Capítulo 10
CAPITULO X
Gina acordou decidida a falar com Harry. Amava-o. Sim. Amava, amava muito e queria que ele soubesse disso. Jogou longe as cobertas e levantou-se rapidamente. Quase que no mesmo instante, sentou-se novamente na cama.
- Ah... – Gina levou a mão à boca e respirou fundo. Fazia semanas que não se sentia enjoada, não tinha tido um enjôo tão forte. Tentou levantar-se novamente, mas sentiu-se fraca, parecia que o quarto rodava.
Alisou o ventre, protetora.
- Por Merlin... – Um medo lhe invadiu, pelo que Hermione lhe explicara já não devia estar sentido náuseas e tonturas, então significava que alguma coisa estava errada. – Harry...
Queria gritar por ele, mas não tinha forças. Mas que droga! Porque justo quando ele resolve voltar para o apartamento dele ela tinha que passar mal...
Esperou alguns minutos para ver se sentia forte novamente. Levantou-se de vagar e caminhou se apoiando na parede ate a sala, precisava chamar Harry...
- Gina! - Harry acordou angustiado. Teve sonhos confusos a noite toda com Gina. Precisava vê-la e dizer que a amava. Sim, a amava mais que a própria vida.
Com um pulo saiu da cama, fez sua higiene rapidamente e quando ia vestir-se sentiu uma sensação estranha. Não pensou duas vezes e correu para o apartamento de Gina.
- Gina!!! – Harry chamou por ela assim que entrou no apartamento. Um silêncio estranho. Nada. - Gina... Gina responda!
Foi em direção ao quarto e sufocou um grito quando viu Gina desacordada, caída no chão do corredor. Tentou manter a calma, agir com a razão... Pelo menos até ter certeza que Gina e o bebê estavam bem.
Pegou-a com cuidado e a levou novamente para o quarto, verificou se ela ainda respirava e soltou um suspiro de alivio ao constatar a pulsação.
- Hermione... – Foi até a lareira e chamou pela amiga. – Esteja em casa, esteja em casa... Rony, preciso de Hermione aqui... Gina, ta passando mal..
Não esperou uma resposta e voltou para o quarto, segurou a mão de Gina...
- Por favor, Gina... Não me deixe!
Quando Gina abriu os olhos deparou-se com o rosto preocupado de Harry, seguido por Rony... Não gostou das expressões deles. Então olhou para o lado e deparou-se com os olhos tranqüilizadores de Hermione.
- Que bom que acordou Gina... – Hermione falou calma. – Tá tudo bem!
- O que houve... Meu bebê... – Colocou a mão no ventre.
- Você desmaiou e Harry me chamou... Já lhe examinei. Sua pressão tá um pouco alta, já ouvi o coração do bebê e ele tá batendo forte e rápido como tem que ser... – Hermione sorriu. – Mas você tem que descansar... Acho que você andou extrapolando demais nas últimas semanas com as finais dos campeonatos de quadribol. Bom, recomendo, ou melhor, ordeno uma semana de descanso, sendo muito mimada, né Harry?!
- Com certeza... – Gina tentou se manifestar, mas Harry impediu. - Só assumo meu novo posto daqui 15 dias, então meu tempo é só da Gina e do bebê!
- Tem certeza que é só isso, Hermione? Se tiver algo errado, eu quero saber! – Gina falou hesitante.
- Nunca escondo nada dos meus pacientes Gi... – Hermione bateu de leve em sua mão. – Você teve alguma dor? – Gina negou. - Sangramento? – Ela negou novamente. - Dor de cabeça, uma espécie de zunido...
- Nada... Só tive um enjôo muito forte, fiquei tonta e me senti fraca! – Gina esclareceu. – Mas os enjôos já tinham parado... Tive medo!
- Foi o que imaginei... Isso pode acontecer, você está com a pressão um pouco alta, mas vou lhe receitar algumas poções, não se preocupe... Se você fizer tudo que eu disser isso não vai se repetir... E você não precisa ter medo! – Hermione levantou-se. – Agora descanse, daqui a pouco Harry lhe traz um lanche... Porque essa semana você só vai comer e dormir!
Gina assentiu sorrindo. Realmente, se sentia muito cansada nos últimos dias, mas procurava não comentar com Harry para não preocupá-lo. Assim que os três saíram, Gina adormeceu.
- Tem certeza que tá tudo bem?– Harry falou assim que entraram na cozinha. – Er... Ontem a gente... Sabe, a gente... Ah ficamos próximos... – Harry ficou vermelho e Hermione entendeu. – Isso a fez passar mal?
