Capitulo II



     Os raios de sol ainda estavam fracos quando inundaram seu quarto, e rapidamente se mostrou presente em todo o ambiente. Hermione dormia em um sono alto quando sentiu algo úmido molhar seu rosto. Abriu os olhos ainda muito sonolenta e percebeu o motivo da umidade. Dois olhos pequenos e azulados a olhavam atentamente. Ela sentia um pequeno peso em seu peito, e percebendo de quem se tratava levantou de um salto, fazendo com que ele se assustasse.


     - Boris! – falou ela pegando o gato acinzentado que estava em cima de si. – Que horas será que são? – falou ela olhando para o despertador. – 4:30 da manhã. – Isso são horas de me acordar seu menino teimoso? – falou ela o acariciando.


     Levantou, pois sabia que não dormiria depois disso. Entrou no banheiro e fez sua higiene matinal e em menos de quinze minutos e resolveu descer. Geralmente acordava às oito horas da manha, mas o seu gato não parecia disposto a esperar que ela acordasse mais tarde para lhe alimentar. Foi à cozinha e colocou ração para Boris. Quando ia saindo do cômodo, se deparou com sua mãe a observando.


     - Mãe! Quase me matou de um susto. – falou Hermione levando a mão ao peito um pouco arfante.


     - Desculpe querida, não quis te assustar. O que faz acordada nesse horário? – perguntou a mãe dela enquanto servia-se de um copo de leite.


   - Boris me acordou. Perdi o sono. – respondeu ela simplesmente.


     - Bom, gostaria de poder mais tempo conversando, mas o dever me chama. – falou ela dando um breve beijo na bochecha da filha. – Até mais tarde.


     E assim começava mais um dia chato e monótono. Ela odiava as férias pelo simples fato de não ter nada pra fazer, e é claro que todos quase a crucificavam por isso. Por ser uma “nerd” como dizem alguns de seus colegas de classe. Em sua oitava série sempre fora muito fechada, na sua, e somente Isabela compartilhava de seus melhores momentos de humor. Olhou para o relógio e viu que marcavam nove horas, subiu para seu quarto e se arrumou. Pegou seu celular, um boné laranja e resolveu ir para a casa de Isabela, pois passaria o restante do dia por lá, ou pelo menos era o que ela achava até ali.


     - Pai! Pai! – gritou ela começando a procura pelo homem. – Pai? – falou ela entrando na biblioteca de sua casa. – O que o senhor está fazendo aqui?


     - Só pesquisando umas coisas sobre advocacia... Nada demais. – falou ele segurando alguns livros. – Mas diga-me, o que você queria me dizer pra sair gritando por mim pela casa inteira? – perguntou ele saindo do local, sendo seguido pela garota.


     - É só pra informar que eu tô de saída. Tô indo pra casa da Bela e só volto lá pra de noite. A gente vai dar uma saída, e não se preocupe, eu sei me cuidar, e eu juro que vou me alimentar direito. – falou ela antes que o pai começasse sua ladainha. – Qualquer coisa eu tô com o celular.


     - Melhor assim. – falou ele dando-lhes um beijo na cabeça – Cuidado. Eu te amo muito viu? – falou ele rindo. – Divirta-se querida. – falou ele vendo-a sair porta a fora.


     Hermione achara bastante estranho não ter tantas pessoas na rua, até porque, sempre estava repleta de crianças correndo de um lado para o outro, e de gente limpando o jardim, e outras apenas colocando o papo em dia.


     Se dirigiu para a casa ao lado e tocou a campainha. Esperou alguns instantes ate ser recebida por um rapaz um pouco mais alto do que ela. Tinha cabelos loiros e olhos de um azul que fariam qualquer garota ficar louca. Trajava apenas um calção vermelho, e estava sem blusa. Hermione sentiu o ar se esvaziar por alguns segundos, até que a porta surgiu mais uma pessoa, fazendo com que ela voltasse ao normal.


     - Mione! – falou Isabela empurrando o irmão para o lado, para dar passagem à amiga. – Pensei que você tivesse desistido! – falou ela rindo.


     - Sabe que eu jamais faria isso. – falou ela adentrando a casa. – Me desculpe. – falou Hermione se virando para o jovem loiro. – Como andam as coisas Matheus?


     - Bem, melhor agora que você está por aqui. – falou ele galante, passando a mão por entre os cabelos.


     - Que tal se subirmos? Tenho um quarto novo pra ajeitar, e você vai ter que me ajudar, nem que seja na marra! – falou Isabela a puxando escada acima.


     Seguiu a amiga ainda meio abobada com o jovem quase encontrava no andar de baixo. “Mas também pudera né?! O menino vem só de calção para atender a porta, e ainda querem que eu mantenha meu autocontrole?! Oras mais façam-me o favor”, pensava ela enquanto entrava no quarto da amiga.


