Capítulo sétimo



Meu Natal com Potter


 


Capítulo Sétimo.


 


Não sei o que aconteceu comigo. Eu geralmente não sou de ficar acordando no meio da noite. Muito menos de sonhar. No entanto, eu fatalmente não era também de me apaixonar. E bem, foi isso que aconteceu, não foi?


Eu me encolhi na cama relembrando meu sonho.  E tudo bem, era mais para pesadelo. Eu já estava chorando. O cenário não podia ser mais assustador: o baile! Eu chegava no baile sozinha e via James, estava decidida a me declarar para ele, quando Marlene e Lisa aparecem. No pesadelo, ele estava com as duas, e os três pareciam muito felizes.


Certamente a cada dia eu ficava mais patética. Chorando porque um garoto não correspondia os sentimentos que eu nutria por ele? Chorando por causa de James Potter? E pior de tudo, chorando por causa de um pesadelo? E, ok, ele tinha muita chance de se tornar real...


Resolvi que poderia acordar Alice. Afinal era para isso que serviam as melhores amigas, certo? E bem ela tinha me feito assinar um contrato de que seria minha melhor amiga para sempre, então que arque com as conseqüências. Quem mandou escolher uma amiga... bom uma amiga como eu?


Agachei-me no chão ao lado da cama de Alice e comecei a chamá-la baixinho. Ela nem se mexeu. Comecei a sacudi-la com calma. Ela abriu os olhos assustada.


- Lily!- Ela berrou. E eu fiz sinal para ela falar baixo com as mãos. Não tínhamos mais o dormitório só para nós e eu não queria que as outras meninas acordassem para me ver chorando. Ela abaixou o tom de voz. – Você está chorando? O que houve?


-Vamos...vem comigo.- Ela se levantou e fomos para o salão comunal. O lugar mais seguro para termos a conversa que queria ter com ela. Pelo menos de madrugada, claro.


- O que houve?- Ela me perguntou quando sentamos no sofá mais próximo.  Eu tentava enxugar minhas lagrimas, mas elas brotavam cada vez mais. – James fez alguma coisa com você?


Eu apenas a encarava ainda chorando. O pior é que ele não havia feito nada para mim. Ele não me prometera nada, certo? Nunca dissera que me levaria ao baile ou coisa parecida. E de qualquer forma, apesar de ser um sonho potencialmente verossímil, ainda assim não passava de um pesadelo.


- Olha...- ela suspirou. – Eu sei que vocês dois estão namorando... ou estavam, não sei...


Aquilo me despertou. Apesar de não conseguir frear meu choro. – Alice, eu já te disse que eu não estou namorando.


- Seja lá como você quiser chamar o seu relacionamento com James, eu sei que ele existe. -  Ela falava serio. Alice raramente falava serio. – Agora em sete anos, vai fazer sete anos que somos amigas, e eu só vi você chorar três vezes. O que foi que aconteceu?


- Eu tive um pesadelo.- falei entre soluços. Meu choro só aumentava. Minha amiga me olhava incredulamente. – Alice, eu juro, eu não tenho um relacionamento com ele.


-  Lily, você está chorando por causa de um pesadelo? Você? – Sua expressão era um misto de pavor e confusão.- E você e o James não estão juntos? Ele deita no seu colo e vocês não estão juntos? Vocês passam o dia inteiro juntos...


- Mas eu gosto de ficar perto dele...- Como eu conseguia aumentar a intensidade do choro, ou como  Alice conseguia compreender o que eu falo, são um mistério para mim. – Eu descobri que sou apaixonada pelo Potter, por mais incrível que possa parecer.


-Lily..- ela pegou minhas mãos. – O James é um garoto legal, você devia estar feliz por estar apaixonada por ele. – acho que ela percebeu meu olhar de desespero porque completou depois de uma pausa. – Eu sei que você costumava implicar com ele, mas é natural, eu acho.


Eu sei que para Alice não parecia nada natural, mas mesmo assim não consegui rir. Olhei para ela com pena.


- Alice, ele não quer nada comigo. – falei gentilmente. – Quero dizer, eu acho que ele gosta de ser meu amigo, mas nada mais que isso, entende?


