cap. 3



 Dangerous 4


Harry suspirou ao olhar de novo para a bolsinha de moedas que carregava no cinto. Embora fosse propositalmente pequena, a mesma só continha galeões e já passara por três barracas de comida onde o vendedor lhe dizia o mesmo: não tinha troco. Tentou dizer para um deles que podia ficar com o troco e quase recebeu um soco pela "arrogância, riquinhos metidos a besta que acham que todas as outras pessoas são mendigos”


 


Já estava levantando do banco em que sentara, desistindo de comer qualquer coisa que não fosse feita dentro do palácio quando alguém agarrou sua mão e a encheu de sicles.


-          Mas que diabos?


 


-          Seu troco, agora tudo que precisa fazer é me dar um desses galeões para que eu possa te dar uma dessas delícias aqui!


 


Olhando para cima, Harry quase engasgou com a própria saliva ao se deparar com a cigana dos cabelos de chocolate sorrindo para ele enquanto segurava em cada mão um daqueles pãos doces que vinha tentando comprar durante a última hora, sorrindo diante daquele estranho sinal de sorte, o príncipe meteu a mão na bolsinha de ouro e ofereceu um dos galeões para a mulher que ainda esperava em sua frente.


 


Sorrindo, ela pegou a moeda e lhe estendeu o pão, segundos depois de se sentar ao seu lado no banco.


 


-          Obrigado


 


-          Não precisa agradecer, não é como se eu conseguisse negar ajuda a um necessitado, mesmo sem um pedido oficial – ela lhe sorriu e mordeu o seu próprio pão, ato prontamente imitado por Harry que suspirou feliz ao sentir o gosto do açúcar percorrendo por toda sua boca.


 


-          Eu não sou um necessitado – a necessidade de recrutar o fez esquecer a educação e falar com a boca ainda cheia.


 


-          Claro que não, nenhum necessitado anda com uma sacola tão abastecida de ouro.


 


-          O que obviamente se provou um erro, se não fosse você eu ainda estaria passando fome – diante daquilo Hermione sorriu e deu de ombros, o principe estava certo afinal de contas e não custava nada dar a ele um pouco de comer antes de cravar uma faca em seu coração.


 


-          Bem, não foi nada demais, afinal ouvi dizer que se conquista um homem pelo estômago!


 


De repente um arrepio correu por todo o corpo do príncipe e a comida deixou de lhe parecer tão saborosa diante daquela mulher magnífica que sorria quase inocentemente para ele.


 


-          Devo tomar isso como um galanteio?


 


-          É claro que não, afinal galantear faz partes das funções do homem.


-          Então me deixe ser um bom cavalheiro. – Harry disse se levantando e fazendo uma suave e respeitosa mesura para a garota – Permite-me a honra de ser seu guia particular na adorável cidade de Hogsmeade.


 


-          Com todo o prazer – Hermione também se levantou, inclinando-se suavemente e aceitando a mão que era oferecida.


 


*


   -   E esse é o Três Vassouras, eles vendem a melhor cerveja de todo o reino, ouvi dizer que o próprio príncipe encomenda suas bebidas aqui.


 


-          O próprio príncipe? – Hermione exclamou, fingindo-se de surpresa, como se não soubesse que o tal príncipe estava bem a sua frente.


 


-          Sim, mas é só um boato.


 


-          Boato ou não, provar essa tal cerveja se tornou uma necessidade, preciso provar com meus próprios lábios se ela é mesmo tão boa.


 


-          Seu desejo é uma ordem – e Harry escapuliu dali o mais rápido que pode, antes que a tentação de provar não da cerveja, mas dos lábios da cigana se mostrasse forte demais. E era como se a garota soubesse disso e continuasse provocando-o, o modo como ela mordia os lábios quando esta concentrada ou como passou a língua sobre os lábios quando ele contou sobre a cerveja. Deus, aquela mulher era uma tentação.


 


Balançando a cabeça, tentando fazer as imagens saírem de sua cabeça, Harry seguiu lentamente em direção ao balcão. Por causa da visita cigana a cidade o bar estava mais cheio do que o normal e se aproximar para fazer seu pedido tinha lhe custado o dobro do tempo e cinco cotoveladas, mas por fim chegara.


 


Acenou para a dona do bar e sorriu quando o belíssima mulher de idade, usando o mais justo corpete que já vira, notou sua prensença, os olhos se arregalando imediatamente.


 


-          Altez..! – o rápido reflexo de Harry de por um dedo na boca no universal sinal de silêncio impediu Rosmerta de completar a palavra e atrair atenção desnecessária para ele.


 


Diante daquilo a mulher se aproximou rapidamente, ignorando os pedidos que voavam por toda as direções em vozes diferentes e irritadas e se aproximou do balcão, inclinando-se para o moreno.


