Cuidados especiais



        Revisado em 03/12/2011. Desculpem-me pelo layout desajeitado: o computador não me deixava corrigí-lo de jeito nenhum. 

       
        Chegaram apressados a antiga casa de Sirius. Hermione, já mais calma, foi a primeira a entrar correndo, escancarando todas as portas para que os demais pudessem passar. Harry retomara a consciência, e gemia em intervalos regulares. Gritos desesperados de Gina e da Sra. Weasley foram momentaneamente ignorados. O moreno foi colocado temporariamente em um sofá, enquanto Lupim e Sr. Weasley preparavam um quarto onde poderiam cuidar dele. Hermione ajoelhou-se ao seu lado, tremula.


 


            Harry olhou para ela e sorriu, dolorido. Seus olhos estavam assustadoramente escuros e seus lábios, arroxeados. Ela acariciou levemente seu rosto com a mão, tentando sorrir também, apesar de seu interior querer gritar. Harry suspirou ao seu toque, e acomodou-se mais perto da garota. Em certo ponto, ele murmurou:


 


              - Não se atreva a se culpar por isso, Mione.


 


              A garota mordeu os lábios, tentando inutilmente conter as lágrimas. Umas poucas correram silenciosas por seu rosto, e ela teve o cuidado de não deixá-las pingar na nuca do moreno. Seja por sua respiração repentinamente descompassada ou simplesmente por conhecê-la, ele disse:


 


               - Não chore, por favor.


 


            Felizmente, Hermione não foi obrigada a responder. Lupim adentrou na ante-sala, e disse que estavam prontos para ele. Assim, ela foi obrigada a se afastar e aguardar, ansiosa, por notícias. Alguns minutos depois a Sra. Weasley e Gina se juntaram a ela em sua vigília. A senhora repetidamente a fuzilara com o olhar, e Hermione presumiu que já ficara sabendo do que havia acontecido.


 


            - Mas Hermione, o que houve exatamente? – perguntava repetidamente a Sra. Weasley. Ela estava começando a se irritar. Gina, um pouco mais calma, teve a sensatez de intervir a seu favor.


 


             - A Mione já disse, mãe – ela falou – Eles estavam quase chegando quanto Voldemort apareceu e conjurou, ou qualquer outra coisa, um monte de fogo, que os atingiu.


 


             - O que eu não entendo é: o Harry não estava na frente e você atrás? Como que ele foi atingido e você praticamente não? – perguntou ela. Esse era o exato tipo de pergunta que não a agradava, especialmente porque ela já parecia conhecer a resposta. Teria que agradecer Harry depois, claro, mas não lhe agradava o fato dele valorizar mais o seu bem estar do que o pr. Em questões gerais, ele era bem mais importante que ela.


 


            - Ele, de alguma forma... Deu um jeito de me colocar na frente, e eu só não fui queimada por que ele me protegeu com o corpo – disparou, se sentindo novamente mal por isso. Ou melhor, intensificando seu mal-estar. Não parara de sentir-se desta maneira por sequer um momento desde o ocorrido.


 


        A Sra. Weasley parecia que ia dizer alguma coisa, mas se conteve. Hermione achou que ela não se controlaria por muito tempo, portanto desceu alegando ir tomar água. Lá em baixo, encontrou Tonks, Fred, Jorge e Rony. Todos eles a questionaram, porem Hermione não respondeu. Aquilo já estava lhe dando nos nervos. Sabia que os Dursleys estavam na casa, provavelmente trancados em seus quartos. Hermione teria que falar com eles depois. Apesar de que o esperado seria Harry falar com eles. Seu estomago revirou-se novamente. Ele vai ficar bem, disse para si mesma, ele tem que ficar bem.


 


            Enrolou por alguns minutos, e acabou vendo-se na obrigação de beber mesmo água. Sem ter outra opção, subiu novamente. Para sua surpresa, Lupim a estava esperando.


 


              - Pode ficar tranqüila, Hermione – disse ele, antecipando suas palavras – Harry vai ficar bem dolorido por um tempo, mas já deve estar recuperado antes da volta às aulas – Hermione assentiu, um pouco mais aliviada. Porem só poderia relaxar por completo quando visse Harry.


 


              - Remo? – chamou Sr. Weasley do quarto – O Harry acordou e insiste que quer ver Hermione – o estomago de Hermione deu um solavanco desagradável. Respirou fundo.