- Como? – Ela parecia ainda mais confusa. Alice é uma ótima amiga, mas ela não está acostumada a ter de tomar as minhas rédeas, ou compreender minha linha de pensamento. Eu não falo muito sobre meus sentimentos e raramente peço ajuda. – Por que você acha isso?


- Bom...por que ele não me convidou para o baile? – Aquilo me fez chorar mais ainda, além de aparentemente convencer minha amiga sobre as intenções de James comigo. Ou a falta de intenções.


Alice me abraçou. Mas não adiantou, parecia que eu nunca mais ia parar de chorar. Por que eu fora me apaixonar? Por que, meu Merlin?


- Mas e o pesadelo? – Ela quis saber quando viu que não adiantava me abraçar.


- Bom, eu sonhei que ele levava Lisa e Marlene ao baile. – E contei para ela toda a história de quando Marlene chegara, e sobre James ter dito que no próximo natal ia querer ver sua equipe de quadribol e tudo o mais.


Descobri que estava começando a me sentir melhor quando terminei de falar. Tinha de experimentar isso mais vezes, falar sobre meus sentimentos, meus medos. Alice parecia refletir sobre tudo que eu a contara.


- Lily, pode ser só um sonho. – ela me disse com doçura. – Vamos esperar... Sempre tive a impressão que ele gostava de você, de verdade.


E ele gostava. Mas não daquela forma. De qualquer forma dentro de mim ainda existia uma esperança de que eu estivesse enganada..


- Muito obrigada, Alice.. Não conte isso para ninguém, nem para Frank. – Consegui dizer antes de sermos interrompidas.


Sirius e James desciam animados pela escada do dormitório masculino. Vi que Potter tinha em mãos o mapa e a capa. Tentei me esconder atrás de uma almofada, contudo não deu muito certo.


- O que vocês estão fazendo aí acordadas? – Não vi que era Sirius, pois a almofada estava escondendo meu rosto. Mas já conhecia a voz dele o suficiente.


- E por que a Lily ta se escondendo com esta almofada? – James era tão delicado. Ele tentou tirar a almofada da minha frente.


- Ela teve um pesadelo. – Alice começou a abrir a boca.


 E eu perdi minha batalha com a almofada, sendo assim revelada minha cara de choro. James pareceu meio chocado ao me ver daquele jeito. Quero dizer, com o susto eu havia parado de chorar, mas as lagrimas voltaram a cair assim que olhei para ele. E certamente deveria estar horrível, com o rosto inchado, vermelho, cabelos despenteados e, claro, eu ainda estava de pijama.  Um pijama trouxa com o desenho de um ursinho que se espreguiçava, presente de minha mãe no último natal. A imagem deveria estar realmente assustadora.


James veio até mim e se  agachou a minha frente, como que para me olhar mais de perto. Parecia preocupado.


- Ela está assim por causa de um pesadelo? – Ouvi Sirius perguntar a Alice. Eu estava tentava desesperadamente parar de chorar.


- Seja o que for que tenha tido no sonho, Lily...- Eu enxergava James meio embaçado falar ainda agachado a minha frente. Ele tentou limpar as lagrimas que escorriam. – não é real...


Pelo tom que ele estava usando, aposto que não imaginava o conteúdo de meu pesadelo. Mas ele parecia genuinamente preocupado. E eu estava genuinamente apaixonada, então fiz o que qualquer pessoa em minha posição faria. Atirei-me pra frente abraçando-o.


Ele apesar de surpreso conseguiu impressionantemente se equilibrar de modo que não caímos no chão. Para isso ele ficou de pé, me levando junto. Minha intenção era nunca mais soltar o pescoço dele e/ou levantar minha cabeça de seu peito.


Quem sabe assim Marlene desistiria dele? Não é fácil namorar alguém que tem uma amiga pendurada no pescoço! Acho que ele percebeu que minha intenção era não soltá-lo e se sentou de forma que eu desenlacei o pescoço dele e simplesmente abracei o seu troco, ainda com a cabeça em seu peito. Ele esperou eu me acomodar e também me envolveu.