     Parou em chofre ao ver o caos se encontrava no quarto: Roupas jogadas pra todos os lados, uma cama toda desarrumada, e outra desarmada ao lado da mesma. O guarda roupa nem se falava. Tinha roupas jogadas de qualquer jeito lá dentro, onde Hermione não sabia identificar se o quarto ou o guarda roupa estavam mais bagunçados. Olhou assustada para Isabela que tinha um sorriso despreocupado nos lábios.


     - E você não tá nem ai? – pergunta ela cruzando os braços, e batendo os pés. – Ô senhorita “eu sou a irresponsabilidade em pessoa”, quer ter um pingo de juízo e começar a arrumar essa bagunça?


     - Calma Mione, tá parecendo a minha mãe. – falou a garota rindo. – Me ajuda a arrumar essas roupas. Quando a gente terminar, nós chamamos o Matheus pra tirar a cama da Laurinha daqui. Falando em Matheus, meu irmão tá um gato num tá não? – perguntou Isabela dobrando algumas blusas.


     - É... – falou Hermione sem emoção, guardando algumas calças. – Não está de se jogar fora, se é que me entende.


     - Sim, sei... Eu vi você boquiaberta quando o viu sem camisa. – falou ela rindo. – Quase que babava.


     - Há, há, há. Muito engraçada você. – falou Hermione jogando uma camiseta nela. – Sei muito bem que você tá doidinha pra me jogar pra cima dele. 


     - Tá, posso estar tentando, mas pelo jeito a senhorita “eu tenho mais o que fazer” não vai querer não é mesmo? – perguntou Isabela ironicamente.


   - Por ai... – falou a amiga, e ambas começaram a rir da bobeira.


     Passaram duas longas horas arrumando aquele cômodo, enquanto conversavam sobre banalidades. Elas esperavam conseguir arrumar o quarto até antes do almoço, e se não fosse à forçinha dada por Matheus, com certeza elas ainda estariam por lá. O almoço foi civilizado como sempre era na casa dos Towler. Matheus fizera questão de sentar-se ao lado de Hermione, que estava um pouco mais a vontade pelo fato do garoto ter posto uma blusa. Laurinha crescia mais rápido a cada dia, e parecia que iria puxar o lado desordenado da irmã.


     Os pais de Isabela eram gentis e alegres, e sempre estavam a sorrir. Do mesmo modo que Matheus e Laura, o pai deles tinha o cabelo extremamente loiro, e olhos bastante azuis. E diferentemente dos três, a mãe de Isabela era idêntica à filha, ou melhor, a filha era idêntica à mãe. Tinha cabelos negros e olhos igualmente azuis como os outros.


     Após o almoço, o pai de Isabela resolvera comprar o computador novo dela, e também um vídeo game novo para Matheus. O pai de sua amiga era contabilista e trabalhava também com algumas leis. Acabara de fazer um bom trabalho, e assim resolveu dar um agrado aos filhos.


     Enquanto isso, Isabela, Hermione e Matheus resolveram dar um passeio pela praça. Encontraram alguns amigos deles e ficaram por ali até umas três horas da tarde. Ao chegarem em casa, Hermione disse que se sentia um pouco indisposta e que preferia ir para casa. Isabela achou estranho, até porque Mione, sua amiga de infância não era de adoecer tão facilmente, e havia algo mal contado nessa historia.


     Por outro lado Hermione se sentia estranha, e tinha uma dor de barriga chata que não parava de lhe incomodar. “Será que foi algo que eu comi?”, pensava a garota. Começou a sentir o ar lhes faltar, e entrou correndo dentro de casa. “Melhor eu tomar um copo de água, é isso, um copo de água”, pensou ela nervosa se dirigindo para a cozinha. Ao chegar ao local ela sentiu sua vista começar a ficar turva, e o ar cada vez mais parecia lhe fugir aos pulmões. Sentiu uma forte tontura e depois percebeu que seu corpo não estava mais agüentando seu próprio peso, em uma tentativa frustrada de pedir ajuda, desmaiou.


     Sentiu que estava sendo observada, mas não sabia por quem. Tentou abrir os olhos uma vez, mas a claridade era muito forte, e aos poucos ela foi se acostumando. Ao abrir os olhos completamente ela percebeu que estava em um quarto todo branco, e que com certeza não era seu quarto. Olhou para o lado e viu uma mulher de cabelos negros, e de aparência cansada sentada em uma cadeira com as mãos sobre o rosto.


     - Mãe? – perguntou Hermione sem entender muita coisa. Várias perguntas povoavam sua mente, e faziam com que ela ficasse cada vez mais confusa. – Mãe o que é que eu tô fazendo aqui? Ou melhor, o que nós estamos fazendo aqui? A senhora não deve... – falava Hermione até ser interrompida por um abraço apertado da mãe.


     - Calma querida.... Uma coisa de cada vez certo? – falou a mulher afagando os cabelos da filha – Vou te explicar: Eu estava no quartel, quando recebi um telefonema de seu pai dizendo que você estava aqui. Sai de lá voando direto pra cá. Ele me disse que estava no escritório lendo umas anotações na biblioteca quando escutou um baque surdo vindo do lado de fora. Quando chegou a cozinha ele te encontrou lá, no chão, e estava um pouco pálida. E desde então você está aqui. – falou a mulher com um sorriso.


