Num lindo baile de inverno...

Já era muito tarde naquela noite quando Rony e Harry voltaram da ala hospitalar. Eles haviam passado todo o dia quase junto com Hermione que queria muito atualizar seus deveres de casa. Harry não tentou mais conversar com Hermione sobre o que havia acontecido a pedido de Rony. Ele também não queria aborrecê-la, mas tinha muita urgência em lhe confidenciar certas coisas.

Rony caminhava em silêncio ao seu lado. Desde o seqüestro os dois também não se falaram muito bem.

- Rony... – Harry começou a falar, tentando puxar algum assunto. – é verdade que você ficou com a Luna na noite passada? – perguntou Harry, lembrando-se da conversa que tivera com Cho.

- Quem lhe disse? – perguntou Rony, ficando tão vermelho quanto seus cabelos.

- Cho.

- Ah? Vocês estão ficando juntos novamente? – Rony perguntou, tentando desviar da pergunta de Harry.

- É claro que não. Vamos, responde. Vocês ficaram juntos? – Agora Harry e Rony sorriam.

- É verdade! – Rony admitiu fazendo uma careta marota. – A Luna é muito legal, eu gosto muito dela.

- Eu pensei que você gostasse de Hermione! – Harry perguntou, rapidamente. Não conseguiu explicar porque, mas segurou a respiração e sentiu um nó no estomago ansioso pela resposta de Rony.

- Bom... – Rony começou distraidamente – É verdade! Eu gostava de Mione. Só percebi isto no quarto ano com aquela história com o Krum, aquele idiota do Krum.

Harry ficou sério. Lembrava-se de Krum. Sabia que Mione e Krum tinham ficado juntos quando ele visitara a escola para o torneio tribruxo e sabia que Mione ainda lhe escrevia circunstancialmente. – No ano passado eu tentei ficar com ela diversas vezes, mas ela estava o tempo todo preocupada com você, Harry. Daí percebi que eu não tinha chance. Se não era o Krum, era você!

O estomago de Harry saltou voluntariosamente, e sentiu uma dorzinha na ponta do dedo. Isto sempre acontecia quando estava nervoso. Por que deveria estar nervoso?, Harry perguntou-se.

- Eu? Você não acha que a Mione gosta de mim, acha? – Harry perguntou, fingindo naturalidade.

- Não. Não acho não. – Rony respondeu sinceramente olhando para o amigo. Harry ficou um pouco decepcionado. – Acho que ela se preocupa com você, por que você está sempre se metendo em enrascada. Se quer saber acho que ela é apaixonada pelo Krum, mas não admite porque sabe que nós ficaríamos brabos com ela.

Harry sabia que Krum tinha milhares de fãs, mas escolhera Mione por achá-la interessante e inteligente.

- Você sabia que Draco também é apaixonado por Hermione? – Harry informou ao amigo.

- Há... quem disse? – Rony indagou, incrédulo.

- O próprio Draco.

- Mentira!- Rony ironizou – Imagina só: Draco e Hermione, que casal não?

- Pois é! - concordou Harry.

- Mas não foi ele que planejou o seqüestro da Mione. Como é que pode?
- Ele não teve muita escolha, Rony – justificou Harry. – Voldemort estava ameaçando a mãe dele.

- Narcisa Malfoy!

- Exato. Um pouco antes de Voldemort me atacar com um feitiço estuporante, Draco fez de tudo para defender a Hermione. – Harry lembrava-se do desespero para salvar Hermione do feitiço de Voldemort. Imaginou que, se ele realmente a amava, fora muito difícil para ele ver Hermione sendo torturada, sabendo ser o responsável por isso. Lembrar disto tudo dava a Harry ainda mais raiva de Draco. Ele jamais sacrificaria qualquer um dos seus amigos para salvar seu pai ou sua mãe, nem mesmo Sirius. No ano passado quando achava que Sirius estava sendo torturado no Departamente de Mistério, Harry, apesar de estar desesperado para salvar seu padrinho, fez tudo o que podia para deixar Hermione e os outros para trás. Hermione especialmente, mas ela insistiu diversas vezes em acompanhá-lo.