- Bom..- ouvi Alice falar atrás de mim. Aposto como a cabeça dela estava fervilhando. Era muito informação para ela. Não que ela não fosse inteligente, ela era, e muito, mas como disse ela não estava acostumada com meu eu perturbado. – Vou subir...Daqui a pouco amanhece...Lily...-eu não me virei para vê-la, apenas fiz um pequeno gemido de aprovação. – Cuidem dela...- acho que dessa vez deixei minha amiga realmente preocupada. – Não posso ficar aqui, já pensou? Frank me ver sem maquiagem?


Ouvi um comentário muito baixo de Sirius, aposto como estava ironizando minha pobre amiga. Então ouvi os passos de Alice irem sumindo. Já conseguira parar de chorar. Sirius finalmente sentou no sofá a nossa frente.


- Você ...- Sirius ainda estava boquiaberto. Ele achou mais seguro conversar com James do que comigo.- Pontas, ela está assim por conta de um pesadelo?


- Lily, quer falar sobre isso? – James perguntou olhando para baixo, já que eu permanecia agarrada a ele. Fiz que não com a cabeça. – Você sonhou...o pesadelo foi com sua família?- percebi onde ele queria chegar, ele achava que eu havia ficado abalada assim porque sonhara com ataque a minha família. Realmente era vergonhoso que eu estivesse assim por outro motivo, mas não ia mentir para ele. – Então o que foi?


Larguei de James com relutância, me sentando ao seu lado. Passei as minhas mãos para enxugar as lagrimas que ainda restavam no meu rosto. Olhei para o chão. A resposta era longa e indiscreta. Então reduzi.


- O baile, o maldito baile – virei para James, enquanto ouvia o som da risada reprimida de Sirius. Aliás Potter tinha um misto de expressão, ele não sabia se sorria ou se enrugava a testa. – James, eu não agüento mais tudo isso!


- Você...- ele parecia procurar as palavras certas. – Lily, você deveria encarar apenas como uma festa...-era fácil para ele falar.- Esqueça todo aquele negócio de Hestia e Remus de uniforme...- Sirius agora ria abertamente. Era um respeito por mim dor, que só vendo. – Tente ver a coisa toda como uma reunião com música, bebida e comida.


Realmente se meu problema fosse só este. Estava certa de que a troca de olhares entre James e Sirius era pra decidir se eu deveria ser internada na ala de loucos do St. Mungus. Então me levantei, ficando de pé, não precisava de mais uma humilhação.


- Muito obrigada, meninos. – Falei com o pouco de dignidade que ainda me restava. – Eu não sou de ficar chorando...mas é que ta sendo umas férias realmente difíceis para mim.


-Vamos com a gente...- Sirius falou depois de um olhar significativo de James. – Eu estava faminto e nós íamos na cozinha...


-Se andarmos devagar, acho que a capa dá para nós três- James falou e sem esperar que eu dissesse sim ou não me deu a mão e jogou a capa sobre nós.


Era bem difícil andar coordenadamente com eles. Quero dizer, os dois são bem mais altos que eu. Eles têm passos largos. Foi por isso que tive novamente a sensação de ser arrastada por James, que me segurava pela cintura.


Quando chegamos na cozinha, dava para ver pelas janelas que o sol começava a nascer. Os elfos já haviam acordado para começar a preparar o café da manhã. Eu me depositei em uma cadeira, James ao meu lado e Sirius a nossa frente. Gostaria de ter um espelho, minha aparência deveria estar terrível.


Formos servidos com biscoitos de chocolate, os meus prediletos. Sirius começou a devorá-los e graças a Merlin começou um assunto sobre quadribol. James logo se empolgou. Dava para ver que ele estava razoavelmente preocupado comigo, já que ele às vezes parava para me observar e quando eu conseguia sorrir de alguma piada sem noção de Sirius, ele fazia festinha em minha cabeça.


- Vocês não vinham para cá, não é? – Eu falei quando já estava me sentindo bem. Afinal, eu teria de esperar o baile para ver se James convidara Marlene. E para o caso de ele não me corresponder, eu ainda tinha metade de um ano para conquistá-lo, não é mesmo?- Se estivessem como fome poderiam comer toda aquela mala que vocês contrabandeiam da dedos de mel.