- Harry, não!– Hermione falou, paciente. – Gina está exausta, esgotada... Tenho certeza que depois de alguns dias de repouso, ela vai estar ótima! Saiba que ter relações sexuais até ajuda a preparar os músculos para o parto...
- Hermione... Você tá falando da minha irmã. – Rony comentou, ollhando raivoso para Harry. – E você, tampinha, não respeita nem mulher grávida!
Hermione começou a rir e explicou:
- Harry... Entenda, Gina está grávida, não doente, mas ela está gerando uma vida, um bebê e isso a faz gastar mais energias, deixa ela mais facilmente cansada! – Hermione sentou-se e continuou com o tom profissional. – Gestar um bebê, uma gravidez significa um turbilhão de mudanças para a mulher, não só emocionalmente, mas fisicamente também... Gina não tem mais o pique que tinha antes do bebê, e já aviso que até o final da gravidez ela vai ficar cada vez mais cansada, física e emocionalmente!
Hermione segurou a mão de Harry e continuou:
- Agora é sua amiga falando... Não aborreça Gina, pressionando-a com essa ideia de casamento, eu sei que vocês ainda se amam... – Harry abriu a boca. – Não negue para mim, ok?! Voltando, Gina precisa ficar tranquila para levar essa gravidez até o fim, depois que o bebê nascer, vocês, com certeza, vão encontrar uma solução. Eu espero que seja um casamento...
- Eu amo a Gina, amo-a muito, e quando eu a vi desmaiada... Foi o pior momento da minha vida! – Harry desabafou. – Eu ia dizer para ela...
- Gina está muito sensível agora. Qualquer coisa que você fale, ela vai interpretar do jeito que ela quer! – Hermione falou calma e Rony concordou com um gesto positivo. -
Se você falar que a ama, não duvido que ela não ache que é alguma ideia mirabolante sua para ela aceitar casar... Por favor, Harry, espere o bebê nascer!
- Minha irmã tem medo que você vá embora novamente... E dessa vez eu vou lhe buscar nem que seja na tumba de Voldemort!
- Eu nunca mais vou deixara a Gina sozinha. Eu quero muito estar com ela e com meu filho! – Harry falou decidido.
- Gina precisa de tranquilidade e, principalmente, segurança. – Hermione falou. – Harry aproveite esses meses até o bebê nascer para passar segurança para a Gina, ela tem que confiar que você vai estar do lado dela...
Harry assentiu, conversaram mais um pouco e Hermione disse que precisava ir trabalhar, mas que qualquer coisa diferente era para chamá-la e que de noite passaria para dar uma olhada em Gina; também aproveitou para dizer que marcaria para dali a três dias um ultra-som mágico.
Rony e Hermione foram embora e Harry voltou para o quarto para velar o sono de Gina.
******
A semana passou rápido, os dias viraram semanas, e as semanas, meses. O tempo passava tão rápido que Gina às vezes achava que o bebê nasceria antes que estivesse preparada. Como Hermione falou, ela não voltou a se sentir mal, mas também seguia a risca todas as recomendações da medibruxa.
Porém, ainda desatava a chorar e sentia medo quando estava muito cansada, mas agora partilhava sua angústia com Harry, que vinha com a lista das tarefas já cumpridas e a convencia de que estava tudo sob controle.
Harry estava cada vez mais presente em sua vida, mas não havia voltado falar em casamento. Ela também não tocou mais no assunto.
Seus pais e seus irmãos estavam lhe dando tanto apoio. Molly e Arthur apareciam pelo menos uma vez por semana para ter certeza que Gina estava bem. Aquele neto era especial, era o filho da garotinha deles, até sugeriram que Gina ficasse na Toca nos últimos meses da gravidez e nas primeiras semanas com o bebê. Gina ficou tentada a aceitar, mas Harry estava tão presente, que não seria justo excluí-lo.
Gina assegurou-lhes que não era necessário pelo menos por enquanto, mas não descartou a ideia. Molly e Arthur concordaram e estenderam o convite a Harry, pois mesmo que eles negassem, Gina e Harry eram, de fato, um casal.
Gina sentia-se bem, gorda, mas bem, e estava cercada pela família Weasley, todos sendo maravilhosos com ela. Suas cunhadas lhe davam dicas, lhe deram inúmeras roupinhas de bebês... E todos tratavam Harry e Gina como um casal. E eles preferiram não questionar isso.
Harry e Rony pintaram o segundo quarto no apartamento de Gina no tom amarelo-claro que ela escolhera. O berçário recebeu móveis para bebê do estoque dos Wealey’s, pois todos entenderam que como Harry estava procurando uma casa, o quarto para o bebê no apartamento de Gina seria temporário, então não era necessário móveis novos por enquanto.