- Mas Hermione não gosta do Draco, gosta? – Rony indagou, tirando Harry de seus devaneios.

- Não! – “será”, Harry pensou. Hermione não poderia gostar de Draco. – Não, é claro que Não! – Harry respondeu tentando convencer a si mesmo. Lembrava-se de Draco dizendo ter se aproximado muito de Hermione durante o congresso. Será que Hermione e Draco ficaram juntos? Será que Hermione se apaixonara por Draco. Draco sempre fora muito popular entre as meninas, mas nunca teve um relacionamento com ninguém. Ele sempre teve a mania de provocar Hermione, chamando-a de “sangue-ruim”. Seria ciúme? Estaria Draco tentando disfarçar os sentimentos que já nutria por Hermione?

Harry não sabia. E não queria saber.

Hermione ficou ainda durante alguns dias na ala hospitalar antes de retornar a torre da Grifinória. No dia que ela retornou houve uma grande festa em sua homenagem, que ela mesma terminou por volta da uma hora da manhã, dizendo a todos que já era tarde e ela, como monitora-chefe, devia manter a ordem e a disciplina.

Depois de algumas semanas receberam duas noticias boas. A primeira, é que Draco retornara a escola. Ele teve uma longa audiência com Dumbledore, mas Harry jamais soube o que Malfoy falara com o diretor. O garoto estava pálido, mas demonstrou desprezo na primeira oportunidade que encontrou para com Hermione:

- Já se recuperou das férias, Granger? – disse Draco na pior aula de poções que Harry já tivera, já que Snape parecia ainda mais absurdamente incompreensível com os alunos da Grifinória. Hermione ficou visivelmente abalada, mas não respondeu nada. Harry, ao contrário, teve que ser contido por Neville, Rony e Dino para não se jogar sobre o idiota.

Os dias começaram a esfriar cada vez mais. A neve se acumulava sobre o telhado de Hogwarts dando uma visão espetacular para os que se atreviam a sair do castelo. Durante algumas semanas, Harry não tivera mais noticias de Voldemort ou dos Comensais da Morte. Mas uma notícia muito alegre trouxe novo vigor para toda a escola: Minerva havia se recuperado e voltaria a escola em poucos dias. Ninguém, é claro, ficou mais empolgado com a notícia do que Dumbledore, tanto que resolveu promover o baile de inverno para comemorar a volta da professora de Transformação no próximo sábado.

Os alunos ficaram bastante excitados, alguns já fazendo pares. Durante o jantar, Cho olhou para Harry diversas vezes sobre o ombro de Ernie Macmillan que estava sentado no lado da garota. Rony levantou-se da mesa e se sentou do lado de Luna, obviamente convidando-a para jantar.
Hermione, sentada defronte a Harry, sorrira para ele da maneira mais graciosa que alguém poderia sorrir.

- Um baile fará bem a todos nós, não acha, Harry? – Hermione perguntou. Harry apenas sorriu em resposta.

Na noite de sexta feita, quando Harry, Rony e Hermione retornaram a sala comunal, viram Gina chorando afundada numa poltrona bem no cantinho da sala. Neville estava ao seu lado e segurava sua mão.

- O que foi, Gina? O que aconteceu? – Rony perguntou, aproximando-se. Hermione se ajoelhou ao lado de Gina e segurou sua outra mão.

- Não foi nada! – disse ela fungando.

- Foi o Dino. – Neville dedurou – Ele convidou uma menina da Corvinal e ainda foi grosso com a Gina.

- Ah, eu juro que mato aquele idiota! – bufou Rony, brandindo o punho cerrado.

- Ai, Rony, deixa de ser indiscreto. – Gina reclamou. – Eu sei muito bem me defender sozinha. E alem do mais, não posso forçá-lo a me amar. O problema é que fiquei sem par a um dia do baile! Isto não se faz.

- Eu vou com você, Gina! – declarou Neville. – Quero d-dizer, se q-quiser ir comigo...

- Jura? – Gina esticou o pescoço para dar um beijo na bochecha redonda de Neville. – Eu quero sim, quero muito ir ao baile. Neville, obrigada.