     - Mas mãe... Então eu tô doente? – perguntou Hermione ficando nervosa. “Ótimo! Quando eu menos preciso me aparece uma doença!”, pensava ela sarcasticamente. – O que é que eu tenho então?


     - Nada querida. O que você teve na cozinha foi a sua primeira crise de asma, mas isso com certeza não vai interferir demais e...


     - Asma? – perguntou Hermione perplexa. – Mas de onde foi que eu fui inventar isso... – falou ela passando as mãos pelos cabelos nervosamente. – Então quer dizer que de vez em quando eu vou ter essas crises estranhas de asma, e todas às vezes eu vou ter que vir correndo pro hospital?  


     - Não filha. Andei falando com os médicos, e eles me disseram que você iria precisar de uma bombinha, mas ele disse que geralmente você só vai ter falta de ar quando estiver muito preocupada, ou então nervosa, com muita raiva, ou coisas desse tipo entende... – falou a mulher abraçand à filha mais uma vez.


     - Pronto agora era só o que me faltava, andar com uma bombinha por ai! – falou ela nervosa.


     - Querida, não é bom você se exaltar desse jeito.... – falava a mulher até ser interrompida por alguém que abrira a porta.


     - Senhora Alice Granger? – perguntou uma moça baixinha, e que usava óculos fundo de garrafa. Trajava uma roupa totalmente branca, e dava a entender que era uma enfermeira.


     - Sim sou eu. – falou a mãe de Hermione voltando sua atenção para enfermeira.


     - Tem três pessoas aqui fora querendo entrar. Posso? – perguntou a senhora meio receosa.


     - Três? Uhm, tá pode sim. – falou Alice sem entender. – Quem será? – perguntou sem saber quem seria a terceira pessoa. “Que eu saiba eu só tenho um filho e um marido”, pensou ela sem entender.


     A enfermeira se retirou, e logo depois entraram o pai de Hermione, sendo acompanhado por Hector e Isabela. Ambos tinham olhares preocupados, e sem demoras se aproximaram das duas.


     - Isabela... – falou Hermione sorrindo. Sabia que a amiga jamais a deixaria sozinha. – Sabia que você viria. – falou Hermione se desprendendo da mãe, levantando-se e rapidamente abraçou a amiga.


     - E então como você está? – perguntou Isabela a analisando.


     - Estou bem, ou melhor, vou ficar. – falou Hermione meio chateada.


     - O que ela tem Alice? – perguntou o pai de Hermione se aproximando da filha, e em um gesto de carinho passou a mão na cabeça da filha. – A médica lhe disse algo?


     - Disse sim. Disse que nossa filha tem asma. – falou ela como se fosse à coisa mais normal do mundo. – Mas não se preocupe, não será nenhum empecilho de estado grave. Com certeza ela ira se acostumar com o tempo não é filha? – falou a mulher olhando diretamente para a garota.


     - Espero. – falou ela com uma cara não muito agradável. – Quando é que podemos ir embora?


     - Agora se você estiver melhor. Basta passarmos na enfermaria para pegar a bombinha. Espere um pouco, nós já sairemos. – falou ela já se retirando com o marido em seu encalço.


     - Agora mais essa! – falou Hermione irritada. – Asma! Isabela e Hector, eu quero que vocês me prometam uma coisa, e nem ousem descumprir... – falou ela ameaçadoramente, fazendo com que Hector se assustasse um pouco, e com que Isabela risse do estado da amiga. – Vocês vão me prometer que não irão contar pra ninguém que eu tenho asma. Nem pros seus irmãos. – falou ela apontando para a amiga.


     - Tá ok, não se preocupe. Em relação a isso você tem minha palavra. – falou ela ainda rindo.


     - E quanto a mim também. – falou Hector se adiantando. Não gostaria de ver a irmã irritada, pois sabia que ela podia ser pior que sua mãe, e que com certeza ia sobrar pra ele no final.


     - Vamos crianças? – falou o pai de Hermione fazendo-os o seguir.


     Seguiram a rota para casa, onde já era noite. Ao chegarem a casa Hermione lembrou-se da bombinha a qual sua mãe havia falado, mas não havia tido noticia alguma sobre o objeto.


    - Onde está a tal bombinha pai? – perguntou Hermione antes de se retirar para dormir.


     - Sua mãe trará mais tarde. – falou ele subindo também as escadas. – Ela teve que resolver alguns problemas e disse que de lá traria a bombinha. – falou ele dando um abraço na filha. – Boa noite filha.


     - Boa noite pai. – falou ela entrando em seu quarto. Sentia-se exausta, mas não sabia ao certo o motivo de tanto cansaço. Trocou de roupa e deitou-se na cama para dormir, quando ouviu seu celular começar a tocar em algum canto.


