Mágoas
Capitulo 2 – Mágoas
Harry acorda com o sol começando a bater em seu rosto. Estava acabando de amanhecer. Seu corpo doía e sua mente ainda revivia o pesadelo de ver Voldemort descobrir algo que poderia destruí-lo. Não aquilo não foi um sonho. Ele pensou ao perceber que não estava na sua cama, qualquer que fosse ela.
Com coragem ele abre os olhos e repara que ainda estava de óculos. Sim o pesadelo era real. Mas onde ele estava. Ao tentar mexer ele percebe que ele esta dormindo encostado com alguém ou alguma coisa. Ele repara bem no que é. Bicuço. Ele estava em Hogwarts.
Como ele poderia ter chegado ali? Como ele poderia estar dormindo sobre o hipogrifo? Ele precisa encontrar aquele livro para encontrar repostas para essa e outras perguntas.
Ele se levanta e percebe que estava no cercado dos hipogrifos. Bicuço deve tê-lo encontrado e o ajudado.
- Obrigado, Bicuço. – disse ele ao acariciar a cabeça do animal. – mas agora eu tenho que saber o que aconteceu.
O hipogrifo solta um som como se entendesse o que foi dito e acompanha com o olhar o menino sair daquele espaço. Harry percebe a magia entorno do cercado ao pular sobre ele.
Sem pensar muito no que poderia ter acontecia com todo mundo e com a escola, Harry segue em direção ao castelo, ainda meio atordoado pela magia recebida.
Quando estava seguindo o caminho para lá ele percebe que o Salgueiro Lutador fica imóvel indicando que alguém estava saindo da passagem para a Casa dos Gritos. De lá sai uma mulher que estava pressionando o nó para paralisar a árvore. E depois dela saíram três homens, um visivelmente sendo amparado pelos outros dois.
Harry fica em choque quando reconhece o grupo. Na sua frente, sem que percebessem a sua presença, estavam seus pais, Sirius e Remo. Provavelmente voltando de uma noitada com o lobisomem.
Sem se importar com nada, o moreno corre em direção a mãe, a abraçando. Lilian inconscientemente retribui o gesto sem conseguir ver a cara do menino. Tiago se aproxima para ver o que estava acontecendo. Às vezes nem Hogwarts era seguro neste tempo de guerra. Harry ao ver a aproximação do pai o puxa para o abraço.
- Pai, Mãe, vocês não sabem a falta que vocês me fizeram. – disse o garoto dos olhos verdes.
Os dois ficaram surpresos com o que o adolescente falou. Assim como os outros dois marotos. Tiago se recuperou e levemente se afastou do menino a fim de ficar cara a cara com ele. E novamente para surpresa de todos, ele estava vendo a sua cópia quase fiel. Tirando os olhos verdes e a estranha cicatriz. Mas foi cortando o coração que ele fala.
- Você não pode ser nosso filho. Ele nasceu morto. – uma lágrima escapa dos olhos da ruiva ao se lembrar disso.
- Não... mas... como é possível... – disse confuso Harry.
Agora ele percebe quais foram as conseqüências do ritual de Voldemort. Para seus pais estarem vivos, assim com Sirius, era necessário que ele não existisse, conforme o desejo dele.
- Isso só pode ser uma armadilha de Voldemort para nos destruir. – disse Sirius sacando a varinha e a apontando para o moreno, que a essa altura já tinha se distanciando do casal.
- Concordo. – disse Remo procurando a sua própria.
Sem saber o que pensar Harry começa a correr na direção de que tinha vindo. Sem prestar muita atenção onde ia. Feitiços eram lançados na sua direção. Ele sabia que eram apenas para pará-lo. Ele olhou para trás e viu o padrinho e o lobisomem tentando atingi-lo. Ele saca a sua varinha e rebate os feitiços que o acertariam sem no entanto atacar os dois. Tiago e Lilian continuavam abraçados.
Ele perde de vista os dois a quem ele um dia chamou de amigos. Porem não foi muito longe. Ele começa a ter a visão embaçada e desmaia caindo na frente do cercado dos hipogrifos.
Sirius sai correndo atrás do menino, ainda lançando alguns feitiços para pará-lo. Mas a noite foi bem desgastante e o rapaz parecia ser bem veloz e logo abre vantagem. Ao passar pelo cercado dos animais criados pelo Hangrid e percebe algo diferente no comportamento dos hipogrifos. Eles estavam todos em um ponto da cerca próxima a entrada para a Floresta Proibida, e estavam alvoroçados. Ele logo segue por este caminho, pensando que foi por ali que o menino tinha seguido.
Ele nem prestou atenção que havia um único hipogrifo deitado no ponto mais afastado parecendo esconder algo.