Rony lançou um olhar incrédulo a Harry e Hermione. Neville ficou ainda mais corado e sem jeito.

Gina levantou-se e enxugou os rosto.

- Então, eu vou dormir. Preciso estar linda amanhã para vestir o meu lindo vestido e mostrar pro Dino o que ele perdeu. – Ela disse sorrindo. Deu um ultimo beijo em Neville e despedindo-se de todos com um aceno subiu para o dormitório.

Neville, muito sem jeito, também despediu-se e subiu as escadas.

- A Gina é meio louquinha.. – disse Rony, balançando a cabeça. – Troca de namorado como quem troca de roupa.

- É! E bem que ela faz – Hermione concordou, divertida – E aí Rony, já tem parceira para ir ao baile. Não vai deixar para me convidar na última hora como último recurso, não é? – Hermione perguntou com um largo sorriso.

Rony pareceu sem jeito.

- N-não! Não! Eu... eu convidei a Luna. Eu... você não queria ir comigo, queria? – Rony indagou, enrubescendo.

- Ah, Rony, seu bobo. Você faz um par lindo com a Luna. Ela gosta muito de você Rony. Muito mesmo. – disse Hermione. – Além do mais, se eu for com você, quem vai acompanhar o Harry aqui?

Harry virou-se imediatamente para Hermione. Seu rosto se iluminou. Queria muito ir com ela ao baile, mas não tivera coragem de convidá-la. Ele sabia que talvez ela desejasse ir com Draco, por isto não a convidara.

- Verdade? Pensei que alguém já a tivesse convidado. – Harry perguntou, desejando muito abraçar a amiga.

Rony na frente dos dois fazia uma careta engraçada.

- Vou deixar os pombinhos a sós, pois estou com muito sono, tá? – e subiu também as escadas.

Hermione esperou que Rony sumisse no andar acima para se virar para Harry.

- Cho queria muito que você a convidasse, mas duvidei que a tivesse convidado.

- Não quero ir com ela ao baile. E depois, ela vai com o Ernie.

Hermione abaixou os olhos. Parecia que seus pés eram mais interessantes que os olhos de Harry.

- Ela é apaixonada por você, Harry. Ela ficou magoada no ano passado, por que tinha muitos ciúmes de mim.

- Como é que você sabe disso? – Harry perguntou, irritado. Não queria falar de Cho. Queria falar sobre os dois.

- Eu percebo as coisas. Não queria perceber às vezes. Tem certas coisas que me magoam, mas eu percebo mesmo assim. Sei que ela é apaixonada por você e se você a convidar ela vai aceitar. E vocês fazem um belo par. Sei que você sempre se sentiu atraído por ela, então...

- Hermione... eu não...

- Só estou te informando, Harry. Você às vezes não enxerga as coisas que estão a sua frente e é meu dever como a sua amiga te alertar. Mas estou livre se você quiser ir comigo.

- Eu quero ir com você. – Harry disse. – Mas antes eu preciso conversar...

- Podemos deixar esta conversa para amanhã, Harry, estou muito cansada. - Hermione disse, ainda sem levantar os olhos para ele. – Esta semana foi bastante exaustiva e ainda não me recuperei bem.

- Está bem! – Harry concordou. – Mas amanhã nós conversaremos.

Hermione concordou com a cabeça e subiu as escadas para o dormitório, com Harry acompanhando-a com o olhar.

Harry não viu Hermione durante o dia inteiro e começava a pensar que a amiga o estava evitando. Hermione não desceu nem para o almoço, mas como Gina e as outras garotas da Grifinória como Lilá e Parvati também não desceram, Harry tranqüilizou-se. Rony e Neville estavam muito nervosos a mesa, e não falavam de outra coisa do que o baile.

À tarde, o castelo parecia ter se esvaziado, pois estavam todos retirados em seus dormitórios a fim de se prepararem para o baile. Harry e Neville desceram logo e ficaram esperando por Hermione e Gina na sala comunal. Rony saiu para encontrar-se com Luna. Ficaram esperando muito tempo. A maioria das meninas já tinha saído. Todas muito belas, com lindos vestidos e muita maquiagem.