 


-          O que está fazendo aqui? – ela perguntou, obviamente o repreendendo.


 


-          Os ciganos estão na cidade Ro, não achou mesmo que eu fosse perder a festa não é?


 


-          Mas você é o prin..


 


-          Sei o que sou! Falando desse jeito você soa como o Draco.


 


-          O que prova que ele tem mais juízo que você! – Harry sorriu e concordou com um gesto de cabeça, não podia negar isso.


 


-          Porque você não para de agir como uma das damas da corte e me traz dois copos da sua maravilhosa cerveja?


 


-          Dois? Está acompanhado alteza? – ela perguntou surpresa, o que fez com que Harry lhe lançasse o seu mais irritante sorriso enigmático, cortesia de Draco.


 


-          Talvez Rosmerta, talvez.


 


Balançando a cabeça num gesto teatral de negação, a dona do bar se dirigiu aos fundos do ambiente, voltando momentos dos dois com dois copos gelados de cerveja e um óbvio sorriso de diversão.


 


-          Juízo Harry, juízo. – com um último sorriso, o príncipe pagou as bebidas e voltou para onde tinha deixado a castanha.


 


A cigana estava lhe esperando sentada em um dos bancos de madeira em frente ao bar enquanto limpava distraidamente as unhas numa adaga afiada.


 


-          Não devia brincar com isso, pode te machucar!


 


-          Oh, está aqui? - ela perguntou, lhe atribuindo o seu mais belo sorriso, mas sem guardar a faca, dessa vez começando a gira-la entre os dedos.


 


-          Teimosa – Harry sorriu e lhe ofereceu um dos copos que segurava, o gemido que saiu da boca da morena assim que o líquido gelado tocou em seus lábios foi quase indecente.


 


-          Uau, isso realmente vale a fama que tem!


 


-          Realmente nunca tinha provado a cerveja de Rosmerta?


 


-          Bem, é minha primeira vez na cidade, mas farei questão de visitar o bar nas próximas vezes.


 


-          Primeira vez? Mas essa não é a primeira vez que esse clã de ciganos passa por Hogeasmed


 


Diante da confusão evidente do homem, a morena suspirou e levantou-se na cadeira, o sorriso tornando-se nebuloso.


 


-          Eu não sou uma cigana. Minha mãe eram, mas se casou com um homem comum.


 


-          O que aconteceu com ela?


 


-          Morta, quando eu era apenas uma criança, foi ela que me ensinou a dançar, na verdade ver ela rodopiando pela sala é uma das poucas lembranças que tenho dela – ela disse, enquanto se afastava mais alguns passos, como se tentasse se esconder da dor das lembranças. Harry se viu levantando-se e a seguindo sem nem mesmo notar o que fazia.


 


-          Sinto muito, não queria lhe deixar triste.


 


-          Não estou triste, na verdade estou muito feliz – ela disse, apoiando-se na parede de uma das casas mais afastadas da rua principal e sorrindo – dançar, comer e beber com você me fizeram feliz, me fizeram lembrar do tempo em que eu era apenas uma criança normal.


 


-          E o que você é agora?


 


O sorriso misterioso que tomou os lábios da mulher o fez se aproximar mais um passo, curioso para saber o que aquilo escondia.


 


-          O que você acha que eu sou?


 


Outro passo e ele estava quase colado ao corpo da mulher que sorriu, se movendo para ajeitar-se melhor ao corpo do nobre.


 


-          Como eu poderia saber, nem mesmo sei o seu nome!


 


-          Meu nome? – ela perguntou, descendo uma das mãos pelas costas do príncipe e fixando a outra em seu peito.


Harry sorriu e estava pronto para tomar aquela boca deliciosa que lhe dera tantos momentos de agonia pela tarde quando se sentiu ser virado bruscamente, batendo suas costas com força na parede, com a faca que a mulher vinha girando firmemente encostada em seu pescoço.


 


-          Mas o que? - ele perguntou, olhando o sorriso maniaco que a mulher lhe destinava, distorcendo o rosto antes tão luminoso da morena.


 


-          Meu nome é Valkyria e eu, meu querido príncipe, sou sua futura assassina!


 


Harry nem mesmo conseguiu responder, porque naquele momento sentiu a lâmina rasgando-lhe a pele e o sangue abandonando seu corpo

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Comentários (2)

  • GrangerPotter

    QUE LOUCURA!!!!!!!! Por favorrrrrrrrrrrrrrr nao demore muito pra atualizar...

    2013-12-11
  • Amanda A.

    MEUS DEUSES, você nos deixou órfãs por meses e volta com esse cap. de matar? THE HELL! Atualize logo poxa.

    2013-12-05
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