 


               - Acho que não há problema, Arthur – disse Lupim – Eles precisam mesmo conversar.


 


                 - Tem certeza de que é seguro, Remo? – perguntou a Sra. Weasley, intrometendo-se. A morena se surpreendeu, pois sua impressão fora de que a mulher não se encontrava no aposento quando ela voltou.


 


                   - Molly, minha cara, Hermione não desejaria, de forma alguma, fazer mal ao Harry. Sinceramente, não vejo como ela o faria, mesmo que quisesse!  – disse Lupim, deixando transparecer sinais de irritação.


 


                  - Mas ele está muito ferido, e precisa descansar... – repreendeu a Sra. Weasley.


 


                    - Sra. Weasley – interrompeu Hermione, perdendo a paciência. A situação já era, por si só, estressante o suficiente – Eu sei que o que você quer, assim como eu, é que o Harry se recupere o mais rápido possível. No entanto, preciso realmente conversar com ele. Tentarei ser o mais breve possível.   


 


                      - Pois bem – disse Sr. Weasley, saindo do quarto e cortando no ato a discussão – entre, Hermione.


 


                        E ela entrou. Harry estava lá, incrivelmente sorrindo para ela. Ela tentou sorrir de volta, mas o máximo que conseguiu foi uma leve careta. Ele riu fracamente da tentativa de parecer simpática de Hermione. Seus olhos haviam recuperado um pouco da cor, mas sua aparência ainda era muito frágil. Era quase como se pudesse se quebrar ao mero toque.  


 


                 - Sabe que ás vezes você me surpreende? – disse ela, sentando-se na beirada da cama. – Eu, no seu lugar, estaria no alto do meu mau-humor.


                   - Às vezes é você que me surpreende – falou ele. Parecia bem – Você sempre foi tão boa em identificar as coisas mais simples e não consegue encontrar o motivo por eu estar feliz?


 


                    - Não – ela repetiu.


 


                    - Entenda. – ele começou – estou feliz pelo simples fato de você e os outros estarem bem. Quanto a minha queimadura, estou mais feliz ainda por que, novamente, você não saiu machucada. Antes de começar um discurso sobre o meu masoquismo, veja a situação do meu ponto de vista: um de nós iria se machucar. Eu, ou você. Dessa forma, é óbvio que escolherei a mim mesmo, porque você sabe o quanto eu detestaria te ver machucada – declarou ele, olhando em seus olhos docemente. Aquelas palavras encheram-na de emoção.


 


                   - Mas você é mais importante – ela disse – você que tem que salvar o mundo bruxo, lembra-se?


 


                        - E eu tenho certeza que não conseguiria em a sua ajuda – Harry falou – E, sem ofensas Hermione, mas eu tenho um pouco mais de resistência física do que você. – ela não pode deixar de sorrir com o comentário – Agora, não foi por isso que eu queria falar com você.


 


                      Hermione franziu a testa, intrigada.


 


                     - Lembra-se que todos acharam estranho que Voldemort tivesse assinado como Riddle na carta para meus tios? – perguntou ele.


 


                       - Lembro – ela respondeu – Por quê?


 


                      - Porque, nesse meio tempo, elaborei uma possível teoria, ma preciso de sua ajuda para finalizá-la – Harry disse.


 


                        - Claro. Até onde chegou? – perguntou a garota.


 


                       - Bem, imaginei o seguinte: e se fosse tudo uma armadilha? E se Voldemort enviasse aquela carta apenas para nos deixar preocupados, sabendo que abandonaríamos a casa assim que possível? A única coisa que não se encaixa é o porquê do nome Riddle.


 


                  - É uma teoria interessante e possível. – disse a garota – Mas Riddle... – de repente ela teve uma idéia – E se Voldemort só assinasse como Riddle para nos deixar ainda mais desconfiados e buscar ajuda mais rápido?


 


                              - Pensei nisso. Mas não soa muito certo, não acha? – começou Harry, que parou ao ouvir alguém entrando. Era o Sr. Weasley.


 


                          - Eh... Harry – disse ele. Parecia um tanto constrangido – Seus tios querem vê-lo.


 


                          Harry estranhou, mas pediu que entrassem.


 


                              - Olá garoto – disse Valter. Petúnia e Duda também estavam lá, um tanto apreensivos. O sorriso da Sra. Weasley ao vê-los entrar lhe indicou que ela era responsável por essa história.