Depois de muito tempo, Gina desceu apressada e meio desajeitada. Estava muito bonita com um longo vestido verde. Ela abraçou Harry e depois enlaçou o braço de Neville.

- Ela já vem, Harry. Hermione está linda! – Gina falou, antes de desaparecer com Neville atrás do reverso do retrato da mulher gorda.
Harry estava ansioso e nervoso e a demora de Hermione o estava deixando maluco. Imaginava se ela não tinha mudado de idéia e não desceria. Até que...

Hermione surgiu no alto da escada. Ela olhava para Harry que lhe retribuía o olhar. Estava linda: o tecido suave e esvoaçante do longo vestido contornava o corpo de Hermione de maneira graciosa; o decote, com fininhas tiras, que se ampliavam pelas costas, davam-lhe um ar romântico e ainda valorizavam o colo e as costas nuas. Um reluzente colar contornava o pescoço fino e delicado e os cabelos, presos em um coque cravejado de pedrinhas brilhantes, deixavam escapar alguns fios revoltos que emolduravam o rosto gracioso de Hermione. A maquiagem, suave e ao mesmo tempo sedutora, revelava tons em rosa e prata, fazendo com que ela parecesse uma visão etérea e irreal.

Ela começou a descer as escadas lentamente sem tirar os olhos de Harry, apoiando a mão esquerda no corrimão. Cada passo traziam-na para mais perto de Harry que a admirava encantado. Sua melhor amiga também era uma jovem e bela mulher.

- Você está linda! – Harry sussurrou em seu ouvido quando ela lhe cumprimentou com um beijo no rosto. Hermione sorriu. Estava mesmo linda e graciosa.

- Vamos? – ela disse, repousando a mão no braço de Harry.

- Vamos... – Harry concordou, guiando Hermione para o baile de inverno, para viverem a noite mais inesquecível de suas vidas.

Harry e Hermione foram o último casal a entrar no salão principal lotado de estudantes animados. As longas mesas das casas foram substitudias por pequenas mesinhas redondas espalhadas pelas laterais do aposento. No centro, havia um grande espaço para os alunos dançarem, embora ninguém ainda dançava. Hermione e Harry, de mãos dados, passaram pelas mesas da sonserina antes de alcançarem as mesas da grifinória. Draco e Pansy estavam juntos. Ele num sóbrio terno, enquanto Pansy lutava para parecer menos desajeitada num vestido alguns números menor do que ela.

Harry notou que Draco encarava Hermione com uma expressão triste no rosto. Ele não a merecia, disse Harry a si mesmo. Mas ficou incomodado, ao ver uma expressão estranha no rosto de Hermione quando ela olhou para Draco.

Ao chegarem a mesa da Grifinória, Rony e Luna e Neville e Gina o receberam muito alegres.

- Já viu a Macgonagal? – disse Gina apontando para a professor Minerva, sentada entre o professor Dumbledore e o professor Snape.
Hermione deu um sorriso muito satisfeito e saiu de perto deles para cumprimentar sua professora favorita. A professora a abraçou com entusiasmo e as duas conversaram animadamente por alguns segundos, sob um olhar maroto do diretor.

Depois que Hermione retornou para onde Harry estava, segurando novamente sua mão, o diretor levantou-se para um rápido discurso. Logo ele dera as boas vindas a professora Minerva e deu inicio ao baile. A primeira musica tocada foi uma valsa que animou os casais a dançarem. Harry viu Draco e Pansy alcançarem a pista. Gina e Neville e Rony e Luna também levantaram-se para dançar. Harry sabia que também deveria convidar Hermione.

- Quer dançar, Mione? – Harry sussurrou em seu ouvido, pois o barulho da musica era muito alto.

Hermione concordou balançando a cabeça e os dois se levantaram. Apesar de Harry não saber dançar direito acho que desta vez fora muito mais eficiente com Hermione. Os dois dançaram diversas músicas seguidas, divertindo-se muito. Quando retornaram a mesa, Rony, Luna, Gina e Neville já estavam sentados.

