Capítulo quarto
Meu Natal com Potter
Capítulo quarto:
Apesar de as compras em Hogsmead terem me deixado exausta, fui a primeira a acordar no dia seguinte. Tomei meu banho com a água bem quente e me vesti com uma roupa confortável e quentinha. Alice ainda dormia quando resolvi descer para o salão comunal.
Sirius já estava lá. Decidida a declarar paz, fui sentar ao seu lado. Ele parou de ler o profeta diário, que pela hora, não era o de hoje e me encarou com um olhar curioso. Como eu definitivamente estava de bom humor, sorri para ele.
- Bom dia, Sirius! – Estava certa que aquele ditado trouxa que não me lembro exatamente, está certo. Se não posso contra Sirius, melhor me unir a ele. Ou pelo menos isso vale até achar uma maneira de me vingar.
-Bom dia, Lily! – ele me examinou cautelosamente. Todavia, não pareceu achar nada que me incriminasse. – pelo visto você também caiu da cama hoje.
-Pois é, ontem quando subi, eu simplesmente desabei na cama.- falei de forma simpática.
- Já eu nem dormi direito graças ao idiota que costumo chamar de melhor amigo. – ele falou com um misto de raiva e diversão. – Você sabe que fomos condenados a viver com um tirano não sabe?
- Fomos condenados? – ri dele. - Você está querendo dizer que James é um tirano?
- Certamente. – Sirius me lançou um olhar serio. – Compareça aos treinos de quadribol e você verá a face tirana dele vindo a tona.
- Ficaram discutindo quadribol a noite toda? – sabia que eles eram fanáticos. Mas não tanto.
-Quadribol? Não. – Agora ele ria de mim. – Quero saber quantos galeões você pretende me pagar para eu escalar a árvore de natal de hogwarts. Devo dizer que se quiser algo na hora do baile o preço sobe e se for pra fazer isto sem roupa...
Não deixei que a mente insana de Sirius continuasse a tarifar as formas que ele poderia escalar a árvore de natal. Percebi na hora que eles não discutiram quadribol. – Vocês passaram a noite toda falando sobre mim?
- Aí está a tirania. Fui proibido, Lily, terminantemente proibido. Não posso mais nem sugerir que vocês formam um lindo casal.- foi como se um balde de água fria tivesse caído sobre mim. Sei que deveria estar aliviada de não ter mais Sirius no meu pé, mas o fato de James... tentei focar minha atenção no que Sirius estava falando. – Você deveria dizer pra ele que gosta de minhas brincadeiras, que não se importa com elas, Lily.- ele fez uma pausa, em que respirou profundamente. – Como vou me divertir sem vocês?
Dei dois tapinhas no braço dele. – Tenho certeza que você logo achará uma forma... – falei de forma irônica.
- Verdade... logo, logo o seboso estará de volta...- Ele se levantou e fingiu não ter visto meu olhar de repreensão. – Vamos na cozinha fazer um lanche enquanto nossos amigos hibernam?
Saímos através do quadro e fomos direto para a cozinha. Quase ninguém circulava pela escola ainda. Comecei a fazer uma anotação mental de nunca mais madrugar ao longo dessa semana.
Os elfos nos receberam muito bem, como de costume. Aceitei apenas um suco de laranja, já que dali a pouco tempo iria para o salão principal comer o café da manhã. Sirius, no entanto, aceitava tudo que via pela frente.
Enquanto ele comia, minha mente fervilhava. Como uma pessoa tão prática e inteligente como eu me considerava poderia de fato se interessar por alguém como James? Não que ele não tivesse qualidades, mas o fato era que alguém como ele logicamente preferia ter varias garotas aos seus pés do que somente uma ao seu lado.
- James me contou que comprou um apartamento, é verdade? – tentei desanuviar minha mente.
- Verdade- disse Sirius de boca cheia. – os Potter são minha família, sabe? O tirano? É meu irmão. Entende? Mas vai ser bom ter um lugar só meu.
Acho que ficamos umas duas horas ali com Sirius sem parar de comer e me contando sobre seu novo apartamento ainda sendo mobilhado. A cada menção de James meu estomago revirava. Potter sob ótica de Sirius não era apenas tirano, mas alguém extraordinariamente amigo, fiel e honrado.
Aliás, foi James quem nos achou na cozinha. Como ele nos descobrira ali, não faço a menor idéia. Ele me perguntou se Sirius estava me perturbando e quando eu disse que não, apenas sugeriu que fossemos tomar café com os outros. Segundo James, Alice estava angustiada com a minha súbita insônia.
Enquanto eu me sentava entre James e Sirius, de fato, Alice a minha frente parecia um tanto quanto confusa. Ela havia recebido outra carta de seu pai e ele pedia para que eu mandasse uma coruja para ele, informando os passos dela.
- Fica tranqüila, Alice, mais tarde eu escrevo para ele. – Falei tentando fazer ela voltar a respirar normalmente.
- Não esqueça de mencionar aquele amasso na torre de astronomia...- falou Remus naquele mesmo tom de sempre.
Todos nós rimos, menos Alice que manteve um ar preocupado durante todo o café da manhã. A manhã foi bastante tranqüila. Hestia se juntou a nossa mesa e nós nos divertimos bastante com suas histórias sobre seus irmãos menores.