Harry pediu para Gina ajudá-lo a procurar uma casa, disse que sua opinião era importante, pois o filho também moraria lá. Gina não contestou. Depois de inúmeras visitas, Gina se encantou por uma casa no estilo vitoriano, construída no inicio do século XX, ficava aos pés de uma colina, tinha um quintal lindo, com muitas árvores e um pequeno riacho atravessava a propriedade, o jardim precisava de uma reforma, assim como a casa de três andares, precisava de uma boa pintura por dentro e por fora, trocar as janelas e portas, mas a estrutura básica da casa estava perfeita.
- A casa é grande. – Gina comentou quando Harry decidiu-se por ela. – Para que você precisa de uma casa com cinco quartos? Acho que a outra que vimos é mais apropriada... Depois você vai gastar uma fortuna com a reforma!
- Mas você gostou mais desta... – Harry falou distraído. – Quero ter uma família grande... Vou fazer uma casa na árvore e mandar colocar uma piscina... Acho que terei que colocar alguns feitiços de segurança em redor do riacho, ele é rasinho, mas pode ser perigoso para o bebê... Também vou contratar um elfo... Vamos precisar de ajuda para manter a casa organizada.
- Sim... – Gina concordou e preferiu não questionar que ele estava incluindo ela. – É uma boa escolha Harry...
Harry comentou algo sobre a reforma da casa e contratar uma decoradora, mas sempre incluía Gina nas decisões sobre como a casa ficaria. Ela o acompanhava de loja em loja até encontrar os móveis perfeitos para a sala de visitas, cozinha,... E também determinou que ele adotasse uma mesa imponente para a sala de jantar... Harry sentando a cabeceira daquela mesa seria a imagem perfeita de um pai de família. Afinal, não era esse o sonho dele?
O clã organizou também um chá de bebê, outra tradição dos Weasley’s, e Gina arrumou as roupinhas minúsculas nas gavetas da cômoda, só para tirar tudo de novo e tocar cada pecinha delicada mais uma vez.
Harry precisou viajar para os EUA e lá permaneceu por uma semana em reuniões com o auror que o substituí a caça de comensais. Mas estava adorando trabalhar com Rony, era evidente a satisfação estampada em seu rosto quando chegava do trabalho.
Compareceram juntos a um jantar oferecido pelo Ministro da Magia. Todos os felicitaram pelo bebê e a trataram como se fosse a Sra. Potter, eles não negaram. A querida professora Minerva MacGonagall ficou tão emocionada quando passou a mão na barriga de Gina e sussurrou algo como Dumbledore ficaria tão feliz ao saber daquela criança. Gina e Harry trocaram olhares e ficaram o resto da noite de mãos dadas.
Fleur Weasley era a única que sempre perguntava sobre quando seria o casamento, Gina respondia que depois que o bebê nascesse pensaria a respeito... Nessas horas Hermione sempre a salvava dizendo que Gina não precisava se preocupar com isso agora.
Harry não dizia nada e ela ficava confusa, pois não sabia como dizer para ele que o amava, Harry era sempre tão atencioso e ela tinha medo que fosse somente pelo bebê!
Finalmente, dezembro chegou. Os dias voavam. As noites, não.
Durante as horas silenciosas na escuridão, Gina flagrava-se relembrando o momento de amor maravilhoso que partilhara com Harry. Ora consumia-se de desejo, ora amargava o frio da solidão na cama.
À luz do dia, afastava a melancolia, atribuía a recaída aos hormônios da gravidez e ia trabalhar despreocupada no Profeta Diário.
Marcara consulta com Hermione para a primeira semana de dezembro. Após o exame, instalou-se na cadeira diante da mesa da cunhada e suspirou. Harry tinha prometido ir junto, como tinha feito nas últimas consultas, mas teve uma emergência no trabalho. Mas ele esteve em todas as consultas anteriores, no exame de ultra-sonografia mágica que confirmou o sexo do bebê – menino – os dois se emocionaram quando viram a imagem do filho deles. E, ele também estava indo com ela as aulas do curso pré-natal.
— Hermione, faltam dois meses e temo explodir a qualquer instante. Estou imensa! Nem me lembro mais como era quando eu parecia não ter comido uma melancia inteira! — Pousou as mãos na barriga.
Hermione escreveu uma data em sua ficha. Então, fechou o prontuário, cruzou as mãos sobre ele e franziu o cenho.
— Sua pressão está alta novamente, Gina. Tem certeza de que não está exagerando no sal na sua dieta? Não está exagerando no jornal?
