Um Tempo com os Trouxas
Dezembro passou-se rapidamente. Logo chegou dia 22, véspera de sua ida à casa de Hermione. Harry estava um tanto nervoso, nunca conversara por muito tempo com os pais da garota. Tinha certeza de que eram boas pessoas, tendo a filha que tinham, mas temia por sua reação. Afinal de contas, Hermione estava namorando Harry Potter. Até os trouxas sabem o risco que isso significa.
Significa que ela era a mais próxima dele. A que ele mais amava. Se, no segundo ano, Voldemort tinha usado Gina apenas por ser irmã de seu melhor amigo, o que faria com Hermione?
E era isso que o preocupava, em todos os aspectos. Não sabia como o Sr. e a Sra. Granger interpretariam essa relação. Mais tinha certeza de uma coisa: faria tudo e mais um pouco para manter Hermione segura. Para ele, a vida da namorada valia mais que a sua própria.
No jantar daquela noite, Harry e Hermione conversaram sobre os últimos preparativos. Ela mostrava-se feliz e ansiosa por tê-lo em sua casa no Natal.
- Iremos amanhã de manhã. Meu pai vai nos buscar na estação, quando chegarmos. Partiremos no Expresso de Hogwarts às onze horas, como de costume – informou ela, enquanto comia.
- Legal – respondeu o moreno – Mione, eu reforço de novo que não quero incomodar, e você sabe. Natal é um feriado em família e...
- Shiii... – fez ela, colocando o dedo em seus lábios – Vai ser muito bom ter você conosco. Pare com isso, afinal, eu não teria te convidado se não fosse um prazer tê-lo comigo. Meus pais também estão satisfeitos com isso. Não é incomodo para ninguém.
- Mas, sua família... – contradiz Harry.
- Somos uma família pequena por aqui. Meus tios e meus avós moram do outro lado do país. – explicou Hermione – Em geral, somos apenas eu e meus pais. É sempre bom ter mais companhia.
- Tem certeza? – questionou, teimoso.
- Absoluta. Agora, para de se preocupar – pediu a garota, voltando-se para seu prato.
Naquela noite, Harry fez sua mala com muito cuidado. Colocou suas melhores roupas, incluindo seu traje de gala, para o Natal. Pegou-se pensando em colocar um perfume que certa vez ganhara de Sirius, o qual nunca usara.
De manhã, Harry acordou cedo e checou se não estava esquecendo nada. Depois, foi até o Corujal para pedir a Edwiges que ficasse em Hogwarts naquele ano. Ao voltar para o salão comunal, encontrou Rony e Hermione já com suas respectivas malas, aguardando-o. Subiu para pegar a sua e depois foi se despedir do amigo
- Mande lembranças a Carlinhos – disse Harry – A propósito, Feliz Natal.
Harry tinha comprado para o ruivo uma nova luva de goleiro, encapada com pele de dragão. Ele, por sua vez, deu a Harry óculos especiais para enxergar na chuva, durante uma partida de Quadribol.
O casal seguiu juntos até a estação, onde pegariam o Expresso. Os pais de Rony conseguiram autorização para buscá-lo em Hogwarts, a fim de encurtar o caminho até a Romênia.
Às onze horas em ponto o trem partia, e Harry e Hermione já se encontravam dentro da cabine, juntamente com Neville e Luna.
A viagem foi gostosa e tranqüila. Os quatro se divertiram muito, lembrando de seus primeiros anos em Hogwarts. Também jogaram algumas partidas de Snap Explosivo.
Chegaram ao final da tarde na estação Kings Cross. O casal se despediu dos dois amigos e atravessou a barreira que os separava do mundo dos trouxas, onde encontraram sem demora o pai de Hermione.
- Olá, Harry – disse ele, depois de abraçar a filha – Como vai?
- Muito bem, obrigado – respondeu, formal.
O Sr. Granger tinha cabelos muito bem penteados da mesma cor dos da filha. Era alto e forte, e os pequenos óculos redondos ocultavam parcialmente os faiscantes olhos azuis, que lembravam muito os de Dumbledore.
Eles seguiram juntos até o carro, um Toyota azul marinho. Após acomodarem os dois malões no espaçoso porta-malas, eles partiram em direção ao sul.
- E então Harry, como vai à escola? – perguntou o Sr. Granger, tentando parecer simpático.
- Vai muito bem. – respondeu o moreno, sem perder o tom formal.
- A matéria está começando a ficar mais difícil – acrescentou Hermione – Afinal, vamos nos formar no fim do primeiro semestre!
- De fato, esse ano é muito importante – concordou Sr. Granger. Ele respirou fundo.
- Está cansado, pai? – questionou Hermione.
- Um pouco. Anda havendo alguns problemas no consultório – respondeu o senhor. – Mas nada com que você deva se preocupar. Eu me lembro, quando você era pequena, às vezes tínhamos problemas no consultório e você...