Depois do almoço fui para a biblioteca com Frank e Alice para juntos escrevermos uma carta para o pai dela. Certamente a família dela estava começando a me ver como um elfo doméstico ou uma vela ambulante, porque eu não teria como relatar todos os passos deles. Inventamos algumas cenas, ocultamos outras, o relatoria me pareceu digno de uma escritora de romances no final. E claro que a Alice da carta poderia ter ido para um convento.
Frank educadamente me perguntou se eu não queria acompanhá-los numa volta no jardim. Claro que disse que não. Subi as escadas até a torre da Grifinória. Na sala comunal, parecendo completamente abandonado, estava James Potter.
Em outros tempos eu poderia ter ignorado sua presença e ter subido para meu dormitório. Afinal eu acordara cedo, certo? Eu deveria tirar um cochilo na tarde de férias de inverno. Mas estamos falando no tempo presente, e nesse tempo eu não seria capaz de caminhar até um James Potter que estava deitado no sofá junto a lareira.
- Entediado? – sentei-me no chão a sua frente. Ele pareceu despertar de seus pensamentos, levantou do sofá para se sentar ao meu lado no chão. Fazíamos uma bela dupla de loucos sentados no chão de frente para um longo sofá confortável e desocupado.
- Um pouco. –Ele falou enquanto parecia ler meus olhos. Depois retirou um saco de doces da dedos de mel com balinhas que quicavam na boca e me ofereceu. Peguei algumas. – Sabe, falei para Sirius não te perturbar mais.
- Fiquei sabendo. – disse com dificuldade por causa das balinhas que estavam prestes a escapar de minha boca. – Segundo Sirius, um ato de tirania.
James riu. Não sei se do que eu disse ou da forma como as silabas saíram por causa das balinhas. Desafiei-o a fazer o mesmo e ele colocou um monte de balinhas na boca, mas teve muito mais sucesso ao falar do que eu.
- Sabe o que eu queria saber? – Falei quando finalmente as balas acabaram. – Como você sempre sabe onde as pessoas estão? Como os marotos sempre escapam dos professores?
- Sorte...- James falou divertido.
- E creio que tenha sido a sorte que o levou até a cozinha hoje de manhã...- falei ironicamente e ele gargalhou.
- Eu te conto, mas só troco meu segredo por outro. – disse isso e ficou me encarando.
- Um segredo? – falei pensativa.
- Qualquer um. – ele falou se endireitando para ouvir melhor.
- Eu já pedi ao Slug para te dar uma detenção. – confessei ficando escarlate. – inventei que você tinha me azarado, mas na realidade você não tinha feito nada. Não desta vez.
- Ora, mas não era segredo pra ninguém que você me odiava.- para minha surpresa ele achara super divertida minha confissão. – Você deveria saber que as detenções com Slug sempre acabam num copo de Hidromel.
- Agora me conta o seu. – Pedi, enquanto ele mexia na mochila pegando um pergaminho.
James pegou o pergaminho apontou a varinha para ele e falou: “Juro solenemente não fazer nada de bom”. Abaixou o pergaminho para que eu visse. Foram surgindo linhas negras e elas foram construindo um mapa. Um mapa de hogwarts! E haviam vários pontinhos, que representavam as pessoas.
- Veja - ele apontou para dois pontinhos que estavam quase juntos. Em cima deles estava escrito Lily Evans e James Potter. – Aqui estamos. E você pode procurar o nome de Sirius aí que não vai achar, pois ele estar fora do castelo. Olha parece que Alice e Frank resolveram aceitar a dica de Remus e estão na torre de astrono...
- Não foram vocês quem fizeram isso, foram? – Eu estava escandalizada. Sem duvida eles haviam perdido muito tempo fazendo aquilo. – Sem sombra de duvidas é a coisa mais engenhosa que já vi na vida...e trapaceira também...
- Obrigado! – respondeu um James sorridente.- Ninguém mais sabe deste mapa.
- E como você faz para que ele volte a ficar em branco? – perguntei feliz dele ter confiado este segredo a mim.
- Malfeito feito. – disse ele apontando a varinha para o mapa e as linhas e pontinhos foram se apagando. – Legal, não?
- Não é muito bonito vigiar os outros...
- Mas é útil – disse ele rapidamente.
- Isso não se pode negar. – ri. – seu segredo está seguro comigo.
- Tenho certeza que sim. – ele riu. – Afinal você não me odeia mais.
- Não mais. – concordei.
Quando dei por mim nossas cabeças estavam muito próximas. Levantei rapidamente e cabei acertando minha cabeça na dele.
- Desculpa! – pedi esfregando minha própria testa.
Ele também se levantou. –Acho que doeu mais em você do que mim. – ele riu. – Minha cabeça é mais dura.
- É melhor eu ir dormir...- falei apontando para a janela que mostrava um céu já negro. – Amanhã podemos testar o quão dura é a sua cabeça com um balaço...
- Ei!- James disse num falso tom de indignação. – pensei que não me odiasse mais...
-E infelizmente não odeio...- dei um beijo no rosto dele e subi correndo para meu dormitório.
Certamente que Alice teria de pagar pelos danos morais e físicos –como minha cabeça doía- de ter me feito passar as férias em Hogwarts.
Nota da autora:
Oi gente! A fic ja ta acabando, ela termina no sete. Eu posto amanhã o quinto se alguém comentar hj. bjs e mto obrigada!
Istéfani M.: Oie! Espero que continue gostando! Postando! Obrigada e bjinhos infinitos pra vc!
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