James riu. Aparentemente feliz por eu voltar a ser pensante. Sirius quem me respondeu de boca cheia.


- Nós estávamos numa missão marota. – Ri dele. Ele continuou divertido. – Mas claro que você estragou tudo...


-Muito lisonjeiro o seu amigo, não? – perguntei a James.


James riu.- Não era nada tão importante.


E depois de mais uma rodada de biscoitos, decidimos que já poderíamos sair dali, mas ao olhar no mapa maroto observamos que vários estudantes já circulavam pelo castelo. Daqui a dez minutos o café da manhã seria servido. Sirius teve uma brilhante idéia.


- Não precisamos da capa...- Ele disse todo feliz.- Vamos para o café da manhã!


- Com toda certeza eu vou aparecer no salão principal de pijama! – Retruquei fazendo James rir e Sirius me olhar com quem diz “qual é o problema?”. – fora que eu acabei de comer e tudo o que eu queria é dormir.


- Eu a levo, Almofadinhas, e encontro vocês lá na mesa depois. – James disse enquanto nos envolvia com a capa.


Foi mais difícil a volta porque tínhamos que desviar das pessoas que desciam as escadas. Mas com algumas passagens secretas chegamos rápido ao salão comunal. Esperamos que dois meninos do segundo ano saíssem e então tiramos a capa.


- Obrigada. – disse sinceramente. Eu me sentia completamente renovada.


Ele me deu um forte abraço. É muito bom estar envolvida pelos braços dele. Sem mencionar o aroma, claro.


- Tenho que subir.- falei apontando para meu pijama e ele apenas sorriu. – Até mais tarde.


Do alto da escada vi que ele continuou lá embaixo esperando que eu entrasse no dormitório. Acenei e ele apenas passou as mãos pelos cabelos.


Lembro vagamente de Alice me perguntando se eu estava bem, simplesmente desmaiei em minha cama. Um sono profundo, sem sonhos, sem pesadelos, sem bailes.


O despertar, no entanto, foi chocante. Alguém me sacudia fortemente.  Abri os olhos um pouco confusa. Alice em um longo verde me encarava.


- Que horas são? – perguntei aflita, sentando-me na cama.


- Eu estou tentando de acordar a séculos...- Ela me disse sentando em minha cama. – Vai para o banho...


- Você está linda! – falei para ela. As minhas outras colegas de quarto ainda terminavam de se arrumar. – Frank vai amar...


- Obrigada!- ela disse toda feliz. – Agora vai para o banho, Lily, falei para Frank que você ia com a gente...


Pulei da cama e dei um beijo no rosto de minha amiga. Fui tomar meu banho. Graças a Merlin, meu rosto já não tinha o menor vestígio de choro. Quando finalmente terminei de vestir o vestido preto que Alice me dera no meu aniversário, o quarto já estava vazio. Alice ainda me maquiou e então saímos apressadas para encontrar um paciente Frank no salão comunal.


- Dessa vez a culpa foi minha pela demora...- expliquei para Frank que deu um braço para Alice e para mim. – Desculpa.


- Não tem problema, Lily, só perdemos meia hora de festa. – Ele disse após dar um selinho em minha amiga. – Vou querer uma foto minha entrando com vocês. Certamente sou o cara mais invejado do baile.


E saímos em direção ao baile. O som das esquisitonas foi se aproximando, até que finalmente chegamos. Muitos alunos já dançavam. Larguei o braço de Frank o deixando a vontade com Alice.


Fui caminhando até o lugar onde haviam umas cadeiras. E então eu a vi. Marlene estava deslumbrante em seu vestido dourado. Sorridente ela passou com um dois copos de cerveja amanteigada em mãos. Meu coração acelerou quando percebi na direção de quem ela estava indo. Ela entregou um dos copos para James, que  não sei bem porque tinha um gorro natalino vermelho na cabeça. Mas Marlene se virou para dar um beijo no rosto de Sirius que a abraçou pela cintura.