     - Droga! – resmungou ela chateada. Esquecera-se totalmente de que seu celular não estava no silencioso, e tinha medo de acordar seus pais. Vasculhou o quarto, até que se lembrou de que o deixara no bolso da calça, e que provavelmente estava no cesto de roupa suja. Entrou no banheiro e logo o achou embrenhado por entre as roupas. Ao olhar para o visor ela detectou o nome de Isabela. “Ai Bela... Eu tô tão cansada...”, pensava ela passando a mão pelo pescoço. Depois de discutir um pouco consigo mesma, ela resolveu falar com a amiga que com certeza estaria na varanda a esperando.


     Colocou um casaco por cima da camisola e foi para a varanda. Ao chegar ela viu Isabela a esperando sentada em uma cadeira de balanço.


     - Pensei que não viesse mais! – falou Isabela com falsa indignação.


     - Jamais faria isso com você e sabe disso. – falou a amiga se sentando também.


     - Finge que fala a verdade que eu finjo que acredito. – falou Isabela rindo. – Te conheço muito bem, e sei que você não estava nem um pouco a fim de vir. Dá pra ver pela sua cara amiga. Parece que tá indo pra forca ou então para uma cirurgia de alto risco... – falou Isabela agora se acabando de rir.


     - Não é Ave Maria mais é cheia de graça não é senhorita Towler. – falou ela estirando língua pra amiga.


     - Brigada, mas não quero não. Já tenho a mim olha. – falou Isabela mostrando a sua para Hermione, e depois as duas desataram a rir da besteira.


     - Só você mesmo Bela. – falou ela já levantando – Gostaria mesmo de ficar mais um pouco conversando contigo, mas é que não dá mesmo. Caramba parece que eu tô sem dormir a horas. Meu corpo tá pedindo cama, e minha mente também. – falou ela se esticando.


     - Você tá legal mesmo? – perguntou Isabela preocupada


     - Tô, fica tranqüila tá? – falou ela se virando. – Noite Bela.


     - Noite. – falou e ambas foram dormir.


 


     Hermione estava tendo um sonho esquisito, mas nada de desanimador: Sonhava que tirava ótimas notas e que trabalhava como uma advogada bem conceituada. Sentiu algo tocar seu rosto, e por um instante pensou que fosse Boris novamente com fome. Abriu lentamente os olhos e para a sua surpresa a sua mãe a observava carinhosamente, enquanto acariciava seus cabelos.


     - Mãe? O que a senhora está fazendo ainda em casa? – perguntou ela sem entender, pois sua mãe sempre madrugara para trabalhar.


     - Bom, eu já estou de saída, mas queria te entregar isso. – falou ela tirando um pacotinho de dentro do bolso e colocou na mão da garota. – Gostaria de passar o resto do dia com você minha querida, mas sabes que não posso parar de trabalhar não é? – falou ela sorrindo.


     - Isso é a tal bombinha? – perguntou Hermione esfregando os olhos.


     - É sim querida. Quis entregar antes, pois tinha receio de que seu pai esquecesse sabe... – falou ela sorrindo carinhosamente. – Qualquer problema me ligue está bem? – falou a mulher vendo a filha assentir. – Bom, já vou. Tenha um bom dia minha flor. – falou isso e se retirou silenciosamente do cômodo.


     Hermione passou as mãos pelo rosto pra ver se acordava melhor. Olhou para o pacotinho e o desenrolou. Ao abrir se deparou com um objeto pequeno, com uma pequena válvula na parte superior, e na parte inferior uma pequena abertura, que era por onde provavelmente saia o ar necessário para suas crises. Ela não gostava nenhum pouco da idéia de andar pra cima e pra baixo com ela, mas era algo que ela não tinha escolha. Olhou para seu despertador e viu que ele marcava cinco horas da manhã. Mais uma vez havia acordado cedo sem motivo algum. Levantou-se para o inicio de um fim de semana.


     Para Hermione o fim de semana eram os melhores dias, pois sua mãe chegava mais cedo, e isso era bom pra o relacionamento em família. Hector não era tão apegado quanto ela, mas não ficava tão atrás quando se tratava da mãe. Hermione era mais grudada na mãe, enquanto Hector tentava concorrer contra a irmã mais velha. Não que a mãe gostasse mais de um do que do outro, o problema era que o fato de Hermione ser uma garota influenciava um pouco em relação às atenções. E Hector também não gostava de ficar chamando a atenção de sua mãe, pois sabia que em uma hora ou outra ela viria.


     O fim de semana foi agradável como todos os outros, normal como todos os outros. Hermione ainda não se acostumara com a idéia de andar com a bombinha no bolso. Depois da primeira crise ela não tivera mais nenhum indicio de falta de ar ou algo parecido, e esperava continuar assim.


     O domingo terminara rapidamente com um jantar fora. O pai dela resolveu sair para desopilar um pouco antes do começo das aulas. Fora um jantar agradável para ambos, e certamente bastante animado. Ao chegarem em casa, após o jantar, Hermione e Hector não fizeram nem questão de resmungar, pois sabiam que tinha aula de manhã logo cedo, e com certeza nenhum dos dois gostaria de se atrasar em seu primeiro dia de aula. Isabela ligara para amiga, mas ao contrário de todas as noites Hermione atendera o celular e disse que iria dormir cedo por causa das aulas.