O animago percorre alguns metros dentro da floresta, mas para pois acreditava que nem como um cachorro ele conseguiria perseguir o moreno ali. Sem contar que os centauros dariam um jeito do menino nunca ser encontrado.
- Não conseguir encontrá-lo. – disse ele aos amigos quando retorna.
- Quem diria. O Grande caçador de Comensais Sirius Black não consegue seguir um menino. – zombou Tiago.
- Ei ele corre demais e se embrenhou pela floresta. Você sabe tão bem como eu que não da para seguir ninguém por ela. – disse ele aborrecido. – e como você pode ter tanta certeza que era apenas um menino?
- Pode ver em seus olhos. – quem respondeu foi Lilian.
- Independente de quem ele seja. Temos que relatar isso para Dumbledore. – disse um cansado Remo.
- Você vai para a enfermaria e deixa que eu conto para ele. – disse Lilian.
Harry volta aos poucos a consciência. Ele percebe que ainda não pode abrir os olhos ou se mexer. Ele escuta Hagrid falando e percebe que ele pode estar na cabana do velho amigo.
- Eu o encontrei desmaiado no cercado dos hipogrifos. Deitado ao lado do Bicuço, o líder, como se fosse um deles. Bicuço parecia que estava protegendo o menino. Não pensei na possibilidade dele ser um comensal. Os hipogrifos sentem se uma pessoa é boa ou má. E pelo que pareceu, ele é uma das melhores.
- Eu só não entendo como alguém em sã consciência, pula para dentro de um cercado cheio destas criaturas, que não são conhecidas por gostar de estranhos. – disse Sirius tentando entender o que houve. – e ainda mais com todos eles me indicando para a floresta. Perai eles me enganaram. – agora ele estava revoltado.
- Não acredito que ele tenha entrado por vontade própria. A porta do cercado estava arrobada por dentro. Parece que eles conseguiram destruir a magia que os cercava para proteger o moreno. – disse Dumbledore entrando na cabana.
- Quem ele pode ser? – Perguntou Tiago.
- Acredito que somente ele poderá nos responder. – disse o diretor.
- Duvido que ele o faça agora. – disse Lilian olhando feio para Sirius que teve a decência de corar. – mas quais as chances deles ser nosso filho?
- Não sei. Mas pela descrição que Tiago me deu e o tempo que ele permaneceu desacordado excluem a Polissuco. Verei se é algum encantamento para alteração de forma, ou metamorfomagia. – disse o diretor puxando a varinha e executando alguns feitiços no moreno. Depois de um tempo ele finalmente fala – bem essa é a forma real do nosso amigo. Mas devo dizer que ele realmente me parecer ser um Potter.
- Então estamos ferrados. – disse Tiago triste. – Agora que ele não nos diz nada.
Lilian não sabia se ria do marido ou se matava o melhor amigo dele, ela conhecia muito bem a teimosia desta família.
Harry voltou a perder a consciência , e acordou pouco depois. Desta vez ele conseguiu abrir os olhos e percebeu que realmente estava na cabana do guarda caças. Porem ele não estava sozinho como desejou, ali ainda estavam seus pais e Sirius, mesmo sem seus óculos ele conseguia reconhecê-los.
Lilian foi a primeira a perceber que o garoto acordou. Rapidamente ela se senta ao seu lado. E coloca os óculos nele, sabendo que se ele fosse que realmente ele diz ser ele precisava muito deles.
- Fique calmo. Não vamos lhe fazer mal. Nem mesmo ele. – disse ela com a voz calma e apontando para o Sirius.
Ao olhar para Sirius que ainda tinha um olhar de desconfiança para com ele, Harry percebe que naquele novo mundo, ele não tinha família, não tinha amigos, era apenas mais um peão nas mãos do destino, cujo único objetivo e vontade eram destruir Voldemort, que mais uma vez destruiu sua vida.
- Quem é você? – perguntou o animago com um tom de voz superior, recebendo três olhares furiosos.
- Eu não sou inimigo, alias não sou ninguém. Estou aqui apenas para destruir Voldemort. – disse Harry olhando feio para o padrinho.
- Você realmente é um Potter? – perguntou Tiago cauteloso e esperançoso.
- Eu não posso ser seu filho. Ele morreu, se lembra? – disse o menino antes de virar para a parede e voltar a dormir.
Lilian percebeu que aquelas palavras foram usadas para machucar, da mesma forma que o machucaram, é que tiveram o objetivo alcançado. Tiago estava arrasado. Ela o abraçou para confortar o marido. A morte do bebê foi um choque muito grande para todos principalmente os dois.
