida e a beira de lágrimas.
– O que aconteceu aqui?
De repente, Tonks pareceu ter acordado.
– Pergunta pra Hannah o que aconteceu, Remus! Ela te diz o que aconteceu.
Ele sentou ao lado da filha e segurou as mãos dela.
– Diz pra mim, princesa. O que aconteceu?
– O que aconteceu, pai... é que eu estou... – Ela hesitou, mas a mãe fez ela continuar:
– Fala o que você está, Hannah! Fala pro seu pai e pro seu irmão, daqui algum tempo eles vão ver por conta própria mesmo.
– Ver o quê, mãe? – Perguntou Teddy, sentando-se ao lado da irmã.
– Ver que eu estou grávida, Teddy.
– VOCÊ O QUÊ? – Remus levantou e começou a andar de um lado para o outro.
– Eu estou grávida, pai!
Ele parou de andar e sentou, cobrindo o rosto com as mãos, só pra voltar a andar.
– Pai, quer parar? Isso já está me enjoando.
Ele parou, mas virou-se para ela com um olhar acusador.
– Hannah Tonks Lupin! – Ela virou-se para ele, com os olhos arregalados.
– O quê?
– Quem é o pai dessa criança?
Hannah engoliu em seco, antes de suspirar e responder:
– Scorpius Malfoy.
Então Remus desmaiou em cima do sofá.
N/A: olha, gente, essa fic é só uma tentativa, então não liguem se ficar ruim, tá? E comentem, pode ser só pra falar mal! Beijos!!
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