Hipnotizada pela cena só consegui me mexer quando Sirius a levou para a pista de dança. Como pude ser tão burra? Lógico que era ela! Era Marlene a menina que Sirius se encontrava em Hogsmead. Sorrindo fui caminhando lentamente até James.


- Belo gorro! – Ele se virou já sorrindo. É incrível como ele consegue ser lindo, de uniforme, de vestes comuns, de vestes formais, e até de gorro.


- Belo vestido! – ele disse depois de me analisar e se aproximou mais de mim me oferecendo um pouco da cerveja amanteigada que tinha em seu copo. Eu dei um gole e devolvi para ele, que o depositou numa mesa atrás de nós. – Vamos dançar?


Eu não sei dançar muito bem, mas não ia perder a oportunidade. Ele me abraçou pela cintura e eu  o envolvi pelo pescoço. A musica não exigia grandes passos, felizmente. Estávamos afastados o suficiente para eu pudesse encará-lo.


- Pensei que visse com Dumbledore...- falei quando passamos pelo nosso diretor em uma dança completamente fora de ritmo com a professora McGonagall. Ele riu.


- Passei no escritório dele. – ele falou divertido.- Mas ele acha que seria um grande escândalo se as pessoas nos vissem dançando juntos.


- Pessoas preconceituosas. - falei numa indignação falha por minha risada.


Ele me puxou para mais perto de modo que agora eu não o encarava mais. Nossos rostos colados. Foi com muita dificuldade que sai de meu mundinho e vi Sirius acenar, ao seu lado Marlene.


- Então era Marlene...- falei no ouvido de James.


- Nunca vi Sirius tão envolvido, Marlene é legal...- Ele se afastou para ver a minha expressão. – Sei que você teve uma má impressão dela, já que ela chegou tocando num assunto delicado.


- Foi um engano...- Disse envergonhada.


Começou a tocar uma música um pouco mais agitada e então James me puxou para um canto menos iluminado, e com menos gente. Pelo visto ele também não estava afim de pular hoje.


- Eu sei que você odeia bailes...-começou ele. Suas mãos ainda estavam em minha cintura e eu não me opunha a continuar envolvendo seu pescoço com as minhas. – E bem não estamos de uniforme...


- Definitivamente este gorro...-  tirei o gorro da cabeça dele para examiná-lo e ele se encostou na parede me trazendo para mais perto pela cintura. – não faria parte de nenhum uniforme...- Olhei para cima para encará-lo- só se aqui fosse uma escola de papais noeis, você sabe.


- Perdi uma aposta para Sirius.- voltei a envolver o pescoço dele o gorro em minhas mãos. Eu estava completamente maravilhada com o que estava prestes a acontecer.


- Que aposta? – Ri porque havia convivido tempo o suficiente para saber que vindo de Sirius, não era boa coisa.


-No dia que eu o proibi de implicar com você...- me lembro perfeitamente. – ele me disse que eu não ia conseguir convidar você para o baile, sem a ajuda dele...e propôs esta aposta...


-  você não me convidou...- estávamos chegando num momento delicado. Mas eu sentia que nada poderia dar errado.


- Lily, você odeia bailes...- eu ri. Acho que traumatizei o pobre com minha teorias. – Eu não queria arriscar tudo num convite...


- Arriscar como assim? – agora era eu quem não estava entendendo.


- Digamos que de um ano para cá nossa relação tenha evoluído um pouco, não? – eu ri. Ele no entanto parecia estar falando serio. – Eu gosto de estar ao seu lado, Lily, eu não queria colocar tudo a perder com um convite.


Ele me olhava como se estivesse lendo minha alma. Eu não conseguia desviar o olhar dele e nem queria.


- Eu teria dito sim. – falei sinceramente.


Ele riu e me puxou ainda para mais perto me beijando. Me segurei fortemente nele para não cair. Era como um sonho, um sonho de verdade, não pesadelo. Nosso beijo durou até que ouvi um assovio familiar, me virei relutante e James me abraçou por trás. Lá estava Sirius.


- Finalmente!- ,Ele estava com a maquina em mãos.- Tirei uma foto se vocês não se importam.