— Juro que não! — afirmou Gina, e ergueu a mão. — Tudo parece tão ruim e… eu não sabia como o sal acrescenta sabor à comida, até não usá-lo mais. Argh! No jornal, já estou trabalhando só meio período!
— Bem, os feriados estão chegando e isso significa todo tipo de tentação culinária — alertou a medibruxa. — Concentre-se no "não". Nada de sal… nadinha. Isso significa nada de assados. Também não estou gostando do inchaço nas suas pernas e tornozelos. Você precisa diminuir o ritmo, parar de fazer tanta coisa, passar mais tempo relaxando com as pernas erguidas. - Gina arregalou os olhos.
— Diminuir o ritmo? Você acha que devo pedir licença agora, ia esperar chegar janeiro...
— Gina é melhor você entrar em licença já. E nada de beliscar comidas nem de compras no Beco Diagonal ou de ficar batendo perna por ai! Está me ouvindo?
— Estou. — Gina alarmou-se. — Hermione, você não está sorrindo, nem um pouco. Algo errado? Comigo? Com o bebê?
— Estou um pouco preocupada — revelou a médica, recostando-se na cadeira. — O bebê já começou a se virar e descer um pouco, mas é muito cedo ainda. Não quero que faça nada que provoque um trabalho de parto prematuro. Vamos realizar exames semanais a partir de agora. Você provavelmente completa a gestação em fevereiro, mas não vamos nos arriscar. Quero Harry com você nas próximas consultas...
— Está me assustando, Hermione.
— Lamento que tenha de ouvir isso. Se eu não gostar do que vir em algum momento, vou ordenar repouso absoluto até o bebê nascer. Não é necessário ainda, mas não se surpreenda se eu lhe internar no ST Mungus... Prefiro ser cautelosa, Gina, a ter o bebê chegando antes da hora.
— Sim. Sim, claro, eu entendo.
— Harry não está mais viajando tanto… Ele é seu vizinho e pode ajudá-la. Certo? Ou melhor, ele tem que lhe ajudar... – Hermione foi enfática.
— Ele anda se dedicando bastante ao novo cargo. — comentou Gina. — Mas ele está sempre presente, cuidando se eu comi, se eu descansei... Vai até me buscar no jornal de carro! Esse bebê é muito importante para ele... – A mãe nem tanto...
— Que bom! — Hermione falou sorrindo, mas logo adquiriu um tom serio novamente. — Gina, você vai contar para o Harry o que estou lhe dizendo ou quer que eu explique?
— Não, vou contar a Harry exatamente o que me disse — prometeu Gina. — Ele quer e ama este bebê tanto quanto eu, Hermione. Vai me dar apoio… a nós, eu sei que sim. Afinal, ele é meu… — Calou-se, e pôs a mão na barriga.
— Já sei. — Hermione meneou a cabeça. — Harry é seu melhor amigo. — Fez uma pausa. — Sabia que Teddy perguntou por que não foi convidado para o casamento de tia Gina e do padrinho dele?
— Que casamento? — Harry nunca mai falou de casamento. Indagou Gina, confusa. — Não houve nenhum casamento.
— O menino está convencido de que houve e está magoado por não ter comparecido. Teddy disse que tem certeza de que houve um casamento, porque tia Gina e seu padrinho trocam sorrisos com os olhos brilhantes, estão sempre juntos e de mãos dadas...
— Oh… — Gina alisou o vestido sobre a barriga. — Bem, as crianças não são mesmo uns amores? Teddy só tem seis anos. O que ele sabe sobre o amor, sobre estar apaixonado e… coisas assim?
— Mais exatamente — observou Hermione, inclinando-se para frente. — O que você sabe sobre o assunto?
— Bem, admito que não sou nenhuma especialista. Mas com certeza sei a diferença entre amar alguém como amigo e estar apaixonada pela pessoa que é a alma gêmea, a cara-metade… Sim, eu sei, sem dúvida. Esses dois tipos de amor nem estão no mesmo lugar, no mesmo plano, no mesmo… - Gina suspirou e continuou: - Ok! Admito, eu confesso... Eu amo Harry!
— Até que enfim! – Hermione exclamou erguendo os braços.
— Isso é verdade — confirmou Gina. — Eu amo e sempre amei o Harry, bom ainda não falei para ele! Ele não falou mais nada sobre casamento, acho que desistiu, então... Mione, acho que Harry só tá preocupado com o bebê!
— Sinto muito Gina, mas eu pedi para Harry não lhe pressionar com essa história, isto estava lhe deixando muito nervosa... – Hermione sorriu. – Pedi pare ele esperar o bebê nascer, não quero você tensa até o meu afilhado nascer...