     Dormira como pedra, e não teve nenhum sonho estranho dessa vez. Acordou com o barulho estrondoso de seu despertador na cômoda, e logo tratou de desligá-lo. Fez sua higiene matinal e colocou a farda da escola. Ajeitou sua bolsa sem presa e desceu as escadas para tomar café. Ao chegar à cozinha, ela se deparou com seu pai de avental preparando torradas. Por mais que estivesse acostumada a vê-lo assim, nunca conseguia deixar de esboçar um sorriso divertido.


     - Bom dia querida. Como passou a noite? – perguntou o homem sem parar seu serviço.


     - Bem. Onde está o Hector? – perguntou ela estranhando a ausência do irmão na cozinha. Seu irmão não era de se atrasar, muito menos quando se tratava da escola.


     - Tô aqui. – falou ele aparecendo na cozinha com a mochila nas costas. – Bom dia.


     - Bom dia. – respondeu ela se voltando para o pai.


     - Nervosos com o primeiro dia de aula? – perguntou o homem servindo as torradas.


     - Nem um pouco. – falou Hector já se alimentando. – Não tem nada de muito novo sabe...


     - E você filha? – perguntou ele servindo o leite.


     - Só um pouco apreensiva. – falou ela também se alimentando.


     Após o café da manha, Hermione e Hector se despediram do pai, e foram em direção à casa de Isabela, pois Hermione fazia questão de chamar a amiga. Chegaram à casa de Isabela e tocaram a campainha. Esperaram alguns instantes e logo foram recebidos por Matheus que já se encontrava pronto pra sair.


     - Esperem um pouco, nós já estamos de saída. Só falta a Bela. – falou o garoto com a bolsa nas costas.


     Alguns minutos depois desse Isabela aparece descendo as escadas correndo, quase tropeçando num degrau. Passou na cozinha e pegou algo, depois passou pelos amigos e disse:


     - Vocês ainda estão ai? Vamos logo. – falou ela irritada. – Crianças...


     - Olha quem fala... – falou Matheus irônico. – Acorda atrasada e depois a culpa é da gente.


     - Fica quieto que esse assunto não é pra crianças... – falou ela cortando o irmão.


     - Me poupe das inflagens do seu ego Isabela. – falou Hermione rindo. E rapidamente passou a andar na frente dos outros. “Será que eles não percebem que eu não quero me atrasar!”, pensava ela nervosa. De repente ela começou a tossir, tentava controlar-se, mas não conseguia, o ar começava a lhe faltar e começou a respirar com dificuldade. “Droga! Crise de asma agora não!”, pensou ela irritada.


     Isabela se aproximou dela, juntamente com Matheus e Hector que olharam preocupados para ela. Isabela falava algo que Hermione não estava em mínimas condições de ouvir. Matheus era o mais desatualizado dos três. Estava sem entender pacas do que estava acontecendo, e percebeu que no momento ninguém iria lhe explicar. Hector segurava a irmã pelos ombros, enquanto a viu tirar do bolso da calça um objeto pequeno e esbranquiçado.


     Consciente do que fazia, Hermione pegou a bombinha em desespero e espirrou várias vezes em sua boca, sentiu aos poucos a sensação de falta de ar ir embora, e sua respiração voltava ao normal gradativamente. Após sentir que poderia voltar a andar ela se acalmou e sem falar nada começou a seguir caminho.


          - Hermione! Quer me explicar o que foi isso? – perguntou Hector agora andando ao seu lado.


          - Nada. Vamos logo, eu não quero me atrasar! – falou ela um pouco rouca.


     Hector sentiu duas mãos puxarem seus ombros para trás e olhou assustado. Viu Isabela o empurrar para perto de Matheus, e com uma mímica fez sinal para que eles se afastassem das duas. Ele assentiu e desacelerou o passo, e Matheus foi junto.


          - Você tá legal? – perguntou Isabela preocupada. – Não falou nada até agora.


     - Eu tô bem. É que... É que eu só não me acostumei ainda com isso. – falou ela passando a mão pelos cabelos. – Vamos logo. – falou ela arrastando Isabela.


     Alguns instantes depois eles chegaram ao colégio. Não era um prédio imenso, mas possuía uma estrutura com capacidade o suficiente para uns duzentos alunos. O portão de entrada era grande, e a sua frente encontrava-se um porteiro. Era um homem alto e de boa aparência. Cabelos ruivos e olhos verdes, que era o que chamava a atenção das garotas. Ele tinha um ótimo porte físico, e não aparentava ter mais que vinte e cinco anos.


     Hermione não prestava atenção em quem era o porteiro, e sim onde estava sua sala de aula. Já havia subido a escada que leva ao andar de cima, e já havia descido de novo, e nada de achar a sala do primeiro ano. Isabela estava em seu encalço “ajudando-a” a procurar, porque ela só fazia observar os garotos que passavam de um lado para o outro, além disso, ela não estava nem um pouco a fim de encontrar a sala agora.