Harry acordou algumas horas mais tarde, o efeito do ritual tinha realmente drenado suas energias. Ele tenta se localizar novamente, e percebe que mais uma vez seus óculos foram retirados. Ao tentar focar o ambiente ele percebe uma ruiva o olhando.
-Mãe? – pergunta ele ainda grogue de sono.
- Não. Eu ainda não tenho idade para isso tudo. – disse a ruiva com uma voz menos adulta que a de Lilian, mas que ele reconheceu logo. Harry coloca seus óculos para ter certeza.
-Gina?
- Você me conhece? – perguntou a menina confusa.
- De certa maneira eu te conheci. – disse ele com um suspiro se lembrando do que lhe ocorreu.
- Prove. – disse a menina de supetão, ela ficara curiosa com o menino. – Eu nunca te vi antes.
- Seu irmão Rony já tomou coragem para pedir a Mione em namoro? – perguntou o moreno.
- Ainda não, mas tomo mundo sabe que eles se amam, menos os dois. é claro. Apesar de que estão bem próximos desde que ele a convidou para o Baile do Tribruxo.
- E quem ganhou? O Diggory, Krum ou a Fleur? – perguntou ele enrolando para não contar a verdade, não sabia se ela ia acreditar, fazendo perguntas rapidamente sobre o que respondia.
- A Fleuma. – respondeu rapidamente a ruiva com cara de nojo. Mas logo percebeu o que dissera para uma desconhecido e tentou corrigir. – A DeLacour.
- Ela já se casou com o Gui? – perguntou ele tentando esconder o riso pelo apelido da francesa.
- Ainda não. Mãe ainda não aceitou o romance. Mas como você sabe disso tudo? – perguntou ela meio desconfiada das perguntas.
- Eu já disse que te conhece, de uma certa maneira, assim conheço a sua família. Os gêmeos já conseguiram abrir a Loja de Logros?
- Não ainda não. Está faltando dinheiro para o aluguel da loja, mas eles aceitam encomenda por coruja.
- Menos mal. E o Carlinhos ainda está na Romênia ou ele voltou como o Gui para Inglaterra?
- Ta me achando com cara de guia turístico, para falar do roteiro da minha família.
- Desculpa. Mas é que faz algum tempo que não vejo ninguém.
- Ainda tá trabalhando com dragões, mas acho que tem algo a mais por trás disso.
- Não acredito que você ainda não saiba. Achei que para você ele tinha contado. – disse rindo o moreno, o que deixou Gina com raiva.
- O que você ta sabendo que eu não. Hein, Menino misterioso.
- Ele arrumou uma namorada, chamada Nadia. Ele ainda não a convenceu a vir para Inglaterra por causa de Voldemort. – disse ele reparando que a menina tremeu quando disse o nome do bruxo das trevas coisa que ela não fazia há anos.
- Alias você nem me disse o seu nome.
- Meu nome não é importante. Você pode me chamar do que quiser que eu não ligo. – disse ele achando melhor não dizer quem realmente era ainda. Ninguém iria acreditar nele.
- Vou te chamar de Thor, o deus do trovão. Por causa dessa sua cicatriz. – disse a menina corando ao perceber que tinha ficado analisando o menino durante o sono.
O silêncio reinou por alguns minutos até que Harry percebeu algo.
- Gina, por que você está aqui? Digo, acho que você não está aqui por que quer, quem te mandou?
- Estou de detenção, ‘cuidando’ de você. – disse ela parecendo entediada.
- O que você fez para merecer isso? – perguntou ele.
- Enfeiticei um sonserino idiota que só porque acha que é rico pode ficar humilhando os outros. Digamos que ele teve uma pequena peça do seu corpo diminuída mais. Ninguém mandou ele oferecer dinheiro para transar comigo. Sonserino nojento. – disse ela realmente sentindo nojo.
- Malfoy. – sussurrou ele com ódio, mas ela conseguiu ouvir e ficou impressionada com o conhecimento que ele tinha da escola, porem não disse nada desta vez.
- Ainda bem que não foi a Prof. McGonagall quem viu, ou algum monitor da Sonserina. Foi a Profa. Potter. – disse ela naturalmente.
Harry se espantou com isso. Então sua mãe era professora ali, agora.
- Se bem que se fossem ou Professor Potter ou o Black, eles teriam me dado pontos por isso.
Agora o choque era evidente na cara do moreno.
- Você é estranho. Achei que você soubesse disso. Você sabe tudo sobre mim, mas isso não sabe. Alem do mais eles estavam todos aqui quando eu cheguei. Depois foram para uma reunião juntamente com o professor Lupin.
- Acho que perdi o que acontecia por aqui. Mas que matérias que eles dão? – perguntou o moreno curioso.