- Você e Hermione são o casal mais lindo do baile Harry – Luna opinou, dando-lhe um tapinha nas costas.

- É verdade – Gina concordou. – Todo mundo está comentando. Até mesmo o pessoal da sonserina não tiram os olhos de vocês.

- Draco, principalmente. – disse Rony com os olhos em Draco e Pansy.

Hermione parecia desconcertada. Harry achou que seria bom se eles se retirassem naquela hora. E seria um bom momento para conversar com Hermione a sós, sem ninguém, nem mesmo ela, interromper.

- Vamos dar uma volta lá fora, Hermione? – Harry perguntou. Sem esperar pela resposta ele a arrastou para fora do salão, guiando-a para o saguão de entrada.

Quando alcançaram os jardins, Hermione largou sua mão.

- Calma aí, Harry. Onde você quer ir? – perguntou ela, com um arrepio de frio.

A noite estava gelada. Havia poucas estrelas, mas alguns flocos flutuavam pelo ar, caindo sobre os cabelos e as costas de Hermione. Ela parecia estar com frio, mas continuava a olhar para Harry, esperando pela resposta. Tentando ser o mais gentil possível, Harry tirou o pesado casaco e cobriu Hermione, esfregando os seus braços para que ela esquentasse, pois estava gelada.

- Desculpe te trazer para fora, mas eu precisava muito falar com você a sos, num lugar que ninguém pudesse nos interromper.

Hermione esfregou as mãos, nervosamente.

- Está bem. Eu prometi. Você quer falar comigo então vá em frente.
- Primeiro e antes de tudo, Hermione: eu preciso pedir desculpas pelo meu comportamento.

- Ah, Harry...

- Sim, é verdade, Hermione! No ano passado quando nos estávamos tentando salvar Sirius eu fui muito ríspido com você. Eu achava que você estava me atrasando, enquanto você tentava apenas me proteger. Se eu tivesse te escutado, Hermione, não somente Sirius estaria vivo como você jamais teria sido atingida por aquele feitiço. Eu fiquei apavorado pensando que você estava morta, eu jamais me perdoaria. E ainda, Hermione, eu não sabia o que estava naquele archote com véus, eu teria ultrapassado se você não tivesse me impedido. Você sabia que havia alguma coisa estranha ali e me salvou. E eu nunca te agradeci, Hermione. E depois você é raptada por Voldemort por minha culpa. Você não queria ir, mas eu insisti. Eu... eu morreria se tivesse acontecido alguma coisa com você... eu morreria...

Hermione tinha os olhos marejados de lágrimas.

- Tudo bem, Harry...

- Não, não está tudo bem. – Harry recomeçou a falar, não contendo as próprias lágrimas. - Você sempre esteve ao meu lado. Sempre...

Harry abraçou Hermione. Ambos choravam.

- Eu tenho tanta coisa para dizer... mas não encontro as palavras. – Harry disse ainda abraçado com Hermione.

- Eu também preciso lhe dizer algo. – Hermione se afastou para que se olhassem. Ela tinha os olhos brilhantes e os longos cílios molhados pelas lágrimas.

Ela suspirou profundamente.

- Eu preciso lhe dizer isto: você também é meu melhor amigo. Eu me preocupo muito com você, Harry. No início eu achava que era apenas preocupação o que eu sentia por você. Eu...eu tenho razão quando digo que você vive se metendo em enrascadas e quer bancar o herói. Mas depois eu percebi que era muito mais. Eu sabia que você estava apaixonado pela Cho e eu juro que tentei te ajudar com ela. Ontem à noite, fiz a minha última tentativa. Agora eu não posso e não vou ignorar o que eu sinto por você, não importa que você me odeie por isso.

- O que você sente por mim, Hermione? – Harry perguntou, com uma dorzinha nas pontas dos dedos. A respiração suspensa em ansiedade.

- Eu tenho muito medo de estragar nossa amizade. Ter sua amizade é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e se isto estragar eu jamais me perdoarei... mas meu “pressentimento” está me avisando que chegou o momento de abrir meu coração...

- Hermione...?

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