     Hector e Matheus já haviam encontrado sua sala de aula, e por uma mera casualidade era a mesma. Até mesmo eles já haviam encontrado a sala de Hermione e Isabela. Mas onde estariam elas?


     Hermione andava em passos largos em direção ao andar de cima, quando ouviu alguém gritando.


     - Mione! Espera! – falou Isabela ofegante. Estava tão entretida olhando para os meninos, que sem querer perdera a amiga de vista. – O Matheus ligou pra mim dizendo que achou a nossa sala, ele disse que fica ao lado da dele. Vamos, vem logo. – falou Isabela correndo com Hermione em seus calcanhares.


     Ao chegarem à sala de aula, perceberam que ainda não haviam chegado muitos alunos, e que as cadeiras da frente estavam vagas. “Porque será que ninguém gosta de sentar na frente?”, pensou Isabela ironicamente. Ela também não gostava de sentar na frente, mas por causa de Hermione ela teve que pegar essa mania chata, até porque Hermione só sentava nas primeiras cadeiras.


     Hermione analisou bem a sala e viu duas cadeiras perto da janela. Sem pensar duas vezes ela se dirigiu para a primeira cadeira e sentou-se. “Perto da janela. Ótimo lugar, só assim terei menos riscos de ter alguma crise”, pensava ela enquanto sinalizava para Isabela sentar-se atrás de si.


     Isabela olhava alguns alunos que conversavam em um canto mais afastado. Viu Hermione se sentar na primeira cadeira de uma fila que ficava próxima à janela, e fazer sinal para que ela sentasse a suas costas. Isabela percebeu que a amiga ficara simplesmente muda depois que entrara na sala de aula. Estranhou, mas resolveu não colocar muita pilha nela, até porque tinham coisas bem interessantes para se observar no local.


     Exatamente às sete e meia da manhã, uma professora baixinha com um perfil de passarinho adentrou a sala. Colocou alguns papeis em cima da mesa, e olhou para a turma. Ela tinha cabelos loiros e usava uns óculos quadrado, e com lentes bastante grossas. Por trás dos óculos eram perceptíveis dois olhos azuis-claros.


     Ela observou a turma seriamente por alguns instantes, depois abriu um sorriso encantador e falou:


     - Bom dia turma. – disse ela olhando para os alunos. – Chamo-me Minerva McGonagall, e a partir de hoje serei a professora de Gramática de vocês. Farei a chamada e espero que todos estejam presentes. – falou ela pegando uma caderneta que provavelmente era a de chamada.


     Enquanto ela fazia a chamada, os alunos iam respondendo de acordo com o seu nome. Em determinado momento alguém bate na porta da sala de aula, fazendo com que a professora pare imediatamente o que está fazendo para ver do que se trata.


     Adentra na sala um senhor alto, e bem trajado. Uma roupa social, e tinha os cabelos negros que quase lhe caiam aos ombros. Seus olhos transpassavam confiança e autoridade ao se transmitir com a sala. Observou os alunos e se postou a falar.


     - Bom dia meus jovens. Creio que muitos aqui são novatos e não me conhecem, mas também acredito que muitos aqui já conheçam muito bem minha sala. – frisou ele dando um sorriso para alguns alunos. – Meu nome é Miguel, eu sou o diretor geral, e quaisquer problemas sintam-se a vontade para conversarem comigo. Professora Minerva, desculpe pela interrupção. Outro detalhe tem um aluno aqui fora que chegou atrasado, mas não se preocupe que foram por bons motivos que consequentemente já foram devidamente explicados. – falou ele calmamente fazendo sinal para que um garoto entrasse.


     Pela porta passou um garoto de cabelos castanhos bastante bagunçados, e olhos igualmente castanhos. Trajava uma calça jeans um pouco surrada que lhe dava um charme especial, e também vestia a blusa da farda. Presa a calça se encontrava uma grossa corrente de prata, e ao pescoço um cordão de ouro com um pingente em forma de dragão. Entrou silenciosamente na sala, e sentou-se em uma das últimas cadeiras, juntamente com a galera do fundão.


     O diretor já havia se retirado do local, e quando a professora ia prosseguir com a chamada, ocorreu outra nova interrupção. Novamente o diretor entrou no local chamando a atenção para si.


     - Mil desculpas professora, mas é que esqueci-me de um detalhe. – falou ele tirando um pedaço de papel do bolso - Gostaria que a senhorita Hermione Granger me acompanhasse. – falou ele olhando para Hermione.


     Isabela e Hermione se entreolharam rapidamente sem entender o motivo, mas continuaram caladas. Hermione estava sem ação, mas acabou por seguir o diretor. Ao levantar-se sentiu o olhar de muitas pessoas repousarem sobre si, e por um momento começou a ficar nervosa. Lembrou-se rapidamente de como fora sua última crise de asma, e com certeza não estava nem um pouco a fim de fazer uma demonstração para a turma. Caminhou em silêncio junto ao diretor, que ao perceber sua inquietude logo tratou de acalmá-la.