— Ele ama tanto esse bebê... – Gina afagou o ventre com um sorriso bobo nos lábios.
— Gi! — desabafou Hermione. — Por Merlin, ele ama a mãe do bebê também! – Gina arregalou os olhos azuis. - É claro que ele lhe ama, que está apaixonado por você! E pode ter certeza, esse sentimento não é apenas por causa da criança que está carregando!
— Eu amo o Harry, Hermione, e não o amo só porque ele é o pai do meu bebê. — garantiu Gina. — Mas estou disposta a esperar meu filho nascer para me acertar com Harry. E, ele me amando ou não estou disposta a me casar com ele, se isso significar a felicidade do meu bebê. Agora o que importa é só o meu bebê!
— Bem, fico mais tranquila em ouvir isso... Mas... — Hermione cruzou os braços. — Nossa, como vocês dois são difíceis! Você e Harry estão apaixonados um pelo outro, mas são… bem, não há outra palavra… são idiotas demais para enxergar um palmo diante do nariz.
— Ora, isso foi rude — avaliou Gina, indignada. — Chamar a mim e Harry de idiotas. Não foi mesmo gentil – Depois começou a rir. – Mas é verdade! — Levantou-se. — Preciso ir. Vou almoçar com Harry para contar como foi à consulta e tenho certeza de que você tem outras pacientes. Até, Hermione.
— Marque outra consulta para a semana que vem Gi — instruiu a médica. — Cuidado com o sal, erga os pés o máximo de tempo possível, e… Gina sente-se, Rony vai me azarar, Harry também... Mas preciso lhe contar algo... Agora que você admitiu que ainda ama o Harry... Talvez não seja o momento para você entender que Harry lhe ama independente de você ser ou não a mãe do filho dele.
Gina sentou-se novamente assustada.
- Tá me deixando preocupada! Conta logo Hermione...
- Rony deixou escapar isso há pouco tempo, eu prometi não contar, mas... Gina, lembra quando Harry voltou daquela viagem, do exílio voluntário dele? – Gina assentiu. – Pois bem, Harry voltou para você. Ele estava decidido a pedir perdão pela ausência, dizer que ainda a amava, ia lhe pedir em casamento...
- Ah... Phillip! – Gina gemeu.
- Sim, ele lhe viu feliz com ele. – Gina gemeu mais. – Ele concluiu que você tinha resolvido viver a sua vida, tocar em frente... Decidiu fazer o mesmo... Em partes, pois se envolvia a cada semana com uma garota diferente, foi para a Irlanda e depois saia nessas missões suicidas...
- Mione... – Grossas lágrimas rolavam no rosto de Gina.
– Ele achou que ter sua amizade era o suficiente. Depois teve aquele episodio com Brian, Harry decidiu ficar por perto então, para evitar que você se metesse com algum canalha... – Hermione suspirou, não queria contar, mas precisa esclarecer algumas coisas para a amiga. – E, quando sai do apartamento, você disse que não conseguir mantê-lo sozinha, então Harry comprou o prédio onde moram... Para você ficar por perto...
- Sempre achei estranho pagar aquele aluguel... Mas não ia questionar isso com o proprietário... – Gina comentou. – Hermione... Harry sempre colocou defeitos nos caras que eu saia, e eu fazia a mesma coisa com as garotas que ele arranjava...
- Gina... Harry nunca deixou de lhe amar... Mas ele precisou de um tempo depois de tudo que aconteceu. – Hermione levantou-se. – Eu também precisei, Rony, você... Ele precisou de um tempo maior... É o Harry né! Meio lerdinho! – Hermione riu do próprio comentário.
- Mas ele achou que eu estava feliz com o Phillip... Podia ter investido na carreira de atriz. – Concluiu Gina dramática. – Ai...
- Gina... Não se culpe, não foi culpa de ninguém, foram os acontecimentos, você tentou com Phillip, mas você viu a tempo que não daria certo... Harry também, lembra a Liz, foi a que durou mais, Harry pensou seriamente em pedi-la em casamento...
- Ela deu o fora nele... – Gina deu uma fungadela. – Ela terminou...
- Encontrei-a esses dias, ela perguntou se vocês já tinham casado. – Hermione riu. – Rony encontrou Phillip e adivinha, perguntou a mesma coisa... Gi, tá na cara, todos sabem que Gina Weasley e Harry Potter estão destinados um para o outro e ninguém em sã consciência vai ficar no meio do caminho!