- Pai! Não gosto dessa história. É... Constrangedor – disse ela, desconcertada. Harry riu.
- Ora, Mione, não há por que se envergonhar... – rebateu Harry.
- Acredite, você não vai querer saber – disse ela, convicta.
O restante da viagem seguiu-se em silencio, a exceção de brincadeirinhas aqui e ali por parte do casal. Depois de aproximadamente uma hora, eles entraram em um condomínio e pararam a frente de uma casa que Harry concluiu ser deles.
A casa tinha dois andares e parecia bem arejada. Uma lustrosa porta de carvalho polido erguia-se no centro, coberta por pequenos detalhes entalhados na madeira. Dois pilares de mármore se erguiam, um de cada lado, sustentando uma pequena varanda elevada ao alto.
- Bela casa – elogiou no ouvido da namorada. Ela sorriu.
Eles adentraram no local e Hermione o conduziu ao quarto de hospedes. Deixou sua mala lá e trocou de roupa, optando por algo mais arrumado. Quando desceu, encontrou uma mulher que imaginou ser a mãe de Hermione aguardando-o no pé da escada.
- Então você é Harry Potter – disse ela, subindo os poucos degraus de diferença entre eles. – Hermione fala muito de você.
Harry sorriu desajeitado e direcionou um olhar significativo a namorada. A Sra. Granger tinha a cor dos cabelos do marido, e os ternos olhos castanhos que Hermione herdara. Era alguns centímetros mais baixa que Harry.
- Sinto incomodá-los nesta data festiva – disse o rapaz, provocando olhares de protesto da morena.
- Ficamos felizes em comemorarmos juntos este ano – disse ela, com um sorriso amigável.
- Além disso, Hermione nos contou sua história... Eu sinto muito por seus pais. Então, decidimos que não há necessidade de passar o Natal sozinho. Temos espaço de sobra. – completou Sr. Granger. Harry lançou outro olhar a Hermione, dessa vez gratificante.
- Mudando para assuntos mais alegres... Hermione, minha filha, alguns amigos da vizinhança ligaram, querendo saber de você. Pediram para que assim que você chegasse, fosse encontrar com eles na praça, aqui perto. – disse ela – Harry pode ir também, tenho certeza que vai gostar daqui.
- Claro que sim – disse Harry.
- Vamos lá, então? – perguntou a morena.
- Vamos – concordou ele.
Eles saíram rapidamente do local para a noite clara, que começava a se formar. Harry seguiu a namorada por um curto trajeto até uma praça próxima. Ele pôde avistar três jovens conversando animadamente perto de uma árvore.
- Olhem lá! – gritou um deles – É Hermione!
O trio se aproximou correndo. Tinham todos mais ou menos sua idade e sua altura. Haviam dois garotos, um loiro e um de cabelos castanhos. A garota era japonesa e tinha os cabelos escuros como à noite. Eles cumprimentaram Hermione com vigor, e depois olharam com certa desconfiança para Harry. A garota se apressou em dizer.
- Pessoal, esse é Harry Potter, um amigo da escola – disse ela.
- Ah, então você também estuda naquele internado, como é mesmo o nome... Saint Eaton? – perguntou o loiro. Harry olhou para Hermione e ela fez um discreto sinal para que concordasse.
- Sim... estudamos juntos – respondeu ele.
- Bem, nesse caso... Sou Tim Dentruy – apresentou-se ele, estendendo a mão.
- Sou Thiago Reitishuh
- E eu sou Julie Nakomata
- Muito prazer – disse o moreno.
Harry descobriu que Hermione tinha uns amigos muito animados. Os três se enturmaram rapidamente com ele, e eles se divertiram bastante. Foram a uma pizzaria próxima e só voltaram para casa mais de dez horas da noite.
A lua iluminava toda a região com um lindo brilho azulado. Harry e Hermione caminhavam de mãos dadas de volta para casa, antes de ele ter uma idéia romântica.
- Venha aqui – disse ele, levando-a para uma arvora próxima – Você tem uns amigos bem ativos.
- E isso te surpreende? Você ainda me enxerga como uma nerd comportadinha? – perguntou ela, brincando com uma mecha dos cabelos.
- Claro que não – respondeu – Eu te amo, sabia?
- Sabia. E eu também – Harry então selou aquele momento com um apaixonado beijo.
Antes de ir dormir, o moreno fez questão de dar um formal “boa-noite” aos pais de Hermione. Subiram juntos em direção aos quartos, e Harry deu outro ardente beijo na namorada. Depois de tantas preocupações, percebeu que estava feliz como não se sentia há tempos.
N/A: Aí está, mais um cap. Amanhã eu posto o capitulo do Natal logo cedo.
Eu desejo aos meus leitores um feliz Natal, pois sem voces essa fic não seria nada!
Bjos, Feliz Natal, e a´te o proxima cap!
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