     - Não se preocupe minha jovem. Não é nada de grave. – falou ele parando em frente a uma porta. – Siga-me. – falou ele entrando no aposento.


     A sala do diretor era realmente interessante: Tinha um armário grande e aparentemente bastante espaçoso escorado em um local. Nas paredes encontravam-se vários quadros com fotografias de supostas turmas passadas. Em outro local possuía uma estante com vários troféus, que provavelmente foram merecidos. Ao entrar na sala Hermione se deparou com uma grande mesa, e a sua frente encontrava-se uma poltrona, que era a do diretor. Miguel deu uma volta na mesa e sentou-se na poltrona.


     - Sente-se – falou ele apontando para a outra poltrona que se encontrava a sua frente. – Espero não tê-la assustado, mas não é nada de tão preocupante. – falou ele observando-a se sentar. – Primeiramente quero lhes informar que a senhorita foi escolhida para ganhar uma bolsa escolar por ser a melhor a aluna que já tivemos, e creio eu que a senhorita já estava meio sabendo disso. Mas agora vamos ao mais importante. – falou ele se aconchegando melhor em sua poltrona – O que tenho a tratar com a senhorita é um assunto muito serio, e que gostaria que não fosse levado na brincadeira. Soube que a senhorita foi a melhor a aluna desde sua quinta serie, que foi o primeiro ano cursado neste colégio. Todos os anos nós escolhemos um aluno de cada serie do ensino médio para nos passar informes sobre os alunos, em relação comportamento com os professores e colegas. Porque venhamos e convenhamos, tem certas coisas que os alunos só fazem quando o professor não está em sala de aula, e são coisas que só vocês presenciam. Este ano a senhorita foi à aluna escolhida para nos informar sobre os acontecimentos da sala do primeiro ano. Achamos que a senhorita seja responsável o bastante para tomar este cargo. Entendido até aqui? – pergunta ele olhando para a garota que parecia ingerir as informações.


     - Sim senhor, mas diga-me quem são os outros dois alunos responsáveis pelo segundo e pelo terceiro ano? – pergunta ela mostrando interesse pelo assunto.


     - Bom, os outros são: Kevin Goldstein, segundo ano. Também é um bom aluno. E Susana Madley, terceiro ano. Vocês se reuniram acho que uma ou duas vezes por semana para conversarem sobre o assunto. Também devo informá-la que a senhorita terá a ficha de feitos e transgressões cometidos por cada aluno antes de chegarem ao ensino médio. Ao final das aulas peço que a senhorita venha novamente a minha sala para pegar uma apostila com essas informações, e com outras mais sobre o que a senhorita devera fazer. – falou ele sorrindo. – E então aceita a proposta?


     - Aceito. – falou ela meio incerta. – Posso voltar para a aula?


     - Sim, claro. Já lhes tomei muito tempo. E senhorita, receio, mas, não poderá falar sobre isso com mais ninguém a não ser os outros dois alunos mencionados em nossa conversa. Pode se retirar.


     Hermione saiu quase correndo da sala do diretor. Não sabia quanto tempo ao certo ficara lá com ele, mas sabia que havia perdido a primeira aula do dia. Ainda processava as informações, mas não queria pensar nelas agora. Tinha que chegar logo a sua sala. Chegou à sala e para a sua decepção a porta se encontrava fechada. Respirou fundo e bateu a porta. Escutou alguns passos vindo em direção à porta e depois viu ela ser aberta por um homem alto e bastante jovem. Tinha uma aparência cansada, mas refletia um charme incrível. Trajava uma calça jeans negra e uma blusa de mangas branca. Seus olhos eram negros, assim como seus cabelos. Ele olhou para Hermione e deu um sorriso compreensivo.


     - Entre bela moça - falou ele gentilmente. – Tenho a leve impressão de que a senhorita deveria estar em sala de aula e não do lado de fora. – falou ele risonho.


     - Estava na sala do diretor. – respondeu Hermione simplesmente.


     - Certo, certo. – falou ele voltando-se para o quadro. – Como eu ia dizendo, serei seu novo professor de Literatura. Começaremos a aula...


     O professor continuava sua aula, enquanto Hermione e Isabela cochichavam:


     - O que você foi fazer lá? – perguntou Isabela copiando o que o professor escrevia no quadro.


     - Fui conversar com o diretor. Eu fui escolhida como melhor aluna do colégio e irei receber uma bolsa, por isso demorei tanto na sala dele. – falou ela sem olhar para Isabela.


     - Legal. – falou Isabela feliz pela amiga. – Aquela professora de gramática vai fazer o inferno com nossas vidas, parece que eu tô vendo... – falou Isabela rindo.


     - É eu sei que é legal, e pouco me importo se ela vai infernizar ou não. Mas eu sei que agora nós vamos prestar atenção na aula. – falou Hermione cortando assunto.