- É melhor eu ir... – Gina levantou-se e alisou o vestido. – Obrigada Mione, não vou contar ao Harry que me contou isso!
- Você está bem?! Ai, que péssima medibruxa eu sou... Despejei tudo isso em você justo quando tá com a pressão alta. – Hermione se lamentou. – Vamos medi-la novamente.
- Não, eu estou bem... Melhor agora! – Gina garantiu – Eu... Sim, guardei tudo — jurou Gina, sorrindo. — Vamos, garotinho — mimou, acariciando a barriga. — Vamos almoçar com papai.
Harry me ama, sempre me amou e não é só por causa do bebê! Ele me amava antes... – Gina pensava quando saiu do consultório. – Eu precisava ter certeza disso!
*******
Harry sentou-se à pequena mesa circular no terraço do restaurante, à espera de Gina.
O dia de dezembro estava fresco, e seu primeiro impulso fora pedir uma mesa na área interna, mais aquecida. Mas então perguntara à anfitriã se havia espaço no terraço, ao sol, recordando que Gina sempre preferia o ar livre.
Satisfeito com a localização daquela mesa, pediu um suco de abobora. Estava adiantado, sabia, mas aproveitaria o tempo extra para aplacar o mau humor.
Cutucou o gelo no copo com o canudo e viu o cubo submergir no líquido, voltando a aflorar. Repetiu o processo e franziu o cenho quando o cubo emergiu mais uma vez.
Cubo idiota, pensou. Continuaria se esforçando para emergir, vez após outra, embora estivesse derretendo, cada vez menor. Não desistiria. Então, finalmente deixaria de existir, simplesmente desapareceria como se nunca tivesse estado lá. Todo aquele esforço, todo aquele trabalho, para nada.
Puxou o canudo e o deixou na mesa. Também girou o pescoço, na esperança de relaxar os músculos.
Sentia-se como o cubo de gelo, percebeu, melancólico. Desgastava-se trabalhando muito em uma atividade física e mentalmente desgastante, empenhado em fazer sua nova função dar certo. Esforçava-se para emergir, assim como o cubo de gelo.
Mas um nó constante no estômago indicava que havia algo errado, algo estranho nesse seu novo empreendimento, que não o deixava se entusiasmar, ao contrário, provocava-lhe ansiedade quanto aos desafios que viriam.
Suspirou, envolveu o copo com as mãos e fitou o cubo de gelo do suco.
Se derretesse e simplesmente desaparecesse, teria importância?
Bem, sim, com certeza. Pertencia a um clã imenso que o amava, seria pai de um garotinho em dois meses, tinha Gina, sua melhor amiga, parte integral de sua vida e vice-versa.
Segurou o copo com mais força.
Mas não bastava.
Tudo parecia pouco diante das esperanças e sonhos que nutrira para sua vida.
Aí estava a origem de seu descontentamento, a causa do aperto no estômago que parecia se agravar a cada dia.
Buscava a aliança de ouro e faltava pouco para alcançá-la, pouco mesmo, mas simplesmente não podia pegá-la e tomar posse.
Maravilha, pensou, meneando a cabeça, desgostoso. Passara de cubo de gelo a garoto em um desfile carnavalesco em busca do ouro.
Mas não era uma criança. Era um homem. Era Harry Potter, que desejava com todas as forças se apaixonar, ter uma companheira na vida, uma alma gêmea com quem partilhar os bons e maus tempos.
Queria um lar cheio de amor e alegria, cheio de crianças felizes brincando.
Queria uma esposa, que se aninharia junto dele na cama à noite após terem feito amor e dormiria sobre seu travesseiro, para despertarem unidos no alvorecer.
Queria isso tudo.
Mas não tinha.
Esvaziou o copo e pousou-o na mesa. E porque não tinha? Porque não tinha coragem de dizer para Gina que ainda a amava... Gina poderia entender tudo errado, ficar nervosa... Não! Gina não podia ficar nervosa.
Sim, ia ser pai, e a perspectiva era aterradora, excitante e maravilhosa. Mas não estaria no quarto ao lado, pronto para acudir se o bebê chorasse à noite.
Era só admitir para si mesmo que ainda amava Gina. Lutar por esse amor. Reconquistá-la. Mas como Hermione falou, era melhor esperar o bebê nascer... Agora, se falasse alguma coisa, do jeito que Gina estava emocionalmente confusa, ia entender tudo errado... Ficaria nervosa, tensa, o bebê poderia nascer antes da hora. Não. Isso ele não queria.
Seu filho. Sua vida girava em torno daquela criança que ainda nem havia nascido... E em torno de Gina... Sua amiga, seu amor!