 


                              - Harry, como estão suas costas? – perguntou Petúnia. Harry estranhou o comportamento gentil.


 


                              - Muito bem, obrigado – respondeu Harry.


 


                              - Bem... Então é isso. Só queríamos saber se estava melhorando. – disse Petúnia.


 


                              - Tchau – disse Duda, após todos terem saído.


 


                              Hermione estava tão surpresa quanto eles. Rony, que vinha logo atrás, parecia reprimir um riso.


 


                              - Às vezes esses trouxas são realmente difíceis de entender – disse Rony.


 


                              -Eu tenho a pequena impressão que sua mãe tem algo a ver com isso – disse Harry.


 


                              - Então pode ter certeza, meu caro – comentou Rony. Ele fechou a porta e sentou-se ao lado de Hermione.


 


                            - Escute Hermione, será que Voldemort assinaria como Riddle apenas para nos preocupar? Ele odeia qualquer descendência com o pai trouxa. – disse Harry, voltando ao assunto anterior.


 


                              - Ah, a historia da assinatura, não? – Harry tinha se esquecido que Rony não participara da conversa anterior – É realmente um mistério.


 


                              - Verdade – disse Hermione, pensativa – o Harry acha que aquela carta foi enviada para nos deixar mais preocupados e, quando retirássemos Harry e seus tios da casa, os comensais pegariam a gente.


 


                              - E foi o que aconteceu! – disse Rony, um tanto surpreso com a lógica que as coisas estavam fazendo – Você acha que foi tudo uma armadilha? – Harry assentiu.


 


                             - Apenas o porquê do nome Riddle ainda não ficou claro – explicou Hermione – Tem alguma idéia?


 


                             Todos pensaram por um instante. Harry resolveu começar do inicio. Voldemort odiava o nome trouxa, certo? Porem, ele tinha conhecimento que Harry conhecia seu sobrenome. Ótimo. E em que isso contribuía para a situação? Voldemort não poderia estar esperando permanecer implícito. Era óbvio que Harry contaria de quem se tratava, apesar do nome não ser conhecido pela maioria das pessoas. De súbito, uma idéia bastante proeminente surgiu em sua mente.


 


                             - Hermione, as cartas ainda estão sendo interceptadas? – perguntou Harry, ansioso.


 


                            - Estão, mas por que... – ela parou no meio da frase, parecendo compreender – Mas é claro!


 


                            - O que? O que é claro? – perguntou Rony, confuso.


 


                            - Poucas pessoas conhecem o sobrenome Riddle, certo? – começou Harry – Então, e se Voldemort assinasse como Riddle para que ninguém que pudesse abrir aquela carta desconfiasse de quem a havia enviado? Eles provavelmente pensariam que a carta vinha de algum comensal da morte fugitivo! Acreditem, há muitas pessoas que me odeiam no mundo mágico... Logo, para quê se dar ao trabalho de interceptá-la?    


 


                             - Harry, é isso! – gritou Hermione – Para que ninguém desconfiasse! Como não pensei nisso antes?!


 


                             - É, Hermione, você está perdendo a prática - alfinetou Rony, com um meio-sorriso no rosto. A garoto lançou-lhe um olhar gelado, no instante que alguém batia na porta e adentrava sem se dar o trabalho de ser anunciado.


 


                     - Vamos, vamos! Agora o Harry precisa realmente descansar! – disse a Sra. Weasley, que provavelmente tinha ouvido o grito de Hermione. Será possível que a senhora achasse que estavam fazendo bagunça? Tal idéia passou mais ou menos ao mesmo tempo pela cabeça dos três, mas todos tiveram o tato de permanecer calados – Vamos, saiam.


 


          Os dois amigos despediram-se brevemente e saíram, com a Sra. Weasley em seu encalço. Divertido com a situação, Harry recostou-se em seu travesseiro e achou que era realmente bom descansar. Adormeceu logo depois, extremamente feliz consigo mesmo.


                     N/A - Agradecimentos especiais a James V Potter, que com seu comentário me deu uma ideia de como solucionar o mistério do nome Riddle. 
                             Poso demorar um pouco para postar o proximo cap pois ficarei sem computador por alguns dias. Tambem aviso que tenho uma certa inclinaçao para desastres nas fanfics, por isso me avisem se estiver exagerando.            

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Comentários (1)

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