     Isabela sorriu. Era sempre assim, poucos segundos de conversa e concentre-se na aula que é melhor. Hermione sabia que a amiga não estava prestando atenção na aula, e sim no conteúdo pertencente à sala de aula. No mínimo estaria de olhos nos alunos novatos, que não eram muitos, mas era o suficiente para tirá-la a atenção pelo resto da aula.


     O restante da aula transcorreu normalmente. Tiveram mais uma aula de Literatura, e depois o intervalo, onde Isabela já planejava como ficar com o irmão de Hermione, que ao contrario da amiga estava bem mais preocupada em observar quem eram os alunos que gostavam de desordem.


     Após o intervalo eles conheceram a professora de Geografia, e também o professor de Historia. Ao todo tiveram apenas cinco aulas. Ao terminarem as aulas, Hermione lembrou-se do pedido que o diretor fizera, e sem demoras resolveu pegar logo as informações. O que ela não contava é que Isabela começasse um interrogatório que acabou irritando profundamente.


     - Mas o que é que você vai fazer lá de novo? – perguntou Isabela pela oitava vez desde que saíram da sala. Tinha um leve pressentimento de que Hermione estivesse lhe escondendo algo.


     - Eu já disse que o diretor quer falar comigo. – respondeu Hermione parando no meio do corredor.


     - Tenho a impressão de está querendo me esconder algo. – falou Isabela sinceramente.


     Hermione olhou-a espantada. “Como é que ela sabe?”, pensava ela confusa.


     - Eu sei por que sou sua amiga a mais de nove anos. E sei o que você estava pensado porque você mente muito mal. – falou Isabela rindo.


     - Não posso esconder nada de você não é... – falou Hermione percebendo que perdera o jogo. – Me espera lá fora, quando chegarmos lá em casa eu te falo detalhadamente, pois é um assunto sério.


     - Sim senhora, senhora. – falou Isabela batendo continência, enquanto morria de rir da careta da amiga. – Te espero lá fora. – falou ela saindo.


     Hermione saiu correndo em direção a sala do diretor. Estava tão desconcentrada que nem sequer percebera quando um garoto de cabelos castanhos atravessou em sua direção. Quando percebeu já o havia atropelado. Ambos caíram nos chão com o impacto.


     - Err... Me desculpe. – falou Hermione juntando os livros do garoto. – É que eu estou um pouco.... – falava ela até ser interropida pelo mesmo.


     - Não se preocupe. Eu também não estava tão atento assim. – falou ele passando a mão pelos cabelos. – Você não é da minha sala? – perguntou ele a observando melhor.


     - Sou. Prazer, Hermione Granger e você é...?


     - Ah, desculpe. Harry Potter. – falou ele estendendo a mão para a menina. – Bom, desculpe mais uma vez, tenho que ir. Até amanhã. – falou ele correndo.


     Hermione deu de ombros e murmurou algo meio inaudível como “Eu heim”, e continuou seu trajeto. Ao entrar na sala do diretor ela encontra um jovem alto de cabelos ruivos e olhos extremamente verdes. Ao seu lado encontrava-se uma linda garota de cabelos loiros e olhos castanhos, e aparentava estar um pouco nervosa.


     - Olá senhorita Hermione. Entre sim. – falou o diretor fazendo sinal para que ela se aproximasse. – Bom, já que a senhorita já chegou, posso dar continuidade as informações. Aqui eu tenho três apostilas com as instruções necessárias para que vocês façam tudo corretamente. E nessa pasta estão às fichas dos alunos correspondentes as classes cujo vocês estão responsáveis. – falou ele entregando uma pasta e uma apostila a cada aluno. – Creio eu que vocês não se conheçam, então farei o favor de apresentá-los: Senhorita Hermione Granger, a nossa mais nova indicada ao cargo de informante interdisciplinar. Melhor aluna em todo seu ensino fundamental, e ganhadora de uma bolsa de estudos esse ano. – falou ele indicando-a. – Ao seu lado se localiza Kevin Goldstein, melhor aluno do ano passado, e capitão do time de futebol do colégio. E por último, Susana Madley, melhor aluna em seu segundo ano, presidente de classe, capitã do time de voleibol e líder de torcida da escola. Receio que já foram devidamente apresentados, vocês terão tempo para se conhecerem melhor, agora se me derem licença. – falou levantando. – Até amanhã meus jovens.


     Isabela já estava agoniada com a demora de Hermione, e estava pensando seriamente em ir tirá-la da sala do diretor nem que fosse amarrada. Esperou mais um pouco e a viu ao longe, acompanhada por um garoto e uma garota que ela não conhecia. Ao chegarem perto de Isabela, eles se despediram de Hermione e tomaram seu rumo.


     - Quem eram esses dois? – perguntou Isabela intrigada.


     - Colegas de trabalho. – falou Hermione rindo. – Depois eu te explico. Aparece depois do almoço lá em casa que eu te digo tim tim por tim tim.


     Isabela apenas acenou positivamente e as duas foram para suas respectivas casas.

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