Foi pensando nela que comprara aquela casa grande e ensolarada. Para a família que eram. Gina. Sua melhor amiga, sua camarada, sua parceira, que empregara tempo e energia para ajudá-lo a colocar sua casa nova em ordem, tão animada com a casa, seus olhos brilhavam sempre que lhe expunha os planos de decoração para a sala de visitas.
Gina. Amava-a. Harry bateu os dedos na mesa. Amava Gina, amava-a desde a primeira vez que virá, desde o dia que a encontrou na Câmara Secreta... Estava apaixonado por ela.
Apaixonado. Uma palavra tão simples, mas que fazia toda a diferença entre realidade e suas esperanças e sonhos para o futuro… perto, colado, mas não o bastante, era o cubo de gelo esforçando-se para emergir sem saber por quê.
Potter, pensou ele, contenha-se. Supere. Siga em frente. As cartas foram distribuídas, sabia o que tinha nas mãos e o que não tinha. Você deixou Gina escapar da sua vida uma vez, não pode deixar isso se repetir.
E, de algum modo, por sua causa, e também por Gina e pelo bebê, tinha de fazer a jogada certa, tinha de encontrar um modo de superar aquela situação complicada e encontrar a felicidade que o sustentaria durante os anos seguintes. De algum modo precisava reconquistá-la.
Ergueu o olhar e viu Gina no outro lado do terraço, à sua procura. Levantou-se e acenou, notando o sorriso em seu rosto ao acenar de volta e contornar as mesas para se juntar a ele.
Céus, como era linda! Era a mulher personificada, a essência da feminilidade. Gina girava o corpo, a barriga anunciando ao mundo que carregava um milagre lá dentro. Um bebê. O bebê dele. O garotinho deles.
A luz do sol no terraço derramava-se sobre ela como uma cascata dourada, refletindo-se nos cabelos vermelhos e na pele rosada. Ela mantinha a mão delicada sobre o ventre, protetora. Usava um vestido cor-de-rosa com pregas sob o busto. Linda.
E estava tão contente em vê-la. Não podia perdê-la. Iria pedi-la em casamento novamente, dizer que a amava... Se ela dissesse não, iria apelar, implorar, ajoelhar-se diante dela. Se ela dissesse que era só por causa do bebê, não iria contrariá-la... Mas precisava, como o ar que respirava, de Gina ao seu lado.
Apressou-se para encontrá-la, querendo, precisando diminuir a distância entre eles. Estava ciente de que, a cada passo, o aperto no estômago diminuía, o bem-estar arrancando-lhe um sorriso espontâneo.
— Oi! — saudou Gina. — Espero que não esteja esperando há muito. O trânsito estava horrível. Acho que a correria de Natal já começou.
Harry tomou-lhe o rosto.
— Gina… — Pigarreou, presa de emoções estranhas. — Eu só quero lhe dizer que… que você é a mulher mais linda que já vi. Você é real, Gi. Sei que acha que está gorda e desajeitada e… mas não está. Você é única.
— Obrigada, Harry — sussurrou ela. — Oh, sim, nem sei como agradecer, porque me sinto um balão, uma baleia, uma… estou bonita?
Harry beijou-a na testa.
— Você é bonita — afirmou. — Venha se sentar. Peguei uma mesa ao sol, mas, se sentir frio, avise e nos mudamos para dentro.
— Oh, não, está gostoso aqui fora. — Caminharam até a mesa. Harry ajudou-a com a cadeira e então se instalou diante dela. — O sol está ótimo. Você me conhece tão bem, Harry. Sabia que eu preferiria almoçar fora, se possível, e esta mesa é perfeita. É como se o sol brilhasse para nós.
Gina pensou em colocar as cartas na mesa, perguntar sobre o apartamento, dizer que nunca foi feliz com Phillip, que ainda estava apaixonada... Respirou fundo... Devia ter ficado furiosa com tudo que Hermione lhe contou, mas estranhamente se sentia bem, satisfeita. Não faria uma cena!
— É — concordou ele. — Mandei o sol brilhar.
— Oh, está bem — desdenhou ela, risonha.
— Quer um aperitivo, minha querida? — ofereceu Harry.
— Sim, sim, sim — respondeu ela. — Harry... – Era agora
Harry riu.
— E? – Ele também tinha algo a dizer... Harry estalou os dedos. – Gina, eu tomei uma decisão...
— Oh, Harry, isso é maravilhoso! - Decisão com o que e para que? Pensou Gina e apoiou o queixo nas mãos falando a primeira coisa que lhe veio à cabeça. - Sobre a casa nova, quando vai mudar? E tão excitante. Nesse ritmo a casa vai ficar pronta junto com o nascimento do bebê Potter!