Eu estava vermelha, mas teria de me acostumar com as implicâncias de Sirius se fosse realmente namorar James.  Coloquei o gorro na minha cabeça e pedi para ele tirar outra foto.


Foi um baile divertido. Certamente o melhor baile de minha vida. Eu e James não tivemos muito tempo sozinhos, mas eu sabia que o teria por muito tempo, de qualquer forma não nos desgrudamos. Marlene era realmente legal, apesar de ser fanática por bailes. Alice parece ter encontrado um bom papo com ela. Foi bom ver Sirius entediado.


Já havia passado da meia noite quando eu e James subimos para o salão comunal. Eu estava realmente exausta. Apesar de magnífico, fora um dia realmente cansativo para minha saúde emocional.


- Hoje de manhã- ele perguntou enquanto subíamos as escadas de mãos dadas. – não foi apenas um pesadelo, não é?


-Hoje de madrugada...- eu o corrigi e ele sorriu. – não, não foi. Quero dizer, o pesadelo existiu.


- O que era então?- ele quis saber, mas eu hesitei.


- Jura que não vai se tornar mais convencido por isto? – ele riu e fez que sim. – Bom, eu achava que você não queria nada comigo...


- Mas como você pode achar isto? – ele parecia realmente surpreso e beijou a minha mão.


- Bom, você não tinha me convidado para o baile e bem ficou todo animado quando a Marlene chegou...- ele riu.- e isso tudo era terrivelmente horrendo em vista que eu descobri que estava apaixonada por você...


Tínhamos chegado enfrente ao quadro da mulher gorda, mas ao invés de dizer a senha para que entrássemos,  James me puxou para um longo beijo. Desta vez sem ninguém para nos atrapalhar. E melhor ainda, como o gorro estava em minha cabeça e não nas minhas mãos ou na cabeça dele, eu pude passar as mãos pelos cabelos dele enquanto nos beijávamos.


-Eu sempre gostei de você, Lily. –ele me disse quando o nosso beijo terminou. – E me apaixonei fácil quando a gente se aproximou...


Eu estava realmente radiante e pronta para começar a beijá-lo novamente, mas fui interrompida por um barulho. Alguém estava assoando o nariz. Viramos para o lado e vimos uma mulher gorda emocionada.


- Não é todo dia que uma cena romântica com esta.- Ela se justificou. – Claro que meu primo que fica na torre de astronomia tem mais sorte.


Eu e James rimos. Apesar de ela não gostar muito de acharmos graça , após dizermos a senha ela abriu a passagem para a sala comunal. Remus e Sirius já estavam lá. Sozinhos. Marlene já fora dormir e Hestia era da corvinal.


- Feliz natal, meninos. – dei um breve beijo em James e subi.


Alice ainda não havia chegado. Devia estar perambulando pelo castelo com Frank. Percebi, no entanto, que havia um embrulho no pé de minha cama. Eu sei que já havia passado de meia noite, mas ainda não esperava encontrar presentes.


Abri rapidamente o embrulho. Uma coruja. Seus olhos eram negros, mas suas penas eram de um tom marrom avermelhado. Havia um cartão.


“ Ruiva, corajosa e carinhosa, uma raça que parece ter sido feita para você. Noel.”


Abri e fechei a boca algumas vezes e então compreendi. James. Eu havia dito para ele sobre como meu sonho de natal fora Papai Noel. E acho que também havia mencionado que ainda tinha uma coruja porque queria uma parecida comigo.


Sai correndo do dormitório. Os três ainda estavam na sala comunal. Lutei para recuperar a fala porque James estava ainda mais irresistível com a gravata sem nó.


- Foi você, não foi? – perguntei com o pergaminho em mãos.


- Eu o quê? – ele quis saber me puxando para sentar em seu colo. Entreguei o pergaminho para ler e percebi que Sirius e Remus tinham sorrisos.


- Meu nome é James Potter, Lily. – Ele disse divertido. – Não Noel. Pensei que você tivesse guardado bem meu sobrenome...


- Noel? – Sirius falou que se eles tivessem ensaiado aquilo. – Já ouvi falar este nome!