- A professora Potter leciona poções. Seu marido o Professor Potter ensina Feitiços desde que o antigo professor foi assassinado há três anos e o professor Lupin DCAT, com ajuda do Sr Black, que cobre algumas aulas dele, ele falta a algumas aulas mas ninguém sabe o porquê. – disse a menina animada.
- Bom saber. – disse ele meio satisfeito com as noticias, meio culpa por ter destruído a deles. Guardando para mais tarde a informação de que Snape não era professor.
- Se bem que você se parece muito com o professor Potter. – disse Gina. – Vocês são parentes?
- De certa forma sim. – disse ele tentando não revelar a verdade.
- Isso é um sim ou um não? – disse ela.
- Eu sou filho de Tiago e Lilian Potter, mas não destes seus professores.
- Como assim? – perguntou confusa.
- Bem, a história é meio espantosa. Creio que até para mim é difícil acreditar. Mas a minha realidade foi alterada, para uma em que eu não nasci, mas como eu já existia não pude ser ‘morto’. Quero colocar as minhas idéias em ordem para poder dizer mais alguma coisa. Tenho que fazer uma pesquisa antes de falar mais. Só posso dizer que éramos amigos na outra realidade. – disse ele deixando ela mais confusa. – Nossa to parecendo a Mione.
A menina não agüentou e começou a rir, fazendo ele fechar a cara.
- Sabia que você não ia acreditar. – disse ele chateado.
- Não é isso. A história é realmente inacreditável, mas algo me disse que é verdade. Eu to rindo da sua comparação com a Mi. – disse ela parando de rir na mesma hora.
- Serio?
- Sim. Algo me disse que posso confiar em você. Desde o momento que te vi. – disse ela corando, não era toda a verdade.
– Mas onde eles estão mesmo? Achei que eles estariam aqui quando eu acordasse de novo. – perguntou ele preocupado. – Se bem que para deixarem alguém tomando conta de mim deve ter acontecido algo grave.
- Eles estão em uma reunião para uma tal de Ordem. Eu estava aqui recebendo as instruções da Professora Potter, quando um amigo deles, o Pettigrew veio aqui chamá-la.
- Ele está aqui! – disse ele indignado se levantando e preparando para sair.
- Não adianta, a professora trancou a porta com magia, mesmo ela me deixando com a minha varinha eu consegui sair. – disse ela e ao ver a cara dele continua. – Tentei sair para tomar um ar. Sabe as vezes aqui fica muito abafado e acho que ela não sabia a sua reação ao me ver aqui por isso a varinha.
- Vamos. – disse ele abrindo a porta simplesmente girando a maçaneta.
- Como? – ela perguntou recebendo como resposta um levantar de ombros.
- Quero ir rápido, vou correndo então seria melhor que você subisse nas minhas costas, não me pergunte o porquê, mas acho que posso corre em alta velocidade.
Ela decidiu não discutir e fez o que ele pediu. E ficou espantada quando percebeu que em menos de cinco segundos eles estavam na porta do castelo. Parou de pensar nisso quando se viu na frente da gárgula que levava a sala do diretor.
Harry pegou o mapa no bolso e conferiu para ver se eles estavam lá dentro, depois de deixar a menina impressionada no chão carinhosamente.
- Eles estão lá dentro. Só tempos que adivinhar a senha. Geralmente é um doce. – disse ele.
Mas ao ouvir a voz do garoto a gárgula se mexe liberando a passagem deles.
Eles se entreolharam e decidiram seguir sem saber o que ocorreu, coisas estranhas acontecem em Hogwarts.
- Com licença. – disse Harry quando ela fez menção de abrir a porta de carvalho. – Preciso de uma entrada espetacular.
Ele se preparou, escutou o que era falado e chutou a porta.
Dumbledore estava terminando de responder a algumas perguntas feitas por um dos membros sobre um possível traidor entre eles quando sentiu uma energia estranha vinda de fora da sua sala. Ele sabia que a gárgula não permitiria a entrada de ninguém enquanto a reunião estivesse acontecendo, não importando se a pessoa soubesse a senha. Mas antes que pudesse pedir que os outros se preparassem, a pessoa que estava lá fora, chuta a porta. Neste mesmo tempo as luzes da sala se extinguem e somente a luz da lareira iluminava tudo.
O diretor percebeu que era o menino que dizia ser filho de Tiago e Lilian. Estes dois também perceberam.
Ele então falou.
- O traidor está bem aqui nesta sala.
Comentários (1)
Melhor que o primeiro e agora é que reparei essa ta concluida Segredos de uma vida é que não, muito massa
2011-10-22