Harry franziu o cenho do que ela tava falando?
— Ambos são nossos, Gi. A nova casa e o bebê, Baby Potter… ambos são nossos. Sabe disso, não?
— Sim, está bem, Harry — concordou Gina se lembrando das palavras de Hermione. — Não queria preocupar você nem… Está se sentindo bem? Parece tão cansado. Acho que está se esforçando demais.
— Estou bem — assegurou ele. — Está preocupada comigo? Vamos nos concentrar em você e no pãozinho que leva aí. Eu estou preocupado com você, como foi a consulta?
— Você é tão importante quanto eu, Harry — declarou Gina. — E tão importante quanto o bebê. Estamos todos juntos nisso, como sabe.
Juntos, pensou Harry. Não, não o bastante. Perto, quase, mas não juntos. Era isso que tinha que mudar!
— Bom, tive a impressão que queria falar algo? – Gina questionou. – Uma decisão...
— O que vão querer? — indagou a garçonete, aproximando-se da mesa. Fizeram os pedidos. - Volto já.
A mulher afastou-se apressada. Gina respirou fundo.
— Tenho de pedir algo totalmente sem sal — lembrou-se. — Hermione está um pouco preocupada com minha pressão, com o inchaço nos pés e…
Interrompeu-se e tentou disfarçar a notícia:
— Oh, Harry, vou ter que entrar de licença amanhã, porque Hermione disse que tenho de ficar com os pés erguidos e diminuir o ritmo. Talvez, mais tarde, me interne no St Mungus até o bebê nascer... Em casa, não devo cozinhar, nem fazer limpeza, nem lavar roupa. Devo ficar sentada com os pés erguidos e… Estava lidando bem com tudo isso até chegar aqui, mas agora estou desabando… Oh, céus, Harry, estou tão assustada com a possibilidade de algo acontecer ao nosso bebê!
Ele tomou as mãos de Gina e inclinou-se em sua direção.
— Ouça — pediu, com o coração disparado. — Vai ficar tudo bem. Vamos seguir as instruções de Hermione, fazer exatamente como ela disse. Estou arrasado por ver você tão aflita, tão assustada, Gi. Mas não está sozinha. Estou aqui com você e sempre estarei. Vamos superar tudo isso, você vai ver. Vamos superar… juntos.
— Eu sei. — Gina sorriu fraco. — Sim… juntos. Vai ficar tudo bem… desde que estejamos juntos. Você tinha algo a dizer...
- Nada de importante... – Harry desconversou, não era o momento para falar com Gina de seus sentimentos. – Ah, resolvi pintar a casa de branco e as janelas de azul!
Gina mexeu-se incomodada na cadeira, queria falar com Harry sobre o que Hermione lhe contara, mas sem denunciar a cunhada. Mas não teve coragem... Harry estava preocupado com ela e o bebê... O bebê era a coisa mais importante agora. Haviam esperado tanto tempo, podiam esperar mais um pouco...
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N/B: FINALMENTE!!!! Parece que esses dois estão começando a caminhar! Viviane de Merlin, como esses dois são obtusos!!! Mas, como sempre, tenho certeza que o amor irá vencer!!!! Mas é fato! Eu tive pré-eclampsia (que tem todos esses sintomas que a Day está elencando: pressão alta, retenção de líquidos, cansaço, enjôos...). E o final não foi nada feliz... Gravidez não é doença, mas exige cuidados sim! E é muito legal a Day abordar tudo isso... Serve de alerta!!! Beijos a todos, Alessandra (Sandy Meirelles).
N/A: Hoje é quinta -feira... Capítulo adiantado para vocês!!! FINALMENTE, as coisas parecem caminharem para um final feliz, que só vai ser um pouquinha adiada para o Tiago nascer saudável (ah, sempre opto em minhas fics por Tiago em vez de James, pois tenho um xodizinho por esse nome, acho que um dia que tiver um filho vou colocar Tiago). Mas adianto que Tiago vai dar um susto para esses papais de primeira viagem... Pessoal, próximo capítulo é o penúltimo, ah, resolvi transforma o epílogo em um capítulo, pois não resisti e quis descrever o casamento (xiii, estou adiantando demais!!). não vou falar mais nada... até a próxima quinta. Bjs! Muito obrigada, continuem lendo, comentando...
LAÍS VIANA;
RAYANE TAVARES;
ISSIS;
KATHARINA ROCHA;
MORGANA AVALON;
QUÉZIA;
FLAVINHA;
BIANCA;
NATASCHA.
VALEU! Daiana
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