- Lógico Sirius, Papai Noel. – Remus completou. Se eu não os conhecesse tão bem juraria que estavam sendo sinceros. – Lily, é um bruxo muito antigo que costumava dar presente aos trouxas no natal...


- Como você gosta tanto dele...- James disse me entregando o papel. – ele deve ter feito uma surpresa para você, mesmo você não sendo mais criança...e sendo bruxa...


- E, então?- Quis saber Sirius. – Qual foi o presente?


Aquilo sem duvidas era a coisa mais linda que já tinham feito por mim. Decidi que ia fingir que acreditei. Olhei para os três radiante, afinal eu realmente fiquei muito feliz com o gesto deles.


- Uma coruja! Linda! – Então virei para James. – Do jeito que eu queria.


- Já que até papai Noel já deu o presente...- ele pegou a varinha e disse actio presente da Lily. E então chegou uma caixa que eu reconhecia ser da dedos de mel. Sorri para ele.


- Muito obrigada.- Dei um beijo nele, ele me abraçando.- Seu presente só vai chegar amanhã...e bem...lembra que eu não era sua namorada ainda quando comprei.


Eu sabia que ele ia gostar. Mas era apenas um saco de jujubas. E tudo bem, jujubas que tinham o gosto do que você estivesse pensando. Mas nada comparado a realizar um sonho de natal.


Fiquei mais um tempo ali. No colo de     James, comendo meus doces. Ele mexendo em meus cabelos. Os três conversando sobre novos planos, novas aventuras. E percebi que enquanto eu tivesse isso eu seria feliz, muito feliz.


 


Nota da autora:


Acho que não me esqueci de nada, essa fic só foi feita por conta desta parte final, rs. Desde do primeiro capítulo que eu só pensava em escrever o baile. Será que a Lily vai me matar?


Nossa, eu amei escrever esta fic. É bom ter uma Lily que não odeie o James, rs, é mais leve de se escrever. E bom eu sempre entro em conflito com as Lilys que odeiam os James, rs. O cara é perfeito, ow.


Quanto a Alice. Foi bom tê-la nesta fic, uma personagem boa, saltitante e patricinha, com um pai parecido com o meu, rs.


Sirius, James e Remus, fizeram a festa. Nunca os coloquei tanto para rir e tirar onda com a pobre Lily. Devo dizer que eu poderia apertar as bochechas de James, coisa mais linda.


E claro, a protagonista, Lily. Vai, essa Lily tava muito fofa, não? Vou sentir saudades dela.


Natal e Hogwarts simplesmente combinam! Amo Natal!


E vocês? O que acharam? Gostaram?


Raísa: Juro tentar ler no fim de semana, rs. Não tenho o direito de chamar ninguém de louca. Obrigada por acompanhar minha fic! Bjs!


Heidinha: Claro que continuo! Feliz que tenha gostado! Muito obrigada mesmo e Beijinhos!


Istéfani: Obrigada por acompanhar desde o inicio, mesmo! Fico feliz que tenha gostado! Beijinhos infinitos!


Agora é hora de se despedir. ODEIO ÚLTIMOS CAPÍTULOS. Mas sem eles acho que as fics perdem a lógica, certo? Não que eu seja muito fã da lógica, mas de vez enquanto temos que apelar para ela.




Eu estou escrevendo uma nova fic, se alguém estiver interessado é só passar lá para ver. É uma UA, eles são trouxas, O nome é Um lugar chamado Hogwarts, rs, mas não é uma alusão ao filme. Já tenho o prólogo e o primeiro cap postados no fb.




Beijinhos no coração de todos e MUITO OBRIGADA, mesmo!


Ju


P.S. Eu quero um James pra mim. Será que se eu pedir um pro papai Noel, ele me dá? Hein? Hein?

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Comentários (1)

  • Sarah Rod

    Adorei a fic do começo ao fim, o jeito que você escreve é sensacional. Só que não curti a Alice "patricinha''... desgostei porque eu imagino ela completamente diferente. Mas enfim, a fic é sua e do jeito que você desenvolveu... ficou muito bom! E eu espero, realmente, que você faça um capítulo bônus ou sei lá... por que me conquistou.

